Saber mais sobre o que são decibéis e como eles afetam a saúde é fundamental para preservar a sua audição. E não é só porque nos últimos anos o uso de fones de ouvido tem se tornado cada vez mais comum.
Este assunto também é importantíssimo para a segurança do trabalho. Isso porque durante algumas atividades profissionais, os excessivos ruídos causados pelas máquinas e equipamentos podem ser extremamente prejudiciais à saúde do trabalhador.
Pensando nisso, trouxemos mais informações sobre o que são decibéis, como eles afetam a saúde e como agir para preservar a sua audição. Vamos lá?
O que são decibéis afinal?
Os decibéis configuram uma unidade de medida que compara a intensidade de diferentes sons (com a mesma frequência). Derivado do bel (B), a medida usa uma escala logarítmica para comparar a intensidade de um som com o menor som que pode ser detectado pelo ouvido humano. Geralmente, essa escala é expressa em décimos da unidade do bel e, por isso, é conhecida como decibel.
O nível de intensidade sonora de um som determina se ele é considerado forte ou fraco, e é medido em watts por metro quadrado (W/m²). O limiar de audibilidade, ou a menor intensidade sonora que pode ser ouvida pelo ouvido humano, é de I0 = 10–12 W/m².
Sabido isso, para calcular o nível sonoro de um ambiente em decibéis, é necessário utilizar uma relação entre as intensidades sonoras. Essa relação pode ser expressa em uma fórmula usando logaritmos, devido aos valores das intensidades serem muito pequenos ou muito grandes.
Decibéis e a segurança do trabalho
Cuidar da proteção auditiva durante atividades profissionais é de extrema importância para prevenir danos permanentes à audição. Muitas profissões, como aquelas que envolvem música, construção e indústria, podem expor os trabalhadores a níveis de ruído excessivos que podem levar a perda auditiva.
A exposição prolongada a altos níveis de ruído pode danificar as células ciliadas do ouvido interno, que são responsáveis por transmitir sinais sonoros ao cérebro. O uso de protetores auriculares adequados, como tampões auriculares ou protetores de ouvido, pode reduzir significativamente o impacto do ruído nos ouvidos, preservando a audição dos trabalhadores e melhorando a qualidade de vida no trabalho.
Por isso, é importante que os empregadores forneçam equipamentos de proteção individual adequados e que os trabalhadores sigam as medidas de segurança estabelecidas para evitar danos à audição.
Ruídos que causam problemas para a saúde auditiva
É interessante perceber que, no cotidiano, os ruídos acabam prejudicando a saúde auditiva, principalmente se formos expostos diariamente a eles. Como é o caso de alguns profissionais que atuam em rotina com ruídos como:
- Máquina perfuradora que emitem 90db;
- Motosserras que emitem 100db;
- Martelo pneumático com 110db;
- Disparos de armas de fogo que emite 120db;
- Buzinas emitem em média 120db;
- Avião prestes a decolar 130db;
- Explosões com ruídos de 140db.
Portanto, pessoas que trabalham em ambientes com tais ruídos precisam fazer uso de EPIs, visando evitar que sejam causados danos irreversíveis para a própria saúde.
Além disso, aqueles que lidam com ambientes barulhentos, como profissionais que trabalham em academias, trânsito intenso e outros ambientes que não demandam propriamente o uso de abafadores de ruídos, também devem procurar minimizar os riscos.
Ter consciência de que o excesso de ruídos danifica a audição é importante para que se exponha sempre com o devido cuidado, evitando danos em sua saúde auditiva.
É interessante saber que, em relação a quantos decibéis o ouvido humano suporta, a variação é bem ampla, chegando a até 120 dB sem causar dor. Acima disso, já haverá desconforto.
O que a NR 15 diz sobre os ruídos
A Norma Regulamentadora 15 (NR 15) é uma das normas de segurança do trabalho estabelecidas pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) do Brasil. Essa norma trata das atividades e operações insalubres que envolvem agentes químicos, físicos e biológicos nocivos à saúde do trabalhador, incluindo os ruídos.
Dessa forma, a NR 15 estabelece limites de tolerância para a exposição dos trabalhadores a cada um desses agentes, considerando fatores como o tempo de exposição e o tipo de risco envolvido. A norma também define as medidas de prevenção e controle que devem ser adotadas pelos empregadores para proteger a saúde dos trabalhadores.
