O orçamento de obra é algo tão imprescindível que chega a ser difícil explicar o tamanho da sua importância. Afinal, como bem sabemos, o orçamento serve como referência fundamental ao longo de todo o desenvolvimento de uma obra.
Sabe o que isso significa na prática? Que é por meio do cronograma físico-financeiro que surgem os primeiros indícios de problemas no projeto. E, juntamente com as medições em campo, quem alimenta o cronograma físico-financeiro? Isso mesmo, o orçamento de obra.
Percebe, então, por que é tão importante saber como fazer orçamento de obra?
Por isso que, ao longo deste post, vamos abordar os conceitos fundamentais do orçamento de obra. Você vai ver, por exemplo, o que são as composições de preços, custos indiretos, como considerar impostos e muito mais.
Antes de entrar em detalhes técnicos, não podemos deixar de pontuar alguns conceitos.
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- O que é orçamento de obra?
- Os 4 atributos de um orçamento de obra
- Diferença entre orçamento e orçamentação
- Como fazer orçamento de obra: o que você não pode deixar de fora
- Conclusões sobre como fazer orçamento de obra
- Infográfico: por que cobrar por serviços de orçamento de obra?
- Uso da tecnologia para construir um orçamento colaborativo
- Conheça o Sienge
O que é orçamento de obra?
Em resumo, o orçamento é uma fotografia financeira da obra em um determinado momento. Ou seja, é um modelo que representa a obra sob determinado aspecto, o financeiro. Então, é o orçamento que indica, ao fazer uma estimativa, o preço da obra.
A essa altura você pode estar se questionando: isso significa que o orçamento de obra não passa de um chute?
Nada disso! Orçamento de obra é, sim, uma estimativa, mas estamos falando de uma estimativa com bases conceituais muito sólidas. Ou seja, com um sólido suporte teórico e conceitual de engenharia.
Dessa forma, isso significa que, se a obra pudesse ser completamente realizada na data em que o orçamento é feito, ela teria, hipoteticamente, o preço indicado naquele documento. Isso porque o orçamento contempla todas as necessidades atuais e futuras de uma obra.
Por isso, tão importante como fazer orçamento de obra é ter a contribuição de áreas diversas da empresa. Somente envolvendo os departamentos é possível contemplar todas as necessidades da obra.
Assim, torna o orçamento da obra muito mais preciso e confiável. Portanto, um verdadeiro diferencial competitivo, capaz de proporcionar, dentre outros benefícios:
- Controle de custos;
- Maior poder de negociação junto a fornecedores;
- Registro histórico evolutivo obra a obra;
- Compatibilização de projetos;
- Participação assertiva em licitações.
Talvez você esteja se perguntando como fazer orçamento de obra que proporcione tais benefícios, certo? Pois saiba que o primeiro passo é assegurando que o orçamento apresente alguns atributos.
Os 4 atributos de um orçamento de obra
Em geral, todo orçamento tem pelo menos quatro atributos a serem respeitados. São eles:
1. Poder de representação
Certamente o mais importante, pois proporciona segurança de que o orçamento reflete a matriz de decisões de obra. Da mesma maneira, um orçamento só tem poder de representação quando reflete os pré-requisitos, premissas, riscos e responsabilidades do projeto.
Por isso a importância de envolver a engenharia no processo de fazer orçamento de obra.
2. Exclusividade
Este atributo reflete as peculiaridades da obra, pois não é possível adotar um modelo de orçamento que se adeque perfeitamente à obra. Dessa forma, cada projeto tem fatores característicos que afetam o orçamento diretamente.
3. Valoração estimada
Como há variáveis a serem consideradas ao longo da execução, é imprescindível que o orçamento as acompanhe. Por isso, o orçamento é um dos instrumentos da engenharia de custos.
Ou seja, é fundamentado em um processo de decisão bastante complexo pois simula a execução. Tal atributo da valoração estimada leva à necessidade imperativa de mecanismos de controle de custos. São estes recursos que permitem o aprimoramento das informações contidas no orçamento.
4. Validade temporal
Novamente, como vimos anteriormente, o orçamento reflete uma fotografia financeira da obra num determinado momento. Então, conforme o tempo passa, é preciso atualizar valores e quantitativos.
Como fazer orçamento de obra é um processo contínuo, é importante considerar flutuações de preços, eventuais novos impostos ou alíquotas, inovações tecnológicas, dentre outros fatores.
