*Conteúdo atualizado em 07/03/2025*

O valor do metro quadrado na Construção Civil é um indicador indispensável para as construtoras. A inflação dos materiais e processos construtivos interfere na eficiência dessas empresas, na viabilidade econômica de novos projetos e no preço final dos empreendimentos.

O orçamento de obra, afinal de contas, é parte fundamental no equilíbrio econômico-financeiro dos projetos. 

Se, por um lado, os clientes finais dos empreendimentos imobiliários estão mais preocupados com o valor total que estão pagando, as construtoras precisam estar atentas aos custos associados a cada metro quadrado no processo de construção.

Para te ajudar com essa avaliação, preparamos um especial sobre o valor do metro quadrado na Construção Civil em 2025. Veja a seguir os itens que estão influenciando os custos e as tendências para a inflação no setor.

Custo do metro quadrado de construção: como é calculado?

O custo do metro quadrado na Construção Civil é calculado pelo Sistema Nacional de Pesquisa e Índices da Construção Civil (SINAPI), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em parceria com a Caixa Econômica Federal. Assim, os dados levantados têm abrangência nacional e podem ser filtrados por região.

O IBGE também leva em conta fatores como qual o padrão da construção (alto, normal, baixo e mínimo), além do tipo de projeto (casa residencial normal, casa popular, prédio residencial ou prédio comercial, por exemplo). 

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Qual o valor do metro quadrado na Construção Civil em 2025?

O valor do metro quadrado na Construção Civil em 2025 é de R$1.799,82, segundo o dado mais recente do Sinapi, referente ao mês de janeiro de 2025. 

Em dezembro de 2024, esse valor estava em R$1.790,66. Ou seja, de um mês para o outro, houve um aumento de 0,51%, ou R$9,16.

Nos últimos doze meses, essa variação no custo do metro quadrado foi de 4,31%. 

A nível de comparação, o teto da meta do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) – que mede a inflação geral da economia brasileira – a partir de janeiro de 2025 é de 3%, mesmo valor vigente em 2024. Esse número é definido anualmente pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

Comparação com 2024

Em fevereiro de 2024, o valor do metro quadrado na Construção Civil era de R$1.728,11, na média nacional. Ou seja, de lá pra cá, este custo subiu R$71,71.

Levando em conta o acumulado de 12 meses anteriores, a inflação do metro quadrado na Construção Civil foi de cerca de 2,50%. A título de referência, o IPCA registrou 4,62% de inflação no final de 2023.

Custos regionais do metro quadrado

Como explicamos, o custo do metro quadrado para a construção varia conforme o recorte geográfico. Este valor será mais alto ou mais baixo a depender dos custos locais. 

Essas são as médias para as regiões brasileiras, conforme os dados mais recentes, por ordem decrescente:

  • Sul: R$ 1.919,27
  • Norte: R$ 1.866,70
  • Sudeste: R$ 1.847,11
  • Centro-Oeste: R$ 1.805,18
  • Nordeste: R$ 1.674,30

O estado com o metro quadrado mais caro é Santa Catarina (R$2.037,72). Por outro lado, o metro quadrado com menor custo está no estado de Pernambuco (R$1599,37).

A tabela completa, com os dados de todos os estados, está disponível no site do Sinapi.

O que influencia a diferenciação de preço regional? 

Fica nítido nos custos do metro quadrado regional acima o quanto esse indicativo varia de uma região para outra no Brasil. Essa diferença é resultado de uma combinação de fatores que vão desde a disponibilidade de materiais até a logística dos transportes.

Vamos analisar cada um desses agentes abaixo. 

1. Disponibilidade e custo dos materiais

O acesso facilitado às matérias-primas impacta diretamente o custo da construção em cada região. No Sul e Sudeste, por exemplo, a presença de indústrias de cimento, aço e outros insumos contribui para uma maior oferta, o que acaba gerando preços relativamente mais estáveis. 

