Construção civil: Um Guia completo sobre o setor – Sienge

Construção civil é um dos principais setores industriais do País. A função da construção civil é ajudar a desenvolver o bem estar da sociedade, preservando o meio ambiente, por meio de obras de engenharia civil nos segmentos de infraestrutura e edificações.

 

 

Os profissionais da Construção Civil

 

 

Historicamente, o desempenho do mercado da construção civil acompanha a economia brasileira. Logo, o mercado de trabalho desse setor é cíclico, com períodos de alta demanda e, consequentemente, altos salários, e épocas em que os níveis de desemprego prejudicam a empregabilidade em todos os cargos e profissões. Confira alguns profissionais que trabalham no setor da construção civil.

 

 

Arquiteto e urbanista

 

É o profissional que projeta e idealiza os espaços para os mais diversos usos humanos, incluindo prédios, praças, casas, escritórios, hospitais, museus, escolas, pontes, dentre outras. Para planejar e organizar os espaços o arquiteto leva em consideração as necessidades de quem utilizará a construção acabada.

No Brasil, esses profissionais são regulados, orientados e fiscalizados pelo Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU). Quanto ganha um Arquiteto Projetista: R$ 6.484,96 (Maio/2024)

Os cinco melhores cursos de Arquitetura e Urbanismo (Graduação)

 

De acordo com o Ranking Universitário Folha (RUF) 2016 esses são os melhores cursos:

 

  1. Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
  2. Universidade de São Paulo (USP)
  3. Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
  4. Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
  5. Universidade Presbiteriana Mackenzie (Mackenzie)

 

Engenheiro Civil

 

É o profissional responsável por projetar, gerenciar e executar obras de construção civil. O profissional de engenharia civil atua em todas as etapas de uma construção, seja de sobrados, prédios, pontes, viadutos, túneis, rodovias, ferrovias, barragens etc.

De acordo com a especialidade, é responsabilidade do engenheiro civil a análise do solo, a definição dos tipos de fundação, do partido estrutural, da impermeabilização, dos acabamentos e todos os sistemas incorporados a um empreendimento.

O engenheiro civil responde também pela execução, coordenando equipes de trabalho, supervisionando prazos, custos, zelando pelos padrões de qualidade e de segurança. A profissão de engenheiro civil se organiza conforme a disciplina de estudo do profissional, podendo ser: geotecnia e fundações, estruturas, cobertura, revestimento, sistemas, instalações, fechamentos, alvenaria, impermeabilização, dentre outras.

Algumas funções que podem ser exercidas pelo engenheiro civil: diretor de negócios de obras de infraestrutura, gerente de obras, gerente de engenharia, coordenador de obras, coordenador de engenharia, supervisor de engenharia, engenheiro de obras, gerente de logística e suprimentos. Salário médio: R$ 8.443,84 

 

Perito em engenharia

 

Com formação técnica em engenharia civil e conhecimentos que permeiam o mercado e o direito imobiliários, o perito em engenharia tem como função coletar e analisar informações relacionadas às condições técnicas de imóveis, máquinas ou sistemas da engenharia.

No caso de sinistros, é o perito engenheiro civil quem avalia as causas, determinando se o acidente decorre de falha estrutural, patologias, anomalias ou desempenho incompatível com as necessidades da situação. Assim, o trabalho do perito é fundamental para determinar se houve má execução, erro de projeto ou problema com os materiais.

Como é o perito quem elabora o laudo que vai orientar a decisão do juiz no caso de uma ação judicial, é interessante que esse profissional tenha conhecimentos de direito relacionados ao Código Civil e à disciplina processual. Salário médio: R$4.060,00

 

Operários

 

Os operários de construção civil desempenham uma variedade de tarefas no canteiro de obras. Eles podem atuar na preparação do terreno, montagem de estruturas, instalação de sistemas hidráulicos e elétricos, e execução de acabamentos. Suas funções variam conforme a fase da obra e as necessidades específicas do projeto. Salário médio: R$1.252,00

Mestre de Obras


Profissional que fiscaliza e supervisiona a obra até a conclusão. É o líder da equipe de operários da construção civil dentro do canteiro de obras, com responsabilidade sobre o controle de equipamentos, materiais, inspeção da qualidade e cronograma da obra. Por isso, em geral é um profissional com experiência e que conhece todas as etapas da construção, os materiais e as funções de cada operário, sendo capaz de ler e interpretar projetos. Salário médio: R$3.769,00 
 
 

Apontador de Obras


O apontador de obras é responsável por registrar e controlar a frequência dos trabalhadores no canteiro de obras, monitorando as horas trabalhadas e a produtividade da equipe. Ele também auxilia no controle de materiais e na logística do canteiro, garantindo que as informações estejam corretas para a folha de pagamento e relatórios de obra. Salário Médio: R$ 2.081,24

 

Pedreiro


O pedreiro é responsável por executar trabalhos de alvenaria, como construir paredes, muros e outras estruturas de concreto, tijolo ou pedra. Eles também podem realizar tarefas como reboco, assentamento de pisos e revestimentos. São essenciais em qualquer obra! Salário Médio: R$2.226,55

 

Técnico em Construção Civil


O técnico em construção civil trabalha no planejamento e execução de obras, supervisionando a equipe de trabalho e garantindo que o projeto seja seguido conforme as especificações técnicas. Eles também auxiliam na elaboração de orçamentos, cronogramas e relatórios técnicos. Salário Médio: R$4.001,00
 

Armador


O armador é responsável por preparar, montar e instalar as armaduras de ferro ou aço que serão utilizadas na estrutura de concreto de uma obra. Eles cortam, dobram e posicionam as barras de aço conforme os projetos estruturais. Salário Médio: R$1.576,00
 

Servente ou Ajudante de Obra


O servente ou ajudante de obra auxilia os profissionais da construção civil nas tarefas diárias, como transportar materiais, preparar massas de cimento, limpar áreas de trabalho e outras atividades de suporte. Salário Médio: R$1.635,89
 

Carpinteiro


O carpinteiro é responsável por construir, montar e instalar estruturas de madeira, como formas para concreto, telhados, portas, janelas e escadas. Eles trabalham com ferramentas manuais e elétricas para cortar, moldar e montar peças de madeira. Salário Médio: R$2.272,32

Fonte de Salários com atualização em Maio de 2024: https://www.salario.com.br/ 

 

Órgãos da Construção Civil

 

Sinduscon (Sindicato da Indústria da Construção Civil)

 

O Sinduscon é a entidade que representa a classe empresarial na construção civil brasileira, atuando na defesa dos interesses de construtoras e incorporadoras, cada estado conta com, pelo menos. O Sinduscon faz a representação patronal durante as negociações com os sindicatos de trabalhadores do setor. Também é responsabilidade desse órgão pesquisar e divulgar o CUB (Custo Unitário Básico) das regiões que representam.

