O cumprimento do prazo de uma obra depende de uma série de fatores. Porém, em muitos casos, a entrega dos empreendimentos atrasa por falta de informação real e atualizada sobre o seu andamento.

Por outro lado, quando o gestor tem dados reais e atuais sobre a execução do projeto, consegue fazer ajustes e trabalhar cenários em seu cronograma para atender os prazos, sem prejudicar o orçamento.

Para isso, é preciso fazer o cruzamento das informações sobre o que já foi concluído na obra e quanto foi gasto, com a maior precisão possível. Isso porque é este balanceamento eficiente que garante que os custos e o calendário da obra se mantenham dentro de uma previsibilidade operacional.

Existem diversas ferramentas disponíveis para fazer o acompanhamento da evolução das obras. Uma delas é a Curva S, que permite analisar o progresso do projeto ao longo do tempo. Essa análise pode ser feita tanto no tradicional Excel, quanto em soluções tecnológicas. Estas últimas, facilitam a construção e monitoramento da Curva S, permitindo que a análise seja realizada de forma automática e ágil, fornecendo informações claras para as equipes de planejamento e execução.

Neste artigo, vamos entender mais sobre o que é a Curva S, como aplicá-la no acompanhamento das obras, além de conhecer soluções que oferecem possibilidades para facilitar esse controle. Acompanhe!

O que é a Curva S?

A Curva S é uma representação gráfica que ilustra a evolução física ou a distribuição do orçamento ao longo do tempo durante a execução de um projeto. Ela é uma ferramenta já utilizada há alguns anos na gestão de projetos para apresentar a relação entre o planejado e o executado.

A análise da Curva S ajuda os gestores a avaliar se o projeto está seguindo o orçamento e cronograma planejados. Assim, permite identificar desvios e tomar ações corretivas e otimizações conforme necessário.

Curva S na Construção Civil

A Curva S é particularmente útil em projetos de longo prazo, como os da Construção Civil, em que os custos são distribuídos ao longo de um período de tempo significativo.

Por meio dela, pode-se ter maior controle sobre o andamento da obra, verificar o que já foi realizado, analisar o que ainda está em execução e como todas essas informações impactam no cronograma que foi definido previamente.

Com base nos dados de progresso da obra, a Curva S é construída da seguinte forma: 

  • no eixo vertical, é representada a porcentagem ou a quantidade de trabalho concluído;
  • no eixo horizontal, é representado o tempo decorrido.
Gráfico de Curva S para acompanhamento de obra na plataforma Prevision

As informações mostram onde o projeto não atendeu o planejado e os gargalos que foram gerados no decorrer da obra. Esses dados permitem fazer um acompanhamento mais detalhado de cada fase do projeto, possibilitando corrigir falhas no cronograma e minimizar o impacto delas no financeiro da construtora e na entrega do empreendimento.

Com isso, fica mais fácil compreender e avaliar onde devem ser feitos mais investimentos, onde é preciso ajustar os gastos, entre outras vantagens. Portanto, o monitoramento da Curva S da obra é fundamental para a boa execução do projeto, reduzindo gargalos e evitando erros e desperdícios de tempo e dinheiro.

Conceito: por que o formato de S?

A Curva S é uma representação da soma acumulada de parcelas de um total qualquer, podendo ser homem-hora, avanço físico, financeiro ou alocação de recursos. 

No início dos projetos, a distribuição desses recursos ou nível de atividade é baixa, mas à medida que as etapas vão se encaminhando para o nível de “execução”, o risco do projeto diminui, as incertezas caem e os recursos vão sendo mais aplicados.

Resumindo: na etapa de execução, há mais consumo de recursos numa obra; no início e no final da obra, consome-se menos recursos. É exatamente esse “pico” (na etapa de execução) que dá à Curva S o formato que ela tem.

Então, a linha do gráfico quase parecida com o “S” diz respeito ao comportamento da distribuição dos recursos ao longo da obra. Ou seja, pouco no início, muito no meio e diminuição no final.

Vantagens da Curva S na Construção Civil

Como vimos, se a sua construtora ainda não utiliza essa ferramenta, poderia pensar em adotá-la imediatamente, porque as vantagens são animadoras.

Como se trata de uma ferramenta de controle gerencial de projeto, de posse de informações fidedignas, os gestores da obra podem extrair uma série de decisões administrativas e financeiras. Ou seja, estamos falando de decisões baseadas em dados, que trazem mais segurança para o decorrer do projeto. 

Além das vantagens já citadas, é possível, por exemplo:

  • acompanhar custos, mão de obra e recursos alocados;
  • definir o total de recursos necessários para a conclusão da obra;
  • rever etapas ou realizar atualizações corretivas em casos de atrasos, problemas ou gastos excessivos.

Como usar a Curva S? 

Agora que você já viu o que é e quais as principais vantagens da Curva S, você deve estar se perguntando: como eu faço para utilizá-la na prática? Por onde começar? Calma porque não há mistério.