Já no Norte e Nordeste, onde há maior dependência de materiais transportados de outras regiões, os custos tendem a ser mais elevados devido às distâncias. 

2. Custo e qualificação da mão de obra

A oferta de profissionais qualificados também influencia bastante o valor do metro quadrado. Em estados com maior concentração de construções, como São Paulo e Santa Catarina, os salários podem ser mais altos devido à alta demanda por mão de obra especializada. 

No Nordeste, por outro lado, os custos de mão de obra costumam ser mais baixos, refletindo em valores menores na conta final. No entanto, a crescente urbanização e investimentos na região podem pressionar esses custos ao longo dos próximos anos.

3. Logística e transporte

Os custos logísticos representam uma fatia significativa no orçamento da construção. Regiões de difícil acesso ou com infraestrutura precária enfrentam custos mais altos para o transporte de materiais e equipamentos. O Norte, por exemplo, sofre impactos devido à sua extensa malha fluvial e à dependência de transporte rodoviário para muitas localidades, o que encarece os insumos.

Esses fatores explicam por que estados como Santa Catarina possuem o metro quadrado mais caro do país, enquanto outros como Pernambuco registram valores mais baixos. Para as construtoras, compreender essas variações é importante para planejar investimentos e buscar alternativas de otimizar custos em diferentes mercados.

Componentes do custo de metro quadrado de construção

O custo do metro quadrado é dividido em dois fatores: mão de obra e materiais. No levantamento mais recente, os valores estão distribuídos da seguinte forma:

  • Custo de material por m²: R$1.036,80
  • Custo da mão de obra por m²: R$763,02

Maiores aumentos

O Índice Nacional do Custo da Construção (INCC), produzido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), esmiúça quais são os principais culpados pelo aumento no valor do metro quadrado na Construção Civil em 2025.

O grupo de Materiais, Equipamentos e Serviços registrou uma variação de 0,45%, refletindo a tendência de alta nos insumos essenciais para a execução das obras. Um dos destaques foi o subgrupo “materiais para instalação”, que teve uma forte inversão, passando de 0,33% para 0,75%. Em contrapartida, “materiais para estrutura” apresentaram um recuo na taxa de variação, de 0,44% para 0,17%.

Outro fator relevante foi a aceleração no custo do grupo de Serviços, que passou de 0,41% em janeiro para 0,68% em fevereiro, com “projetos” sendo o maior responsável por essa alta, já que sua variação subiu de 0,52% para 0,81%.

Além disso, em 2024, o custo com Mão de Obra superou o custo com Matéria-prima. Nos últimos 12 meses, inclusive, a Mão de Obra gerou um acréscimo de +4% no custo geral da construção.

Por outro lado, em fevereiro deste ano, o custo com Mão de Obra desacelerou. Segundo o INCC, este fator registrou um avanço de 0,59% – valor significativamente abaixo do 1,13% observado no mês anterior.

Dessa forma, podemos perceber que, apesar da desaceleração na mão de obra, o aumento nos preços de materiais e serviços continua pressionando o custo por metro quadrado na Construção Civil, impactando diretamente os orçamentos e o setor como um todo.

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Fatores decisivos no valor do metro quadrado

O custo por metro quadrado na Construção Civil é influenciado por diversos fatores que variam conforme o contexto econômico, o tipo de obra e os insumos utilizados no projeto. Vamos ver a seguir quais são esses fatores. 

Mercado e economia

O cenário econômico tem impacto direto nos custos da construção. Inflação, taxa de juros e variações cambiais afetam o preço de materiais e equipamentos, principalmente aqueles  que dependem de importação. Além disso, a demanda por novas construções pode pressionar os preços, especialmente em regiões com grande crescimento imobiliário.

Tipo de obra

O padrão da construção influencia diretamente o custo por metro quadrado. Obras de alto padrão exigem materiais mais sofisticados e mão de obra especializada, tornando o custo maior. Já construções populares tendem a ter um custo mais baixo, pois utilizam materiais e técnicas mais padronizadas.