 

Confea (Conselho Federal de Engenharia e Agronomia)

 

Criado em 1933, o Confea é responsável pela regulamentação profissional e técnica no Brasil. Além de Engenheiros e Agrônomos, a entidade representa também os geógrafos, geólogos, meteorologistas, tecnólogos dessas modalidades, técnicos industriais e agrícolas e suas especializações. O Confea agrega todos os Creas (Conselhos Regionais de Engenharia e Agronomia).

Telefone: (61) 2105-3700

 

Secovi (Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais e Comerciais)

 

O Secovi (Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais e Comerciais) ou, simplesmente, Sindicato da Habitação, é uma entidade patronal que tem como missão desenvolver, representar, promover e defender a atividade imobiliária em seus segmentos.

 

IAB (Instituto de Arquitetos do Brasil)

 

O IAB é uma entidade de livre associação de arquitetos e urbanistas brasileiros, que se dedica a temas de interesse do arquiteto, da cultura arquitetônica e de suas relações com a sociedade. Foi fundado no Rio de Janeiro em 1921. Não tem fins lucrativos e seus dirigentes não são remunerados. O IAB adotou o modelo federativo e conta com Departamentos autônomos em todos os estados, com núcleos locais nos municípios de maior relevância.

Telefone: (21) 2557-4480

 

Outras entidades da Construção Civil

 

CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção)

 

Fundada em 1957, a Câmara Brasileira da Indústria da Construção tem o objetivo de tratar de questões ligadas à Indústria da Construção e ao Mercado Imobiliário. Sediada em Brasília, a CBIC reúne 81 sindicatos e associações patronais do setor da construção, das 27 unidades da Federação.

CBIC representa politicamente o setor e promove a integração da cadeia produtiva da construção, em âmbito nacional, contribuindo para o desenvolvimento econômico e social do País.

Telefone: (61) 3327-1013

ABCP (Associação Brasileira de Cimento Portland)

Associação Brasileira de Cimento Portland foi fundada em 1936 com o objetivo de promover estudos sobre o cimento e suas aplicações. É uma entidade sem fins lucrativos, mantida voluntariamente pela indústria brasileira do cimento, que compõe seu quadro de Associados.

Telefone: 0800-0555776

ABAI (Associação Brasileira de Argamassa Industrializada)

Associação Brasileira de Argamassa Industrializada, fundada em 10 de dezembro de 2002, é uma Associação Civil, de âmbito nacional, com fins não econômicos e de duração indeterminada.

Seu propósito é contribuir para a solidariedade entre os associados, representando-os e defendendo os seus interesses, promover as Argamassas industrializadas junto de prescritores, donos de obra, projetistas, comerciantes, empresas de construção, empresas de fiscalização e aplicadores e contribuir para a manutenção dos níveis de qualidade exigidos para os produtos de construção.

Telefone: (11) 3760-5427

Sobratema (Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração)

Com mais de 28 anos de atividade, a Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração se dedica a propor soluções para o desenvolvimento tecnológico do setor, difundir o conhecimento e informações, participar da formação, especialização e atualização de profissionais que atuam no mercado brasileiro da construção e da mineração.

Telefone: (11) 3662-4159

 

ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas)

A Associação Brasileira de Normas Técnicas foi fundada em 1940 com a finalidade de ser o Foro Nacional de Normalização. Trata-se de uma entidade privada e sem fins lucrativos que é responsável pela elaboração das Normas Brasileiras (NBR), elaboradas por seus Comitês Brasileiros (ABNT/CB), Organismos de Normalização Setorial (ABNT/ONS) e Comissões de Estudo Especiais (ABNT/CEE).

Desde 1950, a ABNT atua também na avaliação da conformidade e dispõe de programas para certificação de produtos, sistemas e rotulagem ambiental.

Telefone: (11) 3017.3630

IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas)

O Instituto de Pesquisas Tecnológicas é um instituto vinculado à Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado de São Paulo.

IPT conta com laboratórios capacitados e equipe de pesquisadores e técnicos altamente qualificados, atuando basicamente em quatro grandes áreas – inovação, pesquisa & desenvolvimento; serviços tecnológicos; desenvolvimento & apoio metrológico, e informação & educação em tecnologia.

Telefone: (11) 3767-4000

ABMS (Associação Brasileira de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica)

A Associação Brasileira de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica é uma associação técnico científica sem fins lucrativos.

Fundada em 1950, a ABMS congrega no Brasil os profissionais geotécnicos que atuam em Mecânica dos Solos, Mecânica de Rochas, Mecânica dos Pavimentos, Fundações, Barragens, Escavações, Túneis, Mineração, Geossintéticos, Geotecnia Ambiental, Aterros Sanitários, Geomecânica do Petróleo,  e demais atividades da Engenharia Geotécnica.

Telefone: (11) 3883-0023

CTQ (Comitê de Tecnologia e Qualidade) do SindusCon-SP

O Comitê de Tecnologia e Qualidade do SindusCon-SP (CTQ) é uma instância de estruturação de ações setoriais ligadas a tecnologia e qualidade, que atua desde 1995 na análise de questões de afetam a construção civil nestes temas.

Telefone: (11) 3334-5600

 

Técnico em Edificações

 

O que faz um técnico em edificações?

 

Ao técnico em edificações é permitido desenvolver e executar projetos de edificações com até 80 m² de área construída que não constituam conjuntos residenciais e não envolvam estruturas de concreto armado ou metálica. Assim, é o técnico em edificações que:

  • Planeja a execução, elabora orçamento e memorial descritivo de obras
  • Supervisiona a execução de diferentes etapas do processo construtivo
  • Presta assistência técnica no estudo e desenvolvimento de projetos, pesquisas e controle tecnológico de materiais na área da Construção Civil. Orienta e coordena a execução de serviços de manutenção de equipamentos e de instalações em edificações
  • Orienta na assistência técnica para compra, venda e utilização de produtos e equipamentos especializados

 

 

Mercado de trabalho para o técnico em edificações

 

 

Há cerca de 50 mil técnicos em edificações em atuação no Brasil. O profissional técnico em edificações pode trabalhar em construtoras, plataformas, refinarias, estaleiros, empresas de paisagismo e decoração, dentre outras. É permitido a esse profissional atuar como autônomo, incluindo a prestação de serviços de consultoria para elaboração de projetos de engenharia e arquitetura, ou mesmo para órgãos Federais e Estaduais.

Leia também: O Crea-SP (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado de São Paulo) conta com uma seção inteira apenas com respostas a perguntas frequentes relacionadas à atuação do profissional Técnico em Edificações.

