Custo global da construção é um valor que pode te ajudar a analisar lucros e definir preços de venda dos seus empreendimentos. Entenda melhor:
O custo da construção civil ficou 0,82% mais caro entre fevereiro e março de 2016, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse aumento foi influenciado principalmente pela valorização da mão de obra e do material de construção. Ao mesmo tempo, os potenciais clientes da construtora têm se mostrado favoráveis em desembolsar mais, mas não é por qualquer imóvel!
Uma pesquisa realizada para Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic) mostrou que o consumidor brasileiro está cada vez mais exigente sobre as inovações na construção e disposto a pagar mais por tecnologias que resultem em maior economia (30,2% dos entrevistados), segurança (16,3%), conforto (4,9%) e sustentabilidade ambiental (4,1%).
Sendo assim, tendo em vista dados de mercado como esses, como seria possível obter um empreendimento com preço de custo atraente ao qual pudesse ser adicionado, ainda, o valor do oferecimento de diferenciais tecnológicos? É aí que entra em cena um debate muito importante da esfera do mercado da construção civil, chamado de custo global da construção.
O que é o custo global da construção e como sua construtora pode calcular
Você já deve ter lido sobre o assunto aqui no blog do Sienge, mas não custa relembrar. Custo global da construção é o valor total mínimo que pode ser atribuído à edificação, o qual é calculado com base no custo unitário básico (CUB) praticado na região onde o imóvel está localizado – no estado de Santa Catarina, por exemplo, o CUB utilizado em maio de 2016 foi de R$ 1.565,77.
A multiplicação do CUB pela área total do empreendimento somada ao valor total que a construtora investiu para sua concretização resulta no custo global da construção.
A partir desse valor é que será obtido o custo unitário ou valor por metro quadrado da edificação, efetuando-se sua divisão pela área total do empreendimento e, com isso, estimando o valor de venda de cada uma de suas unidades. Daí a importância de se ter um custo global da construção atraente, já que impacta no preço final oferecido ao consumidor.
Importante: quando se fala no valor total que a construtora investiu para tirar o projeto do papel é preciso fazer um levantamento bem completo desses custos, do início ao fim da obra, de forma a se chegar a um valor de venda justo e, ao mesmo tempo, rentável. Para isso, é importante conhecer tudo sobre construção. Entre os itens que devem ser considerados nessa conta estão pesquisas de mercado e estudos de viabilidade, custos com terreno, regularizações, elaboração de projetos, mão de obra, insumos e equipamentos. O Sienge preparou um infográfico exclusivo sobre esse tema, faça download aqui!
Regras da construção: a NBR 15.575
Como se não bastasse o aumento dos custos de insumos e mão de obra, as construtoras precisam ficar atentas ainda à Norma de Desempenho NBR 15.575, que institui um nível de desempenho mínimo ao longo de uma vida útil para os elementos principais de toda e qualquer edificação habitacional, como estrutura, vedações, instalações elétricas e hidrossanitárias, pisos, fachada e cobertura. A NBR 15.575 é composta por seis capítulos:
- Requisitos gerais: conceitos sobre vida útil do projeto e parâmetros de desempenho;
- Estrutura: critérios de estabilidade e resistência;
- Sistemas de piso: colocação e características de pisos internos e externos;
- Vedações verticais: resistência e segurança de paredes e esquadrias;
- Coberturas: resistência ao fogo;
- Sistemas hidrossanitários: durabilidade e manutenção de sistemas de água fria e quente, esgoto sanitário e ventilação.
Segundo especialistas do setor, a estimativa é de que a norma esteja gerando acréscimo de 5% a 7% no custo final da obra. Porém, a NBR 15.575 também é responsável por agregar custo-benefício e valor percebido no mercado da construção civil. Isso porque, de forma geral, preza para que a construtora utilize matérias-primas de qualidade que, mesmo tornando o valor de venda das unidades mais elevado, ofereçam mais durabilidade e menos necessidade de manutenção a curto prazo.
Agregando valor no mercado da construção civil
Incluir soluções inovadoras e que permitam maior eficiência no uso de recursos como água e energia elétrica – e, com isso, maior economia aos moradores – é outra estratégia que ajuda a agregar valor ao seu empreendimento e passa a ser um bom argumento de venda no momento de apresentar o imóvel aos potenciais clientes da construtora. Confira abaixo como você pode oferecer unidades que permitam:
Economia de água
Separe os sistemas potável e não potável e possibilite a reutilização e economia de água em todo o edifício. Aposte na criação de reservatórios para captação, armazenamento e uso da água da chuva nas descargas de vasos sanitários e para limpeza geral, por exemplo. Por falar nisso, procure utilizar materiais de acabamento como azulejos, tintas e vidros de limpeza fácil para reduzir a quantidade de água utilizada nessa manutenção.