Materiais de construção

O preço dos materiais é um dos fatores mais voláteis no custo da construção. Insumos como aço, cimento, revestimentos e materiais elétricos estão sujeitos a oscilações no mercado, impactadas pela oferta, demanda e custos logísticos. Em 2025, por exemplo, os materiais para instalação apresentaram um aumento expressivo, como vimos acima, elevando os custos das obras.

Mão de obra

A qualificação e disponibilidade da mão de obra também são fatores determinantes. Regiões com escassez de profissionais especializados tendem a ter custos mais elevados de trabalho por metro quadrado. Além disso, negociações salariais e reajustes coletivos impactam o orçamento das construtoras.

Com a análise desses fatores, as empresas podem planejar melhor seus projetos e adotar estratégias para otimizar custos e manter a competitividade no setor. 

Métodos e ferramentas para redução desse custo 

Para manter a competitividade e garantir a viabilidade econômica dos projetos, construtoras e incorporadoras precisam adotar estratégias eficazes para reduzir o custo por metro quadrado. A seguir, destacamos alguns métodos e ferramentas que ajudam a otimizar recursos e aumentar a eficiência no setor.

1. Planejamento eficiente e controle de custos

O planejamento detalhado da obra permite prever gastos e evitar desperdícios. Ferramentas de gestão financeira, como ERP para Construção Civil, ajudam a monitorar orçamentos, acompanhar despesas e identificar oportunidades de economia.

2. Tecnologia e industrialização da construção

A adoção de métodos construtivos modernos, como pré-moldados, drywall e estruturas metálicas, pode reduzir o tempo de obra e o desperdício de materiais. Além disso, tecnologias como BIM (Building Information Modeling) permitem simular o projeto antes da execução, minimizando erros e retrabalho.

3. Negociação com fornecedores

A compra estratégica de materiais impacta diretamente os custos. Negociar com fornecedores, comprar em grandes volumes e pesquisar alternativas mais econômicas sem comprometer a qualidade são práticas fundamentais para reduzir gastos.

4. Gestão eficiente da mão de obra

O treinamento contínuo da equipe e o uso de métodos construtivos padronizados aumentam a produtividade e reduzem o tempo de execução. A terceirização de serviços também pode ser uma alternativa para otimizar custos em algumas etapas da obra.

5. Sustentabilidade e reaproveitamento de materiais

O uso consciente de recursos, como o reaproveitamento de resíduos de obra e o uso de materiais sustentáveis, pode gerar economia significativa. Além disso, práticas como reuso de água e eficiência energética reduzem custos operacionais ao longo do projeto.Ao aplicar essas estratégias sustentáveis, as empresas conseguem equilibrar custos, melhorar a qualidade das obras e aumentar a rentabilidade dos empreendimentos.

Tendências para o valor do metro quadrado na Construção Civil

Em fevereiro de 2025, o Índice Nacional de Custo da Construção – M (INCC-M) variou 0,51%, mostrando uma leve desaceleração em relação à taxa de 0,71% registrada no mês anterior. No entanto, a tendência ainda aponta para uma aceleração nos custos da construção, conforme indicado pela taxa acumulada em 12 meses, que chegou a 7,18%.

Quando comparado ao mesmo período de 2024, observa-se um avanço significativo no índice, que em agosto daquele ano acumulava 3,23% em 12 meses. 

Esse crescimento sugere que, mesmo com oscilações mensais, o custo da Construção Civil segue pressionado. Dentre os fatores determinantes, estão a inflação dos materiais, aumento na demanda por serviços especializados e variações cambiais que afetam produtos importados.

Além disso, a expectativa para os próximos meses é de que os custos continuem subindo. A alta no preço de itens como materiais para instalação, que registraram forte variação recentemente, reforça a necessidade de estratégias eficientes de gestão de custos por parte das construtoras

Por outro lado, avanços no uso de tecnologias, industrialização de processos e maior adoção do Building Information Modeling (BIM) podem ajudar a conter parte desse impacto.