Atualmente no Brasil, existem vários desafios e riscos para construtoras. São contratempos e inconvenientes que aparecem de todos os lados – às vezes, vários ao mesmo tempo.
Entre outros fatores, eles podem ter origem em problemas com a mão de obra, fornecedores, clientes e fisco, bem como nas instabilidades no mercado.
Mas fique tranquilo:
Para que você não seja pego de surpresa, neste post eu elenquei para você os 5 maiores riscos para construtoras que você pode correr.
Vamos começar!
1 – Burocratização Excessiva
Não é novidade que existe muita burocracia no Brasil. Mas na construção parece que ela foi feita com mais vontade. São exigências que vêm do Corpo de Bombeiros, ABNT, Crea, prefeituras e órgãos ambientais.
Até os cartórios de registro de imóveis estão cobrando por emolumentos no registro da incorporação e averbação das unidades autônomas que você não precisa pagar.
E pior! Muitas vezes eles são pagos por desconhecimento da empresa.
E você ainda pode argumentar:
Muitas dessas exigências são bem válidas! Especialmente aquelas que tem por objetivo gerar edificações que sejam seguras para os usuários e que se adequem às mudanças de mentalidade da sociedade, como a exigência de acessibilidade. E você estará certo!
A grande questão é:
Muitas vezes as construtoras sofrem com demoras abusivas na hora de conseguir documentos que precisam ser obtidos nos mais diversos órgãos públicos. Faltam profissionais focados na aprovação de empreendimentos, o que ainda acarreta uma grande insegurança jurídica. Isso compromete todo o planejamento das incorporadoras e gera atrasos. E atrasos geram prejuízo.
O especialista do blog do Sienge, Miguel da Silva Filho, escreveu um post muito bom que busca auxiliar o empreendedor a vencer essa burocracia.
2 – Acidentes no Canteiro de Obra
Todos nós sabemos que canteiros de obra não são os lugares mais seguros do mundo. Mas você sabia que a Construção Civil tem o dobro de acidentes que a média do setor? Isso se considerarmos “apenas” os acidentes que levaram o colaborador ao óbito.
Quando apenas o setor de Transporte Rodoviário de Carga está na frente em números de acidentes, é hora de se preocupar.
E as causas são as mais variadas:
- Falta de uso dos EPIs;
- Colaboradores que não estão prestando atenção nas atividades;
- Falta de fiscalização do canteiro de obras;
- Equipamentos obsoletos;
- Desatenção às normas regulamentadoras;
- Pressão econômica para resultados de curto prazo.
Você pode ler mais sobre esse assunto em nosso post que explica melhor os acidentes na Construção Civil.
E esses sinistros não são prejudiciais apenas aos trabalhadores:
Toda vez que um acidente acontece no canteiro de obra, a construtora perde dinheiro.
Como se a perda humana não fosse suficiente, os acidentes geram um ônus financeiro à empresa. Além de um possível processo movido pelo colaborador ou seus familiares (assunto que abordaremos mais abaixo), ainda há uma perda grande com a obra parada e funcionários ociosos.
Isso pode parecer óbvio, mas não custa reforçar: ninguém sai ganhando com um acidente no canteiro de obra.
E o que pode ser feito para evitar isso?
Uma ação relativamente simples que você pode aplicar são os DDS – Diálogos Diários de Segurança. O objetivo deles é conscientizar os operários a respeito da prevenção de acidentes de trabalho. Mais do que isso, eles consolidam as melhores práticas para trabalhar com segurança.
Esse vídeo exemplifica bem a importância dos DDS.
Para conhecê-los melhor, você também pode acessar nosso post que explica bem sobre os Diálogos Diários de Segurança.
3 – Processos Judiciais
Acho que não é surpresa nenhuma o fato de que as empresas do Brasil estão presentes na grande maioria das ações judiciais. 83% delas, para ser mais exato. E o custo para se defender é alto. Algumas empresas comprometem quase 2% do faturamento de um ano com esses processos.
Os processos são dos mais variados: desde ações trabalhistas até aquelas referentes ao pagamento de tributos federais.
Fique atento:
Mesmo que sua empresa faça contratos de subempreitada para economizar com mão de obra, em casos de acidentes trabalhistas com o subempreiteiro, a construtora não está protegida. Tanto o empreiteiro quanto a construtora assumem responsabilidade pelo caso, mesmo que não exista uma relação direta entre o subempreiteiro e a construtora.
Sabe o que isso implica?
Sua construtora pode estar prestes a sofrer um processo jurídico e você não sabe. Exatamente por isso, é importante estar em cima de todos os processos e acompanhar suas obras. Saber se os subcontratados estão realizando suas atividades da forma correta é fundamental.
Recomendo muito entender sobre a Lei de Terceirização para se prevenir melhor.
4 – Riscos Administrativos
Os riscos administrativos costumam ser um dos mais subestimados na Construção Civil, principalmente por não serem tão chamativos quanto os demais. Mas não é por isso que você deve se descuidar.
Os mais comuns são:
- Adoção de premissas equivocadas no orçamento e planejamento;
- Flutuação de preço dos insumos;
- Variabilidade das produtividades;
- Dependência de terceiros, como fornecedores, subempreiteiros e projetistas;
- Disponibilidade de recursos financeiros;
- Riscos técnicos;
- Greves de sindicatos locais.
Pela grande quantidade de riscos para construtoras no setor administrativo, é bom sempre considerar que eles são passíveis de acontecer. Isso serve para qualquer empreendimento.
Se você quiser saber mais sobre a parte administrativa, temos um ótimo post sobre Análise de Riscos. Recomendo.
5 – Comercialização
Sua empresa pode passar ilesa por todos os outros riscos para construtoras, mas se não preparar para esse, todos esforços terão sido em vão. Você pode ter o melhor empreendimento do mundo. Se ele não for vendido, não adianta nada.
O maior risco aqui é a incompatibilidade entre a velocidade com que você programou as vendas e a velocidade real em que elas acontecem.
E você já sabe o que isso significa:
Maior demanda por investimentos e fluxo de caixa comprometido. A velocidade de vendas é sempre uma incerteza. Portanto, é importante avaliar as consequências de um resultado negativo antes de realizar o lançamento do empreendimento.
Com relação à comercialização, alguns pontos muitas vezes são subestimados. São as mudanças de mercado em relação à economia, tributos, impostos e legislações técnicas que acontecem entre o período inicial de estudos do empreendimento até sua conclusão.
O retorno do empreendimento é muito dependente do fluxo financeiro. Mas como o projeto pode ter sido vendido em fases posteriores, essa receita pode não ser suficiente para cobrir o custo financeiro do empreendimento durante o período em que o caixa estava negativo.
Conclusão
Entender os riscos para construtoras corre é apenas um dos passos para o sucesso. É muito importante que, depois disso, você busque mais informações e formas de mitigá-los. Seja com o auxílio de profissionais mais qualificados, seja com softwares de gestão, o importante é se preparar.
Se você gostou deste post ou achou achou o conteúdo útil, não deixe de comentar e compartilhar!