Canteiro de obras, etapa de acabamentos. O instalador de azulejos vai até o almoxarifado da incorporadora e solicita a quantidade necessária para começar o serviço no edifício residencial. Contando os segundos para receber logo os materiais e iniciar a colocação naquele dia mesmo, não deixa nem o funcionário que está tomando conta do centro de distribuição de materiais registrar a saída dos itens. O almoxarife, então, é obrigado a deixar essa atividade para depois – o que acaba não acontecendo – ou, pior: ele dá baixa no produto errado na lista de insumos cadastrados.
Uma cena como essa, muito comum no dia a dia das empresas de construção civil, também é responsável por uma das maiores dores de cabeça dos gerentes de suprimentos. Isso porque não ter o gestão de suprimentos pode gerar os mais diversos problemas, como a falta de materiais para as etapas seguintes da obra e de informações importantes para a elaboração de orçamentos com assertividade.
Em agosto de 2015, o custo nacional da construção por metro quadrado fechou em R$ 955,12. Deste valor, R$ 510,89 – ou seja, 53,5% – são referentes aos insumos, de acordo com informações do IBGE em parceria com a Caixa. Apesar de os materiais representarem mais da metade dos custos no orçamento de uma obra, dados divulgados pelo Instituto da Construção afirmam que o valor dos itens desperdiçados pode chegar a 30% do valor gasto com os materiais.
Construtoras e incorporadoras precisam lidar com uma variedade e quantidade muito grande de insumos a cada empreendimento, que vão desde sacos de cimento a torneiras. E os funcionários que tomam conta desses materiais nem sempre têm preparo e tempo para fazer esse controle de forma eficiente.
Porém, situações como essa não podem (nem devem) impedir sua incorporadora de fazer uma boa gestão de suprimentos e colher os bons frutos dela: existem estratégias para manter essa área sempre sob controle sem abrir mão da agilidade e produtividade tão necessárias à construção civil. Confira algumas delas:
- Conheça as demandas dos projetos consultando orçamentos e planejamentos de compras. Assim, o estoque estará preparado para atendê-las em todas as etapas de execução da obra e compras em duplicidade e emergenciais serão evitadas;
- Confira os itens assim que recebê-los, pois no caso de produtos danificados ou incorretos a construtora poderá solicitar a substituição ao fornecedor;
- Garanta condições de armazenamento ideais para cada tipo de material, assegurando que estejam sempre prontos para uso. O ideal é que peças frágeis como louças sanitárias, por exemplo, não sejam muito manuseadas enquanto estiverem estocadas, pois correm o risco de cair e quebrar;
- Mantenha sempre em estoque uma quantidade mínima de itens de consumo constante, como areia, cimento e cal;
- Realize o inventário periodicamente, emitindo relatórios para fazer a conferência dos produtos disponíveis e checar se os dados registrados estão de acordo com a realidade;
- Utilize uma solução tecnológica para integrar informações dos diversos canteiros de obras e áreas administrativas e ter acesso a dados de consumo precisos em tempo real;
- Adote a tecnologia do código de barras para tornar a entrada e saída de itens mais ágil e assertiva.
Ter controle da movimentação do consumo garante benefícios como cumprimento de prazo nas entregas de obras, redução de custos com compras mais assertivas, disponibilização de produtos certos com agilidade para quem trabalha na obra e dados para os orçamentos serem mais eficientes e próximos da realidade. Sem contar que ter uma gestão de suprimentos organizada ajuda a poupar o tempo de quem trabalha nessa atividade, seja no cadastro, localização ou movimentação de materiais.
Na construção civil, essa precisão na gestão de suprimentos significa fazer um melhor planejamento e ampliar a rentabilidade de cada empreendimento, alavancando os resultados da empresa!