O propósito deste texto é elucidar como fazer orçamento de obra e não complicar mais as coisas. Então, vamos te explicar alguns detalhes. Primeiro, você precisa ter em mente que, como fazer orçamento de obra é um processo, há um termo estratégico a ser conhecido neste momento: Orçamentação!
Diferença entre orçamento e orçamentação
Entender como fazer orçamento de obra passa também por saber diferenciar orçamento de orçamentação. E não pense que há muito segredo nisso. É simples!
Basta entender que o orçamento é, no final das contas, o resultado de todo o processo de orçamentação!
Logo, quando falamos “como fazer orçamento de obra” estamos querendo dizer “como fazer orçamentação para obter o orçamento”.
E a orçamentação pode resultar em:
- Estimativa de custos;
- Orçamento preliminar;
- Orçamento analítico.
Então, se você quer se tornar especialista em fazer orçamento de obra, precisa conhecer estas três classificações de orçamento. Vamos lá?
1. Estimativa de custos
Trata-se de uma avaliação aproximada de custos de um projeto de engenharia. Os resultados de uma estimativa de custos são levantados a partir de projetos anteriores. Ou seja, com base em obras semelhantes realizadas anteriormente na mesma região.
Para isso, a estimativa de custos é feita com uso de tabelas desenvolvidas ou fornecidas por empresas privadas ou públicas.
Diferente das outras duas classificações, esta sequer leva o nome de orçamento. É, como o nome diz, uma mera estimativa. Logo, atende apenas um momento muito preliminar do projeto. Como proporciona baixo nível de precisão, sua função é apenas de balizar gastos.
Uma das ferramentas para a elaboração de uma estimativa de custos é o CUB. O Custo Unitário Básico da construção é um valor aferido pelos Sinduscons estaduais. Ele representa o valor médio gasto por metro quadrado construído por construtoras de cada Estado.
O CUB contempla algumas características básicas das edificações, tais como:
- Tipo de construção;
- Quantidade de pavimentos;
- Quantidade de quartos;
- Padrão de acabamento.
Embora seja muito útil para determinadas aplicações, o CUB não contempla custos muito importantes para um orçamento.
Ficam de fora, por exemplo, custos com:
- projetos;
- fundações;
- terreno;
- paisagismo;
- entre outros.
Dois custos muito importantes que o CUB não contempla e sobre os quais falaremos mais adiante são: lucro e impostos.
2. Orçamento preliminar
Este tipo de orçamento é, em geral, feito após a elaboração do anteprojeto e antes dos projetos básicos. Proporciona um nível de detalhamento um pouco mais elevado do que a estimativa de custos.
Isso porque o orçamento preliminar já contempla quantidades e custos de alguns trabalhos menores. Na prática, isso significa que o orçamento preliminar já leva em consideração as espessuras de lajes, por exemplo. Consequentemente, neste caso, torna-se possível calcular quantidades de aço, concreto e fôrmas.
Portanto, como resultado, o orçamento preliminar traz uma noção aproximada de quantidades de materiais básicos, como concreto, madeira, blocos, dentre outros.
3. Orçamento analítico
Neste momento chegamos à maneira mais precisa e detalhada de conhecer os custos de uma construção. Por isso, para saber como fazer orçamento de obra é preciso dominar a técnica do orçamento analítico.
O orçamento analítico toma como ponto de partida as chamadas composições de custos unitários. Mais do que isso, vai fundo em cada etapa da obra.
Sabe o que isso significa?
Levar em conta TODOS os insumos que serão necessários para a execução da obra!
Ou seja, o orçamentista vai utilizar composições de custo para cada um dos serviços previstos. Logo, serão discriminadas absolutamente todas as quantidades de materiais, equipamentos e mão de obra.
É demandada, para este tipo de orçamento, a consulta a tabelas de referência ou a realização de pesquisas de mercado. É o orçamento analítico que leva em consideração tanto os custos diretos quando os custos indiretos de uma obra.
Então, fica fácil perceber por que o orçamento analítico é o mais utilizado quando o escopo está bem alinhado, concorda?
Mas há três pontos que precisam ser explicados. Afinal, você não vai ter como fazer orçamento de obra preciso caso não saiba o que são:
- Custos diretos
- Custos indiretos
- Composições de custos unitários
Custos diretos
Como o próprio nome diz, são aqueles custos que estão diretamente relacionados ao serviço a ser executado. Há livros inteiros sobre este assunto e é recomendável que você se aprofunde no tema. No entanto, neste momento, vamos adotar um resumo que será suficiente para entender como fazer orçamento de obra.
