- O marketplace na Construção Civil é uma resposta às dificuldades enfrentadas pelos times de suprimentos em construtoras e incorporadoras
- Ele centraliza informações, proporciona transparência, competitividade entre fornecedores e simplifica operações de compra
- A digitalização da cadeia de suprimentos na Construção Civil é uma necessidade imediata para trazer eficiência e transformação ao setor.
O marketplace na Construção Civil vem ganhando cada vez mais relevância, e tem se mostrado uma boa resposta às dificuldades enfrentadas pelos times de suprimentos em construtoras e incorporadoras. Isso porque, apesar da evolução tecnológica, a forma como se compra materiais de construção hoje em dia ainda carrega marcas da informalidade, da baixa integração entre áreas e da ausência de processos padronizados.
Essa realidade se traduz naqueles problemas que já conhecemos: compras emergenciais, negociações fragmentadas e pouco aproveitamento estratégico do potencial de escala.
Para compradores, isso significa lidar diariamente com múltiplos fornecedores, prazos apertados, orçamentos que variam a cada negociação… Já para coordenadores e gerentes de suprimentos, o desafio está em garantir eficiência, previsibilidade e melhores condições de compra em um ambiente ainda muito dependente de práticas manuais.
É nesse contexto que surgem os marketplaces especializados, que proporcionam uma nova lógica para as aquisições corporativas. Por meio da digitalização de processos e padronização das informações, essas plataformas aproximam a experiência do B2B ao nível de fluidez que já é comum no e-commerce tradicional.
Por este motivo, essa tem sido uma ótima oportunidade estratégica para transformar a gestão de suprimentos em nosso setor. Mas antes de qualquer coisa, o primeiro passo deve ser compreender o papel de uma plataforma marketplace na Construção Civil.
O que é um marketplace de Construção Civil
Um marketplace de Construção Civil é uma plataforma digital que conecta construtoras, incorporadoras e diversos fornecedores em um único ambiente de compra e venda de materiais.
Diferente dos modelos tradicionais, onde o comprador precisa contatar diferentes fornecedores individualmente, negociar preços, condições e prazos, o marketplace centraliza essas informações e oferece maior visibilidade e transparência no processo.
Aplicado ao setor da Construção, ele funciona como um hub que integra múltiplos fabricantes e distribuidores, permitindo que compradores encontrem desde insumos básicos, como cimento e aço, até soluções mais específicas, como revestimentos e sistemas construtivos.
Essa centralização facilita a busca por alternativas e também gera competitividade entre fornecedores, impactando diretamente em melhores preços e condições comerciais para os compradores.
A diferença em relação aos canais tradicionais de compra é significativa. Enquanto o modelo convencional é marcado por telefonemas, e-mails e planilhas paralelas, o marketplace oferece um fluxo digitalizado, com histórico de transações, comparativos instantâneos e métricas que auxiliam posteriormente nas tomadas de decisão.
No contexto estratégico, o marketplace também atua como um aliado, já que amplia a capacidade de negociação, reduz riscos de compras emergenciais e fortalece a padronização de processos, transformando o setor de compras em um agente de eficiência e não apenas em uma área operacional.
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Como o marketplace resolve desafios históricos de Compras
A rotina de compras em construtoras costuma ser marcada por negociações urgentes, falta de previsibilidade e pouca padronização nos processos, certo?
Nesse cenário, o marketplace surge como um ambiente digital capaz de organizar, dar fluidez e ampliar a inteligência das aquisições. Ao reunir fornecedores e compradores em uma mesma plataforma, ele simplifica operações que antes dependiam de múltiplos contatos, documentos dispersos e processos manuais.
Eficiência e integração: centralização de fornecedores e dados
Um dos principais ganhos do marketplace para Construção Civil está na integração. Em vez de lidar com informações fragmentadas e controles paralelos, ele oferece uma base única de fornecedores, condições e históricos de transações.
Isso permite que o comprador concentre esforços em negociações mais estratégicas e tenha maior previsibilidade de prazos e custos.
