Na hora de elaborar um orçamento de obra completo e eficiente, um dos pontos mais importantes — e muitas vezes negligenciado — é o cálculo correto do BDI. O índice de Benefícios e Despesas Indiretas garante que o valor final do serviço cubra também as despesas indiretas que impactam a operação (e fazem a diferença no orçamento).
Ignorar o BDI ou calculá-lo de forma genérica pode comprometer a rentabilidade da obra, afetar a competitividade da proposta em licitações e até gerar prejuízos. Por outro lado, quando bem utilizado, o BDI se torna uma ferramenta estratégica para definir preços sustentáveis e manter a saúde financeira da construtora.
Neste artigo, você vai entender o que é o BDI, como calcular de forma prática e precisa em diversas realidades, e ainda descobrir os principais erros a evitar na hora de aplicar o índice no seu orçamento. Além disso, também vamos mostrar como utilizar ferramentas que facilitam esse processo e aumentam a confiabilidade dos dados.
Se você quer garantir orçamentos mais realistas e precificar seus projetos com mais segurança, este guia completo sobre BDI na Construção Civil é para você.
O que é o BDI e como ele é composto?
O índice BDI — sigla para Budget Difference Income, ou Benefícios e Despesas Indiretas em português — é um componente fundamental na formação do preço de venda de uma obra. Ele considera os custos indiretos do projeto, de modo que o valor final cubra todas as despesas e ainda assegure a margem de lucro esperada.
Vale destacar que o BDI não é um valor fixo. Ou seja, cada obra deve ter seu próprio índice, já que as condições específicas de execução, os custos envolvidos e a estratégia comercial variam de projeto para projeto.
Por isso, calcular o BDI de forma correta é essencial para garantir a saúde financeira da obra e maximizar os lucros. Para fazer isso com precisão, é necessário entender a composição do BDI e saber como aplicar esse cálculo sem erros.
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Mesmo que você já tenha o hábito de calcular as despesas diretas e indiretas, é importante aprofundar o conhecimento sobre esses conceitos. Isso porque muitas vezes, algumas despesas indiretas acabam sendo ignoradas acidentalmente, comprometendo a precisão do índice e o sucesso do empreendimento.
Portanto, podemos dizer que o grande primeiro passo para aplicar o BDI corretamente é entender a diferença entre custos diretos e custos indiretos.
Custos diretos
Os custos diretos são os primeiros nos quais você pensa quando começa a planejar qualquer projeto de construção ou reforma. Eles são aqueles que possuem ligação direta com a produção da obra. Dentre eles, podemos citar:
- Materiais de construção;
- Mão de obra especializada em cada parte do serviço;
- Custo do terreno;
- Entre outros.
Custos indiretos
Já os custos indiretos são aqueles que não estão relacionados diretamente com algum processo da obra, mas ainda assim impactam no valor final da obra. Entre eles, podemos incluir:
- Administração da empresa;
- Seguros de obra;
- Garantias do cliente;
- Permissões e aprovações municipais, estaduais e federais;
- Tributos e encargos legais;
- Entre outros.
Assim fica claro que os custos diretos já fazem parte dos orçamentos de toda empresa. Mas com o BDI, os custos indiretos também são incluídos, a fim de tornar a conta completa e com menos possibilidade de falhas.
Por que calcular o BDI?
O BDI é um índice essencial na Construção Civil. Ele garante que, além dos custos diretos, as despesas indiretas também sejam contabilizadas, tornando o orçamento muito mais preciso, seguro e realista para as construtoras e incorporadoras.
Na prática, o BDI representa a aplicação de um percentual sobre os custos diretos, incluindo todos os encargos que não estão diretamente ligados à execução da obra, mas que impactam financeiramente o projeto. Também pode ser chamado de LCI – Lucro e Custo Indireto.
