Materiais de acabamento: louças e metais (Parte 2)

Tomás Lima

Escrito por Tomás Lima

18 de junho 2018| 17 min. de leitura

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Materiais de acabamento: louças e metais (Parte 2)

Dando continuidade ao nosso post sobre materiais de acabamento de obras, hoje falaremos sobre peças que, por si só, já são acabamentos, como louças e metais. Quando são instaladas, o morador finalmente começa a visualizar melhor como vai ficar o seu banheiro e sua cozinha.

Contudo, os consumidores podem ter dificuldade em escolher essas peças, já que há diferentes padrões de qualidade entre marcas, além de diversidade estética.

Além disso, existe um forte movimento da indústria para desenvolver produtos que economizam água. Mas, no fim das contas, a variação dos preços ainda acaba ocorrendo em função do design.

Quer escolher as peças corretas para seu projeto? Seguindo esses passos não tem erro:

Materiais de acabamento: definição do conceito do projeto

O primeiro passo para a escolha das louça e metais é a definição do projeto como um todo. Na planta de layout, é definida a setorização do espaço e alocados os móveis.

O segundo passo é elaborar a planta de revestimentos. O ideal é identificar os estilos que você prefere e já ter uma noção da cara que quer dar ao espaço. Se você gosta de algo mais minimalista, pode optar por louças brancas. Se gosta de algo clássico, pode escolher tons mais sóbrios, como bege, cinza ou mesmo preto.

Além disso, é importante ter em mãos as medidas dos ambientes projetados, para que as peças compradas não excedam as medidas.

Ergonomia e questões técnicas nos materiais de acabamento

Uma questão interessante é comprar pelo menos as louças e metais no mesmo local. Assim você consegue ver a proporção da altura das torneiras em relação à profundidade da cuba.

Verifique, portanto, se o metal e a louça são práticos para o uso no dia a dia. Observe a empunhadura de torneiras e misturadores, certificando-se de que as medidas estejam de acordo com o projeto.

Escolha das louças

A primeira questão é bem importante: não deixe a qualidade de lado. Ao contrário de peças de mobiliário como cadeiras e sofás, as peças sanitárias tendem a ser trocadas a cada 10 anos. Isso significa que não é algo que você precisará investir novamente num futuro tão próximo. Ou seja, não economize tanto neste momento.

Pesquise bastante o fornecedor; sua reputação no mercado é fundamental na hora dessa escolha. Afinal de contas, bacias sanitárias e bidês são peças que devem aguentar o peso de um corpo, e qualquer trinca ou imperfeição identificada pode prevenir um grande acidente.

Bacias

As bacias sanitárias variam de acordo com a linha de design, mas existem basicamente dois modelos principais: com caixa acoplada e com caixa embutida na parede.

Bacias com válvula de descarga

Você deve estar se perguntando o porquê de não termos mencionado a bacia com válvula de descarga no item acima. A verdade é que, por ser um método mais antigo, muitos de nós ainda as possuímos em nossas casas.

Nesse tipo de instalação, a vazão da água varia de acordo com a distância da caixa d’água, ou seja, a água pode vir com bastante força, se você mora em um prédio, por exemplo. Além disso, a bacia pode ser colocada bem próxima à parede.

No entanto, quando temos qualquer problema com relação à descarga, é necessário abrir a parede e chamar um encanador que possua conhecimentos técnicos a respeito do assunto.

Isso sem falar que esse sistema acaba gerando um gasto desnecessário de água a cada vez que acionamos o botão de descarga. Mesmo que existam válvulas economizadoras de água no mercado, é normal apertarmos o botão mais de uma vez, pois estamos condicionados à isso.

O consumo de água de uma bacia sanitária gira em torno de 5% do consumo de uma residência. Por causa disso (está previsto em norma), a instalação de bacias com esse tipo de descarga não é mais autorizada. 

Temos então duas opções: a bacia de caixa acoplada e bacia de caixa embutida.  

 

Vaso sanitário com bacia de caixa acoplada (Créditos: Leroy Merlin/Divulgação)

Caixa acoplada

Esse tipo de bacia prevê o acoplamento de uma caixa que armazena água e possui uma válvula que libera aproximadamente 6 litros a cada acionamento. Isto significa uma redução de 30% de água liberada em comparação às válvulas de parede.

Além disso, algumas marcas já preveem a opção de duplo acionamento (opção de liberação de 3 litros para líquidos e 6 litros para dejetos sólidos).