Vamos considerar que custos diretos de construção são os gastos com materiais, equipamentos e mão de obra.
Portanto, a determinação dos custos diretos vem da composição de custos com as quantidades determinadas de insumos e de mão de obra. Mas atenção a um ponto importante: somente os custos com a mão de obra diretamente envolvida na execução é que são considerados custos diretos. E eles contemplam, inclusive, os encargos com esses profissionais.
Mas é claro que a execução de uma obra envolve também profissionais que não estão diretamente envolvidos com o canteiro. E como fazer orçamento de obra é o momento de contemplar todos os custos, o salário desses profissionais também precisa ser considerado.
No entanto, não como custos diretos. Pois eles entram na tabela de custos indiretos. Vamos a eles?
Custos indiretos
Também vamos adotar uma versão resumida e que vai funcionar para compreensão geral do nosso tema. Por isso, é suficiente considerar que custos indiretos são aqueles gastos com a administração da empresa como um todo. Envolve, portanto, custos com despesas administrativas, taxas de seguro e riscos, por exemplo.
Quer um exemplo bem simples?
O café do escritório! Ele até pode dar mais disposição para os trabalhadores, mas não contribui diretamente para a execução da obra.
Ainda assim, o café tem um custo a ser considerado no orçamento para que este retrate a realidade da obra. Logo, precisa ser especificado adequadamente na tabela de custos indiretos.
Composições de custos unitários
Agora sabemos classificar os custos envolvidos em uma construção entre diretos e indiretos. Para saber como fazer orçamento de obra é hora de entender como os custos de obra são compostos.
As composições são as ferramentas que indicam as quantidades de insumos e de mão de obra necessárias para cada serviço.
Por meio delas é possível saber quantos blocos, quanta argamassa, quantas e quais ferramentas são necessárias para levantar cada m² de alvenaria, por exemplo. Mais que isso, quantas horas/homem são demandadas.
Como fazer orçamento de obra: o que você não pode deixar de fora
Agora já sabemos quais são os principais conceitos envolvidos no processo de orçamentação. Sabemos também quais são as possíveis classificações para orçamentos, que variam conforme o nível de detalhamento. É chegada a hora de botar a mão na massa para saber como fazer orçamento de obra.
Evidentemente, existem incontáveis ferramentas tecnológicas que auxiliam no processo de como fazer orçamento de obra, inclusive o BIM. Tais recursos facilitam sobremaneira o processo de orçamentação.
Ainda assim, mesmo que sistemas sejam usados, é importante entender os procedimentos fundamentais de como fazer orçamento de obra. Para elaborar uma planilha de orçamento de obras é preciso seguir alguns passos.
E estes passos podem ser resumidos da seguinte maneira:
- Atribuir uma composição de preços para cada um dos serviços levantados;
- Fazer cotação;
- Fazer o levantamento dos custos indiretos e dos custos de acessórios;
- Considerar os impostos envolvidos;
- Definir o lucro almejado;
- Curva ABC;
- Calcular o BDI (Benefícios e Despesas Indiretas);
- Determinar o preço de venda;
- Fazer o fechamento da planilha já considerando o preço de venda.
Vamos detalhar um pouco cada um deles?
Composições de custos
As composições de preços unitários determinam os custos diretos da obra. Dessa forma, em alguns casos os projetistas fazem o levantamento de quantitativos; em outros, é função do orçamentista analisar o projeto e determinar quais são os serviços a serem executados e quais as composições de custos envolvidas.
Mas, independentemente do caso, o profissional responsável pelo orçamento tem que conferir os quantitativos indicados.
Pois é por meio deste processo que o profissional vai conseguir fazer o levantamento de quantitativos de materiais e mão de obra. Portanto, trata-se de etapa estratégica em como fazer orçamento de obra, sendo um pré-requisito para o desempenho do orçamento.
Neste processo podem ser usadas composições de custos disponíveis no mercado, como Sinapi, a base do DER, da FDE ou o TCPO, por exemplo.
Há, inclusive, regras para utilizar o Sinapi corretamente. Há, ainda, sistemas informatizados que aceleram e otimizam o processo de composição de custos de obra.
Então, a montagem das composições em si é feita com a discriminação de todos os materiais, equipamentos e mão de obra necessários para cada serviço. Atente para a importância de conhecer a produtividade das equipes envolvidas.
