O aluguel de imóveis passa por um reaquecimento, depois do enorme baque causado pela pandemia da Covid-19. As manifestações de otimismo vêm de todo o País, com o aumento da procura de moradias, principalmente, para alugar.
Muito disso se deve à aceleração da vacinação, que finalmente deslanchou, depois do ritmo lento dos primeiros meses do ano. Segundo as últimas informações, já foram aplicadas 213 milhões de doses no Brasil.
Os levantamentos apontam que 138 milhões de brasileiros, que representam 65% da população, fizeram a primeira dose. Outros 70 milhões tomaram a segunda dose e 4 milhões a dose única, ou seja, estão com a imunização completa.
Além disso, já está começando o reforço da terceira dose nos mais idosos e vulneráveis em alguns estados.
Ao mesmo tempo, vem diminuindo o número de atingidos pela pandemia nos hospitais, enquanto acontece a retomada de grande parte das atividades econômicas. Com o aluguel de imóveis não é diferente, como você vai ver, com algumas mudanças importantes neste segmento do mercado imobiliário.
Aluguéis voltaram a crescer no primeiro semestre
Mesmo com a instabilidade política, que atrapalha bastante o planejamento de qualquer atividade, não há mais como manter o freio nas atividades econômicas. Os brasileiros estão desafiando as dificuldades e retomando os negócios.
Isto se reflete, por exemplo, no aumento das vendas do comércio. Segundo o último levantamento do IBGE, em 2021 o setor avançou 6,6%, até junho, e no acumulado dos últimos 12 meses a alta foi de 5,9%. Os resultados alcançaram um nível recorde, superando as expectativas dos analistas.
E quanto aos aluguéis?, você deve estar querendo saber.
Assim como o comércio, no primeiro semestre o mercado de aluguéis já estava em franca recuperação, em muitas regiões do país.
O empresário Ângelo Frias Neto, da Frias Consultoria Imobiliária, conta que alcançou recordes de locações, vendas e lançamentos nos últimos meses:
“Para se ter um idéia, no primeiro semestre de 2021 registramos um crescimento de 45% na área de locação em comparação ao ano passado, que foi um ano ótimo por conta do crescimento de 17% no comparativo com 2019”.
Ele participou de um evento promovido pela Associação Brasileira do Mercado Imobiliário (ABMI), em Piracicaba (SP), onde disse que nas vendas também houve um crescimento de 43% a mais que em 2020.
Segundo o presidente da ABMI, Márcio Schneider, a valorização da residência como lar e como espaço de trabalho, dia a dia e convivência familiar, ajudou nos indicadores positivos do setor.
Para ele, o mercado imobiliário é um protagonista da recuperação econômica e está vivendo uma fase de acomodação e retomada gradual:
“Precisamos considerar que houve uma queda média nos rendimentos. Este novo cenário está gerando uma migração de investimentos, evidenciando o imóvel como protagonista no conjunto das atividades econômicas.”
“Boom” no mercado de aluguéis
Em Indaiatuba, também em São Paulo, o mercado de aluguéis está vivendo um “boom” e já não há opções de locação na cidade, informou o Mais Expressão, um jornal local.
“Crescimento da procura elevou preços, puxou imóveis à venda e acabou com a oferta de novas unidades no primeiro semestre”, diz a notícia.
Veja agora este detalhe, que mostra a tendência geral:
“O quadro é reflexo de um movimento nacional provocado pela pandemia, que levou mais gente dos grandes centros para o interior”, avalia a delegada do Crecisp (Conselho Regional dos Corretores de Imóveis de São Paulo) em Indaiatuba, Elaine Branco.
Também, muitos proprietários de imóveis que estavam à venda optaram por uma mudança de orientação dos ativos, transferindo-os para a locação, a fim de aproveitarem os melhores valores praticados, acrescentou.
O CEO da Cupola, agência de marketing para imobiliárias, Rodrigo Werneck, confirma que o setor está em franca recuperação.
Segundo ele, depois de meses de incertezas e renegociações de contratos, chegou a hora de um novo ciclo de crescimento no aluguel, quando a economia volta a respirar.
Imóveis menores foram os mais afetados
Por outro lado, dados de Porto Alegre mostram que os imóveis menores foram os mais afetados pela pandemia. Principalmente nas regiões centrais, como o Centro Histórico e Cidade Baixa, onde se concentra grande parte da população de estudantes da cidade.
Isso está relacionado, portanto, com as aulas remotas ou videoaulas, que levou muitos universitários de volta à casa de suas famílias no interior ou outros estados. A expectativa é que, com o retorno gradual das aulas presenciais, que está acontecendo, o aluguel de apartamentos JKs volte a crescer.
