O índice BDI na construção civil – do inglês Budget Difference Income, ou Benefícios e Despesas Indiretas em português – é um elemento orçamentário que ajuda o orçamentista a compor o preço de venda adequado, levando em conta os custos indiretos.
Mas vale ressaltar que esse índice não é absoluto. Cada obra ou serviço deve ter um BDI próprio, pois as condições de cálculo e o preço de venda são específicos para cada caso.
Nos orçamentos, dois componentes determinam o preço final de um serviço: os custos diretos e o BDI (Benefícios e Despesas Indiretas):
- Custos diretos: são aqueles que ocorrem especificamente por causa da execução do serviço objeto do orçamento em análise. Portanto, todos os insumos incluídos em uma composição de custo unitário de serviço são considerados custos diretos;
- Custos indiretos: são os que não são incorporados ao produto final, mas contribuem para a formação do custo total:
- Administração Central da Empresa
- Custo financeiro do contrato
- Seguros
- Garantia
- Tributos sobre a Receita
Por que é importante
O BDI ajuda as empresas a garantir um bom custo global e a cobrir as despesas da administração central, custos financeiros, impostos, garantias, seguros, tributos e a margem de incerteza.
Numa outra definição, o BDI é o rateio do Lucro mais os Custos Indiretos aplicado aos Custos Diretos e também pode ser admitido pela sigla LCI – Lucro e Custo Indireto.
Inicialmente o BDI era um conceito apenas aplicado em orçamentos de obras e empreendimentos de engenharia civil, mas pode ser adaptado em outras oportunidades, como por exemplo em licitações que envolvem postos de trabalho alocados.
O BDI na construção civil é muito importante quando se trata de licitações. Para entender melhor o papel que o índice tem na empresa contratante e a contratada, é importante conhecer o Decreto Nº 7.983, de 8 de abril de 2013.
Como calcular o BDI na construção civil
Se você quiser um modelo para aplicar uma fórmula de BDI de forma mais fácil, nós temos uma planilha desenvolvida pelos especialistas em orçamento do Sienge que vai automatizar esse cálculo para você, é só baixá-la gratuitamente aqui.
Existem várias formas de calcular BDI na construção civil. Abaixo está a fórmula sugerida pelo IBEC (Instituto Brasileiro de Engenharia de Custos), com base em consenso internacional, para calcular o BDI de serviços para uma empresa contratante.
A fórmula para uma empresa contratada é a mesma, apenas sem levar em conta a Margem de Incerteza ou MI.
BDI ={ [ ( 1+ AC + CF + S + MI ) / ( 1 – TM – TE – TF – MBC – G ) ] – 1} x 100
O que compõe a fórmula:
AC – Administração central:
É o rateio do custo da sede entre as obras da Construtora. Varia de 7% a 15% (empresas com grande faturamento anual) e de 10% a 20% (empresas com pequeno faturamento anual)
CF – Custo Financeiro:
Caberá, principalmente em razão das condições de medição e pagamento preconizadas no contrato, bem como, o programa de desembolso verificar a necessidade de incluir o custo financeiro.
S – Seguros:
Representa os custos referentes aos seguros previstos no contrato ou não, por exemplo: performance bond, garantia de execução contra terceiros, etc
G – Garantias:
Refere-se ao custo para cumprir o contrato oferecendo as garantias previstas, podem ser adotadas diversas formas: a caução, o seguro garantia ou papéis selecionados.
MI- Margem de Incerteza:
Deve ser levada em conta no cálculo do BDI apenas por empresas contratantes. Visa melhorar eventuais distorções no valor aproximado pelo cálculo estimado, devido ao seu caráter genérico adotado pelos contratantes. Geralmente varia de 5% a 10%.
TM – Tributos Municipais:
Leva-se em conta tributos municipais como o ISS
TE – Tributos Estaduais:
Leva-se em conta tributos estaduais tais como o ICMS
TF – Tributos Federais:
Leva-se em conta tributos federais tais como PIS, COFINS, IRPJ, CSLL e INSS
MBC – Margem Bruta de Contribuição (ou Lucro Bruto Previsto):
A Margem Bruta de Contribuição é um valor aleatório, próprio de cada empresa ou da proposta de preços, e é baseado principalmente em função do mercado.
