Você tem visto, nos últimos meses, várias iniciativas de empresas da construção civil que buscam conectar-se a startups. E não importa se estas construtechs estejam ou não em algum programa de aceleração ou inovação. O objetivo é que tenham sinergia com os seus negócios.
O que elas buscam com esse tipo de estratégia é fomentar a inovação interna. Ou seja, melhorar processos, aumentar a produtividade e responder com maior velocidade às necessidades de seus clientes.
Confira uma série de iniciativas de fomento ao desenvolvimento de construtechs!
Dentre os programas de aceleração de startups voltados para a indústria de engenharia e construção, vou destacar hoje o Vetor AG. Trata-se do resultado de uma parceria entre a Andrade Gutierrez Engenharia, a Neo e a Mastertech.
Assim, o Vetor AG é um programa que visa a estimular a inovação na construção civil. Dessa forma, o programa abrirá inscrições para sua segunda edição em fevereiro de 2019. Portanto, na ocasião, vai selecionar startups da área de engenharia e construção para atuarem em parceria com a empresa.
Assim, o objetivo é a implementação de pilotos de tecnologia em obras da construtora.
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Como funciona?

O Vetor AG foi criado para melhorar a produtividade das obras da Andrade Gutierrez e acelerar a construção de uma cultura mais inovadora na empresa.
O programa se dedica à seleção de até oito startups para participar da residência do programa em São Paulo.
Os critérios de seleção das construtechs se baseiam no potencial de aumento de produtividade gerado pela solução.
No primeiro módulo do programa, realizado em 2018, as startups selecionadas para participar do programa puderam vivenciar a rotina de auxílio dos mentores. Além disso, participaram da discussão de ideias. Da mesma maneira, houve follow ups semanais de seus indicadores de desempenho (KPIs). O resultado é uma otimização contínua do modelo de negócio dessas startups brasileiras.
Tudo isso ao longo de aproximadamente cinco meses.

Primeira avaliação do programa de aceleração

A engenheira Clarisse Gomes, gerente de inovação da Andrade Gutierrez, conta que os objetivos do programa de aceleração foram alcançados. Mais que isso, se deram por mais de um aspecto. Ou seja, tanto pelo relacionamento criado pela convivência com as startups e com os parceiros, quanto pelo programa de desenvolvimento que acompanhou o Vetor AG.
A pedido de Buildin, Clarisse fez alguns comentários sobre a experiência do programa de aceleração. Segundo ela:

  • Ter um espaço como este programa de aceleração dentro do ambiente corporativo permite uma integração muito grande. A partir desses encontros, muitas ideias vão surgindo.
  • A relação entre corporação e startup é muito complementar. “Tínhamos vários dos nossos executivos atuando como mentores para impulsionar ainda mais os negócios e os empreendedores”.
  • A troca é sempre mútua, e cada startup tinha parceiros internos que colaboraram com a implementação das soluções, ao mesmo tempo que absorviam conhecimentos e expertise em tecnologias e novos modelos de gestão.
  • Alcançamos resultados tangíveis muito relevantes, como redução de 90% do papel no processo de gestão de projetos no campo e redução de 80% de tempo em levantamentos planialtimétricos.
  • O programa estimulou o engajamento dos times internos que conhecem os desafios do dia a dia do canteiro e trazem ideias que têm aplicação imediata.

Desafios da inovação aberta

Um dos desafios do programa de aceleração é garantir que os processos organizacionais acompanhem o ritmo de desenvolvimento das startups.
Grandes empresas têm processos robustos para minimizar riscos e que muitas vezes colidem com a agilidade necessária para evolução de soluções inovadoras. Não há certo ou errado, mas bom senso, análise de risco e estratégia”.
Assim, “estar preparado para flexibilizar é a palavra-chave de quem quer inovar de forma aberta”, diz a engenheira.
Outro ponto chave, segundo Clarisse, é construir uma cultura que sustente os novos relacionamento que surgem do programa.
Ou seja, “criar um ambiente onde o trabalho colaborativo é mais relevante que o trabalho individual”, aponta. Logo, “falhar rápido significa acelerar o processo de aprendizagem. É primordial quando queremos fazer inovação de forma aberta”, acrescenta a executiva da AG.

Construsummit 2018

Clarisse Gomes é uma das participantes já confirmadas do Construsummit, que acontece nos dias 28 e 29 de novembro, em São Paulo.
O evento é uma oportunidade de ouro para ter contato com as construtechs mais interessantes do mercado. Além disso, conhecer cases de sucesso em inovação no Brasil e no exterior. É o caso, por exemplo, da Kasita, startup que vem de um ecossistema tão rico quanto o do Vale do Silício. Jeff Wilson, CEO da Kasita, desenvolveu uma solução de residência compactas em Austin.
A gerente de inovação da AG irá compartilhar com o público do Construssumit sua visão sobre a inovação na indústria da construção, bem como os aprendizados obtidos com o programa Vetor.
“Temos um programa corporativo de inovação, o A2G, que compreende além do Vetor outros projetos que terão ainda mais força em 2019. O evento é uma oportunidade única de conexão e troca”, adianta a engenheira.