Em 2014, houve uma queda no grau de empregabilidade na construção civil, após anos de bonanças com diversos empreendimentos sendo realizados pelo país. No ano de 2015, os serviços e investimentos no setor chegou a encolher 16,5%, de acordo com uma pesquisa do IBGE.
Ainda de acordo com o instituto, isso ocorreu devido a uma queda de 3,9% na demanda interna, ao aumento na taxa de juros e a um menor volume de crédito para o setor. Além disso, houve uma redução histórica no Produto interno Bruno (PIB) do país, que não via tamanha retração há anos, desde 1996.
Esse cenário, é claro, influenciou no grau de empregabilidade na Construção Civil. Somente nos anos de 2014 e 2015, mais de 400.000 profissionais da área perderam seus empregos.
Soa preocupante, não é?
E com razão: em 2017, quando a economia do país já apresentava melhoras, o setor ainda não havia se recuperado e respondia pela maior redução em postos de trabalho. Para ser mais preciso, uma retração de 103.968 de empregos formais.
Foi somente em 2018 que as coisas começaram a mudar. Quando o Índice de Confiança na Construção (ICST) retomou o mesmo patamar de 2015, reformas trabalhistas foram aprovadas e as notícias sobre economia apresentavam sinais de recuperação.
Mas será que esses indicativos são suficientemente bons para recuperar o que o setor perdeu nos últimos anos? Será que sugerem uma melhora na empregabilidade na Construção Civil?
É o que analiso neste artigo, no qual você entenderá a situação atual do mercado, previsões para o futuro e as principais demandas profissionais. Acompanhe!
Como está o mercado
Antes de tentar prever como será o ano de 2019 para o setor, em termos de empregabilidade na Construção Civil, é preciso entender a situação econômica. E não só na engenharia, mas em geral, pois as oportunidades, naturalmente, acompanham o crescimento.
No início deste ano, existia mais otimismo dos empresários do setor, devido ao aumento na confiança em 2018 e as boas notícias em relação à inflação e juros para 2019. A previsão de crescimento do PIB também não era ruim: previa-se que o Brasil cresceria, em média, 2,5%.
No entanto, estão surgindo ajustes nas metas para o ano que, infelizmente, já não são muito promissoras. A previsão do índice de inflação teve um pequeno aumento, enquanto a expectativa para o crescimento do PIB reduziu seis vezes, atingindo a marca de 1,98%. O dólar também deve permanecer alto ao longo de 2019, segundo economistas.
Existem muitas incertezas nas atividades do setor, como os impasses com a reforma da previdência, mudanças no ‘Minha Casa, Minha Vida’ e a economia global. Esta última também encara um cenário de desaceleração do crescimento.
É claro que essas situações, de uma forma ou de outra, influenciam o Índice de Confiança da Construção que, no primeiro trimestre de 2019, não foi favorável ao setor. Em março, o indicador apresentou a maior queda desde junho de 2018, após outra redução em fevereiro e neutralidade em janeiro.
Mas calma!
Mesmo com esse cenário, existe uma expectativa de recuperação do setor em 2019, embora a curtos passos.
O Sindicato da Indústria da Construção do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP) e a Fundação Getúlio Vargas já haviam previsto, em fevereiro, um crescimento de 2,5%. No entanto, a previsão acompanhava as expectativas para o PIB e, provavelmente, se ajustarão ao novo cenário.
Empregabilidade na construção civil
Já que as expectativas de crescimento são tímidas e o desemprego geral no país continua em alta (12,4%), a tendência, no curto prazo, não é tão promissora para novas vagas. Isso não quer dizer, no entanto, que exista uma previsão para demissões numerosas, como nos anos anteriores.
A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), aliás, tem um plano para gerar um milhão de empregos este ano. Isso especialmente com a retomada de 4.738 obras que estão paradas, em todo o país, sem subsídios do governo.
Mesmo sem novidades nas negociações, já existem regiões do Brasil onde a situação está melhorando. Em Minas Gerais, por exemplo, apenas no primeiro bimestre, 7.800 vagas de emprego formais foram criadas. Isso representa um aumento de 87,7% em relação ao mesmo período de 2018.
