Antes de você consultar um dicionário, eu advirto: a palavra construtibilidade não existe! Trata-se de um neologismo, um aportuguesamento da palavra inglesa constructibility.
O Construction Industry Institute (CII) e a AACE International definem construtibilidade como sendo “o uso ótimo do conhecimento e experiência nas fases de planejamento, projeto, suprimento e operações de campo de forma a se alcançar os objetivos gerais do empreendimento”. Sendo assim, a análise de construtibilidade consiste na avaliação sistemática dos desenhos, especificações e normas, com foco na praticidade executiva e na eficiência construtiva.
Embora a análise de construtibilidade deva ser aplicada desde o início do empreendimento, na fase de projeto arquitetônico e de engenharia, neste post eu vou abordar sua aplicação já na fase de obra.
Uma pergunta: você já viveu a situação de a equipe se preparar para um determinado serviço, mas na hora H não haver espaço para um determinado equipamento passar ou surgir interferência com outra equipe? É justamente isso que a análise de construtibilidade busca evitar, através de uma reunião multidisciplinar, com um check-list previamente preparado e com o firme propósito de identificar e eliminar restrições ou, se for o caso, rever o processo construtivo.
A maneira como nós fazemos é a que mostramos simplificadamente abaixo. Dividimos a análise em três camadas: categoria, aspecto e preocupação. Vamos pensar numa obra industrial, já próximo de se realizar a montagem da estrutura metálica (veja este filme). O objetivo da análise é verificar se realmente essa montagem pode ser feita como a equipe de planejamento bolou.
Depois que vi uma obra ficar de braços cruzados porque o caminhão que trazia uma enorme treliça metálica não conseguiu passar por baixo de um viaduto, fiquei “escabriado”. Tem que se pensar em tudo. Planejar não é apenas pensar no método executivo — é também imaginar o que pode dar errado…