Como a profissão é bastante tradicional, a faculdade de engenharia civil é o sonho de muito jovem estudante. Especialmente aqueles que têm familiaridade com ciências exatas.
Os salários nessa área tendem a ser ótimos. Segundo a consultoria Love Mondays, a remuneração média bruta dos engenheiros civis é de R$ 7.936/mês. E pode chegar a muito mais.
Assim, para se transformar em um engenheiro civil é obrigatório ter diploma superior em curso reconhecido pelo MEC (Ministério da Educação). Além disso, é preciso que se apresente o comprovante emitido pela instituição de ensino para ser registrado no Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CREA/CONFEA).
Então, é sobre o curso de engenharia civil que falaremos mais detalhadamente neste artigo.
Acompanhe!
Como é a faculdade de engenharia civil?
O curso de engenharia civil é uma graduação com titulação de bacharelado e duração média de cinco anos. Ao longo desses 10 semestres, os alunos são preparados para projetar, gerenciar e executar obras e construções.
Além de atuar no desenvolvimento de projetos estruturais e na criação de edificações, o profissional de engenharia civil pode trabalhar em outros setores. Como exemplo, o de inspeção, fiscalização, perícia, saneamento e transporte.
Quando falamos em faculdade de engenharia civil, é comum ouvirmos comentários sobre as dificuldades desse curso. Em geral, que é muito competitivo e exigente com relação a cálculos matemáticos. E os desafios começam já no processo seletivo. Afinal, engenharia civil é dos cursos mais concorridos nos vestibulares.
Isso não é mito. Mas não é motivo para se assustar com o curso de engenharia civil. Assim, o mais importante é o interessado coletar o máximo de informações sobre o curso e a carreira.
As grades curriculares combinam disciplinas generalistas nas áreas de física, matemática e química nos primeiros semestres. A partir do segundo ano, o curso ganha disciplinas específicas. É o caso de disciplinas como estática das estruturas, desenho técnico, mecânica dos solos, estruturas de concreto e resistência dos materiais.
Dessa maneira, ao final do curso, o aluno precisa realizar um estágio supervisionado na área. A boa notícia é que não faltam oportunidades para quem está em início de carreira. Muitas construtoras, empresas gerenciadoras de obras e escritórios de projeto possuem programas para recrutar estudantes e recém formados.
Desafios ao longo da carreira
Mas engana-se quem pensa que o curso de engenharia civil contempla apenas cálculos e fórmulas matemáticas.
Por ocupar uma posição de liderança, conhecimentos humanísticos são cada vez mais exigidos dos engenheiros, sempre em conjunto com uma sólida formação técnica. Assim, é importante ter uma boa capacidade de trabalhar em equipe e gerir pessoas. Aliás, profissionais que têm dificuldade de lidar com pessoas, ainda que com boa capacidade técnica, enfrentam problemas para crescer no mercado de trabalho.
O Conexão Jovem fez um panorama interessante sobre a faculdade de engenharia civil. Confira!
Outro desafio posto para os futuros engenheiros civis é a incorporação da tecnologia no dia a dia profissional. Estou falando principalmente sobre softwares de projeto e gestão de obras, sobretudo o BIM (Building Information Modeling) e as plataformas de colaboração baseadas em nuvem (cloud computing).
Lembre-se: Conhecer softwares e saber lidar com sistemas computacionais não são mais diferenciais. São as características essenciais de um engenheiro civil de sucesso.
Nós abordamos mais detalhadamente essas e outras transformações em curso em “Tendências de carreira na engenharia civil”. Não deixe de ler!
A evasão na faculdade de engenharia civil
De acordo com o Confea (Conselho Federal de Engenharia e Agronomia), o Brasil forma cerca de 40 mil engenheiros por ano. Isso pode parecer muito, mas na verdade nos coloca bem atrás de países como Rússia, Índia e China que formam 190 mil, 220 mil e 650 mil profissionais, respectivamente.
Ainda segundo estimativas do Confea, o Brasil possui um déficit de 20 mil engenheiros por ano.
Esse problema é agravado pelo alto índice de evasão da faculdade de engenharia civil.
Levantamento feito pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) com base em uma análise inédita de dados do Ministério da Educação (MEC) concluiu que mais da metade dos estudantes de engenharia do Brasil abandona o curso antes da formatura.
Em 2007, 105.101 pessoas entraram em cursos de engenharia em instituições públicas e particulares. Cinco anos depois, apenas 42,6% dos estudantes se formaram: menos da metade.
