As notícias envolvendo chuvas fortes, e suas consequências, como as inundações, tempestades de raio e deslizamentos de terra são manchetes frequentes a cada início de ano. Em janeiro de 2016 o jornal Folha de S. Paulo divulgou que um em cada cinco municípios brasileiros estão em situação de emergência, ou seja, com até nove obras de infraestrutura (escolas, hospitais e residências) afetadas, até nove mortos ou com o abastecimento comprometido entre 5% e 10% em uma área com até 10 mil pessoas.

Ainda que nem sempre seja possível prever o nível de devastação, existem providências que a sua construtora pode adotar para prevenir desastres e minimizar os riscos. Já que evitar um desastre natural é oito vezes mais econômico do que reconstruir as zonas afetadas, de acordo com o Conselho Mundial da Água.

Lembrando que a intensidade dos desastres naturais dependem muito mais da vulnerabilidade das regiões afetadas do que da magnitude dos fenômenos naturais. Por exemplo, construções com ocupação desorientada, que não seguem o código de obras local, sofrem mais com enchentes do que aquelas planejadas, onde existem obras de controle específico, planos de emergência e barragens reguladoras.

Então, o primeiro passo é o da prevenção, desde acompanhar as previsões climáticas, que podem antecipar informações úteis para providências específicas em áreas de risco, até rigorosos critérios de uso do solo. Mas como sua construtora pode se preparar para lidar com os eventos naturais?

#1 Tenha um seguro de riscos de engenharia
Os seguros contra catástrofes ambientais oferecem cobertura para acidentes de origem súbita, como: alagamento, vendaval, furacão, ciclone, tornado, granizo, desmoronamento, incêndio, raio e explosão de qualquer natureza e suas consequências. Ao ser contratado é feito um diagnóstico de cada construção e são apresentadas soluções adequadas às necessidades de cada empresa.

#2 Contrate serviços especializados
Consultorias especializadas em investigar possíveis ocorrências de dissolução de rochas devido a um grande fluxo de água, rebaixamento de reservatório de água subterrânea ou presença de solos moles, por exemplo, são grandes aliadas das construtoras para prevenir riscos na construção civil. Caso não haja uma equipe interna dedicada a essa atividade, contratar uma empresa faz todo sentido.

#3 Realize manutenção periódica nas obras
As obras precisam de manutenção contínua, com inspeções ou fiscalizações periódicas, tanto nos projetos de infraestrutura, como em edificações (como escolas, hospitais, terminais de transporte, hotéis e shoppings). Para evitar que os problemas com as enchentes se agravem, por exemplo, é importante garantir a limpeza constante do telhado e das canaletas de água, revisar periodicamente o escoamento de ralos e esgotos, checar as instalações elétricas e manter um bom reservatório de água limpa para situações de emergência.

#4 Aplique práticas de sustentabilidade na construção civil 

Além de adotar essas medidas de prevenção, é também necessário buscar a sustentabilidade na construção civil. A construção sustentável é, neste contexto, um imperativo para assegurar o equilíbrio entre proteger o meio ambiente, viabilizar o crescimento econômico e promover a prevenção de desastres naturais.

Existem alguns métodos e materiais sustentáveis para a construção civil no Brasil que ajudam a evitar desastres naturais. Como é o caso do telhado verde, que são coberturas vegetais instaladas em cobertas planas que reduzem os efeitos negativos das enxurradas. Outra opção para garantir sustentabilidade na construção civil, é fazer calçadas com pisos drenantes, tais como cobograma e do piso de pneu reciclado.

Além dessas opções, existem as tendências que estão despontando nas construtoras do exterior, onde o termo sustentabilidade na construção civil é mais popular do que no Brasil. Como é o caso de prédios feitos com tijolos de lã que são 37% mais resistentes que o tradicional e indicados para climas frios e úmidos (como nas regiões de serra), pois, além de manter melhor o isolamento térmico, também secam rápido, reduzindo a energia utilizada após a obra. Outra tendência são os edifícios de energia zero que produzem mais energia do que consomem ao longo de um ano. Também é possível implantar o reuso da água, tanto na obra quanto no encanamento do empreendimento. Os métodos de produção podem ser diversos, dependendo das características da região. Nos Estados Unidos, por exemplo, o mais comum é o fotovoltaico, que usa a energia do sol para gerar energia.

Como você percebeu, existem muitas formas de prevenir seu empreendimento de eventos da natureza e sua participação ativa neste processo é fundamental, identificando e avaliando situações de risco. Com essa análise criteriosa será possível ampliar a vida útil dos projetos, de modo a enfrentar as mudanças climáticas tão frequentes no Brasil, garantindo a segurança das obras e das pessoas e preservando o meio ambiente com o uso de materiais que prezem pela sustentabilidade na construção civil.