Um dos maiores problemas enfrentados no planejamento de obras é o estouro de orçamento. Despesas imprevistas, desperdício de materiais, mão de obra ou equipamentos ociosos: são diversos os acontecimentos que levam os responsáveis pela obra a gastar mais do que o planejado. Para solucionar esse problema com antecedência, invista na construção de um cronograma físico-financeiro.  

O cronograma físico-financeiro é uma representação gráfica completa do andamento da obra e dos gastos que decorrem de cada avanço. Ele é uma ferramenta prática, que oferece informações precisas e consolidadas da obra, facilitando o controle, o replanejamento e a alocação de recursos. Por meio dele, é possível observar quais serão as despesas em cada etapa da obra. 

Não à toa, o cronograma físico-financeiro está previsto nas normas da ABNT para controle das atividades executivas de uma obra, essencialmente na Norma 13531 da ABNT, no seguinte parágrafo: 

3.3.6 – As atividades técnicas de projeto devem ser apresentadas em cronograma físico-financeiro que informe os prazos necessários, as datas dos eventos e os seus custos.” 

Essa ferramenta alinha o andamento físico da obra ao orçamento, ou seja, conecta a sequência de atividades que estão sendo executadas com o que está sendo gasto em mão de obra, materiais e equipamentos. Assim, é possível observar exatamente o valor gasto com cada fase da construção.  

Neste artigo, vamos explorar o que é e como fazer um cronograma físico-financeiro, quais são seus principais benefícios para a obra e muito mais. Acompanhe!

Cronograma físico e cronograma financeiro: qual a diferença?

Antes de entender o que é um cronograma físico-financeiro, é preciso saber o que é o cronograma físico e o cronograma financeiro separadamente.

Cronograma físico

O cronograma físico é a espinha dorsal do planejamento de uma obra, detalhando o avanço esperado das atividades construtivas. Ele é elaborado após a definição do escopo do projeto, negociação entre as partes contratante e contratada, e se baseia nas fases de trabalho já estabelecidas, com um detalhamento da frequência de execução, geralmente semanal.

Este cronograma é fundamentado em dados e experiências de projetos similares, considerando a duração dessas obras para estimar o tempo necessário para cada atividade. A precisão na definição dos prazos é vital para a elaboração eficaz do cronograma. Conforme o projeto avança, ajustes são inevitáveis, resultando em uma comparação entre o que foi realizado e o que estava planejado, que permite avaliar o progresso e a eficiência do planejamento.

Cronograma financeiro

O cronograma financeiro, por sua vez, foca nos aspectos monetários do projeto. Ele prevê os custos associados ao andamento do projeto, sendo também elaborado durante a fase de planejamento. Baseia-se, sobretudo, no orçamento de custos do empreendimento, com as atividades já definidas e os custos levantados, planejando assim a alocação dos recursos necessários para a execução das etapas.

A observação da coerência entre o planejamento financeiro e os desembolsos reais é fundamental. Uma boa concordância entre eles indica que o cronograma financeiro foi bem elaborado. Caso contrário, medidas corretivas devem ser adotadas rapidamente para evitar impactos financeiros adversos.

Cronograma físico-financeiro

A fusão dessas duas vertentes resulta no cronograma físico-financeiro, um instrumento que combina o avanço físico com os custos incorridos. Esta integração permite um controle de custos mais efetivo, identificando desvios orçamentários antes que se tornem críticos e possibilitando ações corretivas em tempo hábil.

Vamos falar mais sobre ele a seguir.

O que é um cronograma físico-financeiro da obra?  

O cronograma físico-financeiro é uma ferramenta que fornece uma representação detalhada e organizada dos projetos em andamento. O intuito é possibilitar o planejamento eficaz dos recursos disponíveis, aprimorando o gerenciamento dos prazos e a capacidade de controlar os custos ao longo da execução.

De acordo com Ronaldo Machado Júnior, consultor de Produto da Softplan, “um cronograma físico-financeiro é a distribuição na linha do tempo do avanço físico de uma obra e a estimativa do quanto será gasto na realização de cada etapa, para saber o quanto ainda precisará ser desembolsado para finalizar o que está programado.” 

