7 materiais inovadores na construção civil com alto poder transformador

Juliana Nakamura

Escrito por Juliana Nakamura

2 de janeiro 2019| 10 min. de leitura

Compartilhe

Se há algo com que todos concordam é de que a construção civil brasileira precisa dar um salto de produtividade. Então, por que não lançar mão de materiais inovadores para conseguir isso?
Estamos falando sobre tecnologias já existentes e aproveitadas em outras indústrias, como etiquetas RFID, drones e veículos autônomos.
Você sabe que o Brasil é um dos países que apresentam piores índices na construção civil em todo o mundo, muito em função do uso insistente de sistemas construtivos artesanais e atrasados. Um estudo realizado pela EY comprova isso.
Mas nos últimos anos, uma série de inovações foram desenvolvidas justamente para auxiliar as construtoras a produzirem mais, melhor e com menos recursos.
Quer saber mais sobre algumas dessas soluções? Selecionamos sete das mais interessantes para te mostrar. Siga em frente!

1. Nanotecnologia na produção de aditivos

Você já deve ter ouvido falar sobre a nanotecnologia, técnica que permite a manipulação da matéria numa escala atômica e molecular, certo?
A concepção de materiais a partir do manuseio na escala nano vem permitindo a criação de materiais com propriedades realmente especiais.
Confira o vídeo abaixo para saber mais sobre a nanotecnologia.

Na indústria da construção, são interessantes os novos aditivos para o concreto que atuam na estrutura molecular do cimento e que trazem impactos positivos em produtividade, desempenho e sustentabilidade.
Vamos citar, como exemplo, o acelerador para endurecimento do concreto na fase inicial da sua cura.
A solução, que utiliza nanotecnologia de cristais de silicato de cálcio hidratado, promete duplicar o desempenho da resistência inicial e garantir aumento da produtividade. Tudo isso sem colocar em risco o desempenho do concreto.
Além disso, o produto garante redução do consumo de água e diminuição nas emissões de CO2 ao evitar o uso de combustível nas operações de cura a vapor.

2. Etiquetas RFID para controles de estoque

Você certamente já conhece e já utiliza em seu dia a dia alguma solução com etiqueta RFID (acrônimo para Radio-Frequency Identification ou, em português, Identificação por Rádio Frequência).
Essa tecnologia permite a captura, a leitura e a gravação das informações através de ondas de rádio a uma certa distância.
Nos últimos anos, a construção civil tem incorporado essas etiquetas especialmente para o controle de materiais. Os ganhos são muitos, como:

  • Menos conflitos com fornecedores;
  • Economia no fluxo de caixa;
  • Redução de armazenagem e manuseio no canteiro;
  • Aumento da produtividade da força de trabalho;
  • Melhoria no cronograma do projeto.

As etiquetas RFID podem ser utilizadas, ainda, para melhoria da segurança dos trabalhadores no canteiro. É possível, por exemplo, utilizar essa tecnologia para alertar os funcionários (por meio de aviso sonoro ou vibratório) quando eles se aproximam de áreas de risco.

3. Sensores IoT fazem uma radiografia das estruturas

A Internet das Coisas (Internet of Things, ou IoT) refere-se a um paradigma tecnológico no qual os objetos físicos estão conectados em rede e são acessados por dispositivos ligados à rede mundial de computadores.
A construção, assim como outras indústrias, estão sendo impactadas com essa revolução, que pode ser utilizada em smart cities, em manutenção preventiva de equipamentos e em medições de índices em várias etapas da vida útil dos edifícios, da construção ao uso e operação.
Nos canteiros, as etapas de controle de execução e qualidade têm muito a ganhar com a implantação de soluções IoT.
Veja que interessante:
Na produção de concreto, é possível inserir sensores em armaduras. Conectados a smartphones, esses dispositivos podem fornecer uma série de informações sobre a cura do concreto. Isso significa que é possível saber com precisão quando o material atingiu um nível de resistência confiável para a retirada das formas.
E fica ainda melhor. Após o endurecimento do concreto, os sensores podem continuar ativos, transmitindo informações ao longo do ciclo de vida da obra. Em outras palavras, é possível acompanhar eventual penetração de cloretos no concreto ou a corrosão dos vergalhões. Já imaginou o que isso pode significar em redução de custos com manutenção?

