O preço do aço é um dos indicadores mais importantes para a economia global, impactando setores como a Construção Civil, a indústria automotiva e a produção de máquinas. No Brasil, essa métrica se tornou ainda mais relevante diante das recentes movimentações no mercado internacional.
No início de fevereiro de 2025, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que imporá uma tarifa de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio para o país. Essa decisão pode gerar impactos diretos na siderurgia brasileira, já que os EUA são os maiores compradores de ferro e aço do Brasil.
Além disso, esse cenário acontece em um momento de incerteza no mercado nacional, com produtores e consumidores debatendo sobre possíveis aumentos ou estabilidade nos preços do aço.
Nos últimos anos, a volatilidade tem sido uma constante no setor, influenciada por fatores como a oferta e demanda global, custos de produção, políticas governamentais e oscilações cambiais. Agora, com a nova taxação americana, as expectativas em relação aos preços do aço no Brasil podem mudar ainda mais.
Neste artigo, vamos explorar em detalhes os principais fatores que determinam o preço do aço, as recentes movimentações do mercado e como as empresas estão se preparando para lidar com esses desafios. Também discutiremos o impacto da nova tarifa e suas possíveis consequências para o setor siderúrgico e para a Construção Civil.
Como funciona o preço do aço?
O preço do aço pode ser determinado por diversos fatores, como oferta e demanda do mercado, custo dos insumos, concorrência entre produtores e políticas governamentais. Vamos detalhar um pouco mais cada um desses fatores.
Um dos principais pontos a serem levados em consideração é a oferta e demanda. Quando a demanda por aço aumenta, a oferta pode se tornar insuficiente, levando a um aumento nos preços. Esse aumento pode ocorrer devido ao crescimento econômico, investimentos em infraestrutura e expansão da Construção Civil. Por outro lado, quando a demanda diminui, a oferta pode se tornar excessiva, resultando em queda nos preços.
O custo dos insumos necessários para a produção, como minério de ferro, carvão, energia elétrica, transporte e mão de obra, também influenciam diretamente o preço do aço. A variação no custo dessas matérias-primas fazem com que o gasto para a produção do material seja maior, elevando os preços para o consumidor final.
Além disso, a concorrência entre os produtores também é fator decisivo. Em mercados com muitos concorrentes, os preços tendem a ser mais competitivos. Já em situações de oligopólio ou formação de cartéis, os preços podem ser mantidos artificialmente elevados.
Por fim, as políticas governamentais também afetam significativamente o preço do aço, com tarifas de importação e subsídios que facilmente podem distorcer o mercado.
Como mencionamos na introdução deste artigo, recentemente, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou uma tarifa de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio. Este é um ótimo exemplo de como as políticas governamentais podem impactar este mercado, já que tem ligação direta com a exportação brasileira, influenciando os preços no mercado nacional.
Se essa tarifa reduzir as vendas para os EUA, por exemplo, pode acontecer aqui um excesso de oferta interna, o que acabaria pressionando os preços para baixo.
O que causa o aumento do preço do aço?
Como você viu acima, o preço do aço pode subir por diversos motivos, impactando diretamente a Construção Civil, a indústria automotiva e outros setores que dependem desse insumo. Abaixo reunimos os principais fatores que levam ao aumento nos preços:
Alta na demanda global
O crescimento econômico, investimentos em infraestrutura e o aquecimento da Construção Civil aumentam a necessidade de aço, pressionando os preços para cima.
Redução da oferta
Se houver interrupções na produção, como greves em siderúrgicas, fechamento de fábricas ou restrições ambientais, a oferta pode diminuir, elevando os preços.
Aumento no custo das matérias-primas
O aço depende de insumos como minério de ferro, carvão coqueificável e sucata metálica. Se os preços dessas matérias-primas subirem, o custo de produção do aço também sobe.
Alta nos custos de energia e transporte
A siderurgia é altamente dependente de energia elétrica e combustíveis para o transporte de insumos e produtos acabados. Se esses custos aumentam, o preço do aço tende a acompanhar.
