• Construção Enxuta é uma filosofia de gestão que busca otimizar processos na Construção Civil para gerar mais valor com o mínimo de recursos
  • A metodologia se baseia nos princípios da Toyota, como gestão da qualidade total e just-in-time, para eliminar desperdícios e garantir eficiência máxima
  • Ao adotar a Construção Enxuta, empresas podem reduzir custos, aumentar a produtividade, cumprir prazos e melhorar a qualidade das entregas

Você já deve conhecer o termo “Construção Enxuta”, que há muitos anos transita no setor da Construção Civil. Mais do que ouvir falar, no entanto, é recomendável que empreendedores, gestores, engenheiros, arquitetos, conheçam e adotem seus princípios.

As empresas precisam usar todas as estratégias possíveis para reduzir custos, ganhar eficiência e produtividade, como se propõe a Construção Enxuta.

Para enfrentar tais situações, os idealizadores dessa estratégia recorreram à metodologia que vinha sendo aplicada, com sucesso, na indústria automotiva japonesa, especificamente na Toyota, que implantou um sistema de produção sem perdas e com a máxima excelência no padrão qualidade.

Se você tem dúvidas ou mesmo interesse sobre esse assunto, continue sua leitura.

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O que é Construção Enxuta (Lean Construction)

A Construção Enxuta – conhecida também pela sua denominação em inglês, Lean Construction – é uma filosofia de gestão de produção. Seu objetivo central é otimizar processos na Construção Civil para gerar mais valor com o mínimo de recursos.

No intuito de fazer mais com menos, a metodologia busca a eficiência máxima, utilizando estritamente os recursos e o tempo necessários.

Quando aplicada, a Construção Enxuta acaba melhorando notavelfmente os projetos construtivos. Isso ocorre por meio da análise de processos, que identifica e elimina excessos e tudo que não agrega valor ao produto final.

Dessa forma, a construtora consegue alcançar resultados significativos, como a redução de custos com materiais e mão de obra, otimização de tempo e a prevenção de situações prejudiciais ao andamento da obra.

Neste aspecto, aliás, poucos setores são tão problemáticos quanto a Construção Civil. Desorganização no canteiro, desperdícios e atrasos são dores de cabeça constantes dos gestores.

Para fazer frente a isso, os idealizadores da Construção Enxuta adotaram a metodologia que vinham sendo aplicada com sucesso na indústria automobilística japonesa. 

Quais as práticas de sucesso da Toyota?

Mais precisamente, observaram a filosofia que a Toyota colocou em prática, diante das dificuldades que o país enfrentava, após a Segunda Guerra Mundial. Era preciso aumentar a produção e ganhar lucratividade, com o mínimo de consumo de material e eliminar perdas.

Ao contrário do sistema de produção em massa do Fordismo/Taylorismo, que utiliza grandes estoques, a Toyota adotou técnicas de produção perfeitamente ajustadas à demanda.

Isto se deu mediante duas filosofias: a gestão da qualidade total (TQM, sigla em inglês) e o just-in-time ou “tempo exato”.

Vamos falar um pouco mais sobre elas, porque são muito importantes.

Gestão da Qualidade Total (TQM)

A qualidade total pressupõe minimizar os erros ao máximo e entregar o melhor  produto possível. Todos os componentes do processo produtivo precisam estar bem alinhados, operando em total sincronia. 

Devem trabalhar focados na busca permanente do erro mínimo, para a entrega do produto perfeito, com a qualidade que agrade o consumidor/cliente. É dessa maneira que a TQM aumenta a produtividade, reduz custos e aperfeiçoa a cadeia de produção da empresa.

O sistema Just-in-time

Já o just-in-time é um sistema de administração da produção que determina que nada deve ser produzido, transportado ou comprado antes da hora certa. Com esta mentalidade, o produto ou a matéria-prima só chega para ser usado no momento exato em que for necessário. Isto significa que não existe estoque parado.