Esse índice é estratégico, principalmente em licitações públicas, onde a precisão do orçamento é fundamental para garantir a viabilidade do contrato. O Decreto nº 7.983/2013 regulamenta a utilização do BDI em obras públicas e destaca sua importância para contratantes e contratadas.
Por isso, calcular o BDI corretamente é essencial para assegurar um preço justo, sustentável e que traga retorno financeiro para a empresa. Mais do que um índice, o BDI é uma ferramenta estratégica para os projetos na Construção Civil.
Mas agora a pergunta é: como fazer esse cálculo sem errar?
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Como calcular o BDI na Construção Civil
Se você quiser um modelo para aplicar de forma mais fácil, nós temos uma Planilha de Cálculo de BDI desenvolvida pelos especialistas em orçamento do Sienge que vai automatizar esse processo para você.
Mas a verdade é que existem várias formas de calcular BDI na Construção Civil. Abaixo está a fórmula sugerida pelo IBEC (Instituto Brasileiro de Engenharia de Custos), com base em consenso internacional, para calcular o BDI de serviços para uma empresa contratante.
A fórmula para uma empresa contratada é a mesma, apenas sem levar em conta a Margem de Incerteza ou MI.
BDI ={ [ ( 1+ AC + CF + S + MI ) / ( 1 – TM – TE – TF – MBC – G ) ] – 1} x 100
Entendendo a fórmula
Na fórmula do BDI, cada sigla corresponde ao seguinte:
Sigla | Nome | Conceito |
AC | Administração central | É o rateio do custo da sede entre as obras da Construtora. Varia de 7% a 15% (empresas com grande faturamento anual) e de 10% a 20% (empresas com pequeno faturamento anual) |
CF | Custo Financeiro | Caberá verificar a necessidade de incluir o custo financeiro, principalmente em razão das condições de medição e pagamento preconizadas no contrato, bem como do programa de desembolso. |
S | Seguros | Representa os custos referentes aos seguros previstos no contrato ou não, por exemplo: performance bond, garantia de execução contra terceiros etc. |
G | Garantias | Refere-se ao custo para cumprir o contrato oferecendo as garantias previstas. Podem ser adotadas diversas formas: a caução, o seguro garantia ou papeis selecionados. |
MI | Margem de Incerteza | Deve ser levada em conta no cálculo do BDI apenas por empresas contratantes. Visa melhorar eventuais distorções no valor aproximado pelo cálculo estimado, devido ao seu caráter genérico adotado pelos contratantes. Geralmente varia de 5% a 10%. |
TM | Tributos Municipais | Leva em conta tributos municipais como o ISS (Imposto Sobre Serviços). |
TE | Tributos Estaduais | Leva em conta tributos estaduais tais como o ICMS (Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação). |
TF | Tributos Federais | Leva em conta tributos federais, tais como: PIS, COFINS, IRPJ, CSLL e INSS. |
MBC | Margem Bruta de Contribuição (ou Lucro Bruto Previsto) | A Margem Bruta de Contribuição é um valor aleatório, próprio de cada empresa ou da proposta de preços, e é baseado principalmente em função do mercado. |
Como usar o BDI no orçamento?
O BDI também é a ferramenta ideal para fechar o preço final dos serviços considerando a realidade econômica do momento e os diferenciais da obra. Para aplicá-lo no orçamento, utilize a fórmula abaixo:
Preço de venda = custo direto x (1 + BDI/100)
Como calcular o BDI para empresas no Simples Nacional?
Por levar em conta os custos indiretos, o cálculo do BDI inclui a tributação da construtora. Ou seja, empresas enquadradas no Simples Nacional conseguem calcular o índice com uma dose extra de facilidade.
Isso porque a fórmula para cálculo do BDI na Construção Civil geralmente considera 3 tipos de tributos: Municipais, Estaduais e Federais.
No caso do Simples Nacional, como a tributação é única, você deve inserir no cálculo do BDI apenas a alíquota de tributação referente aos impostos devidos por empresas neste regime tributário e de acordo com a sua faixa de faturamento.