Por esse motivo, ao adotar essa ferramenta, o acompanhamento da obra se torna mais prático, uma vez que se observa não somente o cumprimento dos prazos, mas também as despesas financeiras, oferecendo uma visão completa das interferências que podem acontecer entre o que foi projetado e o que foi realmente executado.

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Estrutura de um cronograma físico-financeiro

Você pode perceber na imagem acima que a distribuição das atividades é praticamente igual à dos cronogramas tradicionais.

A maior parte dos cronogramas físico-financeiros é composta por:

  • Uma coluna com as atividades listadas por ordem lógica de execução, seguida pela duração de cada uma delas (neste caso, em dias);
  • A previsão de início e término;
  • O valor total estimado a ser gasto;
  • A porcentagem que representa do valor total da obra.

Em seguida, é indicado o quanto daquela atividade será realizada por mês e o valor correspondente a ser desembolsado para que isso possa acontecer.

Mas lembre-se: “não basta só incluir as informações, é preciso fazer isso com estratégia, considerando fatores da região que podem impactar diretamente no cronograma, como clima, produtividade da equipe e preços de materiais”, explica Ronaldo Machado Júnior.

Os números de um cronograma de obra se tornam mais eficientes a partir do momento em que são integrados com as informações do orçamento, no qual todos os insumos e serviços já foram orçados nas quantidades corretas.

Dessa forma, partindo de dados confiáveis como esses, os prazos para execução de cada tarefa podem ser estipulados com mais precisão, além de agregarem outra informação essencial para o monitoramento e planejamento da construtora, que são os custos mensais totais.

Cronograma físico-financeiro na prática: como funciona? 

Como você viu na estrutura acima, podemos dizer que os requisitos básicos de um cronograma físico-financeiro são: mostrar o progresso da obra (em porcentagem), os gastos com a obra (R$) e o detalhamento por períodos.

Portanto, em resumo, os passos para começar um modelo de cronograma físico-financeiro são: 

  1. Definir as etapas da obra. Por exemplo: terraplanagem, fundação, alvenaria, pintura etc. 
  2. Definir prazos para o cumprimento das etapas. Podem ser semanas, meses, dias. 
  3. Distribuir os custos por cada etapa e prazo. 

É importante ressaltar que é possível aplicar o cronograma físico-financeiro em vários tipos de obra e de diferentes naturezas: podem ser prédios, casas, indústrias, estradas, empreendimentos novos, reformas, instalações, recuperações etc. Basta adaptar a ferramenta à realidade da sua obra. 

Mais adiante, você vai conferir um passo a passo completo de como fazer este  cronograma na sua construção. Mas antes, vamos ver um exemplo na prática de como ele funciona.

Vejamos um exemplo de cronograma físico-financeiro

Para criar um cronograma físico-financeiro de obra eficaz, imagine um projeto de construção de um pequeno edifício residencial. O primeiro passo é dividir a obra em etapas físicas, como preparação do terreno, fundação, estrutura, alvenaria, instalações, acabamento e entrega. 

Para cada etapa, estima-se o tempo necessário para sua conclusão, com base em experiências anteriores ou padrões do setor, organizando estas etapas em uma sequência lógica e temporal, geralmente em uma escala semanal.

Paralelamente, elabora-se o planejamento financeiro, iniciando com a elaboração de um orçamento detalhado que inclui todos os custos associados a cada fase do projeto, como materiais, mão de obra, equipamentos e despesas administrativas. Por exemplo, na etapa de fundação, calcula-se o custo do concreto, da mão de obra especializada e do aluguel de equipamentos necessários.

Integrando os dois aspectos, o cronograma físico-financeiro é desenvolvido, mapeando o custo previsto de cada etapa ao longo do tempo. Utiliza-se, por exemplo, uma planilha ou um software de gerenciamento de projetos para visualizar o avanço físico previsto ao lado do fluxo de caixa esperado, semana a semana. Isso permite identificar em que momentos os gastos serão mais elevados e planejar o financiamento do projeto de acordo.

Ao avançar na obra, compara-se o progresso real com o planejado, ajustando o cronograma conforme necessário. Se a etapa de alvenaria estiver adiantada, mas com custos superiores aos previstos, o gestor pode intervir rapidamente, revisando contratos ou otimizando recursos, garantindo assim que o projeto permaneça dentro do prazo e orçamento estabelecidos.