Assim, dentre as causas para a elevada taxa de evasão na faculdade de engenharia civil estão deficiências na formação básica dos alunos. Isso especialmente em disciplinas como Matemática e Ciências. Assim, é importante que o interessado comece a estudar o quanto antes.
Outro problema recorrente está relacionado à dificuldade em arcar com os custos. Especialmente com as mensalidades nas faculdades privadas. Ou seja, é importante que o estudante pesquise sobre os critérios necessários para que ele garanta sua bolsa de estudo.
Além disso, o estudo avaliou que há desmotivação nos alunos decorrente da falta de experiências práticas durante o curso. Outro fator para a evasão é a imposição por escolher a especialização logo nos primeiros anos do curso.
Oportunidades amplas de atuação
Concluída a faculdade de engenharia civil, a graduação em engenharia civil oferece múltiplas opções de atuação. Como, por exemplo, área da construção civil, geotecnia, saneamento, ambiental etc.
Então, o engenheiro civil encontra oportunidades de emprego em empresas privadas e órgãos públicos.
Pode ainda atuar como autônomo. Ou seja, montar seu próprio negócio, seja ele uma construtora ou um escritório de projeto. Pode, ainda, seguir carreira acadêmica e de pesquisa.
Para quem curte estar em obra, há a possibilidade de acompanhar o processo de construção de perto. Isso inclui empreendimentos de grande magnitude e dificuldade construtiva. Para quem se identifica mais com a rotina do escritório, também há oportunidades em áreas como gestão e orçamentos.
Nesse vídeo da TV Unesp você pode entender melhor como é a profissão de engenheiro.
As melhores faculdades de engenharia civil do Brasil
A cada ano, o jornal Folha de S. Paulo divulga o RUF (Ranking Universitário Folha). Ou seja, trata-se de uma avaliação do ensino superior do Brasil feita pela desde 2012.
Então, o trabalho é realizado a partir de cinco indicadores: pesquisa, internacionalização, inovação, ensino e mercado.
No último ranking, divulgado em 2018, as universidades mais bem classificadas no curso de engenharia civil foram as seguintes:
- Universidade de São Paulo (USP)
- Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
- Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
- Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)
- Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
- Universidade Federal do Paraná (UFPR)
- Universidade de Brasília (UNB)
- Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
- Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR)
- Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP)
- Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
- Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RIO)
- Universidade Presbiteriana Mackenzie
- Universidade Estadual de Londrina (UEL)
- Universidade Federal Fluminense (UFF)
- Universidade Federal do Ceará (UFC)
- Universidade Federal do Espírito Santo (UFES)
- Universidade Federal de Goiás (UFG)
- Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS)
- Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)
- Universidade Federal da Bahia (UFBA)
- Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA)
- Universidade Paulista (UNIP)
- Universidade Estadual de Maringá (UEM)
- Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC MINAS)
- Universidade Federal de Sergipe (UFS)
- Universidade Federal de Alagoas (UFAL)
- Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)
- Centro Universitário do Instituto Mauá de Tecnologia (CEUN-IMT)
- Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR)
- Universidade Estadual do Piauí (UESPI)
- Centro Universitário da Fundação Educacional Inaciana Padre Sabóia de Medeiros (FEI)
- Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT)
- Universidade Federal do Piauí (UFPI)
- Universidade de Pernambuco (UPE)
- Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS)
- Universidade Federal do Pará (UFPA)
- Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-CAMPINAS)
- Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP)
- Universidade Fumec
Conclusão
Ao longo desse post tentei te mostrar um panorama sobre a faculdade de engenharia civil. Assim, incluí as possibilidades de carreira e os desafios impostos aos profissionais dessa área.
Definitivamente a engenharia é uma carreira apaixonante e igualmente desafiadora. Ou seja, apresenta impactos diretos no crescimento do País e no bem-estar das pessoas. Há novas tendências em construção sustentável, inclusive.
Antes de concluir, gostaria de sugerir a leitura de alguns conteúdos publicados pelo Buildin com relação estreita com o assunto que abordamos hoje.
O primeiro é um artigo sobre Construção 4.0, tendência que deve se consolidar nos próximos anos.
Minha segunda dica é um texto do engenheiro Aldo Dórea Mattos sobre o impacto da inovação e da tecnologia na carreira dos engenheiros.
Por fim, recomendo esse post que traz uma lista com 20 aplicativos que os engenheiros devem ter em seus smartphones.
Ah, e se você está preocupado em mergulhar de cabeça em um setor que passou recentemente por profunda estagnação, confira o texto “Tendências da construção civil para 2019”. Nele te damos uma ideia do que esperar e, principalmente, de como se preparar para esse ano.
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