O novo comportamento do consumidor imobiliário

Giseli Barbosa Anversa

Escrito por Giseli Barbosa Anversa

12 de novembro 2020| 10 min. de leitura

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O novo comportamento do consumidor imobiliário

O comportamento do consumidor mudou. Com a chegada inesperada de uma pandemia que se estendeu mais do que a maioria imaginava, a sociedade percebeu o grande valor de ter um lar preparado para as necessidades do dia a dia.

E como as necessidades mudaram, as prioridades na hora de comprar um imóvel também não são mais as mesmas.

A Brain Inteligência Estratégica, parceira do Sienge, fez um estudo sobre o novo comportamento do consumidor imobiliário e, neste artigo, vamos falar sobre algumas das descobertas mais relevantes. Você vai entender até que ponto a pandemia mudou os hábitos de consumo do brasileiro e quais são os próximos passos para o setor da construção civil diante disso.

O estudo integral você encontra aqui.

Principais mudanças que a pandemia trouxe para o comportamento do consumidor

Um dos pontos altos do estudo realizado pela Brain é um mapeamento das principais mudanças que o cenário do Covid-19 trouxe para o consumidor final. A empresa gastou mais de 40 horas entrevistando 128 pessoas, de 8 capitais brasileiras diferentes.

Os resultados foram mais que interessantes. Aqui estão as principais mudanças no comportamento do consumidor trazidas pela pandemia:

Trabalho adaptado

A primeira mudança foi a necessidade de adaptar a própria casa para se tornar um ambiente de trabalho, lazer e convívio familiar, tudo de uma vez só. A pesquisa da Brain apontou que a maioria das pessoas não tinha um ambiente preparado para home-office, o que causou dificuldades imediatas.

Segundo o estudo, a adaptação de casa para escritório remoto aconteceu em 3 níveis:

  • espaço: alguns usaram a sala como escritório. Outros adotaram o quarto, e muitos trocaram de ambiente da casa conforme a disponibilidade do espaço e necessidade da tarefa;
  • tempo: famílias com várias pessoas precisaram adaptar os períodos de trabalho e estudo para compartilhar os ambientes de maneira que funcionasse para todos;
  • estrutura: em muitos lares, o problema em comum foi a falta de móveis adequados, aparelhos eletrônicos para trabalho e até conexão de internet boa o suficiente.

Por tudo isso, agora nada menos que 87% dos entrevistados julga ser essencial ter um espaço exclusivo para trabalho no seu próximo imóvel.

Cozinha é mais importante do que nunca

Uma das percepções da Brain na pesquisa foi que com a descoberta de novos hobbies, muitas pessoas definiram novas preferências para sua próxima compra de imóvel. Uma das atividades favoritas durante a pandemia foi cozinhar.

Com mais pessoas se aventurando na cozinha como hobby, as famílias passaram a ocupar mais este espaço e enxergá-lo como uma área de convívio interessante. Entre os participantes da pesquisa foi grande o número de “novos cozinheiros”: 79%.

Assim, o setor de construção civil precisa ficar atento e enxergar a cozinha como local social, não só uma estação de preparo de alimentos.

Sala é o coração do convívio familiar

A sala se tornou o grande coringa durante a quarentena: serviu como área de convívio social, local de refeições, escritório, estação de lazer e tudo o que se pode imaginar. Então, como era de se esperar, passar tanto tempo coletivo no mesmo cômodo deixou mais evidente o que é importante para as famílias.

Sala versátil é parte do novo comportamento do consumidor

Daí surgiram os maiores desejos para o cômodo entre os entrevistados:

Para alguns, o ideal é que o cômodo seja maior. Apesar disso, nem todo mundo acha que a questão é o espaço, mas sim como é possível usá-lo. Salas mais versáteis, que podem ser facilmente adaptadas, são uma tendência.

