O financiamento bancário já habita quase sozinho na mente de quem sonha com a casa própria ou deseja trocar de carro.
E o empreendedor que enxerga uma oportunidade comercial também pode se interessar pelo crédito, seja para uma reforma, expansão ou garantia de capital de giro. Mas é sempre bom ficar atento aos cuidados antes de fechar um financiamento bancário. Caso contrário, o que era pra servir como alavanca pode acabar como uma prisão financeira.
A questão é:
Quais cuidados você deve tomar? E como funciona, exatamente, o financiamento bancário? É isso que eu vou te mostrar neste artigo.
Afinal, como é feito um financiamento bancário?
Quando falamos de financiamento bancário talvez logo venha à sua mente a ideia de financiar uma casa ou carro. Mas essas não são as únicas possibilidades. A definição básica do conceito é que uma pessoa ou organização recebe um aporte financeiro de uma instituição autorizada.
Ou seja:
Todo tipo de empréstimo e crédito que você toma para pagar com juros depois é um modelo de financiamento bancário. Dito isso, podemos responder: como é feito um financiamento bancário?
Não importa qual seja o modelo adotado ou a instituição que você procura, alguns procedimentos são padrão. Já outros variam levemente entre um lugar e outro, principalmente em termos de burocracia para aprovar e condições de pagamento.
1. Consulta pelas linhas de crédito
O primeiro contato deve ser a consulta pelas diferentes linhas de crédito que a instituição financeira oferece. Isso é importante para saber qual a melhor opção de financiamento para o seu objetivo e as suas condições de pagamento.
Por exemplo, certas linhas são específicas para pequenos empreendimentos. Outras são voltadas para compra, construção ou reforma de imóveis. Consultar as diferentes alternativas é o primeiro passo para encontrar a melhor para a sua necessidade específica.
Em geral, essa pesquisa inicial acontece em várias instituições diferentes e, por isso, ainda não existe vínculo ou contato entre o cliente e a empresa que vai conceder o crédito. Na maior parte dos casos, é possível fazer simulações para comparar como o financiamento vai funcionar na prática.
2. Entrega da documentação
Depois de escolher a melhor instituição e a linha de crédito mais apropriada para o seu objetivo, começa o processo de fechamento. E a primeira etapa é a entrega da documentação necessária para analisar e aprovar o crédito.
Quais documentos é necessário entregar?
Varia de acordo com a empresa e o tipo de crédito que você deseja tomar. Mas, como regra, documentos de identificação e comprovação de renda são essenciais. É comum que o profissional responsável pelo seu atendimento informe o prazo para aprovação logo na entrega dos documentos.
3. Aprovação
Depois que os dados forem aprovados, é hora de assinar o contrato e formalizar a relação com a instituição financeira. Em alguns casos, o pagamento começa assim que o financiamento é aprovado, mas isso varia de acordo com o seu combinado na hora de fechar o acordo.
O mais importante é:
A partir deste momento a sua relação como cliente se formaliza, e ambas as partes têm de cumprir integralmente com suas obrigações definidas em contrato. Neste ponto você já deve ter bem claro quais serão os próximos passos para receber o crédito e usá-lo.
4. Liberação do crédito
A liberação do crédito também acontece de formas diferentes, de acordo com cada tipo de financiamento. Mas isso não quer dizer que é só nesse momento que você só vai saber como a liberação ocorre.
Pelo contrário:
Logo na fase de consulta das linhas de crédito já vale a pena perguntar como funcionam essas etapas, de forma detalhada, até porque isso pode fazer diferença na sua escolha.
Quais são os critérios usados pelas instituições financeiras?
Em geral, as instituições financeiras querem saber 3 coisas: se você é uma pessoa ou empresa real (e não uma fraude), qual seu histórico de pagamentos e sua capacidade atual de pagamento.
Esses três fatores determinam qual a probabilidade de um cliente honrar com o compromisso e a instituição lucrar. Por isso, alguns dos documentos que você precisará entregar são:
- CPF ou CNPJ para comprovar identidade e histórico de pagamentos;
- comprovante de endereço e de renda.
Mais uma vez é bom lembrar que cada lugar tem um processo próprio. Além disso, no caso de empresas, outros documentos fiscais e contábeis podem ser necessários para comprovar que a situação legal da empresa está em dia com a receita federal.
Que cuidados você deve tomar ao fechar um financiamento bancário?
Muita gente comete dois erros graves na hora de pensar em financiamento. O primeiro é pensar apenas na burocracia do processo, e o segundo é contabilizar apenas a taxa de juros.
Veja alguns dos cuidados que você precisa tomar antes de fechar qualquer tipo de financiamento:
Propostas atraentes
Vendedores vendem. E como qualquer mercado, o setor de financiamento das instituições é um produto, muito lucrativo para elas. Por isso, pode esperar por ofertas de todos os tipos. Mas uma oferta que parece atrativa pode não ser a melhor escolha no longo prazo.
E um financiamento é, quase sempre, um compromisso de longo prazo. Por isso, cuidado com propostas atraentes. Veja se você realmente precisa do dinheiro e se o financiamento é mesmo a melhor forma de consegui-lo.
Custos escondidos
Outra coisa comum é que existam alguns custos escondidos no processo de financiamento. E se você esperar para descobrir quais são eles depois de assinar o contrato, não terá opção senão pagar o que for preciso.
Principalmente no caso de financiamento de imóveis, os custos com documentação e projetos não são cobertos pelas instituições. Em construções, por exemplo, muros e portões também nem sempre são parte do acordo.
Descubra quais são os custos escondidos no tipo de financiamento que você está pensando em fechar e responda:
Quanto a mais será preciso gastar, além do valor da entrada e das parcelas, para pagar esses valores? O financiamento continua sendo uma boa opção depois de adicionar esse valor à conta?
Juros
A taxa de juros não é o único ponto que você deve ver, como se juros relativamente baixos fossem bons. O acúmulo dos juros ao longo dos anos produz um efeito cascata que faz com que você pague de duas a três vezes o valor financiado.
Por isso, veja na simulação não apenas o valor das parcelas ou a taxa de juros anual, mas também o custo efetivo total (CET). Ele te dará a noção do valor real que você vai pagar. Daí poderá comparar a oportunidade com o custo e decidir se vale a pena financiar.
Condição de pagar até o fim
O pagamento deve ser regular até o fim do acordo. Em geral, as pessoas só financiam valores altos, o que significa pagar as prestações com juros por vários anos, ou até décadas.
Deixar de pagar não é uma opção, já que qualquer atraso resulta em mais juros. Com o tempo, essas dívidas se torna uma bola de neve. Por isso é fundamental pensar bem no tamanho das parcelas que você terá condições de pagar, não só agora, mas pelo tempo total do contrato.
O financiamento bancário pode ser uma boa opção, mas não feche um acordo deste tipo a menos que tenha certeza de que precisa do dinheiro e que financiar é a única solução. Por fim, só financie um valor que tem condições de pagar até o fim, com juros e custos escondidos. Caso contrário, esse aporte será mais veneno que remédio para sua empresa.
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