- Indicadores financeiros são essenciais para avaliar a viabilidade, situação e lucratividade de uma empresa
- É importante conhecer e analisar os indicadores financeiros para garantir a sobrevivência e crescimento da empresa
- Alguns indicadores financeiros importantes incluem EBITDA, Fluxo de Caixa, Margem Bruta, Margem Líquida, Ponto de Equilíbrio e ROI.
Os indicadores financeiros de uma empresa, como você certamente sabe, possibilitam a avaliação mais precisa da viabilidade, situação atual e capacidade de geração de lucro dos negócios.
Mas ainda há quem negligencie tais análises e o resultado disso costuma ser desastroso, a médio prazo. Somente uma administração muito eficiente pode garantir o equilíbrio financeiro e a sobrevivência das construtoras ou incorporadoras, num cenário de incertezas como o atual.
Quem sabe usar as boas ferramentas de gestão para análises financeiras, ganha produtividade, torna-se mais competitivo e pode até mesmo crescer em meio à turbulência.
“A análise financeira através do monitoramento dos fatos e dos resultados, bem como, do planejamento, deve tornar-se uma ação gerencial estratégica constante do empresário”, afirma o Sebrae.
Então, prosseguindo a leitura, você vai conhecer os principais indicadores financeiros de uma empresa e como fazer suas próprias análises financeiras, especialmente aqueles mais importantes para a Construção Civil.
O que são indicadores financeiros de uma empresa?
Muitos gestores ainda pensam que o sucesso financeiro se resume a dois pontos:
- Quanto a empresa ganha.
- Quanto a empresa gasta.
Se fizermos um enorme resumo, isso é verdade. Mas acompanhar apenas quanto entra e quanto sai deixaria muitos “pontos cegos” na sua gestão. Você precisa saber qual é o desempenho do capital investido em cada aspecto do negócio.
É aí que entram as métricas mais precisas, os indicadores financeiros de uma empresa.
Aqui vai uma dica importante: nem todo indicador financeiro é igual. Em outras palavras, você tem de entender qual aspecto do negócio cada indicador afeta para saber como analisá-lo do jeito certo.
Podemos dividir os indicadores financeiros em 4 áreas principais, que são:
- Estrutura: alguns indicadores são bem úteis para avaliar a estrutura de capital do negócio. Isso quer dizer que eles mostram se a empresa está com dívidas, qual sua condição de pagar por juros etc.;
- Atividade: essas métricas apontam qual o volume e a velocidade que a sua empresa consegue atingir em atividades importantes, como vender mais;
- Liquidez: um negócio sem liquidez corre o risco de ter sérios problemas financeiros por não conseguir pagar despesas antes do vencimento. É isso que esses indicadores mostram;
- Rentabilidade: analisam os investimentos realizados, bem como seus resultados, além das vendas do negócio.
Essas 4 áreas mostram o quanto os indicadores financeiros de uma empresa ajudam a ir fundo na análise, e mostrar, com detalhes, o que precisa ser ajustado.
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10 indicadores financeiros para análise e tomada de decisão
A análise dos indicadores financeiros de uma empresa serve para avaliar os seus resultados já alcançados e suas perspectivas para o futuro. Isso está claro, não é?
Além disso, somente a partir das análises financeiras o empreendedor pode tomar decisões estratégicas, para traçar com segurança o futuro dos seus negócios.
Identificar fragilidades e pontos fortes, saber onde e como investir, antecipar-se aos problemas, definir metas de crescimento, tudo isso fica muito mais fácil.
Do contrário, sem o conhecimento dessas análises, qualquer decisão será tomada sob grande risco de erros e prejuízos, como alguém que navega às escuras.
Vejamos agora quais são esses indicadores financeiros que são práticas indispensáveis para o setor, permitindo o controle sobre a gestão e a implementação das melhorias necessárias.
Empreendedores, sócios, gerentes financeiros, entre outros, devem ter pleno conhecimento e domínio desses itens.
1- EBITDA
EBITDA é um termo em inglês (Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization). Em português, isso significa lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização.
Esse indicador examina a geração operacional de caixa da empresa, ou seja, quanto ela gera de recursos com suas atividades, sem contar o efeito de juros e impostos.
2- Fluxo de Caixa
É um dos elementos mais conhecidos das análises financeiras e também uma dificuldade frequente das organizações, principalmente das médias e pequenas construtoras.
O fluxo de caixa representa a consolidação das entradas e saídas financeiras de uma empresa.