Transparência e padronização: preços claros e condições comparáveis
Comparar cotações de forma rápida e mais organizada evita decisões tomadas com base apenas em urgência ou achismos. O marketplace padroniza os dados e expõe os preços e condições de forma clara, trazendo mais confiança às escolhas.
Esse processo reduz a subjetividade e aumenta a competitividade entre fornecedores, beneficiando diretamente as construtoras.
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Escalabilidade e redução de custos: ganho de poder de negociação
Por meio da centralização de demandas em uma única plataforma, as construtoras aumentam seu poder de compra. Esse ganho de escala fortalece negociações, reduz custos e amplia a capacidade de planejamento. Além disso, a digitalização elimina retrabalhos e desperdícios que ainda marcam muitas operações tradicionais.
A transformação do B2B com marketplaces
O comportamento de compra no setor corporativo está passando por uma mudança profunda. As empresas desejam cada vez mais uma experiência de aquisição parecida com a do consumo no varejo digital: simples, rápida e intuitiva.
Esse movimento, conhecido como “consumerização” do B2B, reflete uma expectativa crescente de que as jornadas de compra corporativas sejam, cada vez mais, tão fluidas quanto as do e-commerce comum, que usamos no dia a dia.
Durante o Construsummit deste ano, Luiz Henrique Escobar, CEO da Venddor, ressaltou que os marketplaces representam o principal vetor dessa transformação. Reunindo fornecedores, preços e condições em um único ambiente, eles têm trazido mais agilidade, transparência e maior poder de escolha para os compradores.
Essa evolução aproxima o B2B da experiência já consolidada e tão comum em nossa sociedade no comércio eletrônico. O que antes dependia de telefonemas, e-mails e planilhas passa agora a ser conduzido em plataformas digitais com interfaces amigáveis, filtros inteligentes e comparativos instantâneos.
Nesse novo cenário, os profissionais de suprimentos podem deixar, portanto, de concentrar esforços em tarefas operacionais e passam a atuar com foco em estratégia, apoiados por informação confiável e organizada.
O que os dados dizem sobre a jornada B2B digital
Nos últimos anos, a jornada de compras B2B está passando por uma transformação acelerada, impulsionada pela digitalização e pelo comportamento dos compradores corporativos.
Pesquisas recentes apontam que mais de 80% dos compradores B2B já preferem realizar pedidos online, utilizando plataformas digitais que oferecem autonomia, praticidade e acesso imediato a informações de fornecedores e produtos. Esse número evidencia uma mudança cultural que tende a se intensificar nos próximos anos.
Além disso, aproximadamente 70% das empresas B2B que adotaram canais digitais tiveram aumento de receita nos últimos 12 meses, reforçando o papel da digitalização como vetor de crescimento e não apenas como ferramenta operacional.
Ou seja, a tendência aponta para um alinhamento cada vez maior entre B2B e B2C.
Se antes o comprador corporativo aceitava jornadas longas e fragmentadas, hoje ele exige uma experiência comparável à do consumidor final: interfaces intuitivas, personalização de ofertas com base em dados de consumo, agilidade, integração entre múltiplos canais (estratégia omnichannel), e por aí vai.
Na Construção Civil, esse movimento já tem pressionado fornecedores e construtoras a repensarem seus processos. Empresas que demorarem a se adaptar poderão enfrentar dificuldades em atender às expectativas dos compradores, que buscarão alternativas mais ágeis e transparentes.
Em contrapartida, aqueles que optarem por investir em plataformas digitais de compra estarão melhor posicionados para atender um mercado cada vez mais exigente, conectado, digitalizado e, é claro, competitivo.

O que o varejo digital ensina à Construção Civil
O varejo digital revolucionou a forma de consumir e estabeleceu um novo padrão de conveniência. Mercado Livre e Amazon são exemplos claros dessa transformação: ao combinar variedade, logística eficiente e experiência de compra simplificada, tornaram-se referência global. O impacto foi tão profundo que os consumidores passaram a considerar esse nível de fluidez como requisito básico, e não mais como diferencial.