Segundo a NR, os limites de tolerância para a exposição ao ruído podem variar de acordo com o tipo de atividade e a intensidade do ruído. Para exposição diária contínua ou intermitente, os níveis de ruído não devem exceder 85 decibéis (dB) de média ponderada no tempo de 8 horas diárias de trabalho.
Além disso, a NR 15 determina que para cada aumento de 3 dB na intensidade do ruído, o tempo de exposição deve ser reduzido pela metade. Ou seja, para uma exposição de 88 dB, o tempo máximo de exposição seria de 4 horas.
Para avaliar o nível de ruído no ambiente de trabalho, a NR 15 também estabelece critérios para a realização de medições e avaliações, que devem ser realizadas por profissionais capacitados e com equipamentos adequados.
A norma determina que, caso os limites de tolerância sejam excedidos, o empregador deve adotar medidas de controle para reduzir a exposição dos trabalhadores ao ruído. Como por exemplo, a utilização de equipamentos de proteção individual e coletiva, ou a implementação de medidas de engenharia.
Como os ruídos impactam a saúde?
Todas as pessoas são negativamente impactadas pelos ruídos elevados no dia a dia. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o valor de 55 dB é o máximo ideal para a exposição durante a maior parte do tempo.
Pessoas que possuem uma exposição prolongada a ruídos acima de 55 dB estão sob risco de problemas auditivos.
É importante perceber que, em algumas regiões mais urbanas e por uma questão de hábitos das pessoas, é possível identificar que a exposição aos ruídos é muito além do desejado.
No caso da União Européia, por exemplo, os ruídos são superiores a 65 dB durante o dia, expondo toda a população. Já durante o período da noite os níveis ficam acima de 55 dB.
O que acontece sem que as pessoas percebam é que, a exposição a ruídos dessa intensidade pode desencadear uma série de problemas.
Muitas pessoas relatam distúrbios do sono e insônia, mas não percebem que o ruído tem relação com o problema. Em alguns casos, o aumento da pressão arterial está relacionado ao índice elevado de ruídos.
Portanto, o problema vai muito além de simplesmente uma exposição prolongada que coloca a audição em risco.
É necessário que as pessoas tenham consciência de que o ruído causa danos e que isso precisa ser combatido para que não seja fonte de problema de saúde causando adoecimento coletivo.
Zumbido no ouvido é um sinal incômodo de problema
Atualmente já não é raro encontrar pessoas que relatam zumbido no ouvido. O problema pode estar intimamente ligado ao uso de fones de ouvido e exposição prolongada a ruídos.
Portanto, é algo que merece total atenção daqueles que estão manifestando o problema. Uma vez que, o zumbido é um sintoma de que algo não está bem na audição. E essa condição pode desencadear uma série de problemas, como depressão e dificuldade de convívio social.
Afinal, a pessoa terá dificuldade de compreender o que os demais estão falando e se comunicar, por causa da audição comprometida.
Quem percebe o problema precisa ter o cuidado de procurar ajuda. Um especialista em otorrinolaringologia poderá auxiliar identificando por meio da audiometria se há algum comprometimento.
Dessa forma, a pessoa terá melhores condições de orientação e tratamento, visando contribuir para que a saúde auditiva seja a melhor possível.
A poluição sonora das cidades também prejudica a saúde
Agora que você já sabe que a poluição sonora prejudica a saúde, é importante ter cuidado em sua rotina. Afinal, atividades simples como passar aspirador de pó em casa ou ligar o liquidificador produzem ruídos acima dos 70 dB.
Portanto, o ideal é que o barulho sempre seja avaliado para que sua família possa reduzir o volume de barulho produzido em casa.
Dessa forma, é possível garantir um ambiente mais saudável e que não vai afetar sua saúde. Ao que se sabe, ansiedade, estresse, irritabilidade, falhas de memória, falta de concentração e até doenças mentais podem estar relacionadas ao ambiente barulhento.
Procure sempre manter o ambiente mais calmo e tranquilo, oriente seus amigos e familiares para evitar som alto por período prolongado e sempre respeite a legislação em relação aos decibéis.
Dessa forma, todos estarão mais protegidos do problema que acaba reduzindo a expectativa de vida e a qualidade de vida sem que a gente perceba.
Invadir o espaço do outro com som alto, barulhos antes das 8h ou após as 20h são erros comuns que acabam gerando atrito entre vizinhos.
Evite esse tipo de comportamento para que possa garantir um convívio saudável e harmonioso.
