Com o mercado de construção civil desaquecido e a necessidade cada vez maior de planejar empreendimentos com custo global atraente ao investidor, as construtoras precisam estar atentas ainda à Norma de Desempenho NBR 15.575, que institui um nível de desempenho mínimo ao longo de uma vida útil para os elementos principais de toda e qualquer edificação habitacional, como estrutura, vedações, instalações elétricas e hidrossanitárias, pisos, fachada e cobertura. Segundo especialistas do setor, a estimativa é de que a norma esteja gerando acréscimo de 5% a 7% no custo final da obra.

Diante disso, como seria possível ter uma atuação equilibrada entre essas duas exigências? O custo global é o valor total mínimo que pode ser atribuído à edificação, calculado com base no custo unitário básico (CUB) praticado na região onde o imóvel está localizado. O valor resultante da multiplicação do CUB pela área total do empreendimento somado aos gastos que não estavam previstos no projeto inicial (referentes a insumos e mão de obra, por exemplo), impostos e taxas, custos para elaboração do projeto e remunerações do construtor e incorporador totaliza o que chamamos de custo global da construção.

A partir dele é que será obtido o custo unitário ou valor por metro quadrado da construção. Para tanto, é efetuada sua divisão pela área total da edificação, e, com isso, estimado o valor de venda de cada uma das unidades habitacionais – daí a importância de se ter um custo global atraente, já que impacta no preço final oferecido ao consumidor.

Porém, obter um empreendimento com custo global atrativo é possível a partir do momento em que o cliente percebe o custo-benefício e o valor agregado que estão por trás da qualidade e das soluções aplicadas. É aí que entra o papel da NBR 15.575, que, de forma geral, preza para que o construtor utilize matérias-primas que, mesmo tornando o valor de venda das unidades mais elevado, ofereçam mais durabilidade e menos necessidade de manutenção a curto prazo.

Composição da NBR 15.575

  • Requisitos gerais: conceitos sobre vida útil do projeto e parâmetros de desempenho;
  • Estrutura: critérios de estabilidade e resistência;
  • Sistemas de piso: colocação e características de pisos internos e externos;
  • Vedações verticais: resistência e segurança de paredes e esquadrias;
  • Coberturas: resistência ao fogo;
  • Sistemas hidrossanitários: durabilidade e manutenção de sistemas de água fria e quente, esgoto sanitário e ventilação.

Dentro desses aspectos, há uma série de ações que a construtora pode adotar para garantir vida longa ao empreendimento, conheça algumas:

  • Separe os sistemas potável e não potável e possibilite a reutilização e economia de água em todo o edifício. Saiba como empreendimentos sustentáveis são capazes de aumentar as vendas!;
  • Planeje áreas que possam funcionar com iluminação natural, assim será possível que o morador reduza custos com energia elétrica e, quando for necessário, opte por lâmpadas de baixo consumo. Leia mais sobre eficiência energética aqui! (ID 13 de 3/2015);
  • Opte por tintas e processos que garantam mais qualidade e eficiência na pintura e evitem a manutenção no curto prazo;
  • As cores escolhidas também ajudam o morador a economizar: escuras podem absorver até 98% do calor solar, enquanto as claras absorvem apenas 20%. Isso pode gerar uma grande redução no consumo de energia para refrigerar o ambiente, segundo a agência Fapesp;
  • Um bom e correto isolamento térmico possibilita manter uma temperatura constante no interior da edificação, diminuindo e até evitando o uso de aparelhos elétricos para equilibrar a temperatura no verão e inverno;
  • Certifique-se que o empreendimento terá uma ventilação adequada para evitar que a umidade do ar gere a necessidade de manutenção e obras futuras;
  • Invista em sistemas de colocação de pisos que permitam sua desmontagem e remontagem para a realização de manutenções, não sendo necessário quebrá-los e substituí-los a cada vez;
  • Ofereça treinamentos para que a equipe do canteiro de obra saiba tirar máximo proveito dos materiais e equipamentos de alto valor agregado adquiridos.

Ainda que ter um custo global atrativo e adequar-se à Norma de Desempenho NBR 15.575 pareçam ser dois requisitos distintos no segmento de construção civil, existem, sim, formas de estar de acordo com os dois, e será justamente nesse ponto comum que a construtora será capaz de se destacar e oferecer um diferencial e tanto aos consumidores!