Desde a década de 80, com o início dos movimentos da qualidade na construção, os projetos assumiram um grande protagonismo.
Reconhecia-se a importância dos mesmos para o sucesso dos empreendimentos. Todos passaram a conhecer a Lei de Sitter. Esta mostra que os custos de intervenções são multiplicados por cinco a cada fase do empreendimento.
Dessa forma, comprovava-se que era vantajoso investir horas em projetos. Horas estudando melhor o produto, afinando soluções de execução, melhorando o processo de compatibilização.
Isso refletiria em maior qualidade para o empreendimento e em economia futura. Ou seja, melhor aceitação do produto no mercado, melhoria da produtividade da construção e redução de desperdícios e retrabalho.
Parece lógico! Mas será que o discurso saiu do papel e dos congressos e foi para a prática?
A realidade mostra que não.
Meninos, eu vi!
No início dos anos 90 eu era assessor técnico em uma grande fornecedora de insumos para construção civil. E levamos um grupo de projetistas para visitar uma de nossas unidades. Junto, no ônibus, o coordenador de projetos de uma grande construtora.
Porta fechada, ônibus em trânsito, oportunidade perfeita para os projetistas colocarem suas demandas.
Os preços estavam cada vez mais achatados. Afinal, apesar da informatização tornar os escritórios mais produtivos, os custos de implantação de máquinas e sistemas eram altos. Além disso, os projetos estavam cada vez mais complexos e esse conjunto de fatores estava inviabilizando as empresas.
O coordenador ouviu os argumentos e colocou o seu. Ele disse que a empresa não se negava a pagar mais pela contratação de projetos. Mas desde que os projetistas demonstrassem os ganhos que a construtora teria ao pagar mais pelos projetos!
O argumento encerrou a conversa no ônibus e consolidou uma realidade. Não se nega a importância dos projetos, mas daí a se pagar mais por isso vai uma grande distância!
E por quê pagar mais?
Bem, creio que ninguém questiona que qualquer empreendedor busca otimizar seus resultados e maximizar sua lucratividade quando resolve investir na construção civil.
Também parece inquestionável que os custos da construção estão diretamente relacionados às definições e especificações dos projetos.
Então, um parâmetro objetivo para se avaliar a qualidade de um projeto é que o mesmo conduza a menores custos finais de execução para um determinado desempenho estabelecido para o produto.
Diferentemente do que muitos pensam (pois, ainda tem gente que acredita em Papai Noel!), existem parâmetros objetivos que conduzem à contratação de projetos de qualidade.
Seguem três dos mais importantes:
1 – Tempo de dedicação ao projeto
A fase mais importante de qualquer projeto é a concepção. É durante essa fase que se definem os principais conceitos do empreendimento e, consequentemente, os seus custos. Em geral, essa fase tem participação direta dos sócios da empresa de projetos. Ou seja, da hora técnica de maior valor. Economizar em projetos significa, na maior parte das vezes, projetos pouco estudados, sem soluções alternativas, sem aprofundamento técnico. Além disso, o produto final do projeto (desenhos, especificações e memoriais) podem ser insuficientes para conduzir a obra a bons resultados;
2 – Experiência da empresa de projetos
É comum, hoje em dia, se ouvir coisas do tipo: tanto faz o projetista, o software é o mesmo! Na medicina, o mais importante é a tomografia ou a análise adequada dos resultados? Quando se tem um problema de saúde mais grave, que tipo de médico procuramos? Não basta ser experiente! Não basta ser competente! Queremos um que alie essas duas qualidades. A competência nos garante que ele tem sucesso nos seus diagnósticos. A experiência aumenta a probabilidade de que ele já tenha diagnosticado e tratado de casos semelhantes aos nossos. Porém, são exatamente esses profissionais que mais valorizam a sua profissão, pois, sabem o esforço e o investimento feitos para se chegar a esse ponto;
3 – Estrutura de trabalho
Aqui, não se está falando do tamanho da empresa, mas sim de sua estrutura organizacional. Empresas mais organizadas e estruturadas podem oferecer um melhor serviço de suporte e atendimento. Além disso, em empresas mais estruturadas, as fases do projeto passam pelo crivo de várias pessoas, reduzindo as chances de erros significativos.
Então, como fazer contratação de projetos?
Tenha uma equipe de projetos que trabalhe pelo seu sucesso!
Que lhe ofereça soluções, alternativas, inovações, informações que aumentem a eficiência de seu processo produtivo.
Se planeje para não precisar acelerar a fase de concepção de projetos. É nessa fase que são definidas as soluções do empreendimento.
E soluções bem pensadas e integradas, que conduzam a menores custos finais de execução, precisam de tempo de maturação.
E, por fim, valorize a experiência e a competência de sua equipe de projetos!
Ou você acredita em Papai Noel?