A internet mudou o mundo para sempre, e de muitas formas. E a Construção Civil não ficou de fora dessa revolução tecnológica. Mas a própria internet está em constante transformação. Você já ouviu falar, por exemplo, sobre a internet das coisas?
Esse conceito representa uma nova realidade, que deve transformar novamente o mercado da Construção Civil. Adaptar-se a isso agora pode fortalecer muito a sua empresa pelos próximos anos.
Neste artigo, eu vou te explicar o que é a internet das coisas, qual o impacto dela na Construção Civil e como ela já tem sido usada de formas incríveis.
O que é a internet das coisas, afinal?
Pode parecer confuso falar em um novo tipo de internet. Mas, na prática, você vai ver que se trata de um conceito simples. Veja um breve comparativo:
Internet “comum”
A internet “comum” é a rede mundial de computadores, que usamos todos os dias. É por meio dela que podemos receber e enviar mensagens, acompanhar notícias, gerenciar projetos e assim por diante.
Mas o ponto é:
A internet conecta computadores, celulares e tablets uns aos outros e a servidores. É nesses lugares que ficam armazenadas as informações que encontramos nos sites e aplicativos.
Internet das coisas
É incrível o que podemos fazer ao conectar várias máquinas entre si por meio da internet.
Daí, vem a pergunta:
Por que se limitar a fazer conexões entre celulares e computadores? E essa é a ideia por trás da internet das coisas (também conhecida como IoT, do inglês “Internet of Things”).
Com esse novo conceito em ação, qualquer objeto tem o potencial de se conectar a internet e trocar dados com outros aparelhos. Isso vai desde as roupas que vestimos até os equipamentos usados numa obra.
Sim, esqueça os computadores: estamos falando da rede mundial das “coisas”, onde absolutamente tudo pode se conectar.
Qual é o impacto da IoT na Construção Civil?
Eu tenho certeza que o conceito deixou você, no mínimo, curioso. Mas, no fim das contas, o que determina as ações de uma empresa é o retorno financeiro, e você deve estar se perguntando sobre isso.
Então, vamos ao que importa:
É hora de falar sobre tudo que você precisa saber antes de aplicar a IoT na sua empresa de construção. Veja os ganhos, os custos e o que esperar do futuro:
Ganhos para o setor
O Banco Nacional do Desenvolvimento Social (BNDES) encomendou um estudo, realizado pela consultoria McKinsey.
Essa pesquisa sobre IoT revelou que o Brasil pode movimentar até 200 bilhões de dólares, por causa da internet das coisas, até 2025. Isso representa nada menos que 10% do PIB nacional.
Apesar de não haver números específicos para a Construção Civil, dá para perceber que o setor tem muito a ganhar. Afinal, os focos apontados pela pesquisa para essa geração de riqueza são pontos-chave na Construção Civil.
Basicamente, a IoT traz um ganho de eficiência em todas as seguintes áreas:
Custos com infraestrutura e qualificação
Antes de se alegrar com os ganhos, é preciso se preparar para investir em IoT. E como toda nova tecnologia, isso muitas vezes requer significativas adaptações de infraestrutura.
Mas a compra ou adaptação de equipamentos preparados para usar todo o potencial da IoT é só parte do investimento. Ainda é preciso se lembrar também de qualificar os profissionais responsáveis por operar esse maquinário.
Por se tratar de uma solução relativamente nova, a quantidade de fornecedores especializados confiáveis não é tão grande. Isso pode encarecer o processo, mas também colocar sua empresa na frente dos concorrentes.
Período de adaptação
Mesmo que você esteja disposto a investir para usar a internet das coisas o quanto antes nas suas obras, é preciso levar em consideração o período de adaptação.
Se isso te parece muito ruim, me diz uma coisa:
Quantos anos de experiência seus funcionários têm operando máquinas e realizando processos da maneira que estão acostumados a fazer hoje?
Não dá para esperar que todo mundo se adapte sem qualquer dificuldade, de uma hora para outra.
6 exemplos da internet das coisas em ação na Construção Civil
Se você já se interessou por internet das coisas pelo que viu até agora, vai gostar mais ainda de conhecer alguns exemplos práticos dessa tecnologia.
Repare como algumas das soluções disponíveis não exigem que você mude nada na forma de trabalhar, mas atuam “nos bastidores”, de forma precisa.
As ferramentas que você precisa conhecer são as seguintes:
1. Wearables para EPIs
Os EPIs você já conhece bem, mas deve estar se perguntando:
O que são wearables?
Basicamente, são dispositivos vestíveis, ou seja, que você pode colocar numa peça de vestuário para transmitir informações e dados das suas atividades.
Neste caso, usar wearables em EPIs pode servir para controlar a temperatura e medir sinais vitais dos trabalhadores ou enviar alertas importantes em caso de perigo.
2. Beacons de localização
Se você já sofreu com entregas erradas numa obra, sabe o quanto isso gera dor de cabeça. Com beacons de localização, é possível rastrear máquinas e peças importantes, e resolver rapidamente qualquer problema que surja.
Um exemplo de beacon são as tags RFID, um tipo de etiqueta que pode ser colocado nos equipamentos e emite um sinal de localização em qualquer lugar.
3. Monitoramento preciso de máquinas
Além de saber onde as máquinas estão o tempo todo, é importante acompanhar o seu desgaste. Mas nem sempre é fácil de prever a olho nu quando um equipamento vai precisar de reparos.
Para resolver esse problema, você pode instalar sensores de IoT nas suas máquinas para fazer esse acompanhamento e montar cronogramas de manutenção preventiva.
Além disso, dá para medir e ajustar o consumo de energia, otimizar os aparelhos para não trabalhar a todo vapor em tempo ocioso e muito mais.
4. Smart grid da planta industrial
A internet das coisas também torna mais fácil que uma edificação seja mantida segura tanto durante quanto depois da construção. Uma forma de fazer isso é por usar smart grids, que são sensores embutidos em pilhas de cimento de concreto.
Mas qual é o objetivo desses sensores?
Monitorar a carga sobre a planta, bem como o efeito das mudanças climáticas e da passagem do tempo sobre os materiais usados. É como um diagnóstico em tempo real e contínuo sobre a situação da planta.
5. Impressoras 3D
As impressoras 3D estão cada dia mais acessíveis, e são usadas para colocar materiais mais leves e resistentes em edificações mais sustentáveis e seguras.
Parece a combinação perfeita, não é?
Não é à toa que essa tecnologia tem sido usada de várias formas na construção civil, até o ponto de servir como base para construções secas e edifícios pré-moldados.
6. Betoneira conectada
Por último, mas não menos empolgante, a betoneira, que sempre teve um papel de destaque em obras de todos os tamanhos. O que há de novo para ela?
Em obras grandes, garantir o fluxo contínuo de concreto em algumas fases da obra pode ser um verdadeiro desafio logístico e operacional.
Com sensores instalados no caminhão betoneira, a previsão de chegada na obra melhora e, com isso, diminui o desperdício e possíveis problemas.
A internet das coisas já está em pleno funcionamento, e ficou claro que ela tem muita utilidade no mercado da construção civil. Esperar demais para implementar esse conceito pode custar caro e deixar a sua empresa parada no tempo.
E você, já viu de perto a internet das coisas sendo usada na construção civil? Conte para nós, deixe seu comentário!