Cumprimento de prazo é uma questão relevante em qualquer obra. Na verdade, como você bem sabe, é uma tarefa complexa porque depende de uma série de fatores. Por isso, quanto mais informações e dados sobre o andamento da construção, mais fácil será a gestão do cronograma. E aqui vale destacar a importância da Curva S na construção civil.
Por meio dessa ferramenta, é possível cruzar informações sobre o que já foi concluído na obra e quanto foi gasto. Assim, este balanceamento permite que o gestor da obra equilibre os custos e o calendário dentro de uma previsibilidade operacional.
Vamos conhecer um pouco mais sobre a curva S na construção civil? Acompanhe!
O que é curva S na construção civil?
A curva S é uma ferramenta gerencial que tem como principal objetivo comparar o planejado x executado. Como é de fácil uso e entendimento, várias construtoras a utilizam no gerenciamento de projetos na construção civil.
De forma prática, ela representa o percentual de um certo período (seja diário, semanal, quinzenal ou mensal) e o percentual acumulado ao longo do tempo. Dessa forma, ela demonstra o “volume” do desenvolvimento do projeto ao longo do tempo.
A imagem abaixo ajuda a entender como funciona uma curva S:
A metodologia proporciona maior controle sobre o andamento da obra, pois:
- verifica o que já foi realizado;
- analisa o que ainda está em execução;
- e mostra como todas essas informações impactam no cronograma.
Também é possível ver onde houve gargalos e corrigi-los, minimizando o impacto deles no planejamento financeiro. Além disso, com a curva S é possível medir o desempenho do projeto. A visualização de determinados parâmetros é possível em qualquer fase e pode ser aplicada para detalhar diversas informações sobre a obra.
Dessa forma, fica mais fácil compreender e avaliar onde devem ser feitos mais investimentos e onde corrigir os gastos. Portanto, o monitoramento da curva S na construção civil é fundamental para o sucesso do projeto.
Conceito: por que o formato de S?
A curva S é uma representação da soma acumulada de parcelas de um total qualquer, podendo ser homem-hora, avanço físico, financeiro ou alocação de recursos.
No início dos projetos, a distribuição desses recursos ou nível de atividade é baixa, mas à medida que as etapas vão se encaminhando para o nível de “execução” o risco do projeto diminui, as incertezas caem e os recursos vão sendo mais aplicados.
Resumindo: na etapa de execução, há mais consumo de recursos numa obra; no início e no final da obra, consome-se menos recursos. É exatamente esse “pico” (na etapa de execução) que dá a nossa curva o formato que tem.
Então, a linha do gráfico quase parecida com o “S” diz respeito ao comportamento da distribuição dos recursos ao longo da obra. Ou seja, pouco no início, muito no meio e diminuição no final.
Vantagens da curva S na construção civil
Se a sua construtora ainda não utiliza essa ferramenta, poderia pensar em adotá-la imediatamente, porque as vantagens são animadoras.
Como se trata de uma ferramenta de controle gerencial de projeto, de posse de informações fidedignas, os gestores da obra podem extrair uma série de decisões administrativas e financeiras. Ou seja, estamos falando de decisões baseadas em dados, que trazem mais segurança para o decorrer do projeto.
Além das vantagens já citadas, é possível, por exemplo:
- acompanhar custos, mão de obra e recursos alocados;
- definir o total de recursos necessários para a conclusão da obra;
- rever etapas ou realizar atualizações corretivas em casos de atrasos, problemas ou gastos excessivos.
Como usar a curva S
Agora que você já viu o que é a curva S, você deve estar se perguntando: como eu faço para utilizá-la na prática? Por onde começar? Calma porque não há mistério.
Geralmente, a curva S é derivada de uma simples tabela composta por colunas que representam:
- as datas de controle na primeira coluna (como dias, semanas ou meses)
- a segunda coluna representa o “% planejado no período” da linha de base do projeto
- na terceira coluna temos o “% planejado acumulado” da mesma linha de base
- a penúltima vai representar então o “% executado no período”
- e na última coluna temos o “% executado acumulado”
Naturalmente esses indicadores são opções na representação da curva. Mas são importantes para facilitar a rápida interpretação do gestor da obra e mostrar o percentual executado naquela semana. Em termos globais, temos a mesma lógica.
Para você que está começando a utilizar a curva S na construção civil, o Excel pode ser uma excelente ferramenta para isso.
Uma dica importante é configurar para que a representação dos percentuais do período sejam feitos no gráfico em barras, e os percentuais acumulados sejam no gráfico de linha.
Boas práticas
Você precisa tomar alguns cuidados para obter sucesso na aplicação e gerenciamento da curva S. Primeiramente, há a questão da rotina de controle. E estamos falando de rotina mesmo. Assim como em outras ferramentas de gestão de projetos, é essencial que os controladores e gestores da obra coletem as informações de forma precisa e constante, durante todo o período do projeto.
Além disso, outro ponto importante é a análise da linha de base. Muitos projetos acabam sofrendo alterações, como mudanças de escopo, custo e prazo. E, geralmente, essas duas últimas acabam alterando o comportamento da curva.
Portanto, você, gestor de obra, precisa avaliar o impacto das alterações no projeto a fim de definir com o grupo gestor a necessidade da colocação de uma nova linha de base.
Outro complemento importante para o gerenciamento é a possibilidade de colocar uma “linha de projeção”. Ou seja, uma nova linha de comportamento do projeto, que pode ser tratada como uma meta ou linha de recuperação quando o projeto tem atrasos.
Gerenciamento de valor agregado
Se você se interessou pela curva S, você também precisa entender sobre o gerenciamento de valor agregado (GVA) para fazer um ótimo planejamento de obra.
Trata-se de uma ferramenta para determinar padrões e tendências no passado que possam ser bons prognosticadores do futuro e, dessa forma, analisar o desempenho quantitativo de um projeto.
Assim, permite que a empresa faça a integração entre escopo, prazo e custo. Tudo por meio de uma comparação do avanço físico da obra com relação ao que foi orçado.
Imagine extrair índices que ajudam na mensuração da obra sobre quão dentro de prazo e custo a obra está. Isso é possível com o GVA, pois a metodologia transforma valor de custo em valor de prazo, traduzindo os custos e prazos em percentual de obra realizada.
Por meio do GVA é possível determinar a viabilidade econômica e ter uma previsão de custos aproximada sobre o quanto de recursos financeiros será necessário no projeto.
Saiba mais sobre o gerenciamento de valor agregado e a sua relação com a curva S na construção civil. Até o próximo conteúdo!