Quarto é local de refúgio

Para grande parte dos participantes do estudo, o quarto deve ser o local da casa onde as pessoas vão para se desligar do trabalho e da agitação. Assim, fica a percepção de que esse ambiente precisa ser mais tranquilo, privado e relaxante, ou seja, talvez o que menos sofreu alterações nos desejos dos consumidores.

Quarto é local de refúgio

Apesar disso, itens como conforto acústico e maior independência dos outros cômodos da casa são demandas que se deve levar em conta.

Mais banheiros, por favor

O maior pedido dos entrevistados depois da pandemia foi maior número de banheiros, de preferência como parte de suítes.

Isso ilustra bem a mudança sutil no comportamento do consumidor, que deseja cada vez mais conforto para passar o tempo que for preciso em casa sem se incomodar.

Valorização do espaço e do verde

Outra tendência, que já vinha crescendo antes mesmo da pandemia, é a maior valorização do espaço e do verde no lar do consumidor moderno.

Sacadas e natureza são combinação poderosa para o novo consumidor

Aliás, nada mais justo:

Uma das grandes dificuldades da pandemia é justamente a necessidade de ficar isolado em casa. Afinal, para quem tem pouco espaço e nenhum acesso à natureza, o período fica muito mais desgastante.

Não é à toa que, entre os participantes da pesquisa que moram em apartamento, 80% disseram que a falta de sacada seria suficiente para eles desistirem de um imóvel. Além disso, houve uma mudança de perfil de compra em uma pequena parte dos entrevistados, que passa a preferir uma casa em vez de apartamento, por causa do quintal.

Áreas de lazer são essenciais

Seja em casa ou apartamento, algo que ninguém quer deixar de lado na compra de um novo imóvel é a área de lazer. Afinal, durante o período de pandemia as opções de diversão caíram de forma drástica.

Por isso, o comportamento do consumidor mudou para se adaptar à nova situação e garantir que mesmo em casa ele terá espaço e opções de entretenimento.

Mas um aviso para o setor:

As opções de lazer favoritas variam de acordo com o local. Além disso, 66% dos participantes não está disposto a pagar um preço maior por mais opções de lazer. Então, o segredo é fazer o básico bem-feito.

Olhar mais atento a detalhes na hora da compra

Por passar muito mais tempo em casa, o consumidor consegue ver bem mais de perto o que é importante ou não. Por isso, ele desenvolveu um olhar mais atento a detalhes que antes não veria, como os que citamos aqui.

Desse modo, questões como espaço e iluminação dos cômodos, contato com a natureza e opções de lazer agora são bem mais relevantes do que antes.

Frustração com a qualidade do atendimento e da venda

Algo que provavelmente não acontece só na pandemia, mas se tornou mais claro com o estudo da Brain, é a frustração dos compradores com quem vende. A qualidade do atendimento e das ofertas é baixa a ponto de fazer quem quer muito um imóvel adiar a compra.

Uma das conclusões do estudo é alarmante para quem trabalha no setor:

“Difícil não é a venda, mas a compra.” Ou seja, muitas pessoas estão prontas para pagar, mas não acham o imóvel certo ou não recebem a atenção que desejam na hora de comprar.

Assim, algumas recomendações que nós damos, com base no que vimos do estudo, são:

  • faça anúncios verdadeiros, que não prometem algo enganoso (como uma parcela que não condiz com o preço real que o cliente terá de pagar);
  • agende rapidamente as visitas e responda todas as dúvidas em até 24h depois do contato do possível cliente;
  • seja transparente sobre todo o processo de compra, e ajude a pessoa a achar o imóvel que ela realmente deseja e pode comprar.

No fim das contas, o comportamento do consumidor mudou, mas não no sentido de seguir uma direção nova e inesperada. Então o que a pandemia fez foi acelerar em alguns anos o rumo que o mercado já estava tomando.

O lado bom é que a base das principais soluções para atender a essa demanda também já existe. Assim, com uma adaptação rápida a sua empresa pode oferecer tais soluções sem demora.

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