Dessa forma, para contar com dados confiáveis de produtividades, é recomendável estabelecer sistemas de apropriação de dados reais de obra. Além disso, é recomendável estabelecer com muita clareza os critérios de medição que serão adotados.
Levantamento de custos indiretos e acessórios
Muitas vezes negligenciados, os custos indiretos, como já explicamos, são compostos por gastos com água, energia, transporte, comunicações, escritório etc. Então, eles variam muito de obra para obra. Afinal, cada canteiro tem características específicas de acesso.
Dessa forma, remete à extrema importância da visita técnica no processo de orçamentação. A diligência ao local do canteiro permite ao orçamentista identificar condições desfavoráveis e que, consequentemente, impactam diretamente nos custos indiretos.
Da mesma maneira, cada construtora tem uma cultura diferente com relação à segurança, por exemplo. O prazo imposto pelo cliente também influencia os custos indiretos.
Cotação de materiais e serviços
A cotação consiste, resumidamente, em entrar em contato com fornecedores para levantar os preços por eles praticados. As boas práticas recomendam analisar os preços de pelo menos três fornecedores.
Também neste caso há ferramentas informatizadas que facilitam o processo de cotação de materiais de construção. Em todo caso, é importante saber como receber e fazer a equalização das propostas solicitadas.
Impostos em orçamento
É muito comum haver equívocos no momento de atribuir os respectivos impostos em orçamentos de obra.
Como o Brasil é um dos países com as cargas tributárias mais elevadas do planeta, esta é uma etapa estratégica para o sucesso do orçamento. Erros ou negligências ao atribuir os impostos devidos podem resultar em distorções severas no orçamento. Além, é claro, de resultar em multas e punições às empresas envolvidas.
Definição de lucro
Lucro é a diferença entre o faturamento obtido com o serviço prestado e os custos de execução do trabalho. É importante calcular a margem de lucro para entender, com base em dados históricos, qual o percentual de lucro sobre o montante de custos da empresa.
A definição do lucro nem sempre é simples na construção. Para chegar a esse valor as empresas precisam considerar suas características internas, as peculiaridades da obra e, é claro, o cenário do mercado.
Momentos de maior competitividade tendem a reduzir as margens de lucro. De qualquer maneira, não se pode negligenciar a importância de determinar o lucro em como fazer orçamento de obra.
Curva ABC
Este documento concentra os serviços ou insumos de uma obra a partir da ordem decrescente de custos. A Curva ABC é importante por permitir identificar os itens que mais pesam no orçamento de uma obra. Por meio dela é possível priorizar a negociação com fornecedores de materiais ou serviços que custam mais.
A Curva ABC serve, em alguns casos, como elemento de governança durante a execução de uma obra. Além disso, ela permite avaliar os impactos de aumentos de preços.
É recomendável saber como fazer curva ABC de materiais e serviços.
Cálculo do BDI
É neste momento em que o lucro desejado para o trabalho será incorporado à planilha. E isso é feito na forma de percentual em relação aos custos diretos. Por exemplo, obras públicas costumam ter regras bastante rígidas para determinação do BDI. O recurso adotado para maximizar os ganhos, nestes casos, é enxugar os custos indiretos.
De toda forma, não é recomendável adotar um BDI fixo para todas as obras. Certamente haverá peculiaridades difíceis de prever e que vão influenciar este índice.
Para calcular o BDI, portanto, é necessário indicar na planilha o custo unitário e o preço de venda. Há modelos de planilhas para cálculo de BDI disponíveis gratuitamente na internet.
Preço de venda
Você pode calcular o preço de venda com base na seguinte fórmula:
Preço de venda = custo direto x (1 + BDI/100)
Portanto, como se vê, o BDI é determinante para o cálculo do preço de venda na construção civil. Um dos conceitos envolvidos na determinação do preço de venda é o VGV (Valor Geral de Vendas).
Determina-se o VGV a partir da soma do valor potencial de venda de todas as unidades do empreendimento. Este número indica também a viabilidade do projeto imobiliário sob o ponto de vista comercial.
Fechamento de planilha orçamentária
O fechamento pode parecer uma evolução natural de como fazer orçamento de obra, mas é importante manter a atenção nesta etapa. Afinal, a organização das informações é uma tarefa estratégica para o orçamentista.