Passo a passo: como elaborar um cronograma-físico financeiro 

O cronograma físico financeiro oferece uma visão clara e estruturada dos projetos, permitindo o planejamento eficaz de recursos, otimização de prazos e a previsibilidade dos custos ao longo do tempo. No entanto, para que seja de fato eficiente, é fundamental seguir alguns passos específicos durante sua elaboração.

São eles: 

1) Elaboração das EAPs física e de orçamento 

O primeiro passo para elaborar um cronograma físico-financeiro de obras é a estruturação das EAPs (Estruturas Analíticas do Projeto) – uma focada na dimensão física e outra no aspecto orçamentário da obra. Essas estruturas, também conhecidas como Work Breakdown Structures (WBS), desempenham papéis essenciais ao definirem as fases, atividades e o orçamento total do projeto. 

A EAP Física tem o objetivo de desmembrar o projeto em partes gerenciáveis, delineando fases, atividades e tarefas. Funciona como um mapa detalhado que proporciona uma visão estruturada das etapas que conduzirão à conclusão bem-sucedida da obra. Cada fase é subdividida em atividades específicas e, por sua vez, estas podem ser fragmentadas em tarefas menores. 

A clareza na definição de cada atividade é fundamental, pois auxilia na compreensão do escopo do projeto, facilitando a alocação de recursos, a estimativa de prazos e a identificação de dependências entre as atividades. A EAP física é o ponto de partida o qual todo o cronograma será edificado, portanto deve ser feita com muita atenção aos detalhes. 

Por outro lado, a EAP de Orçamento concentra-se na alocação financeira para cada atividade e fase da obra. Ela é uma representação detalhada dos recursos financeiros que serão alocados para cada parte do projeto. Cada atividade listada na EAP física é acompanhada por uma alocação orçamentária correspondente na EAP de orçamento. 

Esta estrutura é de extrema importância para garantir que os recursos financeiros sejam distribuídos de maneira adequada ao longo do projeto. Além disso, proporciona uma visão clara dos custos estimados para cada atividade, permitindo que a equipe de gestão e os envolvidos compreendam a extensão dos investimentos em cada fase da obra. 

2) Estimativa de duração e sequenciamento 

Depois da elaboração das EAPs, é preciso fazer a estimativa de duração e sequenciamento das atividades. Nessa fase, o foco fica na definição do tempo necessário para cada tarefa e na criação de uma ordem lógica que guiará a execução do projeto

Na estimativa de duração, define-se, por exemplo, que o serviço de alvenaria vai levar 15 dias em cada pavimento. E que o serviço de drywall não pode começar antes da alvenaria ser finalizada (sequenciamento). 

Estimar a duração das atividades é uma etapa crucial, pois atribui prazos realistas para a conclusão de cada projeto. Para realizar essa estimativa com precisão, é necessário compreender a complexidade de cada etapa e a quantidade de trabalho envolvida. 

Aqui é possível recorrer a dados históricos de projetos similares, consultar especialistas da área e utilizar ferramentas de gerenciamento de projetos.  

Contudo, é prudente adotar uma abordagem conservadora ao estimar prazos, evitando subestimação que possa causar atrasos ou superestimação que impacte o desempenho geral do projeto. Fatores externos, como sazonalidade, condições climáticas e disponibilidade de recursos, também devem ser considerados. 

3) Estimativa de custos 

Neste passo é realizado um detalhamento minucioso do cálculo dos custos associados a cada atividade do projeto, contemplando tanto as despesas diretas quanto as indiretas. 

O cálculo das Despesas Diretas é fundamental para compreender os custos específicos vinculados a uma atividade. Isso engloba gastos como materiais, mão de obra direta e equipamentos exclusivos para a execução da tarefa. Requer uma análise detalhada das quantidades necessárias de materiais, os preços atualizados desses produtos e os custos da mão de obra envolvida. 

Já as Despesas Indiretas incluem custos que não podem ser atribuídos diretamente a uma atividade específica, mas são essenciais para o andamento geral do projeto. Isso pode abranger aluguel de instalações, seguros, custos administrativos e outros gastos gerais. Ao calcular as despesas indiretas, é crucial considerar a proporção de contribuição de cada atividade para esses custos gerais. 

