Sempre que falamos em orçamento de obra ou qualquer outra tarefa que inclua calcular valores de insumos e equipamentos, é muito comum associar o tema a dor de cabeça, gastos e imprevistos, não é mesmo? Mas saiba que é possível facilitar esta atividade por meio da composição de custo unitário, o que garante mais eficiência e assertividade.
Mas, talvez, você esteja se perguntando: como aplicar isso no dia a dia da minha construtora?
É exatamente por isso que estamos aqui, para responder essa e outras questões neste post. O objetivo é ajudá-lo a compreender melhor como essa prática funciona e as vantagens que ela pode oferecer para você.
Vamos começar?
O que é um cálculo de custo unitário
Conhecido também como Composição de Preços Unitários (CPU) essa técnica está relacionada à engenharia de custos. Ela é utilizada na elaboração de orçamentos de obras e serviços.
Em geral, são calculados os índices de produtividade da mão de obra e consumo de materiais e equipamentos para execução de uma unidade.
Ao aplicar o método de CPU em seus empreendimentos, é possível prever as necessidades de insumos e estimar os custos diretos e indiretos de cada serviço.
Basicamente, a prática se resume à atividade de relacionar todos os custos praticados durante a obra ou após a sua execução.
A composição de custo unitário oferece esses valores com qualidade e um controle mais preciso, que permite negociações mais vantajosas. Com isso, é possível reduzir o custo final da obra e ampliar a margem de lucro.
Veja abaixo como aplicar isso no dia a dia:
6 passos para fazer uma boa composição de custo unitário
Os passos que vamos apresentar a seguir são importantes para que você evite erros durante a composição de custos. Com isso, você pode garantir mais assertividade em relação aos valores e ter mais chances para negociações. E tudo isso se resume em aumento na produtividade e lucro.
Mas antes de mais nada, é importante que você entenda qual a função de cada componente que aparece durante a composição de custos:
- Insumos: representam cada um dos elementos necessários para a realização de um serviço. Os insumos podem ser referentes à mão de obra, materiais ou equipamentos;
- Unidade: trata-se da unidade de medida de compra de cada insumo, por exemplo: metro, m², m³, quilograma, tonelada, etc;
- Índice: refere-se ao coeficiente de utilização de cada insumo aplicado no projeto. Ou seja, é a quantidade necessária para obter uma unidade de serviço;
- Custo Unitário: é o valor representativo do custo de cada unidade de insumo;
- Custo Total: nada mais é do que a fórmula: Índice x Custo Unitário. Este é o valor total do insumo necessário para a realização de uma unidade de serviço.
1º Passo: Conheça o serviço
É extremamente importante conhecer e identificar o nome de cada serviço que ocorrerá durante a obra, bem como sua unidade de execução. Por isso, faça uma descrição detalhada, onde será possível compreender o método e os processos de execução.
2º Passo: Saiba identificar os insumos
Parece muito óbvio, mas é comum que algumas pessoas não saibam diferenciar insumos e serviços. E você irá precisar identificar cada um deles para sua execução.
Os insumos são definidos em três aspectos:
- Material: envolve todos os tipos de materiais que serão utilizados em todas as etapas da obra. Por exemplo: areia, pedra, cimento, barras de aço, etc;
- Mão de Obra: são os custos relacionados a contratação de todo o tipo de serviço especializado. Trata-se dos pedreiros, pintores, serventes, carpinteiros, entre outros;
- Equipamento: todo o valor que se relaciona à aquisição ou aluguel dos mais diversos equipamentos ou máquinas. Dentre eles, lixadeira, furadeiras, lixeira, etc.
3º Passo: Faça o levantamento dos custos dos insumos
Para desenvolver a composição de custo unitário é necessário levantar os custos diretos dos insumos. Tais como: salários e encargos de mão de obra e o valor da compra dos materiais.
Deve ser algo semelhante ao item abaixo:
- Custos de Mão de Obra (salário + encargos): Pedreiro: R$ 19,81/hora; Servente: R$14,01/hora;
- Custos de Materiais: Tijolo cerâmico maciço: R$0,31/unidade.
4º Passo: Calcule o consumo dos insumos
Ao aplicar a composição de custo unitário você consegue calcular a produtividade da mão de obra. Mas para isso é preciso acompanhar a equipe na execução do serviço. Além disso é preciso anotar as horas trabalhadas por cada profissional e a quantidade de material consumido.
Seguindo o exemplo acima:
- Produtividade da Mão de Obra: 1 Pedreiro e 1 Servente gastaram 24 horas para fazer 3 m³ do serviço;
- Rendimento dos Materiais: Foram gastos 3.285 Tijolos cerâmicos maciços de 5 x 10 x 20 cm e 0,855 m³ de argamassa traço 1:2:8 (cimento, cal e areia média) para a execução de três m³ do serviço.
5º Passo: Encontre os índices
Com todas as informações acima em mãos, já é possível calcular os índices de consumo de cada insumo para a execução de uma unidade de serviço.
Observe:
6º Passo: Obtenha o preço unitário do serviço
Após encontrar o índice de consumo dos insumos, basta multiplicar pelo seu custo unitário para encontrar o custo total de cada um.
Desta maneira ao somar o custo total de cada insumo, você obterá o custo total de uma unidade de serviço.
Neste ponto, talvez você esteja se perguntando:
Como a composição de custo unitário pode ser vantajosa para a minha construtora?
A composição de custo unitário permite um panorama mais controlado e planejado para que a sua equipe possa prever situações que tornem o cronograma mais fácil a ser seguido.
Dentre os principais benefícios que a utilização do CPU pode garantir a sua construtora, são:
- Agilidade nos cálculos;
- Mais assertividade na elaboração do orçamento;
- Auxílio no dimensionamento da equipe;
- Auxílio na estimativa de quantitativos de materiais e equipamentos;
- Redução de desperdícios;
- Aumento na produtividade.
Os serviços referem-se a todos os insumos utilizados para o desenvolvimento de uma etapa de produção que seja mensurável no projeto.
Dessa maneira, sua construtora passa a se organizar com muito mais assertividade, menos imprevistos e um controle exato do tempo necessário para concluir cada etapa.
Use uma plataforma para auxiliar na composição de custo unitário
Ao adquirir uma plataforma de gestão de obras para auxiliar nessa etapa, é importante verificar se essa ferramenta vem acompanhada de um banco de dados com as composições de custos.
Pode ser que você já tenhas suas próprias composições e índices. Mas muitas vezes, pode ser vantajoso comparar os seus custos com os do órgão solicitante. Inclusive para analisar a viabilidade da obra.
Os bons sistemas de orçamento de obras já vêm com as composições de diversos órgãos e revistas especializadas, com facilidade para atualização dos preços dos insumos. E ainda oferecem a importação, exportação e integração com outros bancos.
Além da possibilidade das planilhas e dos ERPs, você também pode encontrar na internet índices com os preços atualizados dos insumos.
O DNIT, por exemplo, divulga mensalmente suas composições e custos de equipamentos, inclusive com preços diferenciados por região do país. O EMOP e a FGV também compartilham periodicamente seus preços.
Para concluir
Como você pode ver, a CPU pode ser um diferencial competitivo para a sua construtora. Graças as suas vantagens, você consegue alinhar as suas soluções com base no que o mercado pratica.
Por isso, não deixe de atualizar os processos da sua construtora e descubra quais ferramentas podem ser úteis para você. Isso pode garantir o sucesso de seus empreendimentos.
Caso o post tenha esclarecido suas dúvidas, curta e compartilhe em suas redes sociais. E não deixe de comentar sua opinião sobre o tema.