Como a conexão entre planejamento físico e financeiro pode ajudar na estratégia da empresa

Guilherme Losekann

Escrito por Guilherme Losekann

17 de março 2023| 7 min. de leitura

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Como a conexão entre planejamento físico e financeiro pode ajudar na estratégia da empresa

A Área de Engenharia é muitas vezes vista como a vilã dentro das construtoras e incorporadoras. Isso porque, enquanto outros setores estão voltados para gerar receita, esse setor geralmente é o que traz as notícias ruins de imprevistos, atrasos e estouro do orçamento.

Mas isso não precisa ser assim! Nesse artigo quero mostrar como construtoras devem aproveitar o papel estratégico dessa área para  gerar mais resultados.

A área solucionadora

Com minha experiência em gestão de obras, sei na pele que os imprevistos diários podem deixar os engenheiros ocupados em processos de apoio logístico para a obra. Ou seja, o engenheiro foca em questões como: quais atividades devem ser executadas? Quando? Quais insumos são necessários e quais preciso comprar?

A diretoria, por outro lado, quer ter uma visão da saúde financeira do empreendimento, questionando o gasto real do projeto, a margem de lucro, a distribuição das despesas e a exposição de caixa.

A Engenharia pode e deve unir essas visões trazendo mais previsibilidade para a construtora e levando tendências de custo para traçar táticas mais eficientes. Essa visão estratégica e preditiva, porém, só é possível com um planejamento físico integrado com o financeiro

Integração Físico-Financeira

A integração físico-financeira vai além de ter um cronograma conectado ao orçamento. O alinhamento entre obra, escritório e demais áreas é essencial para evitar dificuldades ou erros por inconsistência. 

Por exemplo, para ter uma visão correta do fluxo de caixa, um dos é que o planejamento físico-financeiro deve ilustrar a sequência construtiva esperada para a obra. Para isso, é necessário  um alinhamento entre o cronograma e o orçamento já que a EAP dos dois processos geralmente são diferentes: enquanto o cronograma permite a análise da sequência construtiva das atividades, numa visão macro e pacotizada, o orçamento considera todas as atividades e insumos necessários para a conclusão daquela obra.

Tendo essas perspectivas bem alinhadas, a integração físico-financeira permite realizar um planejamento de obras com base em análises estratégicas. Confira a seguir algumas delas:

Reprogramação de Obras

Pelo fato do mercado da construção ser repleto de imprevistos, o plano de ação do início do projeto é criado a partir da estratégia das premissas. Isso significa que esse planejamento inicial é realizado em um cenário de muitas incertezas e, conforme o horizonte de tempo e os riscos vão diminuindo, é necessário reanalisar o planejamento.

A integração físico-financeiro permite identificar momentos em que é oportuno fazer essa reavaliação.  Esses momentos podem ocorrer por conta de uma forte demanda de fluxo de caixa, da extrapolação de prazos contratuais, de picos no histograma de mão de obra, entre outros.

Alocação de Recursos

As medições são atividades extremamente importantes na integração físico-financeira.  Quando se entende a forma com a qual os empreiteiros serão medidos e a forma com a qual a execução será medida, é possível criar táticas diferenciadas de detalhamento das etapas construtivas.

Por exemplo, se um empreendimento recebe financiamento cuja a medição é por cômodo fechado, é interessante priorizar a execução completa das atividades para melhor gestão de um fluxo de caixa.

Além disso, a integração permite identificar as atividades que mais geram caixa e as atividades que geram mais despesas. Com esse dado, é possível criar um planejamento de forma a colocá-las em momentos mais apropriados do ponto de vista financeiro do projeto. 

Outra ação que se pode analisar é a distribuição das atividades que geram mais despesas em um período maior de tempo. Dessa forma, evita-se um pico de exposição do fluxo de caixa em um único mês, diminuindo a  variação de caixa de um mês para o outro.

Neste vídeo, Felipe Doneda, Diretor da Tático Soluções, explica como criar e analisar simulações no planejamento. 

Maturidade da integração físico-financeira

Constantemente construtoras que estão no início do processo de estruturação de suas rotinas decidem dar um grande salto no controle físico-financeiro. No entanto, a estrutura da empresa nem sempre comporta todo esse trabalho de análise e o esforço se torna maior do que o retorno.

Um dos grandes desafios é não tornar o processo tão moroso a ponto de que a atividade-fim se torne a gestão de informações. 

É importante ter em mente que, para definir o volume de informações a serem gerenciadas, deve-se levar em conta a maturidade dos processos da construtora. Quanto maior o volume de dados, maior deve ser a maturidade dos processos da empresa para que, de fato, se tenha um valor agregado àquelas informações.  

A Tecnologia como facilitador

Felizmente, hoje no mercado, já existem soluções que permitem integrar o planejamento físico ao financeiro de modo a facilitar a gestão da informação. A Prevision, por exemplo, é uma plataforma que vincula a EAP de orçamento do Sienge ao cronograma de obra, mantendo a qualidade e integridade das informações.

O software também permite a criação de diversas versões do cronograma de obras para que sejam estudados os impactos financeiros no projeto e, assim, seja possível traçar a melhor tática.  

Com previsibilidade do fluxo de caixa, a construtora pode detectar com antecedência os meses nos quais terá maior exposição e, dessa forma, se preparar buscando um financiamento, ou  distribuindo as atividades.

Quer saber mais a fundo como a tecnologia pode apoiar a tomada de decisão no planejamento de obras? Assista à demonstração!