4) Elaboração do cronograma da obra 

Este é um passo muito importante para entender como elaborar um cronograma físico-financeiro. Aqui, deve ser criada uma representação visual das atividades na obra ao longo do tempo, considerando a distribuição das atividades e recursos em cada etapa para evitar desperdícios de tempo e dinheiro. 

Retomando o exemplo da etapa de estimativa de duração e sequenciamento, lembra que definimos que o serviço de alvenaria teria duração de 15 dias em cada pavimento? Aqui no cronograma, vamos especificar exatamente as datas de execução. Por exemplo: a alvenaria vai acontecer do dia 15/08 ao dia 30/08 no pavimento 1, do dia 31/08 ao dia 14/09 no pavimento 2 e assim por diante. 

Dessa forma, o cronograma da obra é uma ferramenta que traduz todo o planejamento em uma visão temporal clara e acessível. Ele permite visualizar quando cada atividade vai acontecer, quais são as dependências entre as tarefas e como os recursos serão alocados ao longo do projeto. A representação visual ajuda os profissionais a compreender a sequência lógica das atividades e os marcos importantes do projeto. 

Para que seja um cronograma eficiente, é preciso fazer com atenção a distribuição das atividades ao longo do tempo. Isso implica evitar sobrecargas ou ociosidade excessiva de recursos, sejam eles mão de obra, equipamentos ou materiais. Distribuir as etapas de forma equilibrada contribui para evitar desperdícios, além de otimizar a utilização dos recursos disponíveis. 

O Gráfico de Gantt e a Linha de Balanço são técnicas frequentemente utilizadas para facilitar essa distribuição. Eles permitem visualizar como as atividades se inter-relacionam e como o fluxo de trabalho progride. 

5) Elaboração do cronograma físico-financeiro 

Neste passo é que acontece de maneira prática a elaboração do cronograma físico-financeiro. Ou seja, quando é feita a combinação do cronograma de prazos com o orçamento determinado para cada etapa do projeto (que poderá ser a cada semana, quinzena, mês etc.). 

Assim, o cronograma físico-financeiro é a conclusão de todo o planejamento até este ponto. Ele oferece uma visão integrada das atividades, prazos e custos do projeto. A combinação do cronograma de prazos com o orçamento permite uma compreensão de como as atividades se desdobrarão ao longo do tempo, ao mesmo tempo em que é possível monitorar a alocação financeira para cada fase. 

6) Acompanhamento 

Nessa fase, realizamos o monitoramento contínuo do progresso da obra em relação ao cronograma físico-financeiro, garantindo que o projeto esteja alinhado com o plano original. Essa é uma etapa indispensável para assegurar que o projeto permaneça no caminho certo. 

O acompanhamento envolve comparar o andamento real das atividades com o que foi planejado no cronograma. Isso possibilita identificar desvios, antecipar problemas e tomar medidas corretivas a tempo. 

Uma ferramenta valiosa utilizada nessa fase é o Gerenciamento de Valor Agregado (EVM). O EVM é uma metodologia que permite avaliar o desempenho do projeto comparando o valor planejado com o valor executado. Ele mede não apenas o progresso em termos de prazos, mas também em relação aos custos, oferecendo uma visão integrada do desempenho do projeto. 

Com base no EVM, é possível calcular indicadores como o Índice de Desempenho de Prazos (IDP) e o Índice de Desempenho de Custos (IDC), que fornecem insights valiosos sobre a eficiência da execução. 

5 principais erros no cronograma físico-financeiro de uma obra

Agora que você já sabe como fazer um cronograma físico-financeiro, entenda que erros comuns podem ocorrer, afetando negativamente o andamento e a conclusão das obras. Identificar esses erros é crucial para evitar atrasos, estouros de orçamento e outros problemas que podem comprometer o sucesso do projeto.

1. Subestimação dos custos

Um dos erros mais comuns é a subestimação dos custos associados às diversas fases do projeto. Isso pode ocorrer por falta de uma análise detalhada das necessidades de materiais, mão de obra e equipamentos, ou por não considerar custos indiretos e imprevistos.