Essa revolução traz um aprendizado importante para a Construção Civil: o setor, ainda marcado por processos analógicos e um tanto descentralizados, corre o risco de repetir erros já observados em outras indústrias.
O caso da Philips, por exemplo, que demorou a enxergar o comércio eletrônico como canal estratégico, é um alerta de miopia empresarial. Ao ignorar a transformação digital, a companhia perdeu competitividade e espaço para concorrentes que se adaptaram mais rápido.
Durante o Construsummit, Luiz Henrique Escobar também destacou que a Construção Civil vive um momento semelhante. Segundo ele, o marketplace será o motor inicial da digitalização, capaz de conectar compradores e fornecedores em um fluxo ágil, transparente e escalável.
A adoção desse modelo permitirá às construtoras replicar no B2B a mesma eficiência já vista no B2C, aproximando o setor de uma jornada digital madura.
Ou seja, assim como o varejo tradicional foi forçado a se reinventar diante do e-commerce, construtoras e incorporadoras precisam agir com urgência para não perder relevância. Marketplaces especializados em Construção Civil são mais do que simples ferramentas de compras, são alavancas estratégicas para competitividade em um mercado cada vez mais digital.
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Cases e soluções no mercado de marketplaces para Construção Civil
No exterior, já vemos exemplos práticos de como os marketplaces podem transformar a cadeia de suprimentos da Construção Civil.
Um dos casos mais emblemáticos é o da BuildDirect, empresa canadense que criou uma plataforma digital para conectar compradores a fabricantes e fornecedores de materiais pesados, como pisos, revestimentos e telhas. A proposta central era eliminar intermediários, reduzir custos e oferecer uma experiência de compra mais ágil e transparente.
O diferencial da BuildDirect está no modelo omnichanel, que integra a conveniência digital a uma rede física de pontos de atendimento, chamados Pro Centers. Nesses locais, clientes têm a possibilidade de ver e testar os produtos antes de adquiri-los, unindo o melhor do online e do offline em uma jornada única.
Além disso, a empresa utiliza ferramentas de análise de dados para prever demandas e ajustar estoques em tempo real, otimizando o fluxo de materiais e reduzindo desperdícios.
Esse posicionamento trouxe ganhos importantes: maior variedade de produtos disponíveis, entregas mais rápidas e preços competitivos, já que a conexão direta com fabricantes elimina camadas de intermediários. Por outro lado, o modelo também apresenta desafios, como a necessidade de forte engajamento dos fornecedores e a concorrência acirrada com grandes redes de varejo como Home Depot e Lowe’s.
Mesmo assim, o case da BuildDirect mostra como um marketplace especializado pode se tornar um ótimo ecossistema de suprimentos, atendendo desde profissionais e pequenas empresas até consumidores finais.
Para a Construção Civil brasileira, experiências como essa sinalizam caminhos possíveis e interessantes para acelerar a digitalização e aumentar a eficiência do setor.
Conclusão
A digitalização da cadeia de suprimentos na Construção Civil não é mais uma visão de futuro, hoje em dia já se tornou uma necessidade imediata.
Nesse sentido, o marketplace na Construção Civil já se mostra como um vetor de transformação capaz de trazer eficiência, padronização e inteligência a processos que ainda sofrem com informalidade e baixa integração.
Esse modelo redefine o papel da área de compras ao permitir jornadas de aquisição mais fluidas, estratégicas e orientadas por dados, com muito maior aderência pelos compradores. Por isso, ao adotar essa lógica, construtoras e incorporadoras têm ganhado poder de negociação, reduzindo custos e ampliando a competitividade frente aos concorrentes.
O dilema agora deve ser: adaptar-se à nova realidade (ou pelo menos iniciar uma adaptação) ou manter-se na zona de conforto mas perder relevância diante de uma concorrência mais ágil e digital? Fica o questionamento.
