Nós sabemos que a administração correta da disponibilidade de materiais nas obras tem reflexos na produtividade das construtoras e no seu resultado financeiro. Você deve concordar, então, que uma boa gestão de estoque na Construção Civil deve ser uma meta dos empreendedores do setor.
O desafio, neste sentido, é garantir que não falte, não haja desperdícios, perdas e nem tampouco excesso desses insumos nos empreendimentos. É preciso muita atenção para não acumular prejuízos nesta área.
Caso isto não funcione adequadamente, uma obra pode diminuir seu ritmo ou até ficar parada. A equipe vai perder tempo na busca de suprimentos que deveriam estar disponíveis no canteiro.
Por outro lado, quando há uma quantidade além da necessidade parada nos depósitos, isto significa um capital imobilizado que poderia ser empregado em outras áreas.
Temos também a situação do armazenamento inadequado, materiais mal acondicionados e mal protegidos que se deterioram ou estragam definitivamente, como a madeira e o cimento.
- Uma atividade muito ampla
- 3 pilares da Gestão de Estoques na Construção Civil
- 1) Classificação dos produtos na gestão de estoques
- 2) Não descuide do armazenamento
- 3) Reduzir transporte e movimentação na gestão de estoques
- 4) Adote o Lean Construction
- Veja outras dicas importantes para gerenciar o seu estoque:
- Conclusão
Uma atividade muito ampla
Enfim, há várias situações dessas que um bom gestor precisa conhecer e prevenir. Isto significa que a gestão de estoques não é apenas controlar o recebimento e a saída de materiais.
É uma atividade muito ampla e detalhista, que exige previsão, planejamento, organização, disciplina e uma boa estrutura de logística.
Falando para o varejo, o Sebrae chega a dizer que o estoque é “uma das áreas mais críticas” das organizações e que “pode significar a diferença entre o lucro e o prejuízo de uma empresa”.
Eu posso assegurar a você que na construção não é muito diferente. Perdas desta natureza impedem a redução dos custos que compõem a sua lucratividade.
Agora, veja algumas vantagens que você vai ter cuidando melhor da gestão de estoque:
- Impedir desperdícios, perdas e roubos.
- Saber as principais necessidades de reposição, os materiais de maior fluxo.
- Identificar materiais de menor uso e os que estão parados.
- Saber exatamente o que, quando e quanto comprar.
- Com estimativas mais precisas, negociar em melhores condições com fornecedores.
Antes de vermos as 4 dicas de ouro para te ajudar a fazer uma boa gestão de estoque, que otimize o tempo e seja eficaz, vamos ver os 3 pilares pelos quais você deve se basear para assumir um bom gerenciamento.
3 pilares da Gestão de Estoques na Construção Civil
Agora que nós deixamos claro a amplitude da gestão de estoques na construção civil, você precisa conhecer os 3 pilares que compõem essa boa gestão.
E quando eu falo em 3 pilares, um detalhe essencial já fica claro:
É um grande engano pensar que o controle do estoque envolve só os materiais usados no canteiro. Pelo contrário, este é apenas um dos elementos que fazem a diferença entre manter a obra sob controle ou ver o caos se instaurar.
Por isso, veja agora os 3 pilares e evite cometer o erro de ignorar um deles:
1. Pessoas
O primeiro pilar que você precisa considerar é o da gestão de pessoas, e essa é a parte mais importante (e difícil) da gestão de estoques de obra. Por quê?
Você vai precisar lidar com pessoas ansiosas, sob pressão ou que não entendem porque é preciso seguir certo processo para controlar as entradas de itens do estoque.
Além disso, você terá de fazer pedidos, lidar com fornecedores e lidar com imprevistos. E isso tudo exige lidar bem com pessoas que ocupam diferentes papeis na obra.
2. Materiais
O segundo pilar é o mais óbvio: dos materiais.
Como eu vou te mostrar em mais detalhes daqui a pouco, você precisa controlar as entradas e saídas, a logística de transporte, armazenagem e vários outros pontos sensíveis para manter o estoque sob controle.
Para isso, o responsável pelo estoque precisa conhecer os materiais de maneira específica para não tomar decisões ruins que atrapalham o andamento da obra.
3. Processos
Por último, é preciso ficar de olho nos processos que a empresa usa para lidar com os dois pilares anteriores.
E a falta de processos claros é o primeiro sinal de alerta: se a cada obra o estoque é controlado de um jeito, ou durante a mesma obra o procedimento de controle e liberação de itens muda várias vezes, você tem um problema.
Por isso, sempre revise os processos, procure gargalos e pontos de falha na comunicação. Por exemplo, se você tem um ponto em toda obra em que o mesmo problema de estoque sempre se repete, isso é um problema de processo.