Como usar o BDI no orçamento?
O BDI é a ferramenta ideal para fechar o preço final dos serviços considerando a realidade econômica do momento e os diferenciais da obra.
Para aplicá-lo no orçamento, utilize a fórmula abaixo:
Preço de venda = custo direto x (1 + BDI/100)
Antes de continuar a leitura, o Sienge disponibiliza gratuitamente a Planilha de Planejamento de Obra Gratuita.
Por que calcular o BDI?
Todo empreendimento apresenta custo direto de produção e custo indireto. Acrescendo ao custo direto o percentual relativo ao custo indireto que incide sobre o projeto, somado ao lucro, impostos e despesas indiretas, extrai-se o preço de venda do serviço.
Preste atenção:
Esse preço de venda nunca se repete, variando em função do planejamento do empreendimento, da sua localização, das características administrativas diferenciadas das empresas ou órgãos contratantes e contratados, do edital, do tamanho do serviço, da época de execução do projeto, enfim, de inúmeras variáveis que nunca se repetem identicamente.
Os conceitos e cálculos do BDI na Construção Civil são, portanto, dinâmicos. Cada orçamentista encontra um preço de serviço diferente dos demais, daí a importância de definir uma estratégia para calcular o BDI e chegar a um preço de venda sustentável, ou seja, um preço que esteja dentro de uma faixa que cubra os custos, dê lucro para a empresa e seja socialmente justo para a população.
Como ser ainda mais eficiente no cálculo de orçamentos
As planilhas são uma ferramenta inicial poderosa para controlar as finanças de sua construtora e fazer orçamentos. Você pode transformá-las conforme a necessidade. Tem uma para cada tarefa, por exemplo: viabilidade econômica, orçamento de obra, gestão de custos, medição de obras, cálculo de BDI.
Mas no momento em que você precisa cruzar informações de diferentes planilhas, você cria uma nova , o que só dificulta o controle.
Mas piora:
Isso gera perda de tempo e de dinheiro. Fazer cálculos e gerar relatórios precisos na Construção Civil, quando o cenário aparece fragmentado em várias planilhas, é impreciso e arriscado.
No entanto, basta mudar a abordagem feita dos dados e informações para conseguir enxergar o lucro entre gastos e desperdícios. Essa mudança no modo de olhar para os processos da sua incorporadora ou construtora é facilitada com um ERP. Nele, a integração é uma das características do software, capaz de oferecer à Construção Civil uma visão do todo e precisão nas informações obtidas.
O software de gestão mais utilizado no mercado é o Sienge. Para saber melhor se ele é adequado para sua empresa, converse com um de nossos consultores ou peça uma demonstração gratuita clicando no banner abaixo e veja como tornar sua empresa mais eficiente.
Conheça os 7 piores erros que você deve evitar ao calcular o BDI
Esta lista de erros deve servir como um importante alerta não só relacionado ao BDI, mas a qualquer tipo de ferramenta ou processo que você decida adotar. Com isso em mente, aqui está a lista dos 7 principais erros que você deve evitar ao usar o BDI para definir seus orçamentos de obras:
1. Ignorar (ou não conhecer) os custos diretos e indiretos envolvidos na obra:
Esse erro parece impossível de cometer, mas é justamente isso que o torna tão perigoso. Nunca ignore a possibilidade de deixar o óbvio escapar do planejamento e causar problemas. Ignorar os custos diretos e indiretos é o erro mais grave, porque é também o mais simples de resolver.
E isso acontece por um motivo bem simples:
Uma lista de custos diretos e indiretos pode ter tantos elementos que os profissionais responsáveis esquecem de itens relevantes no processo. A pressa é inimiga número 1 nesse momento, então tome cuidado especial com orçamentos urgentes.