Nas fábricas, o conceito está relacionado à produção por demanda. Primeiramente vende-se o produto para depois comprar a matéria-prima e só depois fabricá-lo ou montá-lo.

O volume de matéria-prima disponível no local é mínimo, para poucas horas de produção. Isso requer fornecedores aptos a realizar entregas de pequenos lotes com a frequência necessária: a quantidade certa, na hora certa.

Com menos estoques diminuem os custos com armazenamento, perdas por ociosidade, desperdício, deterioração, roubo, etc.

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Os 7 princípios fundamentais da Construção Enxuta

Abaixo, vemos os princípios fundamentais que devem ser observados na implementação da Construção Enxuta, para você já pensar na aplicação na sua empresa.

  1. Reduzir as atividades que não agregam valor: todas aquelas que os clientes não estariam dispostos a pagar e que representam apenas custos extras, perdas, para as empresas.
  2. Considerar as necessidades dos clientes para agregar valor ao produto: devem ser identificadas claramente as necessidades dos clientes e estas informações devem ser contempladas na elaboração do projeto e gestão da obra.
  3. Reduzir a variabilidade: itens como equipes de trabalho, fornecedores e processos de execução, como a duração de certas tarefas, que devem se manter estáveis o máximo possível.
  4. Reduzir o tempo de ciclo: está relacionado ao just-in-time e significa a diminuição do tempo de ciclo, ou seja, redução da soma de todos os tempos das atividades que envolvem a produção. Reduzindo o tempo gasto por ciclo, é possível entregar antes do prazo, o que vem a ser fator competitivo bastante relevante.
  5. Simplificar e diminuir o número de passos e de etapas: reduzindo o número de passos ou etapas de um processo, a tendência é que diminuam também as atividades que não agregam valor. Isso pode ser obtido, por exemplo, com a utilização de elementos pré-fabricados, planejamento eficaz e disposição dos materiais e ferramentas nos locais mais adequados para sua utilização.
  6. Aumentar a flexibilidade de saída: é a possibilidade de se alterar as características do produto entregue ao cliente sem alteração significativa de preço. A experiência mostra que é possível manter os mesmos níveis de eficiência com flexibilidade de saída.
  7. Aumentar a transparência do processo: faz com que os erros sejam percebidos com antecedência. Essa transparência pode ser com informações ou materiais. Por exemplo, sinalização adequada, indicadores de desempenho e programas de melhoria de organização e limpeza.

Quais são os 8 principais desperdícios da Construção Enxuta

A principal meta da filosofia Lean Construction é a eliminação de tudo que não adiciona valor ao projeto, certo? Nesse sentido, foram definidas oito categorias principais de desperdícios que precisam ser eliminadas ou atenuadas para que seja possível aumentar a produtividade e a rentabilidade na Construção Civil. 

São elas: 

1. Tempo de espera

O tempo gasto na Construção Civil, seja por pessoas ou por equipamentos sem uso, é considerado um desperdício. Enquanto esperam, os colaboradores não estão executando nenhuma atividade necessária ao processo. Assim, estão sendo improdutivos. 

O mesmo se aplica aos equipamentos, quando sem uso. Caso sejam da construtora, poderiam estar sendo usados em outros projetos. Quando não são, a diária de locação daquele recurso está sendo paga – muitas vezes em valores expressivos – mesmo que ele não esteja sendo aproveitado.

A espera pode ser causada por diversos fatores, como falta de material, falta de equipamentos ou ferramentas, atraso na entrega dos materiais, mal dimensionamento da frota – quando caminhões estão na fila aguardando para descarregar, por exemplo, dentre outros.

2. Movimento improdutivo

Ações que não agregam valor ao processo também são um desperdício. Afinal, se são desnecessárias e dispensáveis para o projeto, poderiam ser substituídas por atividades mais produtivas e que agregam valor ao resultado. Um exemplo de movimento que gera custos para a Construção Civil é o deslocamento dos operários entre andares para buscar ferramentas ou mesmo o deslocamento do próprio material.

