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O primeiro dia do Construsummit 2018 foi concluído com a realização do debate “Construção modular na prática: perspectivas internacionais em diferentes visões”. Participaram Jeff Wilson, CEO da Kasita; Gerry McCaughey, fundador e CEO da Entegra e da Century Homes; e Masa Noguchi, fudandor e coordenador da Rede ZEMCH. Jonas Medeiros, diretor técnico da Inovatec Consultores, mediou a discussão.
Ao longo do debate foram abordados temas relacionados à construção civil no Brasil e no mundo. Dentre eles, a resistência por parte dos clientes brasileiros a novas tecnologias de construção. Outro tema debatido foi a dificuldade do setor, de maneira geral, para modificar seus métodos.
Mudanças culturais
Um dos aspectos foi o fato de o mercado consumidor brasileiro estar culturalmente ligado a habitações de alvenaria. Além disso, resistente a mudanças envolvendo novos tipos de tecnologia de construção. Sobre isso, Noguchi dissertou a respeito de sua experiência no Japão e de como é possível mudar a mentalidade dos clientes.
O fundador da Rede ZEMCH contou que, para introduzir uma inovação no contexto japonês, fabricantes se unem a associações de bairro, por exemplo. Daí, membros são destacados para mudar a cultura local. Além disso, locais de exposição gratuitos são montados em espaços públicos para visitação. “Qualquer pessoa pode ver e ter acesso à inovação”, diz.
Para McCaughey, as pessoas que pretendem adquirir um imóvel estão preocupadas com duas coisas antes de fechar o negócio. Uma dela, a localidade. Ou seja, se a habitação é próxima ao trabalho. A outra, o preço. Ou seja, se podem pagar.
“Se puderem pagar, não vão fazer mais nenhuma pergunta, ainda mais sobre o método de construção. O cliente não se interessa por isso”, acredita.
Já Medeiros contou a experiência de uma construtora sediada em João Pessoa (PB). Esta é, segundo ele, uma cidade com forte cultura em alvenaria. A empresa, no entanto, desafiou essa mentalidade. Assim, se especializou em construir imóveis com parede internas em drywall, criando um mercado com forte demanda. “Quem tem poder muda a cultura e a indústria tem esse papel importante”, afirma.
Experiência do usuário
Wilson falou a respeito da dificuldade do setor de construção civil em mudar seus métodos. Para isso, destacou a mentalidade conservadora deste mercado, preso em conceitos antigos. “O ponto de vista de muitos da indústria da construção é de que se não está quebrado não é preciso consertar”, explica.
Conforme o CEO da Kasita, este setor ainda não percebeu a relevância, para o mundo atual, da experiência do usuário.
De acordo com McCaughey, a dificuldade de se inovar é um reflexo da história cultural de um país. Mais que isso, da falta de educação e escolaridade. Assim, por outro lado, diretores de grandes empresas não são incentivados a arriscar grandes bônus salariais em novas tecnologias que podem não dar certo.
Jonas aponta as duas principais razões para que não ocorram as modificações com mais velocidade.
- A indústria não sabe fazer de outro modo;
- A indústria tem dificuldade em calcular o custo indireto de uma obra.
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