A maior diferença da caixa acoplada é que, após o acionamento, não temos a opção de apertar novamente o botão; é necessário aguardar a caixa encher novamente. E é aí que se dá grande parte da economia de água. Outro ponto positivo é a manutenção, que pode ser feita sem rasgar a parede.

No entanto, nem todas as bacias são feitas para caixa acoplada. É necessário checar junto ao fornecedor quais modelos estão disponíveis para esse sistema (que costuma ser mais barato em relação aos outros). Também é importante prever em projeto aproximadamente 10cm entre a parede e a bacia, pois ela não pode ficar totalmente encostada devido à espessura da caixa.

Caixa embutida

O sistema com caixa embutida atende a qualquer modelo de bacia, podendo essa ficar mais próxima à parede, e possui os mesmos dispositivos economizadores da opção de caixa acoplada. Seu único ponto negativo é, em caso de manutenção, ter que rasgar a parede para realizar os reparos.

Forte tendência na área, as bacias e os bidês suspensos ocupam menos espaço do que os equipamentos convencionais, facilitam a higiene do banheiro e utilizam menos água para a descarga. Até o fato de a fixação não ser no piso evita problemas ocasionados pelo contato da louça com o piso.

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Vaso sanitário com bacia suspensa (Créditos: Roco/Divulgação)

Cubas e tanques

Hoje em dia, existem muitos tipos de cuba no mercado. A maior diferença entre elas está no desenho da peça e na forma como ela se encaixa na bancada.

Independentemente do modelo escolhido, é fundamental que ela seja instalada em uma altura confortável e que tenha o tamanho e profundidade adequados ao seu uso. Por exemplo, no caso de uma cuba de cozinha, é imprescindível que ela não seja muito rasa, do contrário será desconfortável realizar algumas tarefas, como lavar pratos.

Embora a escolha varie de acordo com a moda, os tipos de cuba mais utilizados hoje em dia ainda são as de semi encaixe, de embutir e de sobrepor.

O clássico modelo de embutir, utilizado principalmente em banheiros, é o mais conhecido e econômico do mercado. Ele é fixado por baixo do recorte da bancada. Por isso, é importante realizar a escolha da peça antes da escolha da bancada.

Cuba de embutir (Créditos: Icasa/Divulgação)

As cubas de sobrepor, embora parecidas com as e embutir, se diferenciam pelo encaixe da borda, que fica um pouco acima do nível da bancada, já que é fixada por cima. Já o modelo de apoio fica totalmente acima da bancada, como um bowl em cima de uma mesa.

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Cuba de sobrepor (Créditos: Leroy Merlin/Divulgação)

Por sua vez, a cuba de semiencaixe é um meio termo: a metade posterior é encaixada na bancada, deixando a parte frontal suspensa. São ótimas para bancadas que possuem pouca profundidade.

Cuba de semiencaixe (Créditos: Magazine Luiza/Divulgação)

Uma tendência de decoração tem sido as cubas de piso, que são instaladas através de colunas, rentes ou afastadas das paredes. As torneiras que as acompanham podem ser instaladas no piso ou na parede.

Alguns desses modelos funcionam com vazão de água pelo chão. Nesse caso, o projeto deve estar compatível com o produto escolhido.

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Cuba de piso (Créditos: Deca/Divulgação)

Além do método de encaixe, há marcas investindo no desenho de cuba com válvula oculta, sofisticando o design da peça. Em outras palavras, é como se o ralo da pia estivesse “escondido”.

A principal vantagem das cubas com válvula oculta é o efeito estético, já que ficam mais modernas e diferenciadas, fazendo parecer que a água “some” na cuba. A desvantagem é o custo mais elevado do que as comuns, dependendo do modelo.

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Cuba com válvula oculta (Créditos: Deca/Divulgação)

Assim como as bacias, as cubas também tem aparecido em várias cores (preto, bege, marrom, rosa), mas raramente à pronta entrega. Então é importante estar atento à disponibilidade e prazo de entrega. Se você procura por um preço menor, opte sempre pelas peças brancas que, além de serem mais fáceis de encontrar, são também mais baratas.

Escolha dos metais

Finalmente, após a escolha das louças, chegou a hora de escolher os metais de acionamento de água. Para isso, consideramos importante saber as principais diferenças entre eles. Quando o assunto é torneira podemos falar de dois tipos principais: torneiras e misturadores.

