Fachada ativa é um termo que se refere à ocupação de uma fachada de um edifício, localizada ao longo de passeios públicos, por usos não residenciais. Essa ocupação deve ter acesso aberto à população na rua em que está situada, sugerindo uma interação direta entre o espaço interno do edifício e o ambiente público.
Em termos urbanos e de planejamento, promover fachadas ativas é frequentemente associado a criar ambientes mais vibrantes e atraentes. Isso pode incluir espaços comerciais, cafés, restaurantes ou outras atividades que convidam as pessoas a interagirem com a fachada do edifício e, por extensão, com o espaço público ao redor.
Assim, a ideia por trás da fachada ativa é basicamente fomentar uma atmosfera mais dinâmica e socialmente engajada nas áreas urbanas, encorajando a atividade pública e contribuindo para a movimentação do espaço. Em contrapartida, para os moradores, a fachada também traz vantagens como opções de lazer e gastronomia praticamente sem precisar sair de casa ou do trabalho.
Se você deseja saber mais sobre o que é a fachada ativa, o que diz a legislação, exemplos e muito mais, fique de olho neste artigo.
O que é fachada ativa?
Na arquitetura e planejamento urbano, “fachada ativa” é uma estratégia que tem como objetivo criar uma zona de que conecta um prédio, comercial ou residencial, à rua. Isso significa que o edifício se abre para o espaço público, promovendo uma interação com as pessoas que passam nas calçadas.
Recentemente, em grandes cidades como São Paulo e Curitiba, a ideia de fachada ativa ganhou destaque nos Planos Diretores. Essas diretrizes muitas vezes dão benefícios, como descontos, para construtoras que incorporarem essas experiências em seus empreendimentos. A ideia é melhorar a estética dos prédios e estimular uma movimentação mais interessante nas ruas.
Mas é claro que os resultados dessa abordagem vão além do visual, influenciando diretamente na qualidade dos espaços públicos e até mesmo dos prédios em questão. A fachada ativa incentiva o comércio local, impulsiona a economia e cria um ambiente mais amigável. Além disso, ela também ajuda a tornar os lugares mais seguros, agradáveis, colaborando com a geração de emprego e oportunidades.
A adoção crescente desse conceito no planejamento urbano mostra uma tendência positiva. Prédios com fachada ativa estão se tornando cada vez mais comuns em várias cidades, representando não apenas uma mudança na aparência, mas também um compromisso em criar espaços urbanos com mais opções de conveniência.
Importante ressaltar que a fachada ativa só será aplicável a depender da Lei de Zoneamento, Uso e Ocupação do Solo – legislação municipal que estabelece regras e parâmetros dentro do Plano Diretor dos municípios. Mas nós veremos mais sobre a legislação a seguir.
Agora que entendemos o que é fachada ativa, podemos explorar maneiras práticas de implementá-la. Não se trata apenas de dar acesso ao público, mas de melhorar efetivamente o ambiente urbano, contribuindo para uma vida melhor e comunidades mais prósperas.
Exemplos de fachada ativa
São muitas opções que podem ser incorporadas à fachada de um prédio para que se torne uma fachada ativa. Além de oferecer opções de lazer e comodidade para os moradores do edifício, torna-se um ambiente mais movimentado, com circulação e interação de pessoas que pode vir a movimentar a economia do bairro.
Confira alguns exemplos do que fazer em fachadas:
- Cafés e padarias acessíveis: inclua cafés ou padarias diretamente na fachada, com balcões ou janelas que permitam a interação direta entre clientes e atendentes.
- Lojas de conveniência: integre lojas de conveniência que ofereçam produtos de uso diário, com vitrines convidativas para atrair a atenção dos transeuntes.
- Pequenos comércios locais: estimule a presença de pequenos comércios locais, como mercearias, floriculturas ou quiosques, proporcionando uma oferta variada de produtos.
- Restaurantes com pedidos para viagem: desenvolva restaurantes com opções de pedidos para viagem, com balcões ou áreas específicas para retirada de alimentos.