Tal subestimação leva a um planejamento financeiro irrealista, resultando em desvios significativos entre o orçado e o realizado, o que pode gerar a necessidade de ajustes emergenciais no orçamento.

2. Falha no acompanhamento do cronograma

Não monitorar devidamente o progresso físico e financeiro da obra conforme estabelecido no cronograma é outro erro crítico. A falta de um acompanhamento sistemático impede a detecção precoce de desvios, atrasos e sobreposições de atividades, dificultando a implementação de correções em tempo hábil. Essa falha compromete a eficácia do controle de custos e do gerenciamento de tempo do projeto.

3. Ignorar a flexibilidade do projeto

Desconsiderar a necessidade de flexibilidade no cronograma, não prevendo margens para atrasos ou imprevistos, é um erro que pode levar a ajustes drásticos e custosos. Projetos de construção estão sujeitos a variáveis incontroláveis, como condições climáticas adversas, falhas de fornecedores ou alterações no escopo. Não ter um plano contingencial ou uma flexibilidade embutida no cronograma aumenta o risco de descompassos e interrupções.

4. Comunicação ineficaz

A falha na comunicação entre os envolvidos no projeto (equipe de gestão, trabalhadores, fornecedores e clientes) pode resultar em mal-entendidos e erros na execução das tarefas. Uma comunicação ineficaz impede que informações cruciais sobre o andamento físico e financeiro da obra sejam compartilhadas de maneira adequada, afetando a coordenação e a capacidade de resposta às mudanças.

5. Desconsideração de riscos no planejamento

Não incorporar uma análise de riscos adequada no cronograma físico-financeiro é um erro significativo. A omissão de possíveis riscos e a falta de preparação para enfrentá-los podem levar a surpresas desagradáveis, que impactarão o cronograma e o orçamento. Identificar, avaliar e planejar a mitigação de riscos desde o início do projeto são etapas essenciais para garantir a sua execução suave e dentro das expectativas.

Como evitar estes erros?

Os desafios enfrentados na elaboração e gestão de um cronograma físico-financeiro de uma obra podem ser significativamente atenuados com a adoção de tecnologias avançadas, especialmente as plataformas de gestão de obras. 

Soluções como o Sienge Plataforma e Prevision, por exemplo, quando integradas, transformam a maneira como as empresas conduzem seus projetos, oferecendo uma alternativa dinâmica, completa e transparente que conecta empresas e pessoas, empoderando gestores e equipes de projeto.

A utilização de boas plataformas de gestão de obras permite o monitoramento preciso dos custos e do progresso físico do projeto em tempo real. Isso facilita a detecção e correção de desvios de orçamento e prazo antes que se tornem problemas maiores, ajudando a evitar a subestimação dos custos e falhas no acompanhamento do cronograma. 

Além disso, tais plataformas promovem a flexibilidade no gerenciamento de projetos, permitindo ajustes rápidos no cronograma, considerando imprevistos e atrasos. Isso é essencial para manter o projeto dentro do escopo, prazo e orçamento previstos, mesmo diante de condições adversas ou mudanças no escopo do projeto. 

Vamos falar um pouco mais sobre a importância da tecnologia nesse sentido.

Tecnologia: como usar para implementar o cronograma físico-financeiro na obra em andamento 

Quando uma obra é iniciada, as ferramentas que serão utilizadas em seu planejamento, cronograma e acompanhamento já foram definidas. Antes mesmo de o projeto começar a ser executado, as soluções escolhidas são alimentadas com as informações relevantes para que as tarefas sejam executadas com riqueza de dados e maior controle. 

Uma grande parte das ferramentas utilizadas para planejamento e gestão de obras não são pensadas para o contexto da Construção Civil e, por isso, nem sempre as soluções escolhidas correspondem às expectativas criadas pelas pessoas responsáveis por planejar e gerir a obra.  

Devido a limitações de sistemas e recursos, algumas ferramentas não entregam a eficiência esperada na execução das tarefas, no controle das atividades e, principalmente, no replanejamento  — atividade recorrente em toda obra.  

Neste caso, seria possível implementar um cronograma físico-financeiro em uma obra que já está sendo executada? Ou é melhor continuar trabalhando com uma solução limitada?  

