6 Dicas para Garantir o Capital de Giro da sua Construtora

Tomás Lima

Escrito por Tomás Lima

18 de outubro 2022| 13 min. de leitura

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6 Dicas para Garantir o Capital de Giro da sua Construtora

Você já deve ter ouvido falar que a falta de capital de giro pode quebrar uma empresa. Pois  bem, é bom acreditar nisso, porque realmente muitos negócios já faliram por falta desse recurso no caixa.

Isto vale para qualquer setor, mas muito mais ainda para a construção civil pelas características de longo prazo do recebimento das suas vendas. É preciso mais seriedade e precisão na gestão do CDG do que em qualquer outra área.

Um descuido, uma falha nessa questão pode ser fatal para  a sobrevivência de uma construtora ou incorporadora. Portanto, não vacile!

Mas se você tem dúvidas, não sabe se está fazendo a coisa certa ou  precisa de ajuda para conseguir o CDG necessário, aqui você vai ter as respostas que precisa. Siga a leitura e conheça dicas muito eficazes para sua empresa.

Garantia da continuidade das operações

Para começar, precisamos ter certeza de que estamos falando da mesma coisa. Por isso vamos esclarecer do que se trata exatamente o CDG.

Ele é o capital necessário para a continuidade das operações da empresa. São os recursos destinados para o financiamento dos clientes nas vendas à prazo, que é o caso da construção civil, e para manter os estoques.

Também é o dinheiro que você usa para o pagamento dos salários, dos fornecedores e todos os demais custos e despesas operacionais.

capital de giro na construção civil

Resumindo, capital de giro é o valor que você precisa ter à mão, disponível, para tocar o dia a dia da companhia.

O CDG precisa de recursos para seu financiamento, ou seja, quanto mais capital de giro você precisar, maior a sua necessidade de financiamento. Isto pode ser com recursos próprios ou com recursos de terceiros.

No entanto, como em quase tudo, falar é fácil, não é  mesmo? Vamos então ao que costuma destruir o planejamento e colocar a empresa em apuros quanto ao CDG.

Principais dificuldades do CDG

As dificuldades quanto ao CDG nas empresas acontecem, principalmente, devido à ocorrência dos seguintes fatores:

É preciso muito cuidado quando qualquer um desses elementos está fora de controle. Vai repercutir no CDG, entre outras coisas.

Tenha também muita atenção para o Capital de Giro Líquido, que é um indicador de liquidez usado para medir a capacidade da empresa gerenciar as relações com fornecedores e clientes.

Mas o que isto significa exatamente?

O CGL é calculado subtraindo o Passivo Circulante (PC) do Ativo Circulante (AC).

CGL = AC − PC

Onde:

  • Ativo Circulante: representa os recursos disponíveis a curto prazo, tais como caixa, bancos, aplicações financeiras, contas a receber, estoques e outros.
  • Passivo Circulante: são os financiamentos a curto prazo da empresa como, por exemplo, fornecedores, contas a pagar, empréstimos e outros.

Conforme o resultado, teremos CGL Positivo ou Negativo:

  • CGL Positivo: Neste caso, identificamos que a empresa está com superávit de capital de giro.
  • CGL Negativo: Neste caso, identificamos que a empresa está com déficit em seu capital de giro.

Isto quer dizer que parte de seu ativo não circulante (permanente) está sendo financiada com seus passivos a curto prazo, ou seja, temos aí um quadro de risco para o negócio.

Por outro lado, quanto maior for o CGL da empresa, menor será seu risco de insolvência.

Porém, um CGL muito alto significa que expressivos fundos de longo prazo estão financiando parte dos ativos circulante. Como os custos destes recursos são sempre mais elevados, isto pode se tornar um problema financeiro para a instituição.

É fundamental, então, você saber qual a necessidade do capital de giro da sua empresa

Necessidade do Capital de Giro

O cálculo da Necessidade de Capital de Giro (NCG) está diretamente ligado ao ciclo de caixa da empresa. Quando o ciclo de caixa é longo, a necessidade de capital de giro é maior e vice-versa.

Assim, a redução do ciclo de caixa – em resumo, receber mais cedo e pagar mais tarde – deve ser uma meta da administração financeira.

Claro, eu e você sabemos que isso não é tão simples assim. A redução do ciclo de caixa requer a adoção de medidas envolvendo o encurtamento dos prazos de estocagem, produção, operação e vendas.

Mas é necessário reduzir o ciclo tanto quanto for possível, identificar se há margens para isso e executá-las.

capital de giro

Fórmula do cálculo do CDG

O Sebrae – Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequena Empresa dá boas orientações para o cálculo do capital de giro que um negócio precisa. Seja num negócio que está começando ou em um negócio já consolidado.

Ele ensina que o capital de giro é a diferença entre os recursos disponíveis em caixa e a soma das despesas e contas a pagar. Portanto, tudo começa com um bom planejamento, detalhando gastos a curto e longo prazo e as possíveis entradas de dinheiro.

O controle é tudo!

Confira no quadro a fórmula para o cálculo.

 

capital de giro sebrae
Fonte: Sebrae

Saiba  mais sobre o cálculo do CDG, de forma bem prática, neste vídeo, que você pode ver clicando no link.

Dicas importantes para ter CDG

Mas, agora que você já sabe a importância e como calcular o seu capital de giro, você deve estar querendo saber como assegurar que ele esteja disponível, não é mesmo?