Com a sua análise o empreendedor verifica a situação das suas finanças, a necessidade de aumento de receitas ou redução de despesas.
Isso exige um controle diário muito rigoroso, mas nas empresas com poucos recursos ele é administrado sem os devidos cuidados, muitas vezes.
Torna-se assim um fator de desequilíbrio que compromete o desempenho financeiro e a competitividade da organização.
Você precisa levar em conta que um fluxo de caixa bem administrado
traz vantagens significativas como:
- Antecipar possíveis situações críticas ao negócio, como pagamentos adiante que precisam ser provisionados ou renegociados com antecedência.
- Facilitar o planejamento da empresa, tais como contratações, dispensas, encomendas de material, investimentos.
- Evitar problemas com fornecedores, por falta de pagamentos e atrasos desnecessários.
- Melhor identificação de encargos e despesas excepcionais da folha de pagamentos.
- Manter os tributos em dia e evitar situações desagradáveis com o fisco por falta de previsão.
- Garantir que os processos internos estão andando corretamente, pois se está tudo ajustado o fluxo de caixa também deverá estar e vice-versa.
- Estar preparado e organizado para os imprevistos, com um bom fluxo de caixa é mais fácil passar por situações difíceis.
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3- Conciliação bancária
A conciliação bancária é um elemento essencial em qualquer processo financeiro, ao fazer a comparação dos saldos bancários com os extratos ou planilhas que mostram os lançamentos realizados.
Ela consolida as rotinas de pagamentos e recebimentos, apontando as saídas relacionadas às notas dos fornecedores, bem como os aportes de clientes na conta.
Colocando lado a lado as despesas, recebimentos e o saldo disponível, o gestor pode conferir se as movimentações previstas foram realizadas, bem como eventuais divergências nos resultados.
A conciliação bancária também identifica rapidamente eventuais inconsistências do banco, como estornos, operações incorretas que, de outra forma, só seriam vistas bem mais tarde.
Isso dá a certeza da exatidão dos saldos em conta num determinado período: semanal, mensal, anual, ou numa determinada data específica.
Em paralelo com o fluxo de caixa, a conciliação bancária permite maior clareza sobre a situação financeira da empresa, ao mostrar em tempo real as suas necessidades de caixa.
4- Balanço patrimonial
Apresenta os ativos (bens e direitos), os passivos (exigibilidades e obrigações) e o Patrimônio Líquido, que é o resultado da diferença entre o total de ativos e o total de passivos da construtora.
O Patrimônio Líquido, no caso, representa a liquidez da empresa e o valor contábil devido pela pessoa jurídica aos sócios ou acionistas, ou seja:
Patrimônio Líquido = Ativo – Passivo
5- Demonstração de Resultado do Exercício (DRE)
A DRE é fundamental para analisar a lucratividade da empresa, pois oferece uma síntese financeira dos resultados operacionais e não operacionais num certo período.
Ela demonstra a formação do resultado líquido de um exercício a partir do confronto das receitas, custos e resultados, apurados conforme o regime de competência.
Vale a pena lembrar o significado destes conceitos.
No Regime de Competência, o registro dos eventos (vendas, custos, despesas etc.) acontece na data em que aconteceram.
Isto é, a contabilidade faz a sua anotação na data do fato gerador, não importando quando é pago ou recebido.
Para entender a diferença, no Regime de Caixa é o contrário, os documentos são registrados apenas na sua data de pagamento ou recebimento, efetivamente.
Conforme a legislação que regula a DRE, ela deve apresentar, no mínimo:
- As receitas e os rendimentos ganhos no período, independentemente da sua realização em moeda.
- Os custos, despesas, encargos e perdas, pagos ou incorridos, correspondentes a essas receitas e rendimentos.
- Também inclui o lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante por ação do capital social.
Ela permite fazer uma análise vertical e horizontal do desempenho da empresa nesse quesito.
– Na análise horizontal, são analisadas receitas e despesas ao longo do tempo, o que possibilita a análise da evolução dos ganhos e dos gastos.
– Por outro lado, na análise vertical, as contas são comparadas em seus respectivos grupos de despesas.
Aqui também, a análise conjunta de ambas permite identificar tendências e fazer previsões que são fundamentais ao planejamento estratégico das empresas.
6- Margem bruta
A margem bruta mostra quanto a empresa lucra por cada produto ou serviço, considerando os gastos com a produção ou entrega, bem como o custo da venda.