 

Atribuições do técnico em edificações

 

De acordo com o artigo 4º do Decreto Federal n° 90.922/85, cabe ao técnico em edificações, respeitados os limites de sua formação:

I – executar e conduzir a execução técnica de trabalhos profissionais, bem como orientar e coordenar equipes de execução de instalações, montagens, operação, reparos ou manutenção;

II – prestar assistência técnica e assessoria no estudo de viabilidade e desenvolvimento de projetos e pesquisas tecnológicas, ou nos trabalhos de vistoria, perícia, avaliação, arbitramento e consultoria, exercendo, dentre outras, as seguintes atividades;

III – executar, fiscalizar, orientar e coordenar diretamente serviços de manutenção e reparo de equipamentos, instalações e arquivos técnicos específicos, bem como conduzir e treinar as respectivas equipes;

IV – dar assistência técnica na compra, venda e utilização de equipamentos e materiais especializados, assessorando, padronizando, mensurando e orçando;

V – responsabilizar-se pela elaboração e execução de projetos compatíveis com a respectiva formação profissional;

VI – ministrar disciplinas técnicas de sua especialidade, constantes dos currículos do ensino de 1º e 2º graus, desde que possua formação específica, incluída a pedagógica, para o exercício do magistério, nesses dois níveis de ensino.

 

Principais atividades da Construção Civil

 

Orçamento na construção civil

 

O que é?

Orçamento é um instrumento de planejamento empresarial que contém tanto estimativa de despesas ao longo do tempo como informações de receitas previstas.

 

O que é BDI? Qual a importância? 

 

BDI, ou Budget Difference Inquiry (em português, “Orçamento Diferencial de Inquérito”), é um termo comum na construção civil, mais especificamente na gestão de projetos. Ele se refere à soma dos custos indiretos, taxas e margens de lucro que são adicionados ao custo direto de um projeto de construção. A composição do BDI varia de projeto para projeto e pode incluir diferentes componentes. 

  1. Planejamento Financeiro: Ajuda a empresa a prever e cobrir todos os custos associados ao projeto, garantindo que não haja déficits financeiros.
  2. Competitividade: Permite que a empresa apresente orçamentos mais precisos e competitivos, facilitando a obtenção de contratos.
  3. Gestão de Riscos: Ao incluir contingências, o BDI ajuda a mitigar riscos financeiros e operacionais inesperados.
  4. Transparência: Proporciona uma visão clara e detalhada dos custos totais do projeto, tanto para a empresa quanto para o cliente.
  5. Sustentabilidade do Negócio: Garante que a empresa não apenas cubra seus custos, mas também obtenha lucro, assegurando sua viabilidade a longo prazo.

Portanto, o BDI é essencial para a saúde financeira e operacional de projetos de construção, proporcionando uma base sólida para a precificação, gestão de riscos e lucratividade.

 

O que é planejamento tributário na construção civil?

 

O planejamento tributário na construção civil é um conjunto de estratégias e práticas adotadas pelas empresas do setor para otimizar a carga tributária e cumprir de maneira eficiente as obrigações fiscais. Esse planejamento é crucial devido à complexidade da legislação tributária brasileira e à grande quantidade de tributos incidentes sobre as atividades de construção.

 

Objetivos do Planejamento Tributário

 

  • Redução da Carga Tributária: Minimizar legalmente o valor dos tributos a serem pagos, utilizando-se de incentivos fiscais, regimes tributários adequados e outras ferramentas previstas na legislação.
  • Prevenção de Problemas Fiscais: Evitar autuações e penalidades decorrentes de erros ou descumprimentos fiscais.
  • Melhoria do Fluxo de Caixa: Programar os pagamentos de tributos de forma a melhorar o fluxo de caixa da empresa.
  • Aproveitamento de Benefícios Fiscais: Identificar e utilizar incentivos fiscais, isenções, regimes especiais e créditos tributários.
  • Adoção de Estruturas de Negócios Otimizadas: Organizar a estrutura empresarial de modo a aproveitar ao máximo as vantagens fiscais.

 

Projeto de Construção Civil

 

Um projeto de construção civil é o conjunto de atividades e processos necessários para planejar, desenhar, aprovar, executar e finalizar uma obra. Envolve várias etapas, como:

  1. Estudo de Viabilidade: Análise econômica, técnica e ambiental do projeto.
  2. Projeto Arquitetônico: Desenvolvimento do layout e design da construção.
  3. Projetos Complementares: Incluem projetos estruturais, elétricos, hidráulicos, entre outros.
  4. Orçamento e Cronograma: Planejamento financeiro e temporal do projeto.
  5. Aprovações e Licenças: Obtenção das permissões necessárias junto aos órgãos reguladores.
  6. Execução: Construção propriamente dita, seguindo os planos e cronogramas estabelecidos.
  7. Finalização e Entrega: Conclusão das obras, vistoria e entrega do projeto.

 

ART na Construção Civil

 

A Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) é um documento emitido pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA) que formaliza a responsabilidade técnica de profissionais de engenharia, agronomia, geologia, geografia e meteorologia em relação a obras ou serviços técnicos. A ART garante que a obra está sendo realizada por um profissional habilitado e é essencial para a segurança e a legalidade do projeto.

 

Resíduos da Construção Civil

 

Os resíduos da construção civil (RCC) são materiais gerados durante a construção, reforma, reparo ou demolição de estruturas. Eles podem incluir concreto, tijolos, metais, madeira, gesso, entre outros. A gestão adequada dos RCC é crucial para minimizar os impactos ambientais e pode incluir:

  1. Redução: Minimizar a geração de resíduos desde o início do projeto.
  2. Reutilização: Reaproveitar materiais em novas construções.
  3. Reciclagem: Transformar resíduos em novos materiais de construção.
  4. Disposição Final Adequada: Garantir que os resíduos sejam descartados em locais apropriados.

 

Resolução CONAMA 307 e SIGOR

 

A Resolução CONAMA 307, de 2002, estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil no Brasil. Ela classifica os resíduos em quatro classes (A, B, C e D) e define responsabilidades para geradores, transportadores e órgãos públicos.

O Sistema Estadual de Gerenciamento Online de Resíduos Sólidos (SIGOR) é uma ferramenta que facilita o controle e a fiscalização da gestão de resíduos, garantindo que os processos sejam realizados de acordo com a legislação.

 

Planejamento Logístico na Construção Civil

 

O planejamento logístico envolve a coordenação e a otimização do fluxo de materiais, equipamentos e pessoal em um projeto de construção. Inclui:

  1. Transporte e Armazenamento de Materiais: Garantir a entrega e o armazenamento eficientes de materiais no local da obra.
  2. Gestão de Equipamentos: Planejamento e coordenação do uso de máquinas e equipamentos.
  3. Fluxo de Trabalho: Organização das etapas da construção para maximizar a eficiência e evitar atrasos.
  4. Segurança: Implementação de medidas para garantir a segurança de trabalhadores e materiais.

 

Compras na Construção Civil

 

A gestão de compras na construção civil envolve a aquisição de materiais, equipamentos e serviços necessários para a execução de um projeto. Aspectos importantes incluem:

  1. Seleção de Fornecedores: Escolha de fornecedores confiáveis e com boa relação custo-benefício.
  2. Negociação de Preços: Obtenção de melhores condições de pagamento e descontos.
  3. Controle de Qualidade: Garantia de que os materiais e equipamentos adquiridos atendam às especificações do projeto.
  4. Prazo de Entrega: Coordenação para garantir que os materiais sejam entregues no tempo certo, evitando atrasos na obra.

