Inovação nos projetos de capital

Aldo Dórea Mattos

Escrito por Aldo Dórea Mattos

29 de março 2018| 3 min. de leitura

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Eu fui picado pelo mosquito da inovação, embora eu não seja uma pessoa adepta de aparelhagem tecnológica em minha vida cotidiana.

Inovação X Tecnologia

Muita gente confunde inovação com tecnologia, mas esses dois conceitos não são necessariamente idênticos. Inovação vem de novo, não necessariamente envolvendo óculos de realidade aumentada (que eu conheci no jogo do Pokémon de meu filho), drones, chips ou robôs.
Pode-se ter inovação em métodos de gestão, em arranjo de escritório, em operação de canteiro de obras e até no relacionamento pessoal numa construtora, por exemplo.
Tenho pesquisado e acompanhado temas de inovação. Como o pensamento atrai a materialização do desejo — eu acredito ferreamente nisto —, participei de um trabalho que a Deloitte fez e que resultou no inspirador relatório A Nova Era dos Projetos de Capital.
Vou logo à cereja do bolo, um quadro que sumariza ações de inovação no mundo da construção civil — projetos de capital são iniciativas que requerem polpudos investimentos para construir, ampliar ou aprimorar algum ativo de infraestrutura (uma estrada, uma fábrica, uma estação de tratamento de água, por exemplo) e que exigem grande esforço de orçamento e planejamento:

Gestão de riscos

Hoje eu vou abordar apenas um item: gestão de riscos. Há muitas empresas que têm obras simultâneas de linhas de transmissão. Em cada obra, um tipo de controle de produção diferente (quando há…), um diário de obra diferente e distintos desempenhos (liberação fundiária, produtividade, absenteísmo, desperdício, reclamações contratuais, etc.).
O que constato atônito é que essa massa de dados escorre por entre os dedos. Há anotações que ficam na agenda manchada de café do engenheiro, controles visuais unilaterais, diários de obra amadorísticos e, em decorrência disso tudo, falta uma compreensão gerencial global dos riscos do empreendimento quanto ao cumprimento de prazos e estouro de custos.
Não precisa de tecnologia de foguete para se criar um painel que mostre todas as torres, com a duração individual de cada serviço (fundação, montagem, lançamento de cabo) e um diagrama de desempenho. Com essa engenharia de inovação, aumenta-se MUITO a blindagem da obra. E olhe que nem é preciso comprar tanto aparato tecnológico assim…