Michael Marks é o co-fundador e presidente executivo da Katerra. Trata-se de uma startup que tem como propósito agilizar todo o processo de construção com tecnologia e inovação. Para promover mudanças na engenharia, arrecadou recentemente mais US$ 865 milhões em uma rodada de financiamento liderada pela SoftBank. Com isso, elevou o total arrecadado pela Katerra a US$ 1,1 bi.
Os investidores não se importaram pela falta de experiência prévia de Marks no setor de construção. Apostaram na sua visão e competências extraídas da Flextronics, onde foi CEO e, em seguida, presidente. Ele a tornou uma das maiores empresas de tecnologia do mundo.
Ainda é muito cedo para entender se o planejamento estratégico e a gestão da Katerra, verticalizando e integrando atividades off site e on site, numa operação completamente industrializada, gerará os resultados planejados. Ou seja, mudanças na engenharia.
Porém, é fato que há coragem na ruptura com conceitos, práticas e processos praticamente artesanais – que sempre temos combatido. É uma mudança absolutamente necessária para a elevação da construção ao patamar de indústria. Ou seja, buscando índices de competitividade e produtividade próximos aos dos setores mais avançados.
Obstáculos às mudanças na engenharia
Por um lado, a evidente necessidade de mudanças na engenharia e oxigenação das empresas do setor tem buscado soluções nas startups. Por outro, o ambiente e a rigidez das estruturas, sobretudo das operações maiores, são um obstáculo à evolução e modernização.
Há algumas semanas, o experiente engenheiro, executivo e consultor Luiz Henrique Ceotto proferiu uma excelente palestra. Ele falou sobre “O lado humano da inovação”, trazendo uma importante reflexão e conclusões baseadas em seu mestrado no MIT.
O tema é mais do que pertinente, já que a inovação deve partir da liderança e não pode estar desvinculada do propósito das organizações. Os líderes precisam fomentar um ambiente favorável à inovação.
Para chegar a mudanças na engenharia é preciso promover a ruptura com questões culturais que se tornam verdadeiras barreiras. Há necessidade de agir corporativamente com transparência e regras claras junto aos diversos representantes das organizações. São desafios a superar no caminho para a transformação de organizações tradicionais em empresas rápidas e de alto desempenho.
Teoria das organizações
Olhando para um passado recente encontrei um fundamento importante na Teoria das Organizações que apresento resumidamente na figura a seguir.
É interessante observar como os fatores de sucesso já apontavam há muitos anos mudanças na engenharia relevantes. E que, aparentemente, somente estão sendo discutidas e compreendidas de forma mais abrangente de alguns anos para cá.
Certamente a tecnologia e a inovação estarão inseridas no DNA e na estratégia das empresas de sucesso no mercado futuro. Mas vai além de visão, governança apropriada, propósito, flexibilidade e capacidade de gestão.
Protagonismo do capital humano
É preciso um ambiente favorável e com cultura organizacional que dê liberdade para a criatividade para promover mudanças na engenharia. Ainda assim, o ponto mais relevante de todas estas questões é que o principal ativo das organizações diz respeito ao capital humano.
Este será o principal diferencial competitivo das empresas. E somente é possível explorá-lo por meio de uma liderança inteligente, diligente e participativa, capaz de conduzir fortes mudanças e transformações.
Isso será realizado somando as competências de cada colaborador e dos principais aliados da cadeia de valor. Ou seja, potencializando e extraindo o melhor conteúdo e a maior velocidade possível desta equipe multidisciplinar.
Sempre visando quebrar paradigmas e atingir os resultados esperados e projetados para o negócio. Ou seja, com muitas mudanças na engenharia.