 

Mão de Obra na Construção Civil

 

A gestão da mão de obra envolve a seleção, contratação, treinamento e supervisão dos trabalhadores envolvidos em um projeto de construção. Inclui:

  1. Recrutamento e Seleção: Contratação de profissionais qualificados.
  2. Treinamento e Capacitação: Desenvolvimento das habilidades dos trabalhadores.
  3. Segurança no Trabalho: Implementação de medidas de segurança para prevenir acidentes.
  4. Gestão de Equipes: Coordenação das atividades diárias e resolução de problemas.

 

Medição

 

A medição na construção civil refere-se ao processo de quantificação dos trabalhos realizados em uma obra para efeito de pagamento. É essencial para garantir que o progresso da obra esteja conforme o planejado e que os pagamentos aos fornecedores e trabalhadores sejam precisos e justos.

 

Gestão do Estoque na Construção Civil

 

A gestão do estoque envolve o controle e a organização dos materiais e suprimentos disponíveis no canteiro de obras. Aspectos importantes incluem:

  1. Controle de Entrada e Saída: Registro de materiais recebidos e utilizados.
  2. Inventário: Contagem regular do estoque para evitar falta ou excesso de materiais.
  3. Armazenamento Adequado: Garantir que os materiais sejam armazenados corretamente para evitar danos e perdas.
  4. Reabastecimento: Planejamento para reabastecer materiais antes que acabem, evitando interrupções na obra.

 

Gestão de Relacionamento com os Fornecedores

 

A gestão de relacionamento com os fornecedores envolve o estabelecimento e a manutenção de parcerias estratégicas com os fornecedores de materiais e serviços. Isso inclui:

  1. Comunicação: Manter uma comunicação clara e constante com os fornecedores.
  2. Negociação: Estabelecer acordos favoráveis e justos.
  3. Avaliação de Desempenho: Monitorar e avaliar o desempenho dos fornecedores.
  4. Colaboração: Trabalhar junto com os fornecedores para resolver problemas e melhorar processos.

 

Relacionamento com o Entorno

 

O relacionamento com o entorno envolve a interação e a comunicação com a comunidade e as partes interessadas ao redor do local da construção. Isso é importante para minimizar os impactos negativos da obra e pode incluir:

  1. Comunicação Transparente: Informar a comunidade sobre o progresso da obra e eventuais inconvenientes.
  2. Gestão de Impactos Ambientais e Sociais: Implementar medidas para minimizar ruídos, poeira, trânsito e outros impactos.
  3. Engajamento Comunitário: Envolver a comunidade em decisões relevantes e responder a preocupações e sugestões.
  4. Responsabilidade Social: Demonstrar comprometimento com práticas de responsabilidade social e sustentabilidade.
 

Modelos e contratos para a Construção Civil

 

Turn key

 

Também conhecido no meio da construção civil como Engineering, Procurement and Constructiction (EPC), empreitada global ou contrato chave na mão, nesse modelo a empresa contrata um único escritório que fica responsável por cuidar desde a implantação até a entrega das chaves.

Esse modelo pode ser adotado em empreendimentos de todos os tipos, desde imobiliários até obras de infraestrutura. Em todos os casos, tanto o preço quanto o prazo de entrega são definidos de antemão.

 

Contrato de Empreitada

 

Nesse modelo, a empresa contratada assume o compromisso de entregar a obra plenamente concluída sob a direção e a responsabilidade do construtor. Como não há subordinação da empreiteira contratada à construtora dona da obra, todas as condições são previamente estabelecidas em contrato. Há contratos de empreitada com fornecimento de materiais, conhecida como empreitada mista, ou, a mais comum, com fornecimento apenas da mão de obra, também chamada de empreitada de lavor.

 

PPP

 

Nesse tipo de contrato firmado com o p a obra plenamente concluída sob a direção e a responsabilidade do construtor. Como não há subordinação da empreiteira contratada à consas condições são previamente estabelecidas em contrato. Há contratos de empreitada com fornecimento de materiais, conhecida como empreitada mista, ou, a mais comum, com fornecimento apenas da mão de obra, também chamada de empreitada de lavor.
 

Built to suit

 

Na tradução do inglês, construir para servir. Indica o tipo de contrato em que o imóvel é construído para atender às necessidades de um locatário de longo prazo – entre dez e vinte anos – já pré-definido. Enquanto o locatário – em geral uma indústria ou comércio – não imobiliza capital na construção do imóvel, o locador tem retorno garantido do investimento ao longo da vigência do contrato.
 

Crédito Imobiliário

 

História resumida do crédito imobiliário no Brasil

 

Até a década de 1930, a construção de habitações no Brasil foi de responsabilidade exclusiva da iniciativa privada. Com a industrialização do País, intensificou-se a urbanização e o Estado passou a intervir na construção de conjuntos habitacionais.

Mesmo assim, apenas em 1964, com a criação do Sistema Financeiro de Habitação (SFH), é que iniciou-se a criação de um mecanismo de crédito habitacional estruturado e capaz de conciliar oferta e demanda. Até hoje o SFH é a base do crédito imobiliário no Brasil.

Isso porque instituiu correção monetária dos ativos e passivos, garantindo rentabilidade real às aplicações dos poupadores; e criou o Banco Nacional da Habitação (BNH), que propiciou a formação de uma rede de agentes financeiros especializados na intermediação da captação e aplicação de recursos.

 

Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE): Os recursos são dos rendimentos das poupanças de cada banco. Do total depositado, até 65% pode ser usado como crédito imobiliário.

 

Recursos livres de aplicações financeiras imobiliárias: Os principais fundos são Letras de Crédito Imobiliário (LCIs), Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) e Letras Hipotéticas (LHs).

 

Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) Recolhido mensalmente do salário dos trabalhadores contratados com carteira assinada.

 

Sistema Financeiro Habitacional (SFH): Para financiamentos com valor máximo de R$ 750 mil nos Estados de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal e R$ 600 mil nos demais Estados. O limite máximo de financiamento é de 80% do valor do imóvel.

 

Sistema de Financiamento Imobiliário (SFI): Para imóveis com valor acima de R$ 750 mil em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Distrito Federal e acima de R$ 600 mil nas demais regiões. Não há limite máximo para o valor financiado.

 

Outros termos inerentes ao crédito imobiliário:

 

LIG (Letra Imobiliária Garantida)

 

A Letra Imobiliária Garantida (LIG) é um título de dívida emitido por instituições financeiras, lastreado em créditos imobiliários. Ela oferece uma garantia dupla aos investidores: a garantia dos créditos imobiliários que compõem a carteira de ativos subjacentes e a garantia da instituição financeira emissora. As principais características da LIG incluem:

  1. Segurança: Oferece dupla garantia, dos créditos imobiliários e do patrimônio da instituição emissora.
  2. Liquidez: Pode ser negociada no mercado secundário, oferecendo liquidez ao investidor.
  3. Rentabilidade: Geralmente oferece uma rentabilidade atrativa, podendo ser atrelada a índices como IPCA, TR ou taxa fixa.