Bem, agora que você pode compreender os três pilares que baseiam uma boa gestão de estoques na construção civil, é hora de conhecer as 4 dicas essenciais para você aplicar na sua empresa.
1) Classificação dos produtos na gestão de estoques
São inúmeros os produtos envolvidos numa construção.
Para que os estoques de todos eles sejam bem gerenciados é preciso adotar uma forma de classificação para distinguir a importância de cada um.
Assim, fica mais claro quais itens devem merecer uma atenção especial. Com a utilização da curva ABC na análise dos estoques, os materiais podem ser organizados em três grupos distintos.
Grupo A: representam de 5% a 10% dos materiais, mas significam 70% ou mais do investimento, por isso precisam receber atenção total. São os casos das pedras, cerâmicas e argamassa, entre outros.
Grupo B: são os itens de importância intermediária entre os grupos A e C, que constituem cerca de 20% do total em volume e 15% a 20% do total investido. Podemos citar os tijolos, as tintas e as telhas.
Grupo C: são os itens considerados menos importantes, que representam cerca de 60% dos produtos e apenas 5% a 10% do dinheiro investido nestes produtos. Neste caso temos pregos, parafusos e materiais de escritório, por exemplo.
Outras classificações podem ser criadas pelas empresas para se somar a estas, com critérios alternativos.
Por exemplo, a certeza ou não de fornecedores disponíveis a qualquer momento e o impacto da falta do produto sobre a obra.
Conforme a situação, mesmo não sendo um material de tanto valor, pode merecer uma atenção especial e até estoques maiores para se prevenir uma situação crítica.
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2) Não descuide do armazenamento
Mas por onde começar?
Invertendo a ordem, vou começar tratando com você do armazenamento, pois é bastante comum as empresas descuidarem disso.
Você mesmo já deve ter visto em muitos canteiros materiais espalhados aleatoriamente, expostos à chuva e ao vento, como a areia, sem previsão de uso imediato.
Não deixe isso acontecer!
Quando comprar um produto, já tenha em mente onde e de que forma ele vai ser armazenado e quando vai ser utilizado.
Seja rigoroso e leve em consideração as indicações da Norma Regulamentadora Nº 18, que no item 24 trata da armazenagem e estocagem de materiais.
Ela aponta como deve ser tratado cada produto, conforme segue:
- Para todos: Garantir o trânsito de pessoas por meio da disposição correta e do acesso aos equipamentos de segurança e combate a incêndio. Outro fator importante é o cuidado com as sobrecargas à estrutura.
- Para todos: O armazenamento precisa garantir a estabilidade e o a utilização planejada.
- Para todos: O piso onde são dispostos os materiais precisa ser estável, sem umidade ou desnivelamentos.
- À granel ou embalados: São os métodos de armazenagem mais comuns e devem garantir estabilidade e fácil manuseio. A pilha não deve ter altura maior que a largura, por risco de instabilidade no armazenamento.
- De grande comprimento: A organização deve ser feita por camadas, conforme a bitola de cada um dos materiais, facilitando o encontro e a retirada conforme o uso.
- Cal virgem: Precisa ficar em local bem seco e arejado.
- Materiais perigosos: Além de estarem identificados, demandam que o acesso seja restrito e o local isolado, com a devida identificação e controle de retirada somente por pessoal autorizado.
- Madeiras de tapumes e andaimes: O material que forma as estruturas de apoio só poderá ser empilhado depois que os pregos forem completamente retirados.
- Gases: Gases para a solda envolvem desde o oxigênio até o gás metano, e devem receber atenção especial com acionamento por válvulas e em recipientes adequados.
Seguindo rigorosamente essas referências da norma você estará dando um grande passo para organizar melhor seus estoques e ter novos ganhos nos seus empreendimentos.
3) Reduzir transporte e movimentação na gestão de estoques
O Sebrae reforça que na área de estocagem o layout deve garantir o acondicionamento correto de cada produto e favorecer o fluxo dos materiais.
Também aconselha reduzir ao máximo o transporte e a movimentação dos insumos, para se evitar quebras e permitir o fluxo contínuo que facilite as condições de trabalho.
4) Adote o Lean Construction
Muitas construtoras estão adotando a Lean Construction (construção enxuta), com recursos e processos padronizados, reduzindo o desperdício, otimizando a negociação de compras e gerando melhor equilíbrio financeiro para a empresa. Assim, utilizar a tecnologia como aliada para que cada processo tenha o menor custo possível, tornou-se a prioridade dos executivos da construção civil para os próximos anos.