Mas a recomendação principal é cuidar da gestão contábil da sua construtora: sempre consultar um contador ou especialista em contabilidade para adaptar o cálculo do BDI de acordo com as particularidades do Simples Nacional. Assim você evita possíveis dores de cabeça no futuro.
BDI desonerado: como as novas regras impactam as obras na Construção Civil
A aprovação, pelo Senado Federal, do projeto que define a transição para o fim da desoneração da folha de pagamento impacta diretamente o cálculo do BDI (Bonificação e Despesas Indiretas) em obras de Construção Civil.
O benefício foi mantido integralmente em 2024, mas será reonerado de forma gradual: a alíquota sobre a folha será de 5% em 2025, 10% em 2026 e 20% em 2027. Durante toda essa transição, a folha do 13º salário continuará desonerada.
Para municípios com até 156 mil habitantes, o retorno da contribuição previdenciária também será escalonado: 8% em 2024, 12% em 2025, 16% em 2026 e 20% em 2027.
Na prática, isso exige atenção redobrada no cálculo do BDI, já que muitas empresas ainda desconsideram a CPRB (Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta), o que pode gerar distorções. Em alguns casos, o BDI pode até aumentar, contrariando a ideia de que a desoneração o reduz automaticamente.
Outro ponto importante é o Acórdão 2622 do TCU, que define parâmetros mínimos, médios e máximos para o BDI conforme a tipologia da obra. Como o documento é anterior à desoneração, sua aplicação deve ser feita com cuidado.
Essas mudanças reforçam que não existe um percentual fixo ou genérico de BDI aplicável a todas as obras. Cada projeto deve considerar seu regime tributário — lucro presumido, lucro real, entre outros — e se adequar às novas regras fiscais.
Dicas para calcular um BDI realista e compatível com os custos reais de uma construtora
Para além de saber como fazer o cálculo do BDI, é preciso conhecer a fundo todos os elementos que compõem essa fórmula. Por isso, confira abaixo algumas dicas essenciais para garantir a confiabilidade do BDI calculado para precificar os empreendimentos em uma construtora:
- Faça um controle detalhado do orçamento de cada projeto;
- Acompanhe o Orçado x Realizado ao longo de todo o projeto. Se algo não saiu como planejado, deve ser considerado;
- Considere, sempre, a possibilidade de imprevistos. Ignorar imprevistos pode prejudicar a lucratividade de uma obra;
- Utilize índices de preços atualizados, como a tabela SINAPI;
- Facilite a gestão orçamentária da sua construtora com um software de gestão especializado para construtoras;
- Tenha um controle e monitoramento do BDI.
Controle rigoroso do BDI
É importante trazermos mais ênfase para este ponto, pois não há como um negócio evoluir e conquistar espaço no mercado se não tiver um controle rigoroso dos seus custos, com orçamentos realistas e preços de venda competitivos.
Mesmo quem já faz o cálculo do BDI habitualmente, deveria revisar o seu modelo e conferir se não há nenhum item escapando desse levantamento. Isso porque a apuração das despesas indiretas é também um modo de se avaliar a eficácia dos processos de gestão dos negócios.
Tome o BDI como um diagnóstico capaz de apontar correções que podem significar saltos de qualidade na administração da sua construtora ou incorporadora. Em tempos tão difíceis, todos os ajustes possíveis são necessários para que os negócios tragam a lucratividade planejada.
Ferramentas para facilitar o controle do BDI
As planilhas são uma ferramenta inicial poderosa para controlar as finanças de sua construtora e fazer orçamentos. Um bom exemplo é a Planilha de Cálculo de BDI 2.0, que permite quantificar com facilidade e definir um preço de venda mais preciso e condizente com a realidade do mercado. Após o cálculo utilizando esse recurso, é só aplicar o índice obtido com a fórmula que mencionamos no tópico “Como usar o BDI no orçamento?”.