Geralmente, a Curva S é derivada de uma simples tabela composta por colunas que representam:

  1. as datas de controle na primeira coluna (como dias, semanas ou meses);
  2. a segunda coluna representa o “% planejado no período” da linha de base do projeto;
  3. na terceira coluna temos o “% planejado acumulado” da mesma linha de base;
  4. a penúltima vai representar então o “% executado no período”;
  5. e na última coluna temos o “% executado acumulado”.

Naturalmente, esses indicadores são opções na representação da curva. Mas são importantes para facilitar a rápida interpretação do gestor da obra e mostrar o percentual executado naquela semana. Em termos globais, temos a mesma lógica.  

Para você que está começando a utilizar a Curva S na Construção Civil, o Excel pode ser uma excelente ferramenta para isso. Uma dica importante é configurar para que a representação dos percentuais do período sejam feitos no gráfico em barras, e os percentuais acumulados no gráfico de linha.

No entanto, a verdade é que as construtoras ainda enfrentam desafios na correta aplicação do gráfico. Principalmente quando o projeto é longo, complexo e com atividades que exigem muito tempo das equipes. Com isso, a metodologia acaba sendo negligenciada ou não ganha a devida atenção.

A boa notícia é que existem no mercado várias ferramentas e tecnologias que facilitam a construção e o acompanhamento da Curva S das obras. A seguir, vamos conhecer algumas delas.

Soluções que facilitam o monitoramento da Curva S da obra

Por ser estratégica para as construtoras, é importante que a gestão de planejamento esteja sempre atenta às novas tecnologias e ferramentas que permitam melhorar o monitoramento da Curva S da obra.

Veja a seguir como é possível otimizar este controle com soluções automatizadas – como é o caso da Prevision – e os principais pontos em que a ferramenta atua para dar eficiência à Curva S da obra.

Índice de Desempenho de Prazo (IDP)

O Índice de Desempenho de Prazo (IDP) é um indicador que mede o desvio entre o que estava previsto para a obra e o que foi realizado. A medição vai de 0 a 1, onde 1 indica o cumprimento do prazo e 0 representa os atrasos. 

Dessa forma, quanto mais perto de 1, mais próximo do que foi planejado. Valores próximos de 0 indicam que há atrasos na obra.

O índice pode ser usado para que o gestor identifique e compreenda padrões de construção e desenvolvimento de determinados projetos. Ou até mesmo para desenvolver métodos que tragam melhorias para os processos de sua gestão.

Linha de Balanço

A Linha de Balanço é uma técnica de planejamento que pode ser adotada no desenvolvimento do cronograma da obra, indicada especialmente para projetos com padrão de repetição.

O planejamento de obra é feito com base nas localizações do projeto: no caso de um edifício vertical, por exemplo, planejando o que vai acontecer em cada pavimento. Em loteamentos, por outro lado, distribuindo o que vai acontecer em cada conjunto de quadras.

O levantamento dos dados permite que o gestor entenda os ciclos de produção e quais serão as atividades executadas em cada local, em cada fase da obra. Com a Linha de Balanço, o acompanhamento da obra se torna mais simples e visual.

Todo desempenho será resumido nos principais indicadores, que o gestor poderá acompanhar, desde percentuais previstos e realizados até tendências de atraso e análise de cenários.

Integração com outros softwares de gestão de obras

O planejamento da obra deve ser a fonte de informação que alimenta os direcionamentos estratégicos da empresa. Por isso, ele deve estar devidamente integrado na rotina da empresa e com os softwares de gestão de obras já utilizados pela equipe.

As integrações permitem que as informações geradas na execução da obra sejam conectadas a outros recursos, como Excel, Project e ERPs de construção, como o Sienge.

Veja, neste conteúdo, os benefícios da integração:

Dessa forma, as atividades na construtora podem ser automatizadas, agregando outras tarefas e informações e prestando suporte para o processo de forma global.

O planejamento de obras e o andamento do processo construtivo serão sempre amparados por informações reais e relevantes, obtidas através de outras plataformas. Isso é possível pois a integração entrega dados que permitem criar lista de serviços diários, gerenciar os atrasos, fazer controles, gerar relatórios automáticos, entre outros benefícios.

Informações conectadas

Da mesma maneira que a integração entre plataformas é importante para reunir informações e levantar dados, também é fundamental que obra e escritório trabalhem em sintonia. Um dos principais fatores de limitação de uma boa gestão é o tempo gasto para o envio e a atualização das informações sobre a obra.

Quando os processos são realizados de forma separada – um em cada ferramenta – os profissionais precisam atualizar seus sistemas e enviar os dados para o responsável pelo controle. Ou seja, a medição é feita na obra e as informações são inseridas em um documento que será enviado por e-mail.

