sustentabilidade na construção civil steelframeDesenvolver projetos que aliam produção e preservação ambiental é uma prática que, cada vez mais, vem sendo utilizada na execução de obras. Para se ter uma ideia, a construção sustentável cresceu 40% entre 2014 e 2015! Segundo o gerente técnico da Associação Brasileira do Drywall Carlos Roberto de Luca, a sustentabilidade na construção civil, que antes parecia tabu, tem se tornado prática comum.

Antes de construir um empreendimento, os profissionais do ramo têm se atentado ao detalhe de projetar uma obra sem grandes impactos na natureza e, consequentemente, aderem à técnica de construção seca ou construção a seco. Esse modelo de obra é reconhecido na Europa e nos Estados Unidos, e contribui muito para edificações sustentáveis.

A construção seca substitui materiais prejudiciais à natureza e investe em insumos que podem ser reciclados e reutilizados após o uso. As construções convencionais utilizam elementos como tijolos e blocos de concreto assentados com argamassa, por exemplo. A principal diferença dessa  técnica está na utilização de perfis metálicos, chapas que utilizam um gesso especial, chapas cimentícias, madeira e outros componentes. Paredes construídas em gesso, podem inclusive ser recicladas, transformando-se em matéria prima para a produção de cimento.

Durante a obra, é possível realizar coleta seletiva dos entulhos gerados pela construção. As sobras de gesso ou madeira podem ser separadas em lixeiras adequadas e destinadas de forma  específica: o gesso pode ir para a usina de cimento, a madeira e o tijolo para a reciclagem.

A técnica utiliza estrutura de aço conhecida como Steel Framing, um sistema estruturado em perfis de aço que são projetados para suportar cargas e trabalhar em conjunto com outros sistemas da edificação, como placas cimentícias (paredes externas) e placas de gesso acartonado (parte interna).

Uma das principais características da construção seca é a responsabilidade ambiental, por isso, é preciso avaliar todo o processo de construção, desde o planejamento da obra, para garantir a escolha dos materiais de menor impacto ecológico. Além da preservação do meio ambiente, com a reciclagem de materiais, a técnica ainda contribui com a redução do uso de recursos naturais, como a água e com economia de energia elétrica.

De acordo com  matéria publicada no site do G1, especialistas de uma empresa de construção civil, localizada em São José do Rio Preto (SP) afirmam que “Na obra seca, existe uma redução do lixo gerado em aproximadamente 60% em comparação a uma convencional” .

Por que utilizar construção seca para sustentabilidade na construção civil?

As técnicas de construção seca reduzem os impactos ambientais, ao passo que

utilizam recursos menos prejudiciais, como o aço e o gesso e permitem que os materiais utilizados sejam reciclados ou reutilizados. Em parceria com a arquitetura sustentável, a construção seca reduz significativamente o volume de resíduos gerados. Com isso, o processo dá força à sustentabilidade na construção civil e alcança objetivos ecológicos, tais como:

  • Minimizar o desperdício dentro e fora da obra;
  • Reutilizar e reciclar os materiais descartados;
  • Evitar a utilização de componentes complexos, de difícil reciclagem ao fim da vida útil.

Confira também vantagens importantes trazidas pela técnica de construção seca, que comprovam que sua utilização é uma boa idéia:

Para a construtora – sustentabilidade na construção civil:

  1. Aumento da produtividade na obra, por conta da maior velocidade na execução das paredes em fechamentos externos ou internos;
  2. Maior facilidade no manuseio das placas pelo baixo peso;
  3. Economia na fundação, por conta da redução da carga nas estruturas;
  4. Ganho de área útil, em decorrência da menor espessura das paredes;
  5. Grande resistência a impactos e ação da umidade.

Para o meio ambiente – sustentabilidade na construção civil:

  1. Baixa ou nenhuma produção de entulho;
  2. Baixíssima utilização de água (basicamente nas fundações) e matéria prima natural;
  3. Redução do uso de cimento;
  4. Reciclagem total da estrutura;
  5. Utilização de aço reciclado, que consome muito menos energia para produção e colabora para a sustentabilidade na construção civil.