Isso porque há clientes que possuem modelos pré-determinados de planilhas de orçamento. Outros, entretanto, aceitam receber orçamentos em modelos de planilha desenvolvidos pelo orçamentista.
Em todo caso, é usual apresentar ao cliente uma planilha com as quantidades de preços unitários. É este documento que concentra as informações sobre quantidades e unidades de cada serviço, bem como os custos unitários, o BDI e o custo total.
É parte da boa prática, ainda, apresentar o BDI de forma clara, incluindo a incidência dos custos indiretos. Há clientes que exigem, ainda, o cronograma físico-financeiro, a apresentação de cotações de insumos e a curva ABC, por exemplo.
Conclusões sobre como fazer orçamento de obra
Neste momento você já deve ter uma noção melhor de como fazer orçamento de obra, não é mesmo?
Ainda assim, por mais que muitos pontos tenham sido contemplados neste post, há muito o que aprender. Por isso, é muito importante que o profissional de orçamentos se atualize constantemente.
Então, pensando nisso, listamos outros conteúdos que vão te ajudar a entender de uma vez por todas como fazer orçamento de obra:
- E-book: Os 10 erros mais comuns em orçamento de obras (e como evitá-los) – Parte 1
- E-book: Os 10 erros mais comuns em orçamento de obras (e como evitá-los) – Parte 2
Infográfico: por que cobrar por serviços de orçamento de obra?
Faça download do infográfico: por que cobrar por serviços de orçamento de obra?. Ele vai ajudar você a convencer até os mais resistentes de que além de fundamental, o esforço do engenheiro de custos pode (e deve) ser um serviço remunerado.
Uso da tecnologia para construir um orçamento colaborativo
O trabalho do orçamentista é aquele que passa pela análise crítica de muita gente da obra, não é verdade? Basta faltar cimento, rejunte ou uma maçaneta sequer que o nome daquele que projeta os insumos é lembrado no canteiro. É mais ou menos como diz aquela máxima do setor: “um mês para orçar e 24 meses para encontrar erros”. Se você é esse profissional, compreende melhor do que ninguém, que um orçamento bem feito ajuda a projetar a construção para ser lucrativa, planejando os tipos de equipamentos e materiais podem ser usados em cada fase da obra.
Sem essa previsão definida é possível que a obra extrapole o valor previsto (prejudicando o fluxo de caixa) ou até atrase a entrega do empreendimento, deixando seus clientes bem insatisfeitos. Por isso, é importante reunir todas as pessoas que impactam no orçamento para jogarem no seu time, e assim, tornar colaborativo esse processo.
Nesse sentido, é importante estabelecer etapas sequenciais, que sejam alimentadas pelos componentes de áreas estratégicas da construtora, com objetivo de evitar as oscilações entre a falta de insumos (que pode deixar o contingente de operários de braços cruzados e atrasar prazos) e o excesso de estoque (cujo armazenamento inadequado pode diminuir a resistência dos produtos, resultando em desperdício). Veja contribuições que profissionais e áreas estratégicas da obra podem fazer na etapa de levantamento de custos da construção:
- Engenheiro da obra: conhecer o perfil desse profissional, especialmente seu grau de autonomia em decisões que impactam o custo da construção, é importante para envolvê-lo nessa etapa colaborativa. Essas informações preliminares podem evitar equívocos no orçamento e o retrabalho, que leve você a promover trocas de fornecedores ou mesmo de algum tipo de material.
- Compras: contar com a avaliação desse setor contribui para mitigar problemas com fornecedores — seja por atraso nas entregas ou por má qualidade da mercadoria, por exemplo. Qualificar e avaliar os prestadores de serviço evita que sua empresa fique refém de um único fornecedor, que pode gerar impactos na obra, sobretudo no custo dela.
- Planejamento: ter uma análise global do projeto contribui para dimensionar os custos com mais precisão. Até porque será possível prever o trabalho de logística (caso materiais sejam adquiridos em locais distantes da obra) ou ainda identificar melhores técnicas e serviços a serem adotados (para otimizar insumos e mão de obra). Outra vantagem é que, com essas informações, é possível estruturar uma curva ABC de insumos .
Como a obra é executada em um largo período, a melhor saída para o registro e compartilhamento dos dados entre as áreas é contar com um sistema de gestão (ERP — Enterprise Resource Planning) especializado na construção civil.
Uma ferramenta qualificada contribui para o armazenamento de informações durante todo o período da obra, a partir de acessos facilitados concedidos a pessoas estratégicas.
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