 

Covered Bond

 

Covered bond é um tipo de título de dívida emitido por bancos, similar à LIG, com dupla garantia. Esses títulos são respaldados por um conjunto de ativos de alta qualidade, geralmente créditos imobiliários ou empréstimos a governos. Os investidores têm um direito duplo: sobre os ativos subjacentes e sobre o banco emissor. As principais características são:

  1. Segurança: Dupla proteção dos ativos e do emissor.
  2. Regulação Estrita: Segue regulamentações rigorosas, oferecendo proteção adicional aos investidores.
  3. Liquidez e Estabilidade: São títulos de longo prazo com boa liquidez no mercado secundário e estabilidade de retorno.

 

Private Equity

 

Private equity é um tipo de investimento onde fundos de capital privado investem em empresas que não têm ações listadas em bolsas de valores. Os investidores de private equity adquirem participações significativas em empresas com potencial de crescimento, reestruturação ou melhorias operacionais, com o objetivo de aumentar seu valor e, eventualmente, vender essas participações com lucro. As principais características incluem:

  1. Investimento de Longo Prazo: Geralmente de 5 a 10 anos.
  2. Envolvimento Ativo: Os investidores frequentemente assumem um papel ativo na gestão da empresa.
  3. Alto Potencial de Retorno: Potencial para altos retornos, mas com riscos elevados.

 

Real Estate

 

Real estate refere-se a propriedades e terrenos, incluindo edifícios, casas, apartamentos, terrenos e outras formas de propriedades imóveis. No contexto de investimentos, real estate pode incluir:

  1. Compra e Venda de Imóveis: Investimento direto em propriedades.
  2. Desenvolvimento Imobiliário: Construção e venda de novos empreendimentos.
  3. Fundos Imobiliários: Investimento em fundos que detêm e gerenciam portfólios de imóveis.

 

FGTS e Poupança na Atividade Imobiliária no Brasil

 

No Brasil, o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e a poupança desempenham papéis fundamentais no financiamento imobiliário:

  1. FGTS: Utilizado pelos trabalhadores para aquisição da casa própria, amortização ou liquidação de saldo devedor e pagamento de parte das prestações em financiamentos habitacionais. Também é uma fonte de funding para programas habitacionais, como o Minha Casa Minha Vida.
  2. Poupança: Os depósitos de poupança são a principal fonte de recursos para o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), que financia a aquisição e construção de imóveis.

 

Tendências de Funding no Brasil

 

Algumas tendências de funding no setor imobiliário no Brasil incluem:

  1. Crescimento dos FIIs: Fundos de Investimento Imobiliário ganhando popularidade como meio de investimento coletivo.
  2. Emissão de LIGs: Expansão das Letras Imobiliárias Garantidas como uma forma segura de financiamento.
  3. Private Equity: Aumento do interesse de fundos de private equity em projetos imobiliários.
  4. Crowdfunding Imobiliário: Plataformas digitais permitindo investimentos coletivos em projetos imobiliários.

 

FII (Fundos de Investimento Imobiliário)

 

Fundos de Investimento Imobiliário (FIIs) são veículos de investimento que permitem aos investidores aplicarem recursos em empreendimentos imobiliários sem a necessidade de adquirir diretamente os imóveis. Características dos FIIs incluem:

  1. Diversificação: Investimento em um portfólio diversificado de imóveis.
  2. Rendimento: Distribuição periódica de rendimentos provenientes de aluguéis ou vendas de imóveis.
  3. Liquidez: Cotas negociadas em bolsa de valores, oferecendo liquidez aos investidores.
  4. Gestão Profissional: Geridos por profissionais especializados no mercado imobiliário.

Os FIIs podem investir em diferentes tipos de imóveis, como comerciais, residenciais, industriais, shoppings, hospitais e hotéis, entre outros.

São Fundos de Investimento Imobiliário (FII). Ou seja, investimento em imóveis que visam obter retorno por meio de locação, arrendamento, venda do imóvel e demais atividades do setor imobiliário. Os FII podem ser compostos por um ou mais imóveis, parte de imóveis, direitos a eles relativos, entre outras opções.

 

Segurança do trabalho na Construção Civil

 

Segurança do trabalho é o planejamento da prevenção de acidentes decorrentes da atividade a ser desenvolvida pelo trabalhador. Na construção civil, as orientações para segurança do trabalho são determinadas pela NR-18 – Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção. A finalidade é proteger os trabalhadores de acidentes e doenças que podem ocorrer em canteiro de obras.

 

Normas de Segurança do Trabalho na Construção Civil

 

NR-18

A NR-18 estabelece diretrizes de ordem administrativa, de planejamento e de organização, que têm como objetivo implementar medidas de controle e sistemas preventivos de segurança nos processos, nas condições e no meio ambiente de trabalho na indústria da construção.

De acordo com a NR-18 estabelecimentos com 20 ou mais trabalhadores são obrigados a elaborar e cumprir um Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho (PCMAT). A Norma traz orientações sobre como devem ser projetados, construídos e organizados todos os ambientes de um canteiro de obras, inclusive de acordo com o trabalho a ser executado.

O texto completo da Norma Regulamentadora 18 está disponível no site do Ministério do Trabalho NR18 – ATUALIZADA

 

Acidentes na Construção Civil


A construção civil é um setor que apresenta um elevado índice de acidentes de trabalho. Esses acidentes podem ocorrer devido a diversos fatores, como falta de treinamento adequado, uso inadequado de equipamentos, condições inseguras do ambiente de trabalho e falta de sinalização apropriada. Entre os acidentes mais comuns estão:

  • Quedas de Altura: Trabalhadores caindo de andaimes, escadas ou telhados.
  • Quedas de Objetos: Ferramentas ou materiais caindo e atingindo trabalhadores.
  • Ferimentos com Ferramentas e Máquinas: Cortes, perfurações ou esmagamentos.
  • Choques Elétricos: Contato com fios ou equipamentos energizados.
  • Esforço Físico Exagerado: Lesões musculares ou ósseas devido ao levantamento inadequado de cargas.


DDS na Construção Civil


O Diálogo Diário de Segurança (DDS) é uma prática essencial na construção civil para promover a conscientização sobre a segurança no trabalho. O DDS é uma breve reunião realizada diariamente antes do início das atividades, onde são discutidos os seguintes pontos:

  • Identificação de Riscos: Discutir os riscos específicos das tarefas do dia.
  • Medidas de Segurança: Reforçar as práticas seguras e o uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs).
  • Relatos de Incidentes: Compartilhar ocorrências recentes e as lições aprendidas.
  • Engajamento dos Trabalhadores: Incentivar a participação ativa de todos os trabalhadores na identificação e mitigação de riscos.


Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho (PCMAT)


O PCMAT é um programa obrigatório em obras de construção civil que visa garantir a saúde e a segurança dos trabalhadores. Este programa deve ser elaborado por um profissional legalmente habilitado e inclui:

  • Análise de Riscos: Identificação e avaliação dos riscos presentes no ambiente de trabalho.
  • Plano de Ação: Medidas preventivas e corretivas para eliminar ou reduzir os riscos.
  • Treinamento: Capacitação dos trabalhadores em práticas seguras.
  • Equipamentos de Segurança: Definição e distribuição de EPIs e EPCs (Equipamentos de Proteção Coletiva).
  • Monitoramento e Avaliação: Verificação contínua da eficácia das medidas implementadas.


Sinalização de Segurança do Trabalho na Construção Civil


A sinalização de segurança é fundamental para prevenir acidentes na construção civil. Ela deve ser clara e visível, informando e alertando os trabalhadores sobre os perigos presentes e as precauções a serem tomadas. Alguns tipos de sinalização incluem:

  • Sinalização de Advertência: Indica a presença de riscos (ex.: “Perigo: Área de Demolição”).
  • Sinalização de Obrigação: Indica a obrigatoriedade do uso de EPIs (ex.: “Uso Obrigatório de Capacete”).
  • Sinalização de Proibição: Indica ações que não devem ser realizadas (ex.: “Proibido Fumar”).
  • Sinalização de Emergência: Indica saídas de emergência, extintores de incêndio, e outros equipamentos de segurança (ex.: “Saída de Emergência”).


A aplicação correta dessas sinalizações contribui significativamente para a redução de acidentes e a promoção de um ambiente de trabalho mais seguro na construção civil.

O relatório de Segurança do Trabalho serve para apontar eventuais problemas relacionados à segurança no ambiente de trabalho. O documento aponta, ainda, as medidas a serem tomadas. Por isso, deve listar as irregularidades encontradas e as medidas corretivas propostas.

 

Sustentabilidade na Construção Civil

 

Construção civil e meio ambiente

 

A construção civil impacta o meio ambiente ao longo de toda a sua extensa cadeia produtiva, desde a extração de matérias-primas, passando pela produção e transporte de materiais e componentes e chegando à execução, sem parar por aí. Embora cada etapa tenha seus impactos, a operação de um empreendimento concentra um potencial de impacto ainda mais elevado.

Afinal, as construções têm diferentes níveis de eficiência energética e de uso da água. Além disso, ao final da vida útil de uma edificação os resíduos também têm alto potencial de impacto ambiental. Devido ao alto grau de complexidade, é preciso que a sustentabilidade na construção civil seja abordada de maneira abrangente e sistêmica.

 

Sustentabilidade em projetos de engenharia e arquitetura

 

Para que uma edificação seja considerada sustentável deve primeiro quantificar impactos ao meio ambiente e à saúde humana. Feito isso, é necessário que incorpore tecnologias capazes de mitigar os impactos, resultando em edificações que consumam menos energia, água e outros recursos naturais.

Projetos sustentáveis consideram o ciclo de vida de todos os materiais utilizados. Um projeto sustentável é, em geral, desenvolvido por equipe multidisciplinar integrada e coordenada por um especialista em sustentabilidade. O projeto sustentável começa a ser desenvolvido após a identificação das demandas dos usuários do edifício, do entorno e do clima.

 

Desenvolvimento sustentável na Construção Civil

 

De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, os desafios para o setor da construção civil quanto à sustentabilidade têm a ver com a redução e otimização do consumo de materiais e energia, com a redução dos resíduos gerados, a preservação do ambiente natural e a melhoria da qualidade do ambiente construído. Assim, o Ministério recomenda:

  • mudança dos conceitos da arquitetura convencional na direção de projetos flexíveis com possibilidade de readequação para futuras mudanças de uso e atendimento de novas necessidades, reduzindo as demolições;
  • busca de soluções que potencializem o uso racional de energia ou de energias renováveis;
  • gestão ecológica da água;
  • redução do uso de materiais com alto impacto ambiental;
  • redução dos resíduos da construção com modulação de componentes para diminuir perdas e especificações que permitam a reutilização de materiais.
 
 

Materiais de Construção Civil

 

Madeira: Material natural utilizado na construção para estruturas, revestimentos, acabamentos e mobiliário. Oferece resistência e flexibilidade, além de ser esteticamente agradável.

Gesso: Material utilizado em revestimentos e acabamentos internos, como forros, paredes e divisórias. Pode ser encontrado em placas de gesso acartonado ou em pó para aplicação manual.

Aço: Material metálico amplamente utilizado na construção civil, especialmente em estruturas, armaduras para concreto armado e acabamentos. É conhecido por sua resistência e durabilidade.

Fôrmas: Estruturas temporárias usadas para moldar o concreto até que ele endureça. Podem ser feitas de madeira, aço, plástico ou outros materiais.

Tubos e conexões: Componentes utilizados em sistemas hidráulicos, elétricos e de gás, para transportar água, esgoto, eletricidade e outros fluidos. Incluem tubos, cotovelos, tês, entre outros.

Blocos de alvenaria: Elementos construtivos, geralmente feitos de concreto ou cerâmica, usados para construir paredes e estruturas. Oferecem resistência e isolamento térmico.

Argamassa: Mistura de cimento, areia e água utilizada para assentar tijolos, blocos, revestimentos e realizar acabamentos. Pode conter aditivos para melhorar suas propriedades.

Caixa d’água: Reservatório utilizado para armazenar água potável, geralmente instalado em residências e edifícios para garantir o abastecimento contínuo.

Portas, janelas e esquadrias: Elementos que compõem as aberturas de um edifício, proporcionando ventilação, iluminação natural e acesso. Podem ser feitos de madeira, alumínio, PVC, entre outros materiais.

Concreto: Material de construção composto por uma mistura de cimento, água, areia e agregados (brita ou cascalho), que endurece e adquire grande resistência.

Areia: Agregado miúdo utilizado na composição de concreto e argamassa, essencial para a construção de estruturas e acabamentos.

Chapas cerâmicas: Placas utilizadas para revestimento de pisos e paredes, oferecendo durabilidade, fácil manutenção e variedade estética.

Fios e cabos elétricos: Componentes utilizados para conduzir eletricidade em sistemas elétricos, essenciais para a distribuição de energia em edifícios.

Metais sanitários: Conjuntos de componentes utilizados em instalações sanitárias, como torneiras, misturadores, registros e válvulas.

Conduítes: Tubos de PVC ou metal usados para proteger e conduzir fios elétricos em instalações prediais, garantindo segurança e organização.

Cal: Material aglomerante utilizado na preparação de argamassas para revestimentos e assentamentos. Pode ser cal virgem ou hidratada.

Asfalto: Material betuminoso usado principalmente em pavimentação de vias, proporcionando uma superfície resistente e durável.