Torneiras x misturadores

A diferença entre torneiras e misturadores é bastante simples. Caso haja só água fria, basta a torneira, na qual um único acionamento libera a vazão. O misturador, por sua vez, mescla a água quente com a fria. Nesse caso, você pode dosar o fluxo conforme a abertura do acionamento.

Quando o modelo conta com um volante para cada acionamento, é chamado de misturador duplo comando.

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Misturador de duplo comando (Créditos: Cia. da Construção/Divulgação)

Caso a mesma alavanca controle vazão e temperatura, é chamada de monocomando.

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Misturador monocomando (Créditos: Casa das Torneiras/Divulgação)

É muito importante ter isso em mente na hora de escolher a sua torneira. O preço difere bastante – monocomandos tendem a ser consideravelmente mais caros. Além disso, eles necessitam de apenas um furo na bancada, enquanto um duplo comando necessita de três.

Outras variáveis que influenciam a escolha

Existem ainda algumas outras variáveis no hora de escolher a sua torneira. Por exemplo, o local de instalação: na bancada, na parede, ou no piso. Isso irá depender muito da escolha da cuba.

A saída de água deve sempre ser direcionada para o ralo, respeitando a distância de até 4cm. Da mesma forma, a altura da torneira deve ser proporcional à da cuba, respeitando-se uma distância de 10 a 15cm entre o bocal da torneira e a borda da cuba.

Para cubas de apoio, que possuem a borda mais alta, é recomendado o uso de torneiras de parede. Mas isso não limita seu uso a apenas esse modelo. Para todas as outras, não existe uma recomendação; fica a cargo do arquiteto escolher o modelo mais apropriado ao projeto.

Na hora da escolha, observe a empunhadura, verificando se as medidas estão de acordo com o projeto e se a pressão da água atende às suas necessidades.

No caso das torneiras instaladas na parede, o sifão fica embutido, liberando espaço no gabinete sob a pia. Por outro lado, o fato de ser embutido dificulta a manutenção, pois em caso de vazamento, é necessário quebrar a parede para fazer a manutenção.

É importante lembrar que a escolha entre torneiras de parede, de bancada ou de piso deve ser feita antes da execução dos pontos de hidráulica, já que as alturas são diferentes.

No caso das torneiras de bancada, existe ainda a possibilidade de escolha do tamanho da bica: alta ou baixa. As de bica alta funcionam bem para cubas de cozinha ou tanques, onde você necessita de mais espaço para manuseio de louças e roupas. Quando usadas em cubas de banheiro, espirram muita água, e o resultado é bem desagradável.

Seguindo o mesmo princípio das torneiras, temos os misturadores de chuveiro monocomando, que misturam a água quente com a água fria através de um único acionamento. Apesar do custo mais elevado, podem ser uma boa escolha no caso de uma reforma, se a alvenaria tiver que ser quebrada para passagem de tubulação.

Materiais de acabamento: opções

Assim como nas louças, predominam nos metais as formas retas ou curvas. As opções de torneiras e chuveiros também seguem as mesmas tendências de design. Hoje, mais que nunca, existe uma infinidade de opções no mercado, com peças assinadas por designers consagrados, sem limite de preço.

Seguindo a tendência industrial, estão em alta os acabamentos foscos/acetinados, preto e red gold. Para quem procura uma opção mais em conta, o cromado tem sempre o menor preço em comparação a outros acabamentos, que podem ter preços 30% superiores

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Torneira com acabamento red gold (Créditos: Deca/Divulgação)

Dispositivos economizadores

A substituição dos equipamentos convencionais pelos produtos com dispositivos reguladores de fluxo e fechamento automático, com acionamento mecânico ou por sensor, são boas opções para economizar água, principalmente em banheiros públicos, ou até mesmo, em banheiros de portadores de necessidades especiais.

O uso de arejador também é uma ótima saída se você quer economizar. Ele é uma peça que fica na ponta da bica e adiciona ar ao jato, diminuindo o volume do líquido em até 50%, o que ajuda muito a reduzir o desperdício de água. Muitas torneiras já vêm com esse anel.

Quando isso não ocorre, é possível comprar avulso, mas não deixe de conferir se o encaixe é compatível com a ponta da torneira.

Sobre as válvulas de descarga, como falamos anteriormente, a escolha é bem importante. Uma válvula de descarga normal costuma gastar, em média, 12 litros por acionamento. Hoje, já existem válvulas mais modernas que gastam apenas 3 litros. Além de fazer bem ao meio ambiente, essa diminuição significa também um enorme corte de custo.

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