Economia de luz
Planeje áreas que possam funcionar com iluminação natural o máximo de tempo possível e, quando a luz artificial for necessária, opte por lâmpadas de baixo consumo. Considere também a instalação de placas coletoras para realizar a captação de energia solar e aproveitá-la no aquecimento da água, por exemplo.
Economia de energia elétrica em geral
Um bom e correto isolamento térmico possibilita manter uma temperatura constante no interior da edificação, diminuindo e até evitando o uso de aparelhos elétricos – como ventilador, ar condicionado e aquecedor – para equilibrar a temperatura no verão e inverno. Além do mais, em dias quentes, uma arquitetura que beneficia a ventilação natural diminui a necessidade de uso de equipamentos para refrescar ambientes.
Como sua construtora pode obter um preço de custo adequado
Reduzir custos, otimizar o uso de recursos e acompanhar a evolução da obra de perto são formas bastante eficientes de garantir um custo global da construção adequado. E isso é importante porque, como você já sabe, o preço de venda das unidades é formado com base também nos valores investidos pela construtora, aos quais devem ser agregados ainda os diferenciais que a o produto tem a oferecer. Por isso, quanto mais eficiente a construtora puder ser nesse aspecto, melhor. E para isso não é preciso sacrificar a qualidade e inovação dos seus empreendimentos, não. Confira:
Utilize ferramentas de gestão de obras
Documentos como projetos, orçamentos e cronogramas ajudam a planejar e gerenciar sua obra do início ao fim e é justamente por isso que são grandes aliados na missão de controlar e reduzir custos. Ao elaborar projetos arquitetônicos e estruturais detalhados e com antecedência é possível levantar tudo que será preciso em termos de materiais, mão de obra e equipamentos e visualizar estratégias para o melhor aproveitamento desses recursos.
Fazendo o mesmo com orçamentos a construtora pode negociar melhores preços em função do volume e da antecedência, e ferramentas como o cronograma físico-financeiro ajudam a acompanhar a relação investido versus realizado durante todo o processo da obra e tomar as devidas providências no caso de desvios.
Reaproveite e não desperdice
Entulhos podem ser muito úteis à sua construtora na tarefa de reduzir custos e, mais do que isso, podem até render um dinheirinho extra no caixa. Resíduos de alvenaria, concreto, argamassa, areia e brita, por exemplo, podem ser utilizados como matéria-prima para pavimentações. Se as sobras não forem reaproveitadas de imediato, basta a construtora armazená-las de forma adequada e organizada para não perderem a qualidade até o momento de seu uso.
Outra possibilidade de reutilização é revender as sobras para empresas especializadas no processamento, recuperação e venda desses resíduos de construção civil, com o objetivo de gerar recursos financeiros à construtora.
Fique de olho também para evitar situações que gerem desperdício: a movimentação de insumos com muita antecedência para a obra, como areia, que sofre ação do tempo, por exemplo, é uma situação típica da comunicação ineficiente entre canteiro de obras e área de suprimentos, causando desperdícios.
Automatize a gestão da sua construtora
Um projeto de redução de custos pode ser iniciado com sucesso dentro de uma construtora a partir do momento em que ela conseguir ter uma visão do todo de seus gastos e das demais informações que incidem sobre eles. Isso é possível com a adoção de uma solução tecnológica especializada no segmento, o que ajuda a planejar os próximos passos da empresa com foco na gestão de custos, além de integrar dados que permitem maior eficiência aos processos e ajudar a ter as informações do fluxo de caixa sempre atualizadas e em mãos.
Construção civil: 3 benefícios para usar a tecnologia no dia a dia
1) Reduz custos e aproveita melhor os recursos disponíveis
Para conseguir agregar diferenciais de qualidade e eficiência nos seus projetos, a construtora precisa estar atenta às oportunidades de redução de custos por dois motivos principais. O primeiro é para que sua empresa consiga redirecionar recursos para viabilizar a redução, e o segundo para que o cliente invista em algo que lhe ofereça benefícios e valor percebido.
Por exemplo: se você precisou pagar 20% a mais por um insumo que foi encomendado em cima da hora ou perdeu grande parte do material de construção que seria utilizado em uma obra por conservação inadequada, o cliente não verá o resultado desse custo enquanto estiver usando as estruturas da edificação – mas ele certamente irá pagar por isso! Por outro lado, o consumidor pode perceber que valeu a pena ter investido a mais em um imóvel revestido com pisos e azulejos de melhor qualidade que não demandem tempo, água e produtos demais para sua limpeza.