Mas se você estiver lidando com um grande volume de informações, e o registro e análise dos dados começar a ficar complexo demais mesmo com a planilha, existem alternativas. Fazer cálculos e gerar relatórios precisos na Construção Civil, quando o cenário aparece fragmentado em vários arquivos, é impreciso e arriscado.
Nesses casos, aposte em uma solução de software específica para orçamento de obras, como o Sienge eCustos. Enxergar a margem de lucro, assim como os gastos e desperdícios de forma global na construtora, é ainda mais fácil e rápido se você associar esse software com o uso de um ERP (Enterprise Resource Planning).
A integração é uma das principais características desse tipo de solução, capaz de oferecer à Construção Civil uma visão do todo e precisão nas informações obtidas. E essa conexão também é válida para as planilhas que você já usa, que servem de insumo para essa tecnologia. Existem opções de gestão específicas para a Construção Civil que você deve considerar, como, por exemplo:
- Sienge Plataforma – Gestão Integrada da Construção de ponta a ponta
- Gestor Obras – Solução ágil e inteligente para pequenas construtoras
Não utilizar uma ferramenta como esta, inclusive, é um dos principais erros que você pode cometer ao calcular o BDI. Vamos entender mais sobre isso abaixo.
Conheça os 7 piores erros que você deve evitar ao calcular o BDI
Esta lista de erros deve servir como um importante alerta não só relacionado ao BDI, mas a qualquer tipo de ferramenta ou processo que você decida adotar. Com isso em mente, aqui está a lista dos 14 principais erros que você deve evitar ao usar o BDI para definir seus orçamentos de obras:
1. Ignorar (ou não conhecer) os custos diretos e indiretos envolvidos na obra:
Esse erro parece impossível de cometer, mas é justamente isso que o torna tão perigoso. Nunca ignore a possibilidade de deixar o óbvio escapar do planejamento e causar problemas. Ignorar os custos diretos e indiretos é o erro mais grave, porque é também o mais simples de resolver.
E isso acontece por um motivo bem simples:
Uma lista de custos diretos e indiretos pode ter tantos elementos que os profissionais responsáveis esquecem de itens relevantes no processo. A pressa é inimiga número um nesse momento, então tome cuidado especial com orçamentos urgentes.
2. Não ter o devido controle sobre o orçamento da obra
O segundo grande erro do qual você precisa fugir é a falta de controle sobre o orçamento da obra. Uma vez que você perde o controle do que já foi incluído na conta ou ainda precisa ser considerado, todo o seu trabalho está comprometido.
E depois de terminar o orçamento, garanta que ele foi feito da maneira correta, e continue a acompanhar se ele está sendo respeitado e se concretizando na obra real. Além de ajudar a corrigir excessos imediatos, isso pode servir de lição para futuros projetos.
3. Não saber como precificar corretamente os serviços que vai prestar
Muitas empresas se concentram tanto em conseguir clientes e projetos que acabam se esquecendo de avaliar quanto devem cobrar por seus serviços. Mas cobrar um valor baixo demais pode tirar todo lucro que você conseguiria com a obra.
Por isso, concentre-se em descobrir:
- Quanto cobrar pelos serviços comuns;
- Quanto cobrar por serviços em que a sua empresa se especializa, mas são raros no mercado.
Algo que pode ajudar nisso é descobrir quanto o mercado cobra, em média, pelos serviços que a sua empresa realiza e pensar em que posicionamento você quer adotar: cobrar mais barato para ganhar mercado ou mais caro para se destacar na qualidade.
4. Desconsiderar o custo de possíveis atrasos na hora de fazer o orçamento
Digamos que a Construção Civil não é famosa por sua pontualidade na entrega dos serviços. Sendo assim, é muito perigoso fazer um orçamento que não conte com a possibilidade de que a obra se arraste por mais tempo do que o previsto.