Por esse motivo, algumas construtoras utilizam elevadores em suas obras e distribuem kits completos de ferramentas para cada profissional. Em outros casos, como alternativa, também faz-se uso de pré-moldados, kit de instalações prontos e grua para movimentação de material.

Na visão da Construção Enxuta, além desses processos serem um desperdício, eles contribuem para tornar as atividades mais complexas e repetitivas. Ações realizadas mais de uma vez são exemplos disso, seja por falta de planejamento, má execução, falta de orientação, ou simplesmente porque sempre foi feito daquela forma e o sistema não se arrisca a mudar.

3. Área inutilizada

Todo espaço que não é utilizado na obra ou ambientes de atividades paralelas – não relacionadas com a obra – são áreas de desperdício.  Ter uma área ociosa, de acordo com a filosofia da Construção Enxuta, pode causar desperdícios relacionados a:

Vigilância: canteiros grandes, com muitos espaços vazios exigem vigilância para evitar que se tornem pontos de criminalidade ou até de acidentes;

Supervisão: áreas grandes são mais difíceis de controlar, podendo causar má distribuição da mão de obra e até uso incorreto dos materiais;

Locação: a falta de organização e previsibilidade faz com que muitas construtoras aluguem áreas próximas da obra – durante todo o projeto – para construir depósitos, almoxarifado e outros espaços.

4. Transporte

O transporte gera alguns desperdícios para a Construção Civil. A começar pela movimentação em excesso ou desnecessária dos estoques intermediários. Outro ponto de atenção são os meios de transporte utilizados de forma errada, como carrinho para carregar materiais que se perdem, caem ou se espalham pelo canteiro.  

Além disso, perde-se muito tempo com outros processos relacionados ao transporte, como a logística de carga e descarga de materiais, por exemplo. Quando mal planejada, a logística pode gerar filas desnecessárias ou impedir o acesso do veículo ao canteiro. Isso exige que um grupo de profissionais tenha que ir buscar os materiais onde foram descarregados e levar para o ponto onde serão armazenados. 

5. Estoque

Muitos materiais e insumos dentro de um estoque podem indicar alguns fatores. Um deles é que a obra está atrasada e o outro é que os recursos não estão sendo usados, seja por compra incorreta ou por falha no planejamento, levando a compra excessiva de produtos que só seriam usados no longo prazo.

6. Excessos de produção

Simples de identificar, a produção excessiva se caracteriza quando a equipe gerou mais produto ou executou mais serviço do que precisava. Um exemplo prático é com a produção de massa (cimento) em excesso, na escavação de áreas maiores do que necessário ou até na mistura de tintas que sobraram depois da pintura.

Em diversos casos, a produção excessiva não gera um desperdício apenas de material e de tempo da mão de obra, mas também gera resíduos para o meio ambiente. Nem sempre o material que foi produzido em excesso poderá ser reutilizado, ocasionando descartes.

A produção excessiva também pode acontecer quando o serviço é executado muito antes de ser utilizado. Isso fará com que um estoque seja gerado sem necessidade, exigindo espaço de armazenamento ou até mesmo sendo mantido em áreas sem proteção, podendo pegar chuva e sol e incorrendo no desperdício mencionado anteriormente.

Por esses e outros motivos, na Construção Enxuta, recomenda-se a aplicação do sistema puxado de produção. Nele, o processo de produção é acionado somente quando há uma necessidade real por parte do cliente. Isso significa que cada etapa é acionada pelo estágio anterior, garantindo um fluxo contínuo e sincronizado de materiais e produtos.

7. Erros de execução

Um dos desperdícios mais significativos e também, por consequência, um dos maiores desafios na Construção Civil é que, em grande parte, os erros de execução acontecem de forma sistêmica. Já estão enraizados nos processos e acontecem justamente por isso, seja porque um procedimento sempre foi feito daquela forma, ou porque foi ensinado de determinado jeito e não há segurança em inovar.

