Você já notou que há uma série de novas tecnologias com uma capacidade enorme para transformar a construção civil? Estamos falando de soluções como inteligência artificial, big data, internet das coisas, realidade virtual e computação na nuvem.
Há tempos essas inovações deixaram de ser assunto de ficção científica para se tornarem solução para problemas crônicos enfrentados pela construção. Entre os mais conhecidos, podemos listar baixa produtividade, excesso de retrabalho, comunicação ineficaz e baixa assertividade de planejamentos e orçamentos.
Mas como essas tecnologias funcionam na prática e, mais além, como podem melhorar os resultados de sua empresa?
Continue lendo esse artigo e você irá se surpreender com as possibilidades:
Inteligência artificial
O termo inteligência artificial (IA) ganhou importância nos anos 1950, quando o professor norte-americano John McCarthy passou a utilizá-lo para descrever um mundo em que máquinas poderiam resolver problemas que, até então, eram solucionados apenas pelo homem.
Hoje, essa tecnologia está muito presente em nosso dia a dia. Talvez você ainda não tenha se dado conta, mas já utiliza a inteligência artificial ao fazer pesquisas no Google e ao ler notícias em redes sociais (Facebook).
Na indústria da construção, podemos citar dois exemplos de aplicação dessa novidade tecnológica: a Zero Distrato e a Urbank.
A primeira utiliza inteligência artificial para prever os distratos de imóvel para incorporadoras e urbanizadoras com até doze meses de antecedência. Vale lembrar que o rompimento no acordo de compra e venda de imóveis representa um grande prejuízo para as construtoras e incorporadoras.
Já a fintech Urbank utiliza o algoritmo para auxiliar a gestão e o repasse de crédito no mercado imobiliário.
Quer levar a inteligência artificial a outro nível? Veja esse caso:
O Instituto de Robótica e Sistemas Inteligentes de Zurique, na Suíça, vem desenvolvendo um projeto muito interessante. Trata-se de um robô autônomo que possui algumas habilidades dos operários, podendo manipular diversos materiais de construção, andar por terrenos desnivelados e montar estruturas com precisão milimétrica. Será a solução para a construção dar um salto de produtividade?
Big Data
Outra novidade tecnológica que promete revolucionar a construção é o Big Data. Esse termo refere-se ao uso inteligente de uma quantidade gigantesca de dados que podem ser estruturadas ou não estruturados, vindo de pessoas, computadores, máquinas, sensores ou qualquer outro dispositivo.
Quando bem utilizado, o cruzamento dessa infinidade de informações pode otimizar as decisões de negócio, reduzir custos e aumentar sua eficiência. Quer ver um exemplo?
Com Big Data, é possível estimar o custo dos empreendimentos com base em variáveis como o histórico e o cenário econômico atual, prevendo riscos e criando oportunidades.
O Big Data também pode ser usado para fazer simulações avançadas e reduzir o número de mudanças e ajustes necessários nos projetos. Isso significa mais produtividade e menos custos da construção.
No Brasil, construtoras e incorporadoras já utilizam soluções de Big Data, principalmente para desvendar o comportamento do consumidor e desenvolver produtos mais adequados às demandas de seu público-alvo. Tecnisa e MAC são alguns casos.
Se quiser saber mais sobre Big Data, não deixe de assistir a palestra “Big Data para a Indústria da Construção – Sua empresa está preparada?”, ministrada por Bruno Loreto e disponibilizada nesse link.
Realidade virtual
Criada nos anos 1970, a realidade virtual é uma tecnologia de interface com potencial de enganar os sentidos de um usuário pela criação de um ambiente virtual gerado a partir de um sistema computacional. Lançando mão de efeitos visuais, táteis e sonoros, a realidade virtual pode proporcionar ao seu usuário uma completa imersão em um ambiente digital simulado.