2. Não ter o devido controle sobre o orçamento da obra
O segundo grande erro do qual você precisa fugir é a falta de controle sobre o orçamento da obra. Uma vez que você perde o controle do que já foi incluído na conta ou ainda precisa ser considerado, todo o seu trabalho está comprometido.
E depois de terminar o orçamento, garanta que ele foi feito da maneira correta, e continue a acompanhar se ele está sendo respeitado e se concretizando na obra real. Além de ajudar a corrigir excessos imediatos, isso pode servir de lição para futuros projetos.
3. Não saber como precificar corretamente os serviços que vai prestar
Muitas empresas se concentram tanto em conseguir clientes e projetos que acabam se esquecendo de avaliar quanto devem cobrar por seus serviços. Mas cobrar um valor baixo demais pode tirar todo lucro que você conseguiria com a obra.
Por isso, concentre-se em descobrir:
- quanto cobrar pelos serviços comuns;
- quanto cobrar por serviços em que a sua empresa se especializa, mas são raros no mercado.
Algo que pode ajudar nisso é descobrir quanto o mercado cobra, em média, pelos serviços que a sua empresa realiza e pensar em que posicionamento você quer adotar: cobrar mais barato para ganhar mercado ou mais caro para se destacar na qualidade.
4. Desconsiderar o custo de possíveis atrasos na hora de fazer o orçamento
Digamos que a construção civil não é famosa por sua incrível pontualidade na entrega dos serviços. Sendo assim, é muito perigoso fazer um orçamento que não conte com a possibilidade de que a obra se arraste por mais tempo do que o previsto.
Afinal, este é o imprevisto mais previsto que pode existir na construção civil, e cada dia de atraso pode significar milhares de reais de prejuízo. Por isso, leve em conta o quanto pode ser que a obra atrase e inclua o preço extra no cálculo, como uma espécie de taxa de segurança.
5. Usar índices de preço desatualizados
Os índices de preço são ótimas ferramentas para determinar quais são os custos diretos de matéria prima e até mão de obra para qualquer tipo de projeto construtivo. Mas se você usar índices desatualizados vai sair no prejuízo.
Então, uma forma simples de evitar esse erro é sempre ter a tabela SINAPI atualizada. Assim, sempre terá os preços certos para o momento e evitará erros de iniciante em seus orçamentos.
6. Não coletar informações suficientes para elaborar o orçamento
Antes de começar a calcular os custos diretos e indiretos, você precisa garantir que tem todos os dados necessários sobre a obra em questão. Caso contrário, vai calcular os quantitativos de forma errada e, mesmo que tenha a tabela SINAPI atualizada, o preço não vai condizer com o projeto final.
E tem outro detalhe:
Quando você não tem todos os detalhes sobre o projeto, pode ser que desconsidere a necessidade de contar com:
- profissionais especialistas em certo tipo de trabalho;
- materiais especiais;
- ferramentas mais difíceis de conseguir.
Tudo isso representa custos maiores, que se não forem previstos, podem arruinar rapidamente qualquer orçamento. Portanto, nunca cometa o erro de deixar para descobrir os detalhes depois, ou considerar todo custo de mão de obra como padrão.
7. Calcular tudo com ferramentas manuais
O último erro é cair na ideia de que você pode realizar seus orçamentos usando qualquer ferramenta, e que isso não terá impacto algum sobre o resultado final. Em teoria, é verdade. Mas na prática, usar papel e caneta, ou um simples documento de texto no computador, pode tornar seu trabalho um verdadeiro pesadelo. Por quê?
Quando se trata de números, basta um erro para que toda a conta se perca. Imagine o estrago que poderia acontecer se você apenas colocar um zero a menos no resultado. Além disso, se errar pequenas somas várias vezes durante o cálculo manual, talvez não ache o erro facilmente mesmo depois de descobrir que o orçamento está errado.
Com uma ferramenta eletrônica mais avançada, como uma planilha ou um sistema de gestão, é mais difícil acontecer esse tipo de problema. Também é mais fácil perceber e corrigir, caso aconteça.