Então vamos lá a algumas dicas importantes, com a ajuda do Sebrae.

1. Identifique e corte gastos

Descubra custos que podem ser diminuídos e faça o que for necessário para cortá-los. Fique sempre atento ao fluxo de caixa, uma ferramenta de gestão que possibilita o efetivo controle de qualquer movimentação financeira de sua empresa.

Isso se divide entre o presente (o que se recebeu e foi pago) e o futuro (as contas a pagar e a receber). Assim, é possível levantar e projetar o saldo disponível, garantindo que haja capital de giro.

2. Tenha muita disciplina

Não use seu capital de giro para cobrir alguma despesa e deixe de repor a mesma quantia quando entra dinheiro em caixa, isso pode ser o começo da sua ruína. Seja “chato” com o seu controle financeiro, reduzindo possíveis riscos no futuro.

3. Saiba negociar com fornecedores e clientes

Em relação aos fornecedores, procure as formas de pagamento mais confortáveis, com um aumento de prazo ou, se à vista o preço ficar mais barato, verifique se esse desconto cabe no seu planejamento de capital de giro.

Para os clientes, tente sempre que possível reduzir os prazos de financiamento. É difícil, já que os concorrentes podem oferecer condições de pagamento melhores que a sua. No entanto, não custa tentar.

4. Antecipe pagamentos a receber

Para ter mais dinheiro em caixa, você pode procurar instituições financeiras e receber delas os valores que teria somente no futuro. Mas, tome cuidado! Fique atento às taxas de juros cobrados por esse serviço e veja se realmente vale a pena para o seu negócio.

5. Faça um empréstimo

Se a sua empresa precisa pagar dívidas e não tem dinheiro em caixa, o empréstimo é uma alternativa. Contudo, aqui entra novamente o planejamento. Não procure esse serviço se sua empresa não possui garantias futuras para quitá-lo.

Pesquise os menores juros do mercado e não faça dessa alternativa um hábito. Corrija os procedimentos de compra e venda para conseguir ficar no azul com seu capital de giro, sem precisar recorrer a meios que podem fazer suas dívidas aumentarem mais ainda.

6. CDG da Caixa

Uma dica objetiva em relação ao empréstimo, é o Serviço de Capital de Giro da Caixa Econômica Federal (CEF). Ela oferece algumas opções interessantes, como o Crédito Especial Caixa Empresa, que é uma linha de crédito sem destinação específica.

Os recursos do financiamento podem ser usados para equilibrar o fluxo de caixa, repor estoques, pagar salários e 13º salário, pagar fornecedores e despesas diversas, por exemplo.

O limite de financiamento é determinado com base em análise da empresa pela Caixa.

Controles financeiros rígidos

Para não passar por apertos terríveis nesse item primordial do empreendedorismo e não ter que recorrer a empréstimos, é preciso manter controles financeiros rígidos.

Neste sentido, Rodrigo Eduardo Barbosa, consultor do Sebrae-MG, alerta que é muito comum o empreendedor só se preocupar com o capital de giro em duas situações:

  1. Quando o caixa fica negativo.
  2. Quando há muita dificuldade para arcar com os compromissos em dia.

“Conhecer bem os números do seu negócio é condição primordial para uma boa gestão do seu capital de giro. Mesmo porque ele tem ligação direta com a saúde financeira da empresa”, diz o consultor.

Para isso, você precisa dominar algumas informações. Por exemplo:

  • o prazo médio de recebimento e pagamento de despesas e fornecedores,
  • o giro de estoque (quanto tempo em média a mercadoria fica estocada antes de ser vendida),
  • média de faturamento mensal, e
  • possíveis períodos de quedas ou aumento das vendas.

Ele também recomenda:

“Para a gestão do capital de giro, a ferramenta mais adequada é o fluxo de caixa que consiste em projetar para os próximos períodos todas as finanças do negócio. Com ele, você terá uma visão muito clara da saúde financeira do seu empreendimento. Isso permite identificar as necessidades de capital de giro. É sempre hora de rever seus controles e contar menos com a sorte!”

ERP

capital de giro

Algo que pode ajudá-lo muito neste aspecto é a adoção de um ERP ou sistema de gestão. Trata-se de um software que integra e alinha todas as áreas de uma construtora ou incorporadora, com grandes ganhos de eficiência.

Um ERP  como o Sienge Platform inclui soluções como Engenharia, Suprimentos, Recursos Humanos, Financeiro, Contabilidade – Fiscal, Gestão de Ativos, entre outras. Pense seriamente nessa alternativa para ter um controle mais ajustado de sua área financeira também.

Atenção especial para o CDG

Estamos combinados que é preciso uma atenção muito especial para o CDG, não estamos?

Afinal, manter um capital de giro ajustado às necessidades operacionais da empresa é um dos maiores desafios dos gestores financeiros.

Um volume muito alto de capital de giro, na verdade, desvia recursos financeiros que poderiam ser aplicados nos ativos permanentes da empresa. Porém, capital de giro muito curto restringe a capacidade de operação e de vendas da empresa.

Quando achar esse equilíbrio, seu negócio estará seguro para seguir em frente e crescer no mercado. Espero tê-lo ajudado neste sentido, mas podemos ajudá-lo mais ainda se  precisar, basta fazer contato conosco.

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Até o próximo artigo!