Boa parte das construtoras faz a escolha de seguir utilizando a mesma ferramenta escolhida no início do projeto, adotando outros recursos, como planilhas trabalhosas, para finalizar a obra, com a justificativa de que o tempo dedicado já foi muito extenso e que seria retrabalho mudar naquele momento. O problema é que no começo do próximo projeto a situação se repete e a mudança nunca acontece.  

No entanto, se essas empresas optarem por mudar de metodologia durante a execução da obra, elas podem ganhar eficiência, produtividade e informações mais precisas. Principalmente se implementarem o cronograma físico-financeiro utilizando uma plataforma digital integrada a um sistema de gestão especializado.  

Por que vale a pena fazer a migração?

O desafio de fazer essa alteração com o cronograma físico-financeiro da obra em andamento é grande. É preciso adaptar todo o sistema para uma nova ferramenta, inserir a solução na rotina da construtora e dos profissionais, importar e integrar os dados de uma solução para outra.  

No entanto, o resultado obtido é muito vantajoso e recompensador. Além disso, a utilização de soluções devidamente adaptadas para a Construção Civil trará inúmeros ganhos a longo prazo.

Principais benefícios

Alguns dos principais resultados obtidos ao substituir uma ferramenta comum por um cronograma físico-financeiro em uma plataforma digital são:  

  • Planejamento integrado: unificação do planejamento físico e do controle financeiro da obra, reduzindo falhas de comunicação entre setores.
  • Controle de custos: monitoramento mais preciso dos gastos ao longo do tempo, permitindo previsões financeiras mais assertivas.
  • Antecipação de problemas: identificação rápida de desvios no cronograma e no orçamento, possibilitando correções antes que os impactos sejam maiores.
  • Acompanhamento em tempo real: visualização do avanço físico da obra de forma dinâmica, auxiliando na tomada de decisões proativas.
  • Transparência e integração: informações acessíveis para todas as partes envolvidas, conectando o canteiro de obras ao escritório e garantindo uma gestão mais eficiente.
  • Replanejamento ágil: possibilidade de reprogramar a obra em poucos cliques, visualizando imediatamente os impactos financeiros das mudanças.

A Prevision, por exemplo, é uma solução de planejamento e gestão de obras que permite construir e acompanhar o cronograma físico-financeiro com praticidade. Ela se integra a sistemas como o Sienge Plataforma, otimizando a eficiência do planejamento e facilitando a adaptação à nova metodologia.

A Prevision, por exemplo, oferece o recurso de medições, que pode ser feita diretamente por dispositivos móveis, facilitando a atualização do progresso da obra em tempo real. Enquanto isso, o Sienge Plataforma possui o módulo de engenharia, que possibilita o controle dos desembolsos.  

A integração desses dados em um cronograma físico-financeiro digital e atualizado em tempo real permite que a gestão antecipe imprevistos e tome decisões ágeis para manter o projeto dentro do planejamento.

Por isso, com as tecnologias certas, implementar um cronograma físico-financeiro mesmo em uma obra já em andamento não apenas é possível, mas pode representar um grande salto na produtividade e na lucratividade da construtora.

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5 benefícios de um cronograma físico-financeiro 

O cronograma físico-financeiro ajuda a construtora a planejar os custos do empreendimento e realizar melhores negociações financeiras, além de permitir acompanhar se a evolução da construção e os gastos estimados estão andando juntos, conforme o planejado. 

Por exemplo, sabendo que será necessário desembolsar mais de 300 mil reais em um determinado mês apenas com as despesas iniciais, a empresa precisa ter esse valor preparado no caixa. Se não tiver, deve se planejar para buscar esses recursos – pode ser por meio de vendas das unidades, recursos de outras obras, investidores e até mesmo empréstimos bancários. 

O volume de atividades e o percentual de conclusão previstos para um determinado período também ajudam a construtora a gerar histogramas de mão de obra, que medem quantos e quais profissionais serão necessários para o cumprimento das etapas e permitem estimar qual será o valor de folha de pagamento a ser gasto em determinado período. 

Esse documento também permite visualizar a viabilidade econômica do projeto, bem como a força de venda que a construtora terá que mover para arcar com essas despesas, no caso de optar por casar vendas e custos como uma estratégia da gestão de obra. 