Várias construtechs e proptechs já se utilizam de realidade virtual / aumentada / mista para o dia a dia do setor de construção e imobiliário. Nesses casos, são três os principais campos de aplicação explorados:
- No marketing, ao permitir ao cliente visualizar melhor o conceito por trás de um projeto. ImersioVR, MeuPasseioVirtual e iTeleport são alguns casos de startups brasileiras que oferecem essa tecnologia para a construção.
- Na área de manutenção. A realidade aumentada permite trazer as informações de projeto e instruções de manutenção para o contexto adequado. A ThyssenKrupp já utiliza esse tipo de recurso para manutenção de elevadores.
- Em treinamento de pessoal, para simulação as condições reais do trabalho. Com a realidade virtual, o profissional pode desenvolver suas habilidades em um contexto muito próximo ao encontrado no dia a dia.
Internet das Coisas
Tradução do termo em Internet of Things (IoT), a Internet das Coisas representa a chegada da internet aos objetos comuns que vão desde eletrodomésticos a equipamentos. Na indústria da construção, essa novidade está causando transformações que vão muito além da automação residencial.
Há uma série de cases brasileiros e internacionais de uso da IoT na construção civil e nas cidades.
O município de Canoas (RS), por exemplo, implementou a IoT para melhorar a segurança pública. Sensores detectam ruídos de alerta, como disparos de arma de fogo, e avisam automaticamente a polícia.
Em Barcelona, Espanha, o sistema de irrigação de parques e jardins públicos foi conectado à internet para permitir gerenciamento inteligente. Na cidade catalã, sensores medem a umidade do solo em diferentes pontos e todo o sistema de irrigação pode ser controlado por tablets.
Seguindo essa linha de inserção de sensores, nos Estados Unidos, a IoT vem sendo aproveitada no acompanhamento da cura do concreto.
Funciona assim: sensores são acoplados às armaduras e recobertos pelo concreto lançado na obra. Conectados a smartphones, esses dispositivos avisam quando o material atingiu um nível de resistência confiável que permita a retirada das fôrmas. Após o endurecimento do concreto, os sensores seguem ativos, transmitindo informações ao longo do ciclo de vida da obra. Esse artigo (em inglês) conta mais sobre essa inovação.
Gestão de projetos na nuvem
Até agora, citamos tecnologias que, em menor ou em maior grau, já são utilizadas pela indústria da construção. Mas entre todas elas, a inovação da qual vamos falar agora é a que está mais presente no setor, seja por causa da facilidade de uso, seja pela necessidade. Estamos falando da gestão de projetos em nuvem.
A computação na nuvem permite o acesso e o armazenamento de dados em servidores compartilhados e interligados via Internet.
O que se ganha com tudo isso? Vou citar apenas cinco motivos, mas que são suficientes fortes para aderir a essa tecnologia:
- Dá mobilidade e facilita a comunicação – Gerir um projeto na nuvem permite que todos troquem informações em tempo real, a partir de observações no próprio projeto.
- Democratiza o acesso às informações – A computação em nuvem permite o acesso às informações de qualquer dispositivo, em qualquer lugar. É possível que uma alteração feita no escritório seja atualizada no canteiro de obras em tempo real.
- Reduz custos – A computação em nuvem confere às empresas a possibilidade de contratar pacotes de serviços e infraestrutura ajustáveis às suas necessidades, diminuindo drasticamente o custo de instalação e os investimentos em TI.
- Favorece a gestão – Com a integração de ferramentas de gestão e de controle de qualidade, a computação em nuvem permite resolver problemas em menor tempo e tomar decisões estratégicas de acordo com a realidade de cada projeto.
No Brasil, o Sienge, AutoDoc, Autodesk, Construct e Globaltec são algumas empresas que oferecem soluções para gestão de empresas baseadas na nuvem.
Gostou desse conteúdo? Conseguiu identificar oportunidades em sua empresa para implantar essas novidades tecnológicas e obter ganhos com isso? Divida conosco sua opinião sobre o tema!
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