Custos indiretos BDI: Quanto custa para construir um prédio de 4 andares? É impossível responder esse tipo de pergunta de forma genérica. Cada projeto tem suas especificações, exigências e detalhes únicos. E tudo isso influi diretamente no preço.
Outro grande erro que muitos cometem ao pensar em custo é colocar na conta apenas os custos diretos envolvidos na edificação. Os gastos não envolvem só materiais de construção e mão de obra especializada.
Um cálculo que ajuda muito a calcular todas as despesas de forma correta, inclusive os custos indiretos da obra, é o BDI. Mas o que é isso, afinal? É isso que eu vou te mostrar neste artigo.
Conheça a teoria do BDI
O termo BDI vem do inglês “Budget Difference Income”, ou pode ser traduzido para o português como “Benefícios e Despesas Indiretas”. Mas o que isso quer dizer? De forma simples, é um modelo usado para calcular todos os custos indiretos de uma obra.
Quando você leva em conta todos os custos, diretos e indiretos, o projeto ganha muitas vantagens, como:
- preço de venda mais preciso e possibilidade maior de lucro;
- orçamento total fiel e sem surpresas negativas;
- maior controle e organização do fluxo de caixa da empresa;
- prevenção contra problemas fiscais e tributários por causa de contas imprecisas e balanços incoerentes;
- entre outros benefícios.
Dessa forma, a teoria do BDI é simples, mas eficaz: ao realizar o cálculo do jeito certo, o projeto fica financeiramente mais sólido e a possibilidade de lucro aumenta muito. Mas para isso é preciso que você entenda como o BDI é composto e como fazer esse cálculo sem erros.
Como o BDI é composto?
Apesar de saber o valor de calcular despesas diretas e indiretas, você ainda precisa de uma definição mais específica de cada uma delas para entender onde o BDI se encaixa. Talvez você já calcule algumas despesas indiretas, mas ainda deixe outras de lado.
Por isso, o primeiro passo é entender o que são custos diretos e indiretos:
Custos diretos
Os custos diretos são os primeiros nos quais você pensa quando começa a planejar qualquer projetos de construção ou reforma. Eles incluem:
- materiais de construção;
- mão de obra especializada em cada parte do serviço;
- custo do terreno;
Custos indiretos
Os custos indiretos são aqueles que é mais fácil ignorar no primeiro momento, mas que depois sempre chegam e aumentam muito o valor final da obra. Entre eles podemos incluir:
- administração da empresa;
- seguros de obra;
- garantias do cliente;
- permissões e aprovações municipais, estaduais e federais;
- tributos e encargos legais;
- entre outros.
Os custos diretos já fazem parte dos orçamentos de toda empresa. Mas o BDI inclui o custos indiretos para tornar a conta completa e à prova de falhas. A pergunta é: como fazer esse cálculo sem errar?
Como calcular o BDI sem erros
Para facilitar a sua vida, os especialistas em orçamento do Sienge criaram uma planilha que automatiza o cálculo do BDI para você. Apesar disso, não deixa de ser importante que você entenda a lógica por trás dessa conta. Por isso, eu vou te mostrar agora a fórmula mais aceita para esse cálculo.
Antes de mais nada, vale lembrar o que eu falei no início do artigo:
Com ou sem BDI, não existe receita de bolo. Ou seja, cada projeto, mesmo que seja parecido com outros, precisa do seu próprio cálculo. Qualquer pequena alteração é suficiente para mudar o custo total, inclusive a época em que a construtora vai realizar a obra.
A fórmula do cálculo de BDI
A fórmula que eu vou mostrar agora não é a única disponível. Mas escolhi este modelo por ser a recomendação do Instituto Brasileiro de Engenharia de Custos (IBEC) e por ser o modelo adotado por consenso internacional
Assim, a fórmula é:
BDI ={ [ ( 1+ AC + CF + S + MI ) / ( 1 – TM – TE – TF – MBC – G ) ] – 1} x 100
Parece complicado, mas vamos explicar ponto a ponto, o que significa cada elemento nessa equação.
AC (Administração central)
É o custo para manter a sede da empresa. Esse custo deve ser dividido entre cada obra da construtora. Empresas com grande faturamento anual costumam deixar essa divisão entre 7% a 15%, enquanto empresas com pequeno faturamento anual normalmente calculam entre 10% e 20%;
CF (Custo financeiro do contrato)
Os contratos geralmente preveem reembolso ou outras compensações em caso de quebra por alguma das partes. Esse tipo de custo está incluído no custo financeiro do contrato. Vale a pena incluí-lo na conta do BDI, mas cabe análise individual em cada caso.
S (Seguros)
Neste casos se consideram todos os seguros previstos no contrato, como:
- performance bond;
- garantia de execução contra terceiros;
- e outros.
Daí você precisa levantar os custos referentes a cada um destes seguros, fazer a soma deles e incluir o valor na conta.
G (Garantias)
Todo contrato prevê garantias para assegurar que todo o combinado será cumprido. E isso também tem um custo, que varia de acordo com os tipos de garantia estabelecidos. Seja qual for a escolha, é importante somar o valor total neste campo da fórmula de cálculo.
MI (Margem de Incerteza)
A margem de incerteza é um valor incluído no contrato para equilibrar qualquer possível distorção entre o custo estimado e o valor real. Em geral, adota-se a política de incluir 5% a 10% a mais sobre o valor.
Mas um alerta importante sobre a margem de incerteza é que apenas a empresa contratante deve incluí-lo em seu cálculo.
TM (Tributos Municipais)
O nome é bem autoexplicativo, não tem mistério. Tributos municipais como o ISS são colocados neste campo.
TE (Tributos Estaduais)
Aqui você anota os tributos estaduais, como o ICMS (Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação).
TF (Tributos Federais)
Como você já deve imaginar a esta altura, TF se refere aos tributos federais, que incluem PIS, COFINS, IRPJ, CSLL e INSS. Todos os impostos federais que a sua empresa precisa pagar devem ser incluídos aqui. A falta de qualquer um deles pode representar distorção no resultado final.
MBC (Margem Bruta de Contribuição)
A Margem Bruta de Contribuição depende da expectativa e previsão de lucro de cada empresa. É um valor determinado pelo mercado e pelas atividades da sua empresa.
É altamente indicado que você use uma ferramenta, como a própria planilha que recomendei acima, para fazer o cálculo sem erros. E existe ainda uma outra ferramenta muito mais robusta, tanto para calcular seus custos quanto para garantir que o orçamento seja respeitado.
Estou falando de uma Plataforma de Gestão de qualidade voltada para o setor da construção civil. O Sienge é a ferramenta mais completa e usada no mercado, e conta com todos os recursos para calcular custos e fazer uma gestão obras eficiente.
O BDI é um sistema preciso e valioso para tornar os orçamentos da sua construtora mais precisos e garantir que seus projetos sejam sempre lucrativos. Usar a planilha que criamos será de grande ajuda na hora do cálculo, mas se quiser algo ainda mais poderoso e útil, o Sienge Plataforma é a melhor solução do mercado.
Mas se você ainda não tem certeza de como o Sienge pode te ajudar com seus orçamentos (e muito mais), fale com um de nossos consultores e peça sua demonstração gratuita!