Quando se consegue visualizar os custos por atividade antes de a obra começar, também é possível negociar com os fornecedores antecipadamente para procurar dividir melhor os custos mensais e garantir o equilíbrio financeiro da construtora e do projeto. 

Em resumo, conectar o orçamento ao andamento físico é essencial para obter mais eficiência no dia a dia, alinhar expectativas entre o setor financeiro e a execução, entre outros benefícios, como:  

1) Planejamento eficaz  

As obras da Construção Civil são de complexo planejamento já que possuem nuances e especificidades que precisam ser constantemente monitoradas. O cronograma físico-financeiro é a ferramenta ideal para isso, sendo um aliado essencial de um planejamento bem elaborado.  

Ao construir um cronograma físico da obra, já é possível ter domínio sobre a execução e as atividades que estão sendo realizadas. Elaborar o cronograma financeiro permite o controle dos gastos previstos e dos excedentes.  

Fazer a conexão entre o físico e o financeiro é ter o domínio completo sobre os custos e sobre os prazos, resultando em um planejamento eficiente e em uma entrega excepcional para o cliente.  

2) Gestão de recursos materiais e de mão de obra 

Ter a visão do que será utilizado, a quantidade necessária e em qual momento da obra, é uma tarefa árdua. Dimensionar de maneira assertiva os recursos que serão gastos é o primeiro passo para não ter custos inesperados.  

Ao visualizar o andamento da obra e sua correspondência com os gastos, a gestão de mão de obra, materiais e equipamentos fica mais assertiva, evitando desperdício e a escassez.  

3) Previsibilidade de custos  

Gerenciar os gastos e as atividades da obra de maneira constante oferece uma margem de ação importante. Afinal, é possível ter uma visão clara do progresso da obra e das despesas associadas.  

Além disso, os dados relevantes estão disponíveis, facilitando a tomada de decisões. É possível, então, agir com base em informações concretas e evitar surpresas desagradáveis. 

4) Responsabilidade e prestação de contas 

O cronograma físico-financeiro permite a atribuição de responsabilidades claras a cada membro da equipe e uma prestação de contas mais eficaz em relação ao cumprimento dos prazos e do orçamento.  

Dessa forma, a área de orçamento e a área de execução conseguem ter uma visão idêntica da obra, sabendo o que deve ser feito, quando deve ser feito e qual o orçamento disponível para tal. Esse alinhamento evita gastos desnecessários, maiores dificuldades no projeto e desvios financeiros.  

5) Melhoria contínua 

A elaboração de um cronograma físico-financeiro é essencial na gestão dos projetos, uma vez que viabiliza a avaliação contínua do andamento da obra, da produtividade da equipe e dos processos existentes.  

Essa análise constante abre caminho para a implementação de melhorias contínuas nos processos de construção, garantindo eficiência, otimização de recursos e a capacidade de responder proativamente a desafios à medida que surgem. É possível então criar uma cultura de aperfeiçoamento constante, essencial para o sucesso de qualquer empreendimento na área da construção.

Conclusão 

Como você viu neste artigo, o cronograma físico-financeiro é uma ferramenta essencial no planejamento e acompanhamento de obras na Construção Civil. Ele alinha o andamento físico da obra com o orçamento, permitindo o controle eficiente dos custos, prazos e recursos.  

Utilizar uma plataforma de planejamento e gestão de obras digital para monitorar o andamento físico-financeiro da obra garante benefícios significativos para a execução: planejamento eficaz, gestão de recursos, previsibilidade de custos, responsabilidade e prestação de contas e melhoria contínua.  

Implementar o cronograma físico-financeiro em uma obra em andamento pode ser desafiador, mas os benefícios a longo prazo superam os obstáculos iniciais.  

Uma plataforma digital adequada para a Construção Civil torna a transição mais suave e proporciona a capacidade de visualizar, reprogramar e aprovar o cronograma com agilidade. Além disso, fornece informações valiosas, métricas e indicadores de desempenho essenciais para a gestão de projetos bem-sucedidos. 

Por fim, lembre-se que a adoção de um cronograma físico-financeiro em uma obra em andamento pode levar a ganhos significativos em eficiência, produtividade e controle de custos, tornando-se uma escolha vantajosa para empresas da Construção Civil.