E se considerarmos o balanço de demissões e contratações, a empregabilidade na Construção Civil ainda está em vantagem. De acordo com a Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, em janeiro, o saldo foi positivo: 14.275 postos.
E caso você esteja se perguntando em quais setores a empregabilidade está melhor, em relação aos postos de trabalho, a secretaria deu a resposta:
- construção de Edifícios: 5.828;
- montagem de Instalações Industriais e de Estruturas Metálicas: 3.884; e
- obras de acabamentos: 1.862.
Isso significa que, provavelmente, deveremos ver vagas para arquitetos, engenheiros, mestres de obras, pedreiros e outros profissionais da Construção Civil, inclusive para vendas e gestão. É claro que essa realidade dependerá dos avanços econômicos e da retomada na confiança no setor.
Mas se você quiser se preparar e conseguir as melhores oportunidades, quando estas surgirem, precisa estar atualizado. Por isso, é importante conhecer algumas necessidades para o futuro. É o que te apresento no tópico seguinte.
Algumas demandas do mercado
Além das competências mais comuns, como raciocínio lógico, perfil de liderança e gestão de pessoas, existem algumas tendências de mercado para as quais você deve estar atento. A maioria delas são ligadas às inovações tecnológicas, que velhos e novos engenheiros devem começar a aderir.
Uma das grandes exigências será a especialização em Building Information Modelling (BIM), assunto já bem discutido aqui no blog. Saber planejar e acompanhar obras da Construção Civil em modelos 3D, com informações de um cronograma, será essencial — especialmente se você quiser participar de licitações públicas.
Para conhecer mais sobre BIM, o Sienge disponibiliza gratuitamente o ebook Tudo Sobre BIM. Para baixar é muito fácil e rápido! Clique na imagem abaixo!
Isso por que, a partir de 2021, todas as obras para a Administração Pública, em todo o país, exigirão, gradativamente, a apresentação de projetos BIM. O Estado de Santa Catarina, aliás, se adiantou e já faz desse um requisito para seus processos em 2019.
Além do BIM, outras tecnologias deverão ser utilizadas no processo de construção, como drones para inspeção de obras, impressoras 3D, realidade virtual e aumentada. Se quiser saber um pouco mais sobre essa última, confira o vídeo a seguir.
https://www.youtube.com/watch?v=wRdeY0–aF4
Outro aliado indispensável dos engenheiros, arquitetos e mestres de obras são sistemas integrados de gestão em cloud computing. Por meio desses programas, é possível gerenciar todos os processos de uma construtora, mesmo na obra, com um celular. Assim, um pedido de compra que você faz, já gera uma ordem de pagamento, por exemplo.
E não para por aí.
Se você integrar o sistema a um software BIM é possível fazer mais do que visualizações em 3D. Você conseguirá planejar melhor um projeto e acompanhar o status da construção, os custos e o cronograma.
Você sabe o que são casas pré-moldadas?
Já falei aqui no blog também sobre a tecnologia, também uma tendência para o setor e que deve crescer em todo o mundo. Isso é muito importante em um cenário de redução de custos, necessidade de inovação e de maiores preocupações com a sustentabilidade e eficiência energética.
Existem ainda outras tendências para o setor, como a utilização de inteligência artificial em sistemas, Internet das Coisas (IoT) e o bioconcreto, mas acredito que as citadas acima são as que se apresentarão mais factíveis no curto prazo.
Como você pôde perceber ao longo do texto, as incertezas com relação à melhora do setor e à empregabilidade na Construção Civil são reais. Mas não tenha medo! O saldo é positivo e a expectativa de crescimento, ainda que pequena, existe. Procure se especializar e, assim, conseguirá as melhores oportunidades no futuro.
Na sua opinião, quais são as maiores dificuldades para o setor? Como você analisa o mercado para o ano de 2019? Deixe seu comentário abaixo e não se esqueça de ‘recomendar’ este artigo.