Aqui alguns exemplos que podemos citar são as dezenas de retrabalhos realizados em função de projetos mal elaborados ou com erros de compatibilização. A falta de planejamento por trás de todas as etapas de execução da obra, desde o desenho inicial do projeto até a finalização no canteiro, pode ocasionar falhas que seriam facilmente corrigidas, sem gerar transtornos a ninguém.

Uma forma eficiente de organizar isso é criando um Last Planner ou um gerenciamento de restrições, por exemplo, para organizar toda a obra e prever qual material, em que quantidade e o tipo de mão-de-obra necessária para cada uma das etapas.

Isso ajuda a prevenir problemas como a falta de material para avançar com determinado passo da obra e também a falta de comunicação, pois desde o início todos os envolvidos na obra (desde gestores até operários) conseguem estar na mesma página para compreender, mapear e seguir tudo o que precisa ser feito.

8. Atraso

O atraso gera impactos diretos nos resultados financeiros do projeto e, por consequência, da empresa. Quando há atraso, outros desperdícios já aconteceram, como a ociosidade na obra, problemas com o transporte, espera, movimentação entre outros.

Além disso, o atraso indica que outros processos do projeto estão sofrendo atrito, podendo ter sido causados desde a fase de planejamento e cronograma, com definições equivocadas e distantes da realidade. 

Em muitos casos, o atraso acontece porque não se tem uma visão de longo prazo do projeto, com um cronograma atualizado, que permita enxergar com antecedência pontos de gargalo a serem resolvidos e que já possam indicar a impossibilidade de executar o que foi planejado, no prazo determinado inicialmente.

Construção enxuta na prática: como aplicar na sua obra

A implementação da Construção Enxuta exige uma mudança cultural e um foco sistemático na otimização de fluxos e eliminação de perdas. Para gestores e engenheiros, o caminho para o Lean Construction pode ser dividido em cinco etapas estratégicas que veremos a seguir. 

1. Diagnóstico dos processos atuais

A primeira etapa é conhecer o estado atual. Isso envolve o mapeamento do estágio atual dos processos produtivos, definindo a sequência e os tempos de produção. É fundamental que toda a equipe seja nivelada nos princípios do Lean para enxergar os fluxos e a importância de gerar valor.

É o momento de aplicar o princípio gemba – “ir ver”. Na Construção Civil, isso significa visitar o canteiro de obra, o lugar onde as coisas realmente acontecem, para identificar oportunidades de melhoria.

2. Mapeamento de desperdícios

Com o diagnóstico em mãos, o foco se volta para a identificação das Mudas (desperdícios). Uma forma de facilitar a visualização dos desperdícios e fluxos é através da aplicação dos 5S no canteiro de obras (seiri, seiton, seiso, seiketsu e shitsuke).

É crucial checar as 8 grandes categorias de desperdício (Transporte, Estoques, Movimento, Esperas, Superprocessamento, Superprodução, Defeitos e Atraso) para identificar tudo que consome recursos sem agregar valor ao cliente final. O objetivo é projetar o estágio futuro da obra, eliminando essas perdas.

3. Estabelecimento de indicadores

Baseado no mapeamento do estado atual e no projeto do fluxo de valor futuro, é o momento de estabelecer indicadores de desempenho. Estes indicadores devem ser implementados em pontos estratégicos da operação para garantir o controle e a melhoria contínua.

A principal entrega dessa fase é o mapeamento do fluxo de valor futuro. Nele, devem estar indicados quais fluxos de materiais, atividades e informações são necessários e como os conceitos Lean serão utilizados para medir a performance de cada etapa.

4. Criação de rotinas Lean (Reuniões Diárias e Fluxo Puxado)

Após definidos os conceitos, ferramentas e indicadores, inicia-se a aplicação prática no canteiro. É fundamental que haja o envolvimento de toda a equipe, pois o erro comum é focar nas ferramentas e esquecer das pessoas.