Políticas governamentais e tarifas de importação
Medidas como tarifas sobre importação/exportação, subsídios e restrições ambientais podem encarecer a produção e a comercialização do aço.
Variação cambial
Como o aço e seus insumos são negociados globalmente, a valorização do dólar frente ao real pode tornar a importação mais cara, elevando os preços no mercado interno.
Conflitos geopolíticos e crises internacionais
Guerras, sanções econômicas e crises logísticas podem afetar o fornecimento de matérias-primas e combustíveis, aumentando os custos da cadeia produtiva do aço.
Esses fatores podem agir tanto isoladamente como em conjunto, provocando oscilações no preço do aço e impactando diretamente os custos de obras e projetos que dependem desse material. Por isso, é importante ficar de olho nas notícias e variações do mercado.
Como encontrar o preço do aço
Existem diversas formas de encontrar o preço do aço. A escolha da melhor opção dependerá das necessidades do comprador e do tipo de aço que está sendo procurado.
A seguir, apresentamos algumas das principais formas de encontrar o preço do aço:
1) Consultar distribuidores e fornecedores
Uma das maneiras mais comuns de encontrar o preço do aço é entrar em contato com distribuidores e fornecedores. É possível solicitar cotações e comparar os preços de diferentes fornecedores. Muitas empresas têm sites ou portais que exibem os preços do aço em tempo real.
Plataformas de gestão de compras – especialmente as especializadas no mercado da Construção Civil – também são uma ótima alternativa para comparar diversos fornecedores em um só lugar.
2) Acompanhar as cotações em bolsas de valores
O preço do aço pode ser acompanhado em bolsas de valores, como a Bolsa de Mercadorias de Nova York (NYMEX) e a Bolsa de Futuros de Xangai (SHFE). As cotações de aço nessas bolsas podem ser encontradas em sites especializados ou através de plataformas de negociação.
3) Acompanhar as cotações em sites especializados
Existem diversos sites especializados em fornecer informações sobre o preço do aço. Alguns exemplos são o SteelOrbis, o Metal Bulletin e o Platts. Esses sites exibem cotações atualizadas, informações sobre o mercado e análises sobre o setor.
4) Participar de associações de comércio
As associações de comércio do setor de aço podem ser uma fonte valiosa de informações sobre o preço do aço. Essas associações, muitas vezes, também oferecem acesso a relatórios de mercado, análises setoriais e dados sobre o preço do aço.
5) Usar aplicativos e softwares
Existem aplicativos e softwares que fornecem informações sobre o preço do aço em tempo real. Alguns exemplos são o MetalMiner e o SteelOrbis.
É importante avaliar as diferentes opções e escolher a melhor forma de obter as informações necessárias para a tomada de decisão.
Onde encontrar o preço do aço brasileiro
Existem diversas fontes para encontrar o preço do aço no mercado brasileiro. Algumas das principais opções são:
Sites de fornecedores e distribuidores de aço
Muitas empresas que atuam no mercado brasileiro de aço possuem sites com informações sobre os preços de seus produtos. É possível entrar em contato com essas empresas para solicitar cotações ou consultar os preços em seus sites.
Bolsa de valores
A B3 é a bolsa de valores do Brasil e oferece negociação de contratos futuros de commodities, incluindo o aço. Os preços do aço negociados na B3 podem ser encontrados em sites especializados em acompanhamento de mercado financeiro.
Associações e entidades do setor siderúrgico
No Brasil, existem diversas associações e entidades do setor siderúrgico que fornecem informações sobre o mercado e o preço do aço. Você pode se informar através dos sites de cada uma delas.
Sites que compartilham informações sobre o mercado
Existem sites que fornecem informações sobre estes mercados no Brasil e no mundo. Alguns exemplos são o Valor Econômico, o S&P Global Platts e o SteelOrbis.
É importante ressaltar que o preço do aço também varia de acordo com o tipo de produto e a região do país em que está sendo comercializado. Por isso, é importante consultar diferentes fontes e realizar uma pesquisa mais ampla de mercado para encontrar o melhor preço e condições para a compra de aço no Brasil.
