As expectativas para o setor da construção civil no Brasil para os próximos meses são positivas, impulsionadas por diversos fatores que sinalizam uma recuperação gradual do segmento. Uma das principais razões para o otimismo é a decisão do Conselho Curador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), que aprovou um aumento significativo de quase R$30 bilhões no orçamento destinado ao financiamento habitacional para o ano de 2023.
Esse aumento no financiamento habitacional é visto como uma importante medida para impulsionar o setor, especialmente considerando a relevância do FGTS no mercado imobiliário brasileiro.
Outro fator que contribui para as perspectivas positivas é a reformulação do programa Minha Casa Minha Vida (MCMV). As novas condições do programa têm o potencial de incentivar a demanda por moradias populares, o que pode estimular ainda mais o setor da construção civil.
Além disso, há a expectativa de um novo programa de aceleração do crescimento a ser anunciado em agosto, o que também contribui para o clima de otimismo do mercado.
O setor da construção civil está confiante com a aprovação do arcabouço fiscal e com a tramitação da Reforma Tributária. Essas medidas trazem maior segurança e previsibilidade ao setor, fatores fundamentais para atrair investimentos e impulsionar o crescimento.
A previsão de uma redução da taxa de juros em agosto também é vista como um fator positivo, pois pode ajudar a conter a fuga de recursos da caderneta de poupança, que tem sido afetada pelas altas taxas de juros no país.
Apesar do otimismo, é importante ressaltar que a jornada de recuperação do setor é longa. Segundo o levantamento da CBIC, para atingir o pico de atividades alcançado em 2013, o setor precisaria manter um ritmo de crescimento de 1,5% ao ano, o que demandará tempo e esforço do setor.
A elevada taxa de juros tem impactado negativamente o número de unidades financiadas pelo Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE). No primeiro semestre de 2023, o setor registrou uma queda de 26,43% no número de unidades financiadas em comparação com o mesmo período do ano anterior. Além disso, os valores financiados também apresentaram uma redução de 10,39%.
Os ajustes de preços não têm surtido o efeito desejado, e a queda na poupança SBPE tem sido intensificada desde 2022, quando a taxa de juros Selic atingiu 13,75% a.a.
Apesar dos desafios, o mercado imobiliário e da construção civil permanece esperançoso e focado em uma recuperação consistente. A retomada do crescimento depende da execução de obras e da materialização dos investimentos, o que pode contribuir efetivamente para o crescimento do PIB do país. As projeções indicam que a recuperação será gradual, e o setor está atento às oportunidades e desafios que surgirão nos próximos meses.
Com base nas medidas implementadas e nas perspectivas positivas, a construção civil se prepara para retomar sua trajetória de crescimento e se consolidar como um dos pilares da economia brasileira.