- Salões de beleza ou barbearias: inclua salões de beleza ou barbearias na fachada, com janelas que permitam aos transeuntes verem a movimentação e os serviços oferecidos.
- Boutiques e lojas de moda: estimule boutiques e lojas de moda, com vitrines atrativas que exibam as últimas tendências e incentivem a entrada dos clientes.
- Farmácias e drogarias: promova a instalação de farmácias ou drogarias, oferecendo uma gama de produtos de saúde e beleza visíveis através de suas janelas.
Essas sugestões visam trazer estabelecimentos diretamente para a fachada, fomentando a atividade econômica e a interação dos negócios com a comunidade local.
Edifícios com fachada ativa no Brasil
Em 1958, São Paulo testemunhava a inauguração do Conjunto Nacional, desenhado por David Libeskind, seguido, oito anos depois, pelo imponente Copan, assinado por Oscar Niemeyer. Esses dois ícones não apenas marcaram uma época, mas também são perfeitos exemplos do que chamamos de “fachada ativa” – uma ideia que permeou o design de muitos prédios.
Esses edifícios são verdadeiras referências em abrir suas áreas térreas para a comunidade, uma prática que inspirou outros ao longo dos anos. Essa estratégia não é apenas uma escolha de estilo; é uma visão inovadora que tem influenciado a arquitetura e o urbanismo.
O Conjunto Nacional e o Copan não apenas impactaram São Paulo, mas também moldaram um novo olhar sobre como os edifícios podem se conectar com as pessoas. A Avenida Paulista e o Centro da cidade, por exemplo, tornaram-se lugares onde a inspiração desses prédios se manifesta na arquitetura contemporânea.
Ao observar esses exemplos, percebemos que a fachada ativa não é apenas uma ideia do passado; ela continua a influenciar a maneira como construímos nossas cidades hoje.
Esses edifícios não são apenas bonitos por fora; são testemunhos de como a arquitetura pode fazer nossas cidades mais dinâmicas e inclusivas. É uma história que começou com o Conjunto Nacional e o Copan, mas que continua inspirando a forma como pensamos sobre nossos espaços urbanos.
Fachada ativa: o que diz a legislação?
Como você viu, a concepção de fachada ativa, essa abordagem que visa integrar estabelecimentos comerciais à frente dos edifícios, ganha cada vez mais destaque nos planos urbanos contemporâneos. Contudo, a implementação dessa prática não é uniforme e está sujeita às regulamentações específicas de cada município, destacando a importância de consultar as legislações locais.
Os Planos Diretores de cada cidade desempenham um papel crucial na definição das diretrizes urbanísticas e na incorporação de princípios como a fachada ativa. Esses documentos, juntamente com a Lei de Zoneamento, Uso e Ocupação do Solo, estabelecem as bases para o desenvolvimento urbano, abordando questões que vão desde o zoneamento até a promoção de espaços públicos dinâmicos.
A inclusão de fachadas ativas na legislação reflete o reconhecimento da importância dessa prática para a vitalidade urbana. No entanto, é crucial compreender que as especificidades podem variar significativamente entre cidades. Determinados municípios podem oferecer incentivos fiscais para construtoras que adotam fachadas ativas, por exemplo. Já outros podem instituir requisitos específicos para a proporção de espaços comerciais em relação à área total dos edifícios.
Assim, aqueles que desejam incorporar ou desenvolver fachadas ativas em projetos arquitetônicos devem recorrer às legislações municipais pertinentes. Essa consulta proporciona uma compreensão detalhada das exigências específicas, garantindo que os projetos estejam em conformidade com as normativas locais.
A legislação, portanto, não apenas reconhece a importância das fachadas ativas, mas também fornece o arcabouço regulatório para sua implementação. Cada cidade, alinhada com suas necessidades e visão de desenvolvimento, molda as diretrizes para promover um ambiente urbano vibrante e integrado. Portanto, a pesquisa e compreensão das leis locais são passos fundamentais para trazer essa abordagem arquitetônica em consonância com as exigências de cada localidade.