Afinal, este é o imprevisto mais provável na Construção Civil, e cada dia de atraso pode significar milhares de reais de prejuízo. Por isso, leve em conta o possível atraso e inclua o preço extra no cálculo, como uma espécie de taxa de segurança.
5. Usar índices de preço desatualizados
Os índices de preço são ótimas ferramentas para determinar quais são os custos diretos de matéria prima e até mão de obra para qualquer tipo de projeto construtivo. Mas se você usar índices desatualizados vai sair no prejuízo.
Então, uma forma simples de evitar esse erro é sempre ter a tabela SINAPI atualizada. Assim, sempre terá os preços certos para o momento e evitará erros de iniciante em seus orçamentos.
6. Não coletar informações suficientes para elaborar o orçamento
Antes de começar a calcular os custos diretos e indiretos, você precisa se certificar de que tem todos os dados necessários sobre a obra em questão. Caso contrário, vai calcular os quantitativos de forma errada e, mesmo que tenha a tabela SINAPI, o preço não vai condizer com o projeto final.
E tem outro detalhe:
Quando você não tem todos os detalhes sobre o projeto, pode ser que se esqueça da necessidade de contar com:
- Profissionais especialistas em certo tipo de trabalho;
- Materiais especiais;
- Ferramentas mais difíceis de conseguir.
Tudo isso representa custos maiores, que se não forem previstos, podem arruinar rapidamente qualquer orçamento. Portanto, nunca cometa o erro de deixar para descobrir os detalhes depois, ou considerar todo custo de mão de obra como padrão.
7. Calcular tudo com ferramentas manuais
Outro erro que podemos citar é cair na ideia de que você pode realizar seus orçamentos usando qualquer ferramenta, e que isso não terá impacto algum sobre o resultado final. Em teoria, é verdade. Mas na prática, usar papel e caneta, ou um simples documento de texto no computador, pode tornar seu trabalho um verdadeiro pesadelo. Por quê?
Quando se trata de números, basta um erro para que toda a conta se perca. Imagine o estrago que poderia acontecer se você apenas colocasse um zero a menos no resultado. Além disso, se errar pequenas somas várias vezes durante o cálculo manual, talvez não ache o erro facilmente mesmo depois de descobrir que o orçamento está errado.
Com uma ferramenta eletrônica mais avançada, como uma planilha ou um sistema de gestão, é mais difícil acontecer esse tipo de problema. Também é mais fácil perceber e corrigir, caso aconteça.
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8. Usar um padrão de cálculo engessado
É verdade que o BDI tem uma fórmula de cálculo bem precisa, e os elementos que você precisa calcular não mudam de uma obra para outra. Mas quando alertamos contra usar um padrão engessado, nos referimos aos valores que você vai colocar em cada item.
Afinal, o BDI precisa estar de acordo com as necessidades da obra em questão, e não o contrário. Se a obra tem um padrão mais luxuoso, por exemplo, é preciso considerar gastos maiores em vez de manter a média calculada para obras mais modestas.
Aliás, mesmo que você trabalhe com empreendimentos parecidos, é importante não apenas “copiar e colar” o BDI de um projeto para o outro. Qualquer mínima mudança já pode causar diferenças significativas no orçamento mais adiante.
9. Não deixar claro o método construtivo no BDI
Nunca tivemos tantos métodos construtivos à disposição quanto hoje, e é preciso levar isso em conta na hora de calcular os custos diretos e indiretos de uma obra. Isso porque, em geral, os métodos têm diferenças grandes entre si, que incluem:
- Tipo de material usado na construção;
- Tempo gasto na obra;
- Quantidade de insumos necessários para cada tarefa;
- Organização logística do canteiro de obras;
- Mão de obra qualificada para executar os serviços; e
- Em alguns casos, até encargos e permissões necessários para o trabalho.