Apesar da baixa no desempenho do mercado da construção civil atualmente, 80% das indústrias do setor pretendem investir em novas tecnologias até 2020. A informação é da Confederação Nacional da Indústria (CNI), que realizou uma pesquisa com 457 empresas da área. Entre os fatores que estimulam essa aderência, 49% das companhias destacaram a forte redução nos custos de produção proporcionados por ERPs (sistemas de gestão) e demais equipamentos, máquinas, materiais e processos modernizados. Veja como isso é possível:
- Uma solução tecnológica organiza, padroniza e integra informações dos departamentos da construtora para evitar situações como compras desnecessárias ou em duplicidade, por exemplo;
- Também permite a utilização de ferramentas de gestão de obra como projetos, orçamentos e cronogramas de forma eficiente e integrada, ajudando na elaboração, atualização e geração de histórico dos dados registrados nesses instrumentos para utilizá-los como “lições aprendidas”;
- Promove gestão eletrônica de contratos, garantindo o gerenciamento adequado do aluguel de maquinários e evitando que chegue a hora de devolver um equipamento que ainda está em uso sem que a construtora tenha se planejado para tal. Isso gera custos extras que não estavam previstos com o aluguel emergencial de máquinas a preços maiores e, muitas vezes, até com a compra de equipamentos;
- Ajuda no planejamento de manutenções preventivas, de forma que a construtora não precise gastar mais com manutenções corretivas (geralmente mais caras) e com os eventuais prejuízos gerados por elas, como a quebra de máquinas, danificações na estrutura do empreendimento e até mesmo acidentes de trabalho;
- Você não precisa mais gastar tanto com impressões, já que os documentos estarão todos disponibilizados no sistema e é possível acessá-los de qualquer lugar, inclusive de forma mobile no canteiro de obras por meio de smartphones e tablets, por exemplo;
- É possível fazer a gestão simultânea de múltiplas obras, possibilitando visualizar números consolidados ou relacionados a cada projeto e facilitando a identificação de oportunidades de melhorias no aproveitamento de recursos;
- Mantém as equipes informadas dos dados como um todo, ou seja, possibilita a integração de informações entre áreas administrativas e canteiros de obras, permitindo que os colaboradores encontrem soluções para otimizar o uso de recursos ou reduzir custos;
- Permite cruzar informações para fazer replanejamentos e simular cenários com base em dados reais, identificando o caminho mais produtivo e eficiente a ser seguido.
2) Acompanha a obra
Agora que você já conferiu algumas das principais formas pelas quais uma solução tecnológica pode ajudar sua construtora a enxugar custos operacionais para melhorar o custo global da construção, saiba que ter o controle e o acompanhamento da obra na palma da mão (ou na tela do computador), outro benefício importante proporcionado por um ERP especializado, é essencial para que se identifiquem eventuais desvios do que foi inicialmente planejado e orçado.
Uma funcionalidade bastante útil e importante presente nas melhores soluções tecnológicas é a utilização do conceito de Business Intelligence (BI) para fazer esse monitoramento. Funciona mais ou menos assim: a construtora cria indicadores com base nas informações da obra disponíveis no sistema, os quais passam a ser alimentados e atualizados por esses dados. Você pode criar um indicador de controle de custos, por exemplo, e com ele monitorar valores limitados em orçamentos e cronogramas físico-financeiros. Ao perceber que “Controle de Custos” está se afastando mais a cada dia da meta estipulada, o proprietário da construtora pode expandir o indicador para verificar onde está o problema e atuar pontualmente para solucioná-lo.
Mas vale lembrar que para que um ERP desempenhe a função de acompanhar as obras com excelência ele também precisa da ajuda dos envolvidos, no sentido de manter as informações disponibilizadas dentro da solução sempre atualizadas. Daí a importância de todas as áreas terem acesso à maior parte dos dados da obra para proporcionar uma gestão colaborativa.
3) Fornece informações confiáveis para o cálculo do custo global da construção
Além de ajudar a construtora a fazer uma gestão mais eficiente dos seus custos e melhorar a utilização de seus recursos, uma solução tecnológica especializada no segmento é capaz de armazenar todo o histórico da obra e as informações que sua construtora vai precisar para fazer o cálculo do custo global da construção. Tudo isso de forma consolidada, atualizada e bastante organizada, afinal, a execução de obras dura muitos meses e é muita informação que se recebe a cada dia. Daí a necessidade de tê-las sempre em dia e disponíveis!
Como você já percebeu, é muito importante que as informações utilizadas nesse cálculo sejam o mais próximo da realidade possível, pois assim ajudam na obtenção de um custo global da construção mais justo e rentável à construtora.
O custo global faz parte das regras da construção. Isso quer dizer que ele não aparece nas obras lá de vez em quando, mas sim, que faz parte da realidade de todas elas, afinal, é por meio dele que a construtora conseguirá calcular seus preços de maneira bastante profissional.
Conclusão
Encerrar este conteúdo falando sobre tecnologia não foi em vão: depois de conferir dicas valiosas para tornar o custo global da construção de seus empreendimentos justo e lucrativo, aguarde o próximo conteúdo que vai detalhar melhor para sua construtora como o uso de uma solução tecnológica especializada no mercado da construção civil vai ajudar, e muito, nessa missão. Clique aqui para receber uma demonstração gratuita do Sienge e veja como o ERP é a solução que a sua construtora precisa!