Dando início a nossa Série: Os 10 Erros mais Comuns nos Orçamentos de Obra destacarei a cada semana um erro que tenho visto nas empresas em que trabalho e onde faço consultoria. Começarei por um erro bem simples: não fazer visita técnica ao local da obra.
A fim de contextualizar melhor o problema, mostro na figura abaixo o roteiro básico das etapas do orçamento de uma obra típica. Os marcadores vermelhos mostram onde se localizam cada um dos 10 erros que vamos abordar!
Erro 1: Não fazer Visita Técnica
O primeiramente erro é deixar de fazer visita técnica ao local da obra. Talvez não seja o erro mais comum ou mais relevante da série, mas cronologicamente no orçamento de uma obra é o que ocorre mais cedo.
Este é um erro típico de quem tem pressa (ou preguiça…).
O fato é que muito orçamentista, por premência de fechar o orçamento da obra ou por restrição de recursos ou por dificuldades de se deslocar até o local onde será executada a obra, deixa de realizar a visita técnica de campo preliminar.
O objetivo dessa visita técnica é olhar o local da obra sob o ponto de vista técnico e logístico. Durante a visita o importante é mapear o tipo de solo e de vegetação, as características dos terrenos adjacentes, as rotas de acesso, as dificuldades de suprimento de mão de obra e material daquela praça, entre outras coisas. Um profissional experiente aproveita a visita também para uma salutar “espionagem”: buscar soluções técnicas (de fundações, por exemplo) adotadas em obras próximas.
Eu percebo, e o leitor há de me dar razão, que o problema de visita técnica ao local da obra é mais acentuado entre as empresas que participam de obras públicas do que entre aquelas do setor imobiliário, mas o problema pode assolar todo mundo.
No caso de uma empresa habituada a participar de licitações, muitas vezes acontece de se comprar o edital e logo começar o orçamento através da consulta a tabelas de preços e bancos de dados. O projeto que vem no edital, por melhor e mais detalhado que seja, certamente não contém alguns aspectos importantes, como, o tipo de pavimento dos acessos ao local da obra, sobre a capacidade do mercado local de fornecer mão de obra e materiais, etc.
Já imaginou você fazer o orçamento de uma obra só olhando para os desenhos do projeto e se deparar com este acesso?
Imagine agora que a obra é uma adutora que atravessa vários municípios e cruza regiões de vegetação de diferentes densidades. De onde virá a brita? Onde serão alojados os trabalhadores? Há surgência de água em algum ponto do terreno? O terreno está invadido? Existem edificações a demolir (além das que eventualmente estejam mapeadas no projeto)?