Com uma solução especializada no segmento da construção civil, o gestor responsável pela obra consegue acompanhar em tempo real todo o fluxo de materiais e os detalhes sobre as quantidades orçadas e consumidas para cada item.
Dessa forma, controla bem de perto as tendências de estouro, desperdício ou sumiço de materiais. A inclusão dos itens é realizada automaticamente e no momento do consumo é possível identificar para quais tarefas ou etapas o material foi aplicado, garantindo controle total ao gestor.
Independente do porte da sua construtora ou incorporadora, um controle tipo Lean Construction representa um grande avanço, refletindo diretamente na rentabilidade da operação. Menos desperdício é mais dinheiro em caixa para realizar novos projetos
Antes de continuar, deixe eu lhe dar essa outra dica: o nosso Ebook especial “Guia do Controle de Estoque na Entrada e Saída de Materiais na Construção Civil”. Ele traz muitas outras informações de grande utilidade para você sobre o tema.
Veja outras dicas importantes para gerenciar o seu estoque:
- Registrar tudo: Fazer o controle rigoroso de todas as entradas e saídas de insumos, com cadastros individuais para cada item contendo código e descrição, data de aquisição e saída para o canteiro.
- Giro rápido: O estoque deve priorizar os materiais de giro rápido, ou seja, aqueles de uso contínuo e mais intenso na obra. Entre eles, claro, cimento, argamassa, areia, mas também blocos de concreto, tubos, conexões, fiação elétrica, tubos e azulejos.
- Fazer o inventário: É a forma de conferir os registros. A cada dia, escolher determinados itens para confirmar sua disponibilidade ou falta nos depósitos.
- Organizar o espaço: O local de armazenamento dos produtos deve estar sempre bem organizado, para que qualquer material seja encontrado com facilidade. Não descuidar da segurança do lugar contra os roubos.
- Envolver todos os setores: Para otimizar os ganhos na gestão dos estoques, é preciso um entrosamento muito grande dessa área e os demais setores.
Especialmente com a engenharia, para que esta repasse corretamente as necessidades e o cronograma das obras. Isto facilita o planejamento das compras e estocagem. Ao mesmo tempo, a integração permite que a engenharia tenha a informação segura da disponibilidade dos produtos necessários para cada etapa das obras.
Todos no canteiro devem estar atentos ao volume disponível e ao ritmo de consumo de materiais.
- Usar a tecnologia: Tenha uma boa planilha para controlar seus estoques. Ou, para garantir mais eficiência, adote um sistema ERP, que gerencia automaticamente os pedidos de compras, a estocagem e distribuição dos materiais, bem como a contratação e prestação de serviços.
Especialmente com a engenharia, para que esta repasse corretamente as necessidades e o cronograma das obras. Isto facilita o planejamento das compras e estocagem.
Ao mesmo tempo, a integração permite que a engenharia tenha a informação segura da disponibilidade dos produtos necessários para cada etapa das obras. Todos no canteiro devem estar atentos ao volume disponível e ao ritmo de consumo de materiais.
E a boa notícia é que nós criamos uma planilha de controle de estoque ideal para você. Ela já está pronta, basta você fazer o download e começar a usar no dia a dia.
Conclusão
É sabido que os materiais representam cerca de 50% dos custos de uma obra e que uma boa gestão dos estoques significa controle de perdas e aumento das margens de lucro.
Manter o equilíbrio entre o estoque e o consumo é um desafio que muitas empresas negligenciam. Mantém as mesmas práticas ineficientes há muito tempo.
Mas é preciso fazer um esforço, buscar um salto de qualidade adotar as melhores práticas conhecidas.
Se possível, investir num software que automatize e facilite esse trabalho. Você vai ver, o resultado virá logo.
Uma solução que vai mudar não apenas a qualidade da sua gestão de estoque, mas de toda a sua empresa, é integrar os dados de diferentes setores.
E a melhor forma de fazer isso é com uma plataforma integrada de gestão para construção civil.
Em vez de deixar cada setor reunir suas próprias informações e resolver problemas de forma isolada, a plataforma integrada dá uma visão mais ampla de todos os processos da empresa.
Assim, você consegue entender as etapas que vêm antes e depois do que acontece no estoque da obra, e isso torna mais fácil tomar decisões melhores em todos os cenários.
Assim, fica claro que a gestão de estoque de obra não é importante só para manter os materiais em dia no canteiro, mas também envolve a organização das pessoas na obra. Quanto mais claro fica que uma obra eficiente depende da boa gestão de pessoas e processos, tudo fica mais fácil, inclusive manter o estoque sob controle.
Além de melhorar o seu controle de estoque, a gestão integrada também aumenta sua produtividade. Veja como isso acontece lendo este artigo!
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Obrigado pela leitura e até o próximo artigo.