Qual o preço do aço para Construção Civil?
Como você já sabe, o preço do aço varia de acordo com diversos fatores, como a região do país, o tipo de aço, a quantidade e as condições de pagamento. É importante fazer uma pesquisa de mercado para encontrar os melhores preços e condições para a compra de aço para Construção Civil.
Ao longo de 2024, conforme dados do Sienge, o preço médio do kg do aço no Brasil apresentou variações significativas. O aumento percentual mais expressivo ocorreu entre fevereiro e março, com uma alta de 9,77%. Já nos meses de setembro e outubro, foi quando tivemos a maior alta no preço final, chegando à R$9,17 e R$9,31 o kg, respectivamente.
Já no final do ano, tivemos duas quedas respectivas de quase 3% nos meses de novembro e dezembro, refletindo uma desaceleração no preço do aço após o pico.
O preço do aço hoje – cotação do aço
Em fevereiro de 2025, o preço médio do vergalhão de aço CA-50 de 3/8 polegadas, 10x12mm, em São Paulo custa R$ 64,90 cada. No entanto, esse preço pode variar em outras regiões do país e condições de pagamento escolhida.
Além disso, segundo dados do Sienge (janeiro de 2025), o quilo do aço está custando atualmente uma média de R$9,14 nos estados brasileiros. Esse preço está abaixo do pico de R$ 9,31 alcançado em setembro de 2024, mas indica uma recuperação parcial após as quedas no final do ano.
Porém, há variação entre os estados: a Paraíba, por exemplo, aparece no topo da lista nacional com o preço mais elevado para o insumo, com uma média de R$11,43 por quilo.
É importante sempre lembrar que o preço do aço é muito por fatores externos, como a oscilação do dólar e do mercado internacional de commodities, por exemplo. Atualmente, o mercado do aço no Brasil enfrenta um cenário incerto após o anúncio da nova tarifa de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio pelos Estados Unidos.
Como os EUA são o principal destino do aço brasileiro, representando 48% das exportações do setor em 2024, a medida pode afetar diretamente a competitividade das siderúrgicas nacionais, reduzindo o volume exportado e forçando a indústria a buscar novos compradores ou aumentar a oferta interna.
Caso a exportação diminua, a maior disponibilidade de aço no Brasil pode estabilizar ou até reduzir os preços, beneficiando setores como a Construção Civil e a indústria automotiva. Por outro lado, se a menor entrada de dólares desvalorizar o real, os insumos siderúrgicos dolarizados, como minério de ferro e carvão coqueificável, poderão ficar mais caros, pressionando os custos de produção e impactando os preços no médio prazo.
Por isso, é importante ficar atento às tendências do mercado e fazer uma pesquisa atualizada para garantir o melhor preço e condições para a compra de aço para Construção Civil.
O aço na Construção Civil
O aço é uma matéria-prima essencial na Construção Civil, sendo amplamente utilizado na criação de estruturas sólidas e duráveis. Uma das principais aplicações é como armadura de concreto, fornecendo resistência e longevidade às edificações. Essa técnica é muito utilizada em edifícios, pontes e viadutos.
Além disso, o aço é frequentemente empregado em fundações e pilares, devido à sua alta resistência e capacidade de suportar grandes cargas. Estruturas metálicas, como telhados e vigas, também são comuns na Construção Civil e podem ser fabricadas em diferentes formas e tamanhos, permitindo a concepção de projetos arquitetônicos complexos.
Por esse motivo, o setor da Construção é um dos maiores consumidores dos produtos siderúrgicos, como barras de aço, chapas, tubos e fios. Esses produtos são utilizados em diversos componentes estruturais, desde grandes construções até pequenas peças de fixação.
Outra aplicação importante do aço nas obras é na fabricação de ferramentas e equipamentos, como escavadeiras, guindastes, betoneiras e andaimes. Esses equipamentos são fundamentais para a execução de construções de grande porte e sua fabricação depende da disponibilidade e qualidade do aço.