O Jornal do Comércio informa ainda que os apartamentos de um dormitório voltaram a apresentar bons resultados, acompanhando o cenário do mercado imobiliário como um todo.
“Em 2021, as locações de imóveis de um dormitório cresceram 31% em relação a 2020, considerando os cinco primeiros meses de cada ano. Essa mesma trajetória, porém, ainda não ocorreu com os JKs”, diz a notícia.
Mudança de comportamento
Mas há também uma mudança de comportamento de boa parte dos locadores que explica esta tendência. Pessoas que saiam a todo momento de casa, para estudar ou trabalhar, precisaram permanecer mais tempo em casa desde o ano passado.
Com isso, muitos que moravam em apartamentos menores foram à procura de apartamentos maiores, com mais espaço e mais conforto, explica na reportagem a diretora de aluguéis da Crédito Real, Keli Queiroz.
Sobre esta aspecto, um levantamento do Secovi-RS constatou que nos primeiros meses de 2021 houve:
- Um aumento de 23,1% nas locações de apartamentos de três dormitórios
- Crescimento de 100% nos aluguéis de casas de 2 dormitórios
- Aumento de 137% nas casas alugadas de 3 dormitórios.
Ou seja, a busca por imóveis maiores na capital gaúcha, como no resto do País, cresceu a níveis maiores do que antes da pandemia, devido ao home office e ao ensino remoto.
Outro fator para essa procura por apartamentos maiores é a pequena diferença entre os valores dos imóveis. Um JK, se o inquilino pagar aluguel, IPTU e condomínio, custa quase o mesmo valor de um imóvel de um dormitório.
Mas o principal motivo mesmo, segundo a diretora da Crédito Real, foi o fato das universidades não terem aulas presenciais. Por isso, os dirigentes das principais imobiliárias apostam na volta das aulas presenciais para reaquecer e normalizar o mercado dos imóveis menores.
Digitalização dos aluguéis
Na disputa por esse mercado, frente às limitações da pandemia, as imobiliárias mais evoluídas apostaram fortemente na digitalização das vendas e também das locações. Neste item das tecnologias, por exemplo, cresceram muito as visitas online aos imóveis.
Isto é bem interessante, não é mesmo? Então, você vai gostar de saber os resultados de uma pesquisa da Zap+ sobre a influência da pandemia no país.
Em relação à venda e locação de imóveis, o levantamento revelou o seguinte:
- 62% dos entrevistados apontaram como relevante um imóvel com ambientes bem divididos;
- 45% disseram que era importante ou muito importante morar em uma casa;
- 57% dos entrevistados disseram ter visitado presencialmente um imóvel, estande de vendas ou apartamento decorado nos últimos três meses,
- Mas 53% afirmam sair de casa somente “para serviços essenciais”, ou seja, conhecer um imóvel “ao vivo” é visto como indispensável, mesmo durante a pandemia;
- Quanto à tecnologia, 67% dos profissionais do setor disseram que a utilização de fotos profissionais, de alta qualidade, é uma tendência que será mantida;
- 64% afirmaram que vão seguir ampliando a disponibilidade de mais opções de imóveis nos portais ou sites próprios:
- 53% continuarão realizando videochamadas e a assinatura de contratos digitais.
Vamos a um item indispensável para que seu estoque de imóveis tenha um fluxo mais rápido e não fique parado.
Aperfeiçoar a gestão dos aluguéis
O cenário geral de recuperação que você está vendo ajuda bastante, mas é preciso aperfeiçoar e readequar a gestão dos aluguéis aos novos tempos. Afinal, a Covid-19 trouxe mudanças até mesmo na legislação, teve grande impacto nos valores cobrados, está forçando renegociações e a clientela tem um novo perfil.
Assim, é preciso repensar todos os passos das operações das administradoras de locação, desde a captação de novos imóveis, sua apresentação ao mercado e o fechamento de contratos.
Lembrando sempre de caprichar na apresentação dos imóveis, ter sites modernos, com fotos e vídeos profissionais, bem como fazer o uso intenso e inteligente das redes sociais. É indispensável ainda contar com uma equipe motivada e capacitada para atender às expectativas dessa clientela que se tornou mais exigente.
Neste sentido, é sempre recomendável ouvir os consumidores, realizando pesquisas de satisfação periódicas, além de acompanhar atentamente as novidades da concorrência. Uma nova onda de procura por aluguéis está vindo, prepare-se para ela e boa sorte!
Espero que este conteúdo tenha sido útil para você, obrigado pela leitura e até o próximo artigo!
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