A implantação bem-sucedida requer o estabelecimento de rotinas Lean, como reuniões diárias de planejamento e a utilização de kanbans para garantir a conexão entre as etapas. O objetivo é possibilitar a implantação de processos puxados e uma produção just-in-time, acionada pela demanda real, e não por estoque.

5. Uso de ferramentas digitais

Para sustentar as rotinas, medir os indicadores e garantir o ganho de escala na eliminação de desperdícios, é crucial adotar ferramentas digitais de gestão. Elas são a base para a gestão de dados e para o aprimoramento contínuo.

Uma solução como a Prevision, por exemplo, automatiza o planejamento com base em dados e ciclos curtos. Isso ajuda a prever desvios, controlar prazos e minimizar desperdícios, tornando a implementação da Construção Enxuta mais robusta, mensurável e eficiente para gestores financeiros e de planejamento.

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Principais benefícios da Construção Enxuta para sua construtora

A verdade é que a adoção do Lean Construction transforma a operação inteira, indo muito além da redução de perdas no canteiro. Segundo o Lean Institute Brasil (LIB), o pensamento enxuto pode gerar ganhos de produtividade na ordem de 30% a 80% na Construção Civil – mas os benefícios não param por aí. 

Otimização de custos e redução de desperdícios

Este é um dos pilares da Construção Enxuta: impedir desperdícios e ajudar a reduzir custos. A filosofia foca em identificar os desperdícios que não são óbvios, como a movimentação excessiva de funcionários ou o tempo de espera. Com a identificação precoce, alternativas podem ser adotadas previamente para evitá-los. 

Maior previsibilidade e cumprimento de prazos

A metodologia garante a estabilidade da produção, permitindo que a obra caminhe de forma sustentável e com ritmo constante. A antecipação dos desperdícios e a padronização dos processos resultam em cronogramas mais confiáveis. Praticantes do Lean reportam uma melhora significativa na confiabilidade do cumprimento de prazos.

Aumento da produtividade e qualidade

O foco na eliminação de atividades sem valor agregado e a busca pela melhoria contínua elevam a produtividade da equipe e dos equipamentos. A qualidade das entregas aumenta, e o retrabalho é drasticamente minimizado. Isso garante que a mão de obra esteja focada no que gera valor.

Melhoria no planejamento com ferramentas de gestão

A Construção Enxuta proporciona ferramentas visuais e objetivas que auxiliam na gestão. A Linha de Balanço, por exemplo, é um recurso fundamental, pois ajuda a organizar e planejar os locais da obra no tempo, oferecendo ao engenheiro uma visão ampla e simples do que está sendo feito e do que será realizado. 

Com a aplicação de uma metodologia enxuta, a Linha de Balanço ajuda a melhorar a produtividade e a qualidade das atividades realizadas no canteiro de obras.

Satisfação do cliente e diferencial competitivo

A Construção Enxuta busca maximizar o valor na percepção do cliente. Uma obra entregue dentro do prazo, sem desperdícios e com alta qualidade final não apenas gera confiança e satisfação, como também fortalece a reputação da construtora no mercado. A melhoria na lucratividade e no gerenciamento de riscos se torna um diferencial significativo e de longo prazo.

Construção Enxuta ou métodos tradicionais

Podemos dizer que a principal diferença entre a Construção Enxuta e a construção tradicional está na mentalidade de gestão de processos. 

Enquanto o método tradicional foca em atividades isoladas e adota um planejamento linear e rígido, o Lean enxerga a produção como um fluxo contínuo. Ou seja, a Construção Enxuta utiliza ciclos curtos, dados e tecnologia para buscar a eliminação constante de desperdícios, aumentando a previsibilidade e a eficiência do capital investido.

Confira esses e outros exemplos na tabela abaixo. 