Sustentabilidade na construção civil: obras que aplicam a construção seca

Métodos construtivos sem uso de água, como drywall e steel frame vem crescendo no Brasil. Para fortalecer essa tendência, o Brasil conta com a maior fábrica de drywall da América do Sul, com capacidade produtiva de 30 milhões de metros quadrados de chapas por ano, instalada no Rio de Janeiro.  

Outros dados importantes vêm da pesquisa Cenário dos Fabricantes de Perfis Galvanizados para Light Steel Frame e Drywall, que em sua edição de 2015, mostrou que a produção de perfis galvanizados para light steel frame (sistema estruturado em perfis de aço galvanizado formado a frio), por exemplo, aumentou 2% em relação ao ano anterior, chegando a 46.190 toneladas. A capacidade produtiva passou de 48% para 50% em seu nível de utilização – utilizados principalmente em construções industriais.

A mesma pesquisa aponta que, a produção de perfis para drywall, utilizados principalmente em edificações comerciais, apresentou acréscimo de 0,4%, chegando a 98.290 toneladas. A capacidade produtiva nesse caso passou de 66% para 67% em seu nível de utilização.

Esses dados demonstram que a utilização de técnicas de construção seca se fortalece no país e a sustentabilidade na construção civil também. Confira algumas obras que comprovam isso!

Aeroporto Internacional de Belo Horizonte

steel frame aeroporto de confins
Aeroporto de Confins em Minas Gerais utiliza steel frame nas obras do Terminal 2

Um dos exemplos da aplicação seca e sustentabilidade na construção civil no Brasil é o investimento que a concessionária do Aeroporto Internacional de Belo Horizonte está fazendo na implantação do terminal 2. Com uma área prevista de 47 mil metros quadrados, a BH Airport pretende investir na obra estruturas metálicas em aço e revestimento interno e externo com isolamento termoacústico, que está ligado diretamente à conservação de energia.

Arenas Olímpicas – Rio 2016

Para a realização dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016 no Rio de Janeiro, uma grande estrutura foi construída para abrigar os atletas e as diversas modalidades esportivas e grande parte dos equipamentos utilizou dos métodos de construção seca. A utilização dessas técnicas foi fundamental em função dos cronogramas apertados, para evitar a criação de estruturas pesadas, com alto custo de manutenção. A adoção dessas técnicas no cenário olímpico, comprova a importância da sustentabilidade na construção civil.

Para as instalações esportivas, além dos requisitos estabelecidos pelo Comitê Olímpico Internacional (COI), também eram premissas os princípios de economicidade, simplicidade, sustentabilidade e respeito ao meio ambiente.

Conheça dois desses espaços:

  • O Estádio Aquático Olímpico foi construído para abrigar 16 mil pessoas, mas com o objetivo de ser  temporário. Arquibancadas e áreas de circulação, são uma combinação de estrutura em steel deck com forração de painéis impermeáveis de madeira de 30 mm de espessura. Com estrutura metálica aparafusada, o reaproveitamento será total e a sustentabilidade na construção civil sai fortalecida.  
  • A Arena do Futuro, uma área de cerca de 35 mil metros quadrados, com capacidade para 12 mil pessoas. Na sua construção foram utilizados perfis metálicos nas estruturas laterais, pilares principais, vigas principais da cobertura e treliças. Projetada para ser desmontada e reaproveitada, suas estruturas metálicas foram aparafusadas dispensando a soldagem na obra.

As evoluções tecnológicas e o surgimento de novos métodos construtivos ao longo dos anos mostram que é possível sustentabilidade e construção civil caminharem juntas. Nos exemplos apresentados fica clara a possibilidade de sucesso dessa parceria.

Nesse cenário, o investimento das construtoras em inovação precisa considerar a adoção de sistemas construtivos em prol da sustentabilidade na construção civil, como a construção seca. Sua construtora já pensou nisso?