A cadeia de construção é responsável por 10% do PIB global. Ela é fundamental para a construção de moradia e infraestrutura urbana, bem como elementar para a geração de emprego e renda. Ao mesmo tempo, é marcada pela ineficiência, desperdício e baixa produtividade.
A razão disso passa pelo baixo nível de adoção de tecnologia no setor.
De acordo com estudo divulgado na Harvard Business Review, o setor de construção é o segundo pior em adoção de tecnologias digitais em seus processos de negócio. Um cenário que começa a ser desafiado pelo surgimento das Construtechs, startups que resolvem problemas reais do setor por meio de negócios de base tecnológica.
Ainda que o propósito pareça nobre, muita vezes entender o que exatamente é isso não é tão simples para quem não tem tanta familiaridade com o setor tecnológico. Por isso, neste post vamos explicar tudo o que você saber sobre as Construtechs.
As startups
O mundo de tecnologia é repleto de jargões que de um dia para o outro começam a fazer parte de nossas vidas, um vocabulário que só aumenta. Foi assim com a internet, o e-mail, o smartphone, o app, a computação nas nuvens, o SaaS e muitas outras soluções.
Nos últimos anos, as startups se tornaram um símbolo de inovação e são consideradas o motor da transformação digital. Assim, representam mais uma nova palavra que tivemos que nos acostumar a escutar e a entender.
Mas o que é uma startup?
A definição clássica de startup é um bem genérica: “é uma instituição temporária em busca de um modelo de negócio escalável e repetível.”
Mas deixe-me explicar melhor:
- Instituição temporária: implica que deve durar um determinado período de tempo; uma startup não nasce para durar para sempre.
- Em busca de um modelo de negócio: envolve encontrar um problema relevante, uma solução eficaz e identificar quem é o cliente interessado em pagar por isso, entendendo o que a empresa precisa ter para conseguir entregar resultado para o cliente e ainda ter lucro.
- Escalável: não basta ter um cliente que pague por isso, tem de ser um mercado grande o suficiente e uma solução que seja capaz de resolver o problema de muita gente ao mesmo tempo, de forma que sustente um crescimento acelerado.
- Repetível: Todos clientes conseguem usar a mesma solução sem grandes adaptações, diferente de um serviço ou produto que precisa ser customizado para cada cliente.
O melhor exemplo é…
Há alguns anos, em um dia de chuva, um cidadão ficou incomodado com a demora em conseguir um táxi para ir a sua casa. Ao mesmo tempo, ele viu vários carros com apenas uma pessoa passando a sua frente. Ele então pensou: por que não poderia, por meio do celular, avisar que precisava de um motorista para levá-lo até seu destino e pagar por isso?
Havia várias incertezas nessa ideia: será que as pessoas aceitariam entrar no carro de um estranho? Como iriam pagar? Quanto custaria a corrida? Como garantir que não venha qualquer carro, mas sim um com boa higiene e qualidade? Esse foi o cenário perfeito para se propor uma startup. Um problema real, mas muitas incertezas.
Assim nasceu o Uber, uma startup com o desafio de melhorar a mobilidade urbana, buscando validar um modelo de negócio que resolvesse o problema do cliente, ao mesmo tempo que gerava dinheiro o suficiente para sustentar uma empresa com alto crescimento, de forma que pudesse replicar o negócio em várias cidades de todo o mundo, com um mesmo produto.
Hoje o Uber não é mais uma startup, mas sim uma empresa avaliada em 72 bilhões de dólares.
Por sua velocidade e capacidade de inovação, as startups vem transformando indústrias como o setor financeiro através da FinTechs, a educação por meio da EdTechs, a área de saúde por meio das HealthTechs.
E as Construtechs?
São startups que olham para os problemas do setor e buscam, por meio da tecnologia, gerar soluções inovadoras e negócios com alta capacidade de crescimento.
Assim como o Uber, o Sienge também foi, no início de sua jornada, uma startup ConstruTech.
Há 27 anos, três empreendedores se juntaram para resolver como integrar os diferentes departamentos de uma construtora e permitir uma gestão completa da empresa. Muito anos se passaram, e hoje mais de 3 mil construtoras usufruem da solução em todos os estados do País.
Um cenário fértil
Como um gigante adormecido, o universo das Construtechs começa a ganhar uma força cada vez maior. No último ano, mais de 1 bilhão de dólares foram investidos em startups do setor ao redor do mundo.
No Brasil, mais de 250 startups buscam desenvolver soluções inovadoras que tornem esse segmento mais digital e eficiente.
Empresas de toda a cadeia começam a buscar nas startups uma forma de gerar mais inovação, melhorar seus processos de negócio e torná-los mais mais rentáveis por meio da tecnologia.
As grandes empresas apoiam as Construtechs
Uma vez por mês, a Tecnisa organiza o FastDating. Os executivos da empresa param durante uma manhã para assistir a apresentações de diferentes startups, com 10 minutos cada uma. O objetivo é conhecer novas tecnologias e encontrar novas soluções para seus problemas.
No ano passado, a Alphavile Urbanismo criou o Alpha Inova, um programa de inovação aberta, que permite às startups se inscreverem. As selecionadas ganham a oportunidade de desenvolver um projeto piloto com uma das maiores empresas do País.
Empresas centenárias, como a Gerdau, vêm investindo em iniciativas de inovação e buscando se reinventar. Fazem isso contratando startups, apoiando ações que fomentam o empreendedorismo e incentivando mais profissionais a aderirem à tecnologia.
Há poucos meses, Construtech Ventures, Cyrela, VivaReal, Athie Wonrath e Astela Investimentos se uniram para formar a Abramit, associação criada com o intuito de fomentar a aproximação entre as empresas do segmento e as startups do setor de construção civil.
Trata-se de uma amostra de que o movimento das Construtechs vem para ficar e a transformação está só no começo.
Como conhecer mais soluções inovadoras e tecnologias emergentes que podem ajudar sua empresa e ter melhores resultados? Acompanhe o blog do Sienge e os conteúdos exclusivos que a parceria com o Construtech Ventures traz a vocês.