Cimento: Pó fino que, ao ser misturado com água, areia e brita, forma uma pasta que endurece, resultando em concreto ou argamassa. É o principal material de ligação na construção civil.

Chapa de gesso: Placa feita de gesso acartonado, utilizada em divisórias, forros e revestimentos internos, oferecendo facilidade de instalação e acabamento liso.

Impermeabilizantes: Materiais aplicados em superfícies para impedir a passagem de água, protegendo estruturas contra infiltrações e umidade.

Interruptores e tomadas: Dispositivos elétricos utilizados para controlar o fluxo de eletricidade e conectar aparelhos à rede elétrica.

Disjuntores: Dispositivos de segurança que protegem circuitos elétricos contra sobrecargas e curtos-circuitos, interrompendo automaticamente o fluxo de corrente.

Brita: Agregado graúdo utilizado na composição de concreto e em obras de pavimentação, oferecendo resistência e durabilidade às estruturas.

Tintas: Materiais de revestimento usados para proteger e decorar superfícies, disponíveis em diversas cores e tipos (acrílica, látex, esmalte, etc.).

Telhas: Elementos de cobertura utilizados para proteger edificações contra intempéries. Podem ser feitas de cerâmica, concreto, metal, fibrocimento, entre outros materiais.

Chapa cimentícia: Placa feita de cimento reforçado com fibras, utilizada em revestimentos, divisórias e forros, oferecendo resistência à umidade e ao fogo.

Pré-moldados de concreto: Elementos construtivos fabricados fora do canteiro de obras e depois transportados para o local da construção, como vigas, pilares, lajes e blocos.

Rochas para revestimento: Materiais naturais utilizados para acabamento de pisos, paredes e fachadas, como mármore, granito, ardósia e outras pedras ornamentais.

Graute: Argamassa de alta resistência utilizada para preencher vazios e fissuras em estruturas de concreto, garantindo melhor aderência e resistência.

 
 

Ferramentas para construção civil

 

Torquês: Ferramenta usada para cortar arames e pregos ou puxar pregos. Possui duas alavancas que se encontram em um ponto de pivô.

Enxada: Ferramenta agrícola usada para cavar, capinar e movimentar terra. Possui uma lâmina larga e reta fixada em um cabo longo.

Chave de fenda: Ferramenta usada para apertar ou afrouxar parafusos com fenda reta. Possui uma lâmina plana e estreita.

Serrote Comum: Ferramenta de corte usada para serrar madeira, composta por uma lâmina dentada fixada em um cabo.

Linha de prumo: Ferramenta de medição usada para verificar a verticalidade de uma estrutura. Consiste em um fio com um peso na extremidade.

Alicate universal: Ferramenta versátil usada para cortar, segurar e dobrar fios e outros materiais. Possui mandíbulas serrilhadas e cortadores embutidos.

Alicate de pressão: Alicate ajustável que se prende firmemente a um objeto, usado para segurar, apertar ou torcer materiais.

Grosa: Ferramenta de corte com dentes ásperos, usada para desbastar madeira ou metal, semelhante a uma lima, mas mais agressiva.

Colher de pedreiro: Ferramenta usada para aplicar e espalhar argamassa, com lâmina de metal em formato triangular fixada a um cabo.

Lima: Ferramenta de abrasão usada para alisar ou ajustar superfícies de metal, madeira ou plástico, com dentes finos ao longo de sua lâmina.

Espátula: Ferramenta usada para aplicar e alisar materiais como massa corrida e gesso, com uma lâmina flexível fixada em um cabo.

Chave Philips: Ferramenta usada para apertar ou afrouxar parafusos com cabeça em forma de cruz.

Desempenadeira: Ferramenta usada para alisar e nivelar argamassa ou reboco, com uma lâmina larga e plana fixada a um cabo.

Alicate bomba d’água: Alicate ajustável com mandíbulas serrilhadas, usado para segurar e apertar tubos e conexões.

Desencapador de fios: Ferramenta usada para remover o isolamento dos fios elétricos sem danificar o metal interno.

Mangueira de pedreiro: Tubo flexível usado para nivelamento de superfícies, preenchido com água para indicar desníveis.

Cortador de cerâmica: Ferramenta usada para cortar azulejos e cerâmicas, com uma lâmina de corte montada em uma base guia.

Arco de Serra: Ferramenta usada para cortar metais, composta por uma lâmina fina e dentada tensionada em um arco.

Chave Inglesa: Ferramenta ajustável usada para apertar ou afrouxar porcas e parafusos de diferentes tamanhos.

Plaina: Ferramenta usada para alisar, nivelar ou reduzir a espessura de superfícies de madeira, com uma lâmina ajustável embutida.

Grifo: Ferramenta de aperto usada para segurar e girar tubos, com mandíbulas ajustáveis e serrilhadas.

Picareta: Ferramenta de escavação com duas pontas opostas, uma pontiaguda e outra achatada, usada para quebrar solos duros ou rochas.

Chave Estrela: Ferramenta usada para apertar ou afrouxar parafusos e porcas com cabeça sextavada, com extremidades em formato de estrela.

Ponteiro: Ferramenta de corte manual usada para marcar ou cortar materiais duros, como metal ou concreto, com uma ponta fina e resistente.

Tesoura corta-arame: Ferramenta usada para cortar arames, com lâminas afiadas e cabos longos para maior alavancagem.

Tesoura corta-perfil: Ferramenta usada para cortar perfis metálicos, como canaletas e cantoneiras, com lâminas afiadas e cabos robustos.

Fio traçante: Fio revestido com pó colorido usado para marcar linhas retas em superfícies, puxado e solto para deixar um traço visível.

Alicate de bicos: Alicate com mandíbulas longas e finas, usado para trabalhos detalhados em eletrônica, joalheria e artesanato.

Puncionador: Ferramenta usada para fazer furos ou marcas em materiais, como couro ou metal, com uma ponta afiada.

Carriola: Carrinho de mão usado para transportar materiais como terra, areia e concreto no canteiro de obras, com uma caçamba montada em uma roda.

Trena: Fita métrica retrátil usada para medir distâncias, geralmente com marcações em centímetros e polegadas.

Estilete: Ferramenta de corte com lâmina retrátil e ajustável, usada para cortar papel, plástico e outros materiais finos.

Chave Fixa: Ferramenta usada para apertar ou afrouxar porcas e parafusos de tamanho específico, com extremidades abertas.

Punção: Ferramenta de corte usada para fazer furos ou marcar materiais, com uma ponta afiada e cilíndrica.

Talhadeira: Ferramenta de corte usada para esculpir ou cortar materiais duros como pedra e concreto, com uma lâmina larga e afiada.

Nível de bolha: Ferramenta de medição usada para verificar a horizontalidade ou verticalidade de uma superfície, com bolhas de ar em tubos líquidos.

Esquadro: Ferramenta usada para medir ângulos retos (90 graus) e verificar alinhamentos, com braços perpendiculares.