Ou seja, o aço continua sendo um dos principais materiais utilizados na Construção Civil. Por este motivo, sua disponibilidade e preço impactam diretamente o setor, o que torna essencial avaliar alternativas e estratégias para mitigar custos.
Impacto do preço do aço na Construção Civil
As variações no preço do aço afetam diretamente o planejamento e a execução de obras. Como um material essencial para fundações, armações e estruturas metálicas, qualquer aumento nos custos pode refletir em outras áreas da construção, trazendo desafios para construtoras e incorporadoras.
Os principais impactos incluem:
- Orçamentos mais altos: quando o preço do aço sobe, o custo total da obra aumenta, tornando projetos mais caros e reduzindo as margens de lucro das empresas.
- Risco de atrasos: se os preços estiverem instáveis, algumas construtoras podem adiar compras esperando uma queda, o que pode impactar cronogramas.
- Reavaliação de projetos: com a alta nos preços, pode ser necessário buscar soluções alternativas, como a substituição parcial do aço por outros materiais.
- Impacto em contratos fixos: empreiteiras que firmam contratos com valores pré-definidos podem sofrer prejuízos se os custos aumentarem inesperadamente.
5 alternativas para o uso de aço nas obras
Com a volatilidade dos preços do aço, algumas alternativas podem ser consideradas para reduzir a dependência desse material na Construção Civil:
- Concreto armado com fibras: o uso de fibras sintéticas ou metálicas no concreto pode reduzir a necessidade de armaduras de aço convencionais. Esse método melhora a resistência estrutural e diminui os custos com ferragens.
- Estruturas em madeira engenheirada: materiais como CLT (Cross Laminated Timber) e MLC (Madeira Laminada Colada) são alternativas sustentáveis e resistentes que podem substituir o aço em determinadas aplicações estruturais.
- Perfis de alumínio: em algumas construções, perfis de alumínio podem substituir elementos de aço, principalmente em coberturas e fachadas, reduzindo o peso estrutural e o custo total.
- Alvenaria estrutural: ao utilizar blocos de concreto ou cerâmicos estruturais, é possível minimizar a necessidade de vigas e pilares de aço, reduzindo o consumo desse material.
- Estruturas mistas (aço + concreto): em certos projetos, a combinação de concreto armado com aço em menor proporção pode otimizar o custo da obra sem comprometer a resistência estrutural.
A escolha da melhor alternativa depende do tipo de projeto, viabilidade técnica e disponibilidade de materiais, mas essas opções podem ser estratégicas para minimizar impactos das variações no preço do aço na Construção Civil.
Tabelas de Aço
Existem diversas tabelas de aço para serem utilizadas na construção, como tabela de barra de aço, tipos de aço para fabricação e moldes, escala de polimento, classificação AISI, entre outros. É importante consultá-las caso você esteja buscando alguma especificação técnica sobre algum material.
Para consultá-las, você deve pesquisar diretamente nos sites oficiais dos fabricantes ou nas normas ABNT, por exemplo.
Conclusão
Diante das constantes oscilações no preço do aço, manter-se atualizado e contar com bons fornecedores (de materiais e de informações) é fundamental para garantir o equilíbrio financeiro de projetos e evitar surpresas no orçamento.
As recentes mudanças no mercado internacional, como a nova tarifa dos EUA, mostram que esse mercado pode ser fortemente impactado pelas movimentações no exterior. Por isso, torna-se ainda mais importante sempre pesquisar, comparar cotações e negociar as melhores condições de compra.
Para facilitar e agilizar esse processo, plataformas como o Sienge Construcompras podem ser uma excelente solução. Em poucos cliques, você tem acesso a mais de 15 mil fornecedores oferecendo preços competitivos e possibilitando a você uma economia de até 30% nos custos da compra.
Monitorar tendências, diversificar fornecedores e utilizar ferramentas técnicas e especializadas são passos fundamentais para lidar com um cenário dinâmico como o da Construção Civil. Com planejamento e as melhores soluções, é possível manter a sua empresa em dia e ainda garantir maior previsibilidade nos custos das obras.