A falta de agilidade nesse processo pode atrasar outras atividades e fazer com que o projeto sofra pequenos atrasos, mas que no final causarão prejuízos. Por isso, as informações devem estar conectadas.

Acessibilidade da informação

As informações sobre o projeto devem estar disponíveis, de forma fácil, para todos os profissionais envolvidos. 

Isso minimiza a dependência entre os setores, evitando que um profissional espere pelo envio das informações de outro profissional para executar suas tarefas. Com o acesso disponível para todos, as equipes conseguem atuar de forma conjunta, adiantando suas atividades.

Com soluções tecnológicas e integradas, fica mais fácil ter acesso a todas as informações das obras consolidadas em gráficos didáticos e interativos. Além disso, o acompanhamento dos principais indicadores também é facilitado: tudo em uma única tela, em tempo real e de qualquer dispositivo.

Gráficos

Os gráficos devem apresentar informações sobre o planejamento base, realizado antes da obra, o que está previsto no planejamento atual e indicar o progresso realizado nas últimas medições.

O objetivo é que seja fácil entender se a obra atingiu ou não o progresso planejado inicialmente e, com base nas revisões do cronograma, avaliar se o planejamento previsto está muito divergente da base.

No gráfico de Curva S da Prevision, por exemplo, cada ponto é detalhado, informando com apenas um clique quais serviços compõem aquele ponto. Dessa forma, é possível entender os serviços mais representativos naquele momento e quais estão dentro da meta planejada.

A ideia é que os gráficos mostrem quanto a obra conseguiu produzir fisicamente, quanto do orçamento inicial foi gasto, quanto está comprometido, entre outras informações. Todos esses dados podem ser reunidos em relatórios, com envio programado e automático.

Recursos como esses que citamos aqui oferecem maior previsibilidade para o gestor da obra, permitindo que faça análises aprofundadas sobre o projeto, além de respostas rápidas e diretas sobre o andamento.

Com isso, é possível conduzir as fases do projeto de forma estratégica, otimizando os custos e distribuindo as atividades de forma objetiva. Além disso, caso a obra já tenha sofrido com algum atraso, o gestor conseguirá administrar a execução a partir do momento da análise, fazendo com que os impactos sejam reduzidos.

Boas práticas na aplicação e gerenciamento da Curva S

Você precisa tomar alguns cuidados para obter sucesso na aplicação e gerenciamento da Curva S. 

Primeiramente, há a questão da rotina de controle – e estamos falando de rotina mesmo. Assim como em outras ferramentas de gestão de projetos, é essencial que os controladores e gestores da obra coletem as informações de forma precisa e constante, durante todo o período do projeto.

Além disso, outro ponto importante é a análise da linha de base. Muitos projetos acabam sofrendo alterações, como mudanças de escopo, custo e prazo. E, geralmente, essas duas últimas acabam alterando o comportamento da Curva.

Portanto, você, gestor de obra, precisa avaliar o impacto das alterações no projeto a fim de definir com o grupo gestor a necessidade da colocação de uma nova linha de base.

Outro complemento importante para o gerenciamento é a possibilidade de colocar uma “linha de projeção”. Ou seja, uma nova linha de comportamento do projeto, que pode ser tratada como uma meta ou linha de recuperação quando o projeto tem atrasos. 

Gerenciamento de valor agregado

Se você se interessou pela Curva S, você também precisa entender sobre o gerenciamento de valor agregado (GVA) para fazer um ótimo planejamento de obra.

Trata-se de uma ferramenta para determinar padrões e tendências no passado que possam ser bons prognosticadores do futuro e, dessa forma, analisar o desempenho quantitativo de um projeto. 

Assim, permite que a empresa faça a integração entre escopo, prazo e custo. Tudo por meio de uma comparação do avanço físico da obra com relação ao que foi orçado.

Imagine extrair índices que ajudam na mensuração sobre quão dentro de prazo e custo a obra está. Isso é possível com o GVA, pois a metodologia transforma valor de custo em valor de prazo, traduzindo os custos e prazos em percentual de obra realizada.

Por meio do GVA é possível determinar a viabilidade econômica e ter uma previsão de custos aproximada sobre o quanto de recursos financeiros será necessário no projeto.

Saiba mais sobre o gerenciamento de valor agregado e a sua relação com a Curva S na construção civil.

Conclusão

A Curva S é uma ferramenta essencial para o controle de prazos e custos em obras, permitindo que os gestores acompanhem o progresso e ajustem o cronograma de forma eficiente. Seu uso adequado, aliado a soluções tecnológicas, proporciona um monitoramento preciso e ágil, aumentando a visibilidade e a previsibilidade sobre o andamento da obra.

Com a integração de dados em tempo real, é possível tomar decisões rápidas e informadas, reduzindo erros e desperdícios. Além disso, quando esses dados se traduzem em gráficos e relatórios automatizados, a gestão e o ajuste de processos durante a execução são ainda mais facilitados.