Isso serve para você avaliar quais empreendimentos são mais lucrativos e montar a estratégia da empresa com o portfólio mais vantajoso possível.
7- Margem líquida
Já a margem líquida diz respeito a quanto dinheiro fica no caixa da empresa depois de todos os descontos, o que inclui os impostos. Assim, dá para saber qual é o lucro real com cada venda.
A título de exemplo, se um produto custa R$100,00 e tem margem líquida de 20%, o lucro foi de R$20,00 depois de descontar todos os custos.
8- Margem de contribuição
A margem de contribuição representa o que sobra da receita conseguida com a venda de um produto, após retirar o valor dos gastos variáveis, que é composto por custo variável e despesas variáveis.
Você precisa saber disso porque seu negócio pode estar vendendo bem, mas sem ter lucro e com esse dado essa dúvida fica esclarecida.
Na realidade, em qualquer setor é relativamente fácil de se apurar o valor e o percentual respectivo da margem de contribuição.
Entenda o porquê desse nome:
Margem – porque é a diferença entre o valor da venda ou preço de venda e os valores dos custos e das despesas específicas dessas vendas, também conhecidos por custos variáveis e despesas variáveis da venda.
Contribuição – porque representa quanto o valor das vendas contribui para o pagamento das despesas fixas e também para gerar Lucro.
Então, para encontrar a Margem de Contribuição, é preciso realizar a seguinte conta:
Margem de Contribuição =
Valor das Vendas – (Custos Variáveis + Despesas Variáveis).
9- Ponto de equilíbrio
O ponto de equilíbrio, também conhecido como Break Even, é o ponto em que as despesas e as receitas da empresa se igualam, e ela deixa de dar prejuízo.
Em alguns modelos de negócio, é normal levar um tempo até que a geração de receita empate com as despesas e o negócio ganhe estabilidade. Mas nem por isso a distância do ponto de equilíbrio deve ser confortável.
Algo que pode ajudar é fazer uma projeção do tempo estimado para o Break Even, que deve ser acompanhada de perto.
10- Retorno sobre investimentos (ROI)
Outro indicador importante é o Retorno sobre investimento (ROI), que significa a relação entre o lucro líquido e o custo do investimento resultante da aplicação de recursos.
Como medida de desempenho, o ROI é usado para avaliar a eficiência de um investimento ou para comparar a eficiência de vários investimentos diferentes.
Para calcular o ROI, subtrai-se o ganho alcançado pelo investimento do investimento inicial. Depois, esse resultado é dividido pelo investimento inicial.
Assim:
ROI = (Ganho obtido – Investimento inicial) / Investimento inicial.
Esse resultado ajuda a planejar os próximos empreendimentos, definindo o que é necessário investir, cortar, ajustar orçamentos, para garantir um ROI mais favorável.
A tecnologia na análise de indicadores financeiros de uma empresa
Para que a análise dos indicadores financeiros de uma empresa seja efetiva e possa aprimorar a gestão, é preciso revisar os processos internos e buscar apoio em novas tecnologias.
Analise com cuidado os relatórios de cada uma das áreas da empresa, identifique as dificuldades, veja onde é possível melhorar e trace metas para isso com seu pessoal.
Se você agregar, ainda, uma tecnologia que traga maior agilidade e precisão aos processos, esteja certo, a empresa vai ter ganhos robustos de qualidade e produtividade.
Quanto a isso, aliás, o Sebrae é muito enfático e diz que até mesmo as pequenas empresas devem se decidir a investir logo em tecnologia.
Em pleno século XXI, não é mais possível que uma empresa pense em sobreviver com amadorismo, improvisações e soluções do século passado, você não concorda?
Sistema Integrado de Gestão – ERP
Uma alternativa que já está muito difundida na Construção Civil, para você pensar, é o sistema integrado de gestão empresarial ou ERP, na sigla em inglês.
O Sienge Plataforma, que é muito mais do que um ERP, centraliza as informações e integra toda a empresa, da administração ao canteiro de obras.
Com isso, as suas diversas áreas trabalham totalmente alinhadas, com uma grande sincronia nas suas atividades.
O Sienge Plataforma vem estruturado em diversos módulos, que geram as informações que você precisa e relatórios completos, com muita facilidade, sempre que precisar.
Dessa maneira, você não precisará mais passar tanto tempo analisando planilhas e tabelas que, muitas vezes, são incompletas e não conversam entre si.
Com o Módulo Financeiro do Sienge Plataforma, você faz a gestão dos seus recebíveis, realiza pagamentos, transferências, verifica as contas, confere o caixa, entre outras funcionalidades.