Alicate de corte: Alicate usado para cortar fios e cabos, com lâminas afiadas próximas às mandíbulas.

Martelo: Ferramenta de impacto usada para pregar, retirar pregos e demolir, com uma cabeça de metal fixada a um cabo.

Pá: Ferramenta de escavação e movimentação de materiais soltos, como terra e areia, com uma lâmina larga e plana fixada a um cabo.

 

Equipamentos para construção civil

 

 

Mini carregadeira: Dentre os equipamentos mais versáteis em um canteiro de obras, a mini carregadeira é capaz de carregar materiais, sendo usada para serviços de terraplenagem, indústria, operações de logística, suporte a obras, carregamento de caçambas, dentre outras finalidades. O uso de acessórios específicos permite ao equipamento realizar outras funções. Dentre os acessórios existentes estão vassoura, fresadora, garfo pallet, cortador florestal, garra e transplantador de árvores.

 

Mini escavadeira: Máquina de menor porte utilizada para escavação em áreas restritas ou de difícil acesso. É versátil e ideal para pequenas obras, jardinagem e paisagismo.

Escavadeira: Equipamento pesado utilizado para escavação de grandes volumes de terra, demolição, escavação de fundações e carregamento de materiais. Possui uma pá montada em um braço móvel.

Retroescavadeira: Equipamento versátil que combina as funções de uma escavadeira e uma carregadeira. Possui uma pá de escavação na parte traseira e uma caçamba de carregamento na parte dianteira.

Pá carregadeira: Máquina utilizada para carregar materiais soltos, como areia, cascalho e terra, em caminhões ou outros equipamentos. Possui uma grande caçamba montada na frente.

Rolo compactador: Equipamento usado para compactar solo, asfalto ou outros materiais, melhorando sua densidade e estabilidade. Pode ter cilindros lisos ou com saliências (pé-de-carneiro).

Trator de esteira: Máquina equipada com esteiras em vez de rodas, proporcionando melhor tração em terrenos irregulares. Utilizado para movimentação de terra, escavação e nivelamento.

Motoniveladora: Equipamento utilizado para nivelar e aplainar superfícies, especialmente em estradas e terrenos. Possui uma lâmina longa que pode ser ajustada em diferentes ângulos.

Compactador Tandem: Rolo compactador com dois cilindros lisos, um na frente e outro atrás. É utilizado principalmente para compactação de asfalto em projetos de pavimentação.

Compactador de pneus: Equipamento de compactação que utiliza pneus de borracha para compactar solo ou asfalto. Os pneus podem ajustar a pressão para diferentes tipos de compactação.

Caminhão basculante: Veículo de carga com uma caçamba que pode ser inclinada para despejar o material transportado, como terra, areia, pedras ou entulho.

Basculante 8 x 4: Tipo de caminhão basculante com configuração de tração 8×4, ou seja, possui oito rodas, sendo quatro delas motrizes. É utilizado para transporte pesado e em terrenos desafiadores.

 

 

Glossário da Construção Civil

 

Acabamento: Etapa final de uma construção, que envolve a aplicação de revestimentos, pintura, instalação de portas, janelas e outros elementos para dar o aspecto final desejado ao projeto.

Agregado leve: Material granular utilizado na construção para reduzir o peso específico do concreto, como argila expandida, vermiculita e isopor.

Assentamento: Processo de aplicação de materiais (como tijolos ou blocos) para formar paredes, pisos ou outros elementos estruturais, utilizando argamassa para fixá-los.

Isolamento: Materiais ou técnicas utilizados para proteger ou separar ambientes contra ruído, calor, frio ou umidade, como isolantes térmicos, acústicos e hidrófugos.

Mão de obra: Trabalhadores envolvidos na construção, incluindo pedreiros, carpinteiros, eletricistas, encanadores, entre outros.

PEX (Polietileno Reticulado): Material utilizado em tubulações de sistemas hidráulicos e de aquecimento, conhecido por sua flexibilidade, resistência e durabilidade.

SPE (Sociedade de Propósito Específico): Entidade jurídica formada para um único projeto específico, comum em grandes obras de infraestrutura ou empreendimentos imobiliários.

Acústica: Estudo e aplicação de materiais e técnicas para controlar e melhorar a propagação do som dentro de um ambiente construído.

Alvenaria: Construção de estruturas utilizando tijolos, blocos ou pedras, unidos por argamassa.

Incorporação: Processo de desenvolvimento imobiliário que envolve a aquisição de terreno, planejamento e construção de edifícios, seguido da venda ou locação das unidades construídas.

Junta: Espaço ou fenda entre dois elementos de construção, que permite acomodar movimentos e variações dimensionais, como juntas de dilatação ou juntas de assentamento.

Mestre de obras: Profissional responsável pela supervisão e coordenação das atividades no canteiro de obras, garantindo que o trabalho seja realizado conforme o projeto e os padrões de qualidade e segurança.

Rejunte: Material aplicado entre as peças de revestimento (como azulejos ou ladrilhos) para preencher as juntas, melhorar a estética e evitar a infiltração de água.

Terraplanagem: Conjunto de operações destinadas a preparar o terreno para a construção, incluindo escavação, nivelamento e compactação do solo.

Aditivo: Substância adicionada ao concreto ou argamassa para modificar suas propriedades, como plastificantes, retardadores de pega e impermeabilizantes.

Alvenaria estrutural: Tipo de construção em que as paredes têm função estrutural, suportando as cargas do edifício, dispensando o uso de pilares e vigas.

Incorporadora: Empresa responsável pelo planejamento, desenvolvimento e execução de empreendimentos imobiliários.

Laje: Elemento estrutural plano e horizontal, utilizado para formar pisos e tetos em uma construção, geralmente feito de concreto armado.

Obras de arte especiais: Estruturas de engenharia civil que não são edifícios, como pontes, viadutos, túneis e barragens.

Sapata: Fundação superficial que distribui as cargas de uma construção para o solo, podendo ser isolada, corrida ou radier.

Topografia: Ciência que estuda e representa a superfície terrestre, essencial para o planejamento e execução de obras de construção civil.

Agregado: Material granular (como areia, brita ou cascalho) utilizado na produção de concreto e argamassa, conferindo volume e resistência.

Argamassa: Mistura de cimento, areia e água, utilizada para assentar tijolos, revestir superfícies e outras aplicações na construção civil.

Instalações: Sistemas e redes de infraestruturas essenciais em uma construção, como instalações elétricas, hidráulicas, sanitárias e de gás.

Manta: Material flexível utilizado para isolamento térmico, acústico ou impermeabilização, como mantas asfálticas e mantas de lã de vidro.

Pé-direito: Altura livre entre o piso e o teto de um ambiente, importante para o conforto e ventilação dos espaços internos.

Silo: Estrutura destinada ao armazenamento de materiais a granel, como cimento, areia ou grãos.

Vão livre: Espaço entre dois apoios em uma construção, sem interrupções ou colunas intermediárias, comum em grandes salões e galpões industriais.