A FGV divulgou hoje, 26 de setembro, o ICST (Índice de Confiança da Construção) e o INCC-M (Índice Nacional de Custos da Construção). Mais uma vez, conforme já registrado no mês anterior, os resultados são positivos.
Embora otimista, o cenário ainda inspira cautela para Ana Maria Castelo, Coordenadora de Projetos da Construção da FGV-IBRE. Para ela, há bons indícios de que o pior já ficou para trás. Entretanto, os bons resultados registrados nos últimos meses ainda são discretos. Ou seja, não demonstram o vigor necessário para confirmar a retomada.
INCC mostra custos da construção sob controle
Conforme indica o estudo da FGV, o INCC-M de setembro variou 0,14% face a variação de 0,40% registrada no mês anterior. Em Materiais, Equipamentos e Serviços a variação foi de 0,37% sobre 0,20% de agosto. Já o índice referente à Mão de Obra variou -0,04%. Em agosto, a variação havia sido de 0,56%.Os resultados indicam “custos muito bem comportados” na análise de Ana Maria Castelo. “Embora em materiais o índice tenha ensaiado uma pequena aceleração, o resultado acumulado mostra que está abaixo da inflação”, avalia. De acordo com ela, o resultado é reflexo da inflação geral do País, que desacelerou significativamente. “Custo de materiais não tem sido um problema”, afirma.
Já o item Mão de Obra não apresentou influência sobre o INCC por não estarmos em mês de dissídio, explica Castelo. Ela conta que esse índice se relaciona de perto com o valor do salário mínimo, o que explicaria o fato de os custos com mão de obra estarem num patamar relativamente alto. Ainda assim, com forte desaceleração frente a 2016.
Baixe o relatório do INCC-M de setembro de 2017.
Confiança da construção em ascensão
Com quatro meses de altas consecutivas, o Índice de Confiança da Construção (ICST), da Fundação Getulio Vargas, recuperou o patamar de abril de 2015. Naquele mês, o ICST atingiu 77,2 pontos, pouco menos que os 77,5 atuais atingidos após a alta de setembro, de 1,4 ponto.
A análise de Ana Maria Castelo indica que o empresariado tem consciência de que o pior da crise ficou para trás. Ou seja, conforme indica a crescente confiança da construção, o setor está voltando a se movimentar. Isso, diz, é mostrado mais pelo Índice de Expectativas (IE), que subiu 1,8 ponto, do que pelo Índice da Situação Atual (ISA), que avançou 1,1 ponto.
Dado que reforça a boa expectativa é a sexta alta consecutiva da confiança no segmento de Preparação de Terrenos. “Sinaliza início de obra, sem dúvida, mas não mostra a intensidade disso”, pondera Ana Castelo.
Baixe a Sondagem da Confiança da Construção FGV de setembro de 2017.
Conclusão
Resultados positivos como esses devem, sim, ser comemorados, afirma a coordenadora da FGV. Entretanto, os avanços são tênues e não demonstram força de retomada. O momento, recomenda ela, é de continuar observando. Afinal, explica, “entre os primeiros indícios de retomada e a recuperação da capacidade de investimento há um longo caminho a ser percorrido”.
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