AspectoConstrução tradicionalConstrução Enxuta
PlanejamentoLinear e rígido, feito uma vez no início do projeto.Cíclico, ajustável e com revisões constantes com base em dados.
Previsibilidade de prazosBaixa – atrasos são comuns e pouco antecipados.Alta – uso de dados históricos e indicadores para prever desvios.
Gestão de atividadesPor cronogramas fixos e pouco integrados ao dia a dia da obra.Gestão com ciclos curtos, reuniões diárias e visão integrada da produção.
Controle de desperdíciosBaixo – desperdício de materiais, tempo e mão de obra é frequente.Alto – foco em eliminar os 8 desperdícios (tempo, transporte, retrabalho etc.).
Tomada de decisãoBaseada na experiência individual.Baseada em dados, indicadores e aprendizado contínuo.
Uso de tecnologiaLimitado ou isolado (Excel, planilhas manuais).Integrado – uso de ferramentas como o Prevision para planejamento ágil.

Como medir os resultados da Construção Enxuta

A Construção Enxuta só é efetiva quando seus resultados são medidos e transformados em aprendizado. Para isso, a gestão deve focar em Indicadores-Chave de Desempenho (KPIs) que monitoram a eficiência do fluxo de valor e a eliminação de desperdícios.

Os KPIs garantem a transparência do processo e permitem a melhoria contínua. Ao analisar os dados de desempenho, a equipe de planejamento pode identificar gargalos, corrigir desvios rapidamente e aprimorar os processos para os próximos ciclos de produção.

Entre as métricas essenciais para medir o sucesso da implementação Lean na Construção Civil, destacam-se:

  • Percentual de atividades concluídas no prazo (PPC): É o indicador mais importante da previsibilidade do planejamento. Mede a confiabilidade da execução e a estabilidade do fluxo de trabalho.
  • Índice de retrabalho: Monitora a qualidade da entrega. A meta do Lean é reduzir o retrabalho ao mínimo, garantindo que as atividades sejam feitas corretamente na primeira vez.
  • Nível de estoque: Ajuda a controlar o desperdício por excesso de materiais. A medição constante garante que a obra opere com o conceito Just-in-Time, liberando capital de giro.
  • Custo por m² versus orçamento planejado: A métrica final que demonstra o impacto financeiro da filosofia. Mostra se a eliminação de desperdícios e o aumento da produtividade estão resultando na economia de custos prevista.

A coleta e análise contínua desses indicadores são um dos principais pontos da cultura Lean. É por meio da gestão transparente desses dados que a construtora pode tomar decisões baseadas em fatos, encontrando a sustentabilidade dos resultados alcançados e impulsionando o ciclo de melhoria contínua na Construção Civil.

Conclusão: sua construtora e o modelo enxuto

A Construção Enxuta (Lean Construction) representa uma transformação cultural e operacional que a sua construtora precisa adotar para sobreviver e prosperar em um mercado cada vez mais competitivo. Os benefícios são claros, impactando diretamente o bottom line: maior previsibilidade de prazos, redução significativa de custos e aumento da qualidade e produtividade.

Com a digitalização acelerada, a implementação do modelo Lean se torna estratégica. O modelo enxuto, quando aliado à tecnologia, permite que a gestão de obras abandone as planilhas rígidas e manuais para adotar um fluxo de trabalho ágil e baseado em dados.

Ferramentas modernas, como a Prevision, são cruciais nesse processo. Elas ajudam a operacionalizar os princípios do Lean, automatizando o planejamento e o monitoramento dos KPIs. Com isso, sua construtora pode implementar a Construção Enxuta com muito mais previsibilidade, controle e a garantia de resultados reais e sustentáveis. 

Portanto, quer automatizar seu planejamento de obras com inteligência e aplicar a Construção Enxuta com mais eficiência? Conheça a Prevision, solução para tornar seus projetos mais previsíveis e lucrativos.