4. Veículos aéreos não tripulados

Os drones não são propriamente uma novidade, mas merecem ser citados pelo potencial de aplicação crescente na construção civil.
Esses veículos aéreos já são utilizados na captura de imagens, permitindo, por exemplo, acompanhar o andamento da construção de um empreendimento com imagens do canteiro de obras.
Os drones também já são aproveitados pelas construtoras para o levantamento topográfico e para viabilizar a construção de modelos 3D de edifícios.
No entanto, as aplicações desses veículos não ficam por aí. Nas rotinas da construção, eles podem auxiliar em processos de segurança do trabalho, especialmente em áreas de difícil acesso.
Os drones podem ser valiosos, ainda, como ferramenta de inspeção. Equipados com sensor termal, eles podem apontar anomalias a serem sanadas a partir da identificação da alteração na temperatura em pontos de uma estrutura.

5. Computação cognitiva na construção

A computação cognitiva combina conceitos da ciência cognitiva (que estuda o funcionamento do cérebro humano) e a ciência da computação. Seu objetivo, de forma simplista, é reproduzir os processos do pensamento humano em um modelo computadorizado.
Se isso parece muito avançado para você, veja esse exemplo concreto:
A norte-americana Smartvid desenvolveu recentemente uma plataforma que agrega dados visuais do canteiro e os analisa de forma inteligente, gerando insights sobre segurança, qualidade, uso de equipamentos e rastreamento de progresso.
Com isso, é possível realizar inspeções digitais, sem a presença de um profissional em campo para coletar dados e fazer análises.

6. Veículos autônomos

Equipamentos de construção civil autônomos podem oferecer ganhos imensos de produtividade. Afinal, eles são capazes de realizar ações com maior precisão, segurança e ainda dispensam mão de obra específica para operação.
Embora esses veículos ainda sejam vistos com ressalvas, os fabricantes de equipamentos da linha amarela têm apostado bastante nessa área.
A fabricante de veículos pesados Caterpillar, por exemplo, já lançou modelos não-tripulados para mineração e construção civil.
Além disso, a sueca Volvo vem trabalhando em protótipos de caminhões não tripulados.
Será que esse é o futuro? Na verdade, já é o presente.

7. Sensores vestíveis para segurança do trabalhador

Utilizados nos Estados Unidos e no Japão como solução para diminuir os acidentes nos canteiros de obras, os sensores vestíveis ainda são novidade no Brasil. Isso não significa que eles não possam adquirir importância nos próximos anos.

Estamos falando sobre gadgets acoplados nos uniformes, capacetes, relógios, coletes e crachás que monitoram os funcionários.
Por meio dessa tecnologia digital, que pode estar conectada a um sistema IoT, é possível:

  • Medir a temperatura corporal dos trabalhadores, evitando elevação térmica excessiva;
  • Emitir sinais de alerta em caso de impacto no capacete;
  • Gravar vídeos das atividades que possam servir de instrução para outros profissionais;
  • Detectar quedas e fornecer a localização exata do trabalhador;
  • Alertar caso o funcionário levante uma carga acima do peso recomendado.

Materiais inovadores na construção civil: Considerações finais

Ao longo deste artigo, você viu alguns materiais, tecnologias e equipamentos inovadores que podem ajudar a construção a produzir com mais eficiência e qualidade.
Em diferentes estágios de amadurecimento, essas soluções podem ajudar o setor na missão de produzir edifícios que atendam às novas exigências com relação a desempenho e sustentabilidade, apoiando-se em métodos construtivos atuais.
Então, sua empresa está pronta para utilizar essas soluções?
Se esse artigo foi útil de alguma forma para você, não deixe de compartilhar em suas redes sociais.
Até a próxima!