Assim, fica muito mais fácil obter os dados e fazer as análises financeiras que traçam o diagnóstico completo da construtora/incorporadora.

Mesmo que você conheça bem os indicadores que precisa acompanhar, e esteja disposto a usá-los na gestão da sua empresa, existe um risco: cair em um (ou mais) dos erros comuns que muitos cometem. Entre esses, veja 3 dos erros mais comuns, e por que fugir deles: O primeiro erro comum é acompanhar os indicadores financeiros de uma empresa por pouco tempo e já tomar decisões radicais com base nisso. Por que agir assim é ruim? É natural que alguns resultados flutuem antes de se estabilizar. Se esperar pouco tempo, você corre o risco de agir com base num indicativo falso. Por isso, a primeira regra a seguir é esta: Tenha paciência e saiba quanto tempo esperar para analisar cada indicador antes de tomar ação com base nele. O segundo problema é deixar de documentar o histórico de resultados financeiros e se concentrar apenas na análise mais recente. Sem esse histórico, você não terá como saber o que melhorou e o que ainda requer ajustes. De preferência, é importante documentar o histórico de análises de forma automática, ou seja, por meio de um bom software de gestão em vez de planilhas. O último erro é avaliar cada um dos indicadores financeiros de forma isolada. Assim como no corpo humano, onde cada órgão depende dos outros para funcionar, os indicadores financeiros também afetam uns aos outros. Por isso, sempre avalie suas métricas em conjunto. Só assim você vai conseguir tomar boas decisões e entender, de verdade, a situação do seu negócio. Com base nos indicadores financeiros de uma empresa, é recomendável fazer o relatório de saúde financeira. Ele é vital para o gestor saber se está tudo bem com a organização, se alguma medida corretiva ou de emergência precisa ser tomada. Mais que isso, o relatório precisa apresentar o cenário exato da organização para que os empreendedores possam tomar decisões estratégicas com absoluta segurança. Somente com esses elementos é possível definir novos investimentos, o reposicionamento no mercado, ou mesmo, cortes de custos. Não é tão difícil como parece, mas é preciso planejamento, disciplina e as ferramentas adequadas. Você deve começar por decidir a periodicidade do relatório, levando em conta, por exemplo, o tamanho, nível de organização, volume e intensidade dos seus negócios. Quanto maior e mais complexa a construtora, com vários empreendimentos paralelos, mais frequentes devem ser os relatórios. Essa é a maneira mais eficaz de detectar qualquer ponto fora da curva e fazer as correções de imediato, antes que situações com potencial crítico se agravem. Resumindo: o ideal é que o relatório seja mensal, pelo menos, nos casos das empresas maiores. O segundo passo é determinar quais são os elementos que vão compor o seu relatório de saúde financeira. Na verdade, ele vai ser integrado por relatórios menores, de áreas específicas, que juntos vão oferecer o quadro geral das suas finanças. 1- Agrupe todas as informações e os dados contábeis e financeiros em um mesmo lugar; 2- Mantenha as informações atualizadas e os funcionários responsáveis cientes dos processos; 3- Acrescente sempre dados relevantes para a realidade da sua empresa, mas dispense os muito complexos e desnecessários; 4- Garanta que a empresa tenha todas as notas emitidas sobre serviços e guardadas pelo período de 5 anos; 5- Se possível, adote ferramentas que automatizam processos financeiros. Em resumo, a saúde financeira da sua empresa não pode ser avaliada apenas pelo saldo bancário, há outras variáveis fundamentais a serem observadas. Tenha como prioridade, em qualquer análise, uma base muito sólida de dados, ou seja, tenha sempre disponíveis todos os lançamentos financeiros. Só assim se pode realmente analisar a saúde financeira e tirar conclusões confiáveis e úteis para a empresa. Espero que nosso conteúdo seja útil para você aprimorar suas análises e garantir a saúde financeira da sua empresa. 3 erros comuns ao lidar com indicadores financeiros na gestão
Acompanhar por pouco tempo
Deixar de documentar o histórico
Avaliar os pontos de forma isolada
Gerando um relatório de saúde financeira da empresa
Além disso, siga as seguintes dicas:
Conclusões confiáveis e úteis
Nas despesas é importante analisar sempre a relação entre as fixas e as variáveis. As despesas fixas costumam ser as maiores vilãs das finanças pois, com receita entrando, ou sem receita, elas estarão sempre lá, aguardando o pagamento.