Percebe como tudo pode mudar se você escolher a opção A no lugar da opção B para a próxima obra? Pois ignorar isso no BDI pode até tornar a obra inteira inviável.
10. Desconsiderar a logística de mão de obra e matéria prima
Em um país tão grande como o Brasil, deixar a logística de lado na hora de calcular a mão de obra e a matéria prima pode ser um erro fatal. E o motivo para isso é bem simples:
Já mencionamos o quanto atrasos são comuns na Construção Civil, e que qualquer atraso pode resultar em grandes prejuízos financeiros. Mas o que poucos consideram é que a logística é um dos fatores que mais podem causar atrasos.
Deixar de levar em conta o período de entrega dos materiais ou quanto tempo leva para deslocar profissionais de um local a outro, por exemplo, pode causar um desastre no orçamento.
11. Calcular os impostos do município errado
Cada município e estado tem alguns encargos e permissões próprios que você precisa saber na hora de calcular o BDI. Mas um erro bem fácil de cometer é calcular esses impostos com base no local onde a empresa fica sediada, ou mesmo com base nos locais em que ficam a maioria das obras da empresa.
Em geral, isso acontece por pura falta de atenção, ou seja, por trabalhar no “piloto automático”. Por isso, é tão importante dar atenção ao BDI de cada obra de forma personalizada e individual.
Pense no seguinte: o simples erro no cálculo de um tributo pode fazer uma empresa perder uma licitação importante. Isso quer dizer que alguns minutos de desatenção podem gerar grandes prejuízos.
12. Não considerar a produtividade da equipe no cálculo do BDI
Outro ponto que muitas vezes não é levado em consideração é que, além de considerar o custo dos profissionais, é muito importante também levar em conta o nível de produtividade em que a equipe consegue trabalhar.
Afinal, isso também afeta o tempo de aluguel de equipamentos, quantidade de EPIs e uma série de outros fatores. Não caia na armadilha de inventar prazos impossíveis para diminuir os custos no papel, pois isso com certeza vai causar problemas no decorrer da obra.
Caso os profissionais sejam novos e você ainda não conheça o ritmo de trabalho deles, busque ser, então, mais conservador no cálculo. Assim, há mais chance de você ter surpresas boas do que surpresas ruins quanto ao nível de rendimento de cada um.
13. Reduzir a qualidade dos materiais para baixar o custo direto
É claro que o padrão do empreendimento em si vai determinar a qualidade geral dos materiais, em especial os acabamentos. Mas aqui estamos falando de reduzir a qualidade além do que é o padrão da obra, apenas para ganhar vantagem no orçamento.
Essa suposta vantagem pode se tornar um grande prejuízo e até implicar a empresa em crimes, caso aconteça algum acidente ou se comprove fraude com os materiais. Sempre preze pela qualidade e use os materiais adequados nos cálculos de orçamento de obra.
14. Não usar uma plataforma integrada de gestão
Já mencionamos que o uso somente de ferramentas manuais pode ser um dos principais erros ao calcular o BDI, mas agora vamos dar um passo além. Tão ruim quanto usar só papel e caneta é ser refém de ferramentas que não se conectam entre si.
Isso causa confusão, torna o trabalho mais estressante e desorganizado, faz todo mundo perder tempo e cometer mais erros, tanto no BDI quanto em outras atividades.
Por outro lado, uma plataforma integrada de gestão, voltada especialmente para o mercado de Construção Civil, pode interligar todas as suas ferramentas de forma prática e rápida, dando clareza e agilidade ao trabalho.
Bem, depois destes 14 erros comuns no cálculo do BDI, fica claro que há sim muitos problemas que podem prejudicar a aplicação do índice em uma empresa de construção.
O ponto-chave aqui é: não deixe esses problemas de lado só porque já conseguiu evitar falhas “maiores”. Dê atenção ao BDI como um todo e terá melhores chances de usar todos os recursos dessa metodologia com sucesso.