Muitos clientes procuram a Prevision por causa das dificuldades que enfrentam na etapa de planejamento e, por consequência, com a viabilidade de empreendimento. É compreensível, afinal essa é uma das fases mais desafiadoras e com maiores impactos nos resultados do projeto.
Além disso, depois de feito, o planejamento não se torna fixo, pelo contrário, deve evoluir junto com o projeto, garantindo, assim, a viabilidade projetada no lançamento do empreendimento.
Para isso, no entanto, é recomendável conectar a concepção dos projetos e a viabilidade ao processo desde o início, já na etapa de planejamento. E é aí que surgem outras dúvidas: como fazer essa conexão entre projetos, planejamento e viabilidade de obra?
Neste artigo, trago algumas ideias que reuni com a experiência das construtoras que atendemos todos os dias aqui na Prevision.
8 dicas para conectar tecnologia e planejamento a viabilidade de empreendimento
Recentemente, mediei alguns webinars com especialistas da construção civil e conversamos justamente sobre este tema: a importância do planejamento para a viabilidade de obra e resultados dos empreendimentos.
Márcia Codecco, da Vistta Consultoria e Planejamento; Giseli Barbosa, da Softplan/Sienge; Cláudio Falce, Scire Incorporações e Rogério Suzuki, da RS Consultoria falaram sobre suas experiências e trouxeram dicas durante nossas conversas.
A expertise dos profissionais é muito ampla e complementar, por isso, decidi levantar os principais pontos e compartilhá-los com vocês.
Se você está em dúvida sobre como potencializar resultados dos seus empreendimentos e conectar projetos e viabilidade ao planejamento da obra, continue lendo este artigo e veja as dicas dos especialistas sobre quais aspectos devem ser observados.
Os especialistas levantam pontos que demonstram o quanto você precisa estar preparado em alguns aspectos e tomar determinados cuidados essenciais. Explico na sequência quais são os aspectos e aquilo que cada um abrange.
Aspectos estruturais
1. Gestão da mudança
Você pode já ter ouvido falar sobre isso, e aqui é verdade que a mudança começa de dentro para fora. Antes de investir em novas tecnologias, processos ou recursos, a construtora precisa fazer uma avaliação dos impactos que isso vai causar no todo.
Já pensou em como as pessoas que estão à frente de cada atividade e cada etapa serão afetadas? Refletir sobre isso é um exemplo do que pode impedir que investimentos desnecessários sejam feitos.
Em resumo, o que quero dizer é que os processos devem ser implementados pensando nas pessoas.
- Quem vai utilizar um novo recurso terá benefícios em seu trabalho?
- Quais serão os desafios enfrentados na hora de usar as novas tecnologias?
Pensar nesses aspectos pode ajudar a fazer escolhas mais acertadas e evitar equívocos.
Outro ponto que cabe na gestão de mudanças é a cultura de integração, onde se envolve todos no processo. Diferentemente do modelo utilizado no passado, onde a equipe desenvolvia o planejamento e repassava para os outros, hoje todos devem fazer parte dessa fase.
Quando a informação chega em todos os níveis e os profissionais são consultados, a equipe se sente parte do projeto e, consequentemente, mais motivada. Por isso, o alinhamento significa saber escutar e transformar o projeto em processos que pode ser replicados.
2. Alinhamento de processos
Alinhamento do DNA orientado a processos oferecem subsídios para que a organização tenha informação para tomada de decisão.
Isso quer dizer que é fundamental ter um processo eficiente e bem estruturado para evitar rupturas comunicativas.
Neste aspecto, o uso de metodologias e filosofias como, por exemplo, o Lean Construction, pode ser um fator de grande relevância para o sucesso das mudanças nos níveis: estratégico – tático – operacional.
Vale ressaltar, que para agregar esta mudança se faz necessário a integração das áreas com visão ponta a ponta, apoiada pela cultura organizacional, sensibilização e capacitação de pessoas, afinal pessoas é maior fator de transformação das organizações.
Márcia Codecco, da Vistta Consultoria, defende que alguns pontos sustentam a eficiência dos processos:
- Comunicação Integrada;
- Conhecimento de dores;
- Padrões Operacionais;
- Projetos adequados;
- Tecnologia.
Segundo ela, processos bem definidos é que vão garantir que o projeto seja conduzido dentro do que foi planejado e, diante de qualquer desvio, imprevisto, seja possível, rapidamente, propor planos que adequem a necessidade.
3. Vínculo com a estratégia do negócio
Toda mudança depende, primeiramente, do vínculo com a estratégia do negócio. A empresa precisa entender sua estratégia e o que deve ser feito para se manter alinhada.
Em seguida, é preciso compreender as dores do negócio, seus processos e quem são as pessoas que vão utilizar as novas metodologias.
Algumas empresas adotam determinadas ferramentas sem antes fazer uma análise crítica do recurso e por quais motivos devem utilizá-lo. Há casos em que a solução foi contratada por indicação de outro profissional ou porque a construtora já tinha parceria com o fornecedor.
No entanto, isso não quer dizer que aquela solução atende suas necessidades. No final das contas o que se busca é resultado, e inovação precisa ser sinônimo de ROI.
Aspectos estratégicos e operacionais
4. Análise integrada de viabilidade de empreendimento
Na análise de viabilidade de obra são avaliados diferentes pontos, como: zoneamento, localização, restrições geotécnicas, etc. e, principalmente, se o empreendimento vai proporcionar o retorno financeiro esperado.
Rogério Suzuki, da RS Consultoria, traz que o início da viabilidade é um ciclo no qual há uma série de tentativas e melhorias. E, atualmente, temos tecnologias que permitem tais interações de formas mais produtivas. A principal ideia é repensar como os projetos são feitos hoje.
Com os projetos em BIM, por exemplo, a construtora consegue ter uma visualização clara do local e das características do projeto desde o início.
As informações devem ser usadas com objetivo de desenvolver e integrar todos os projetos, o planejamento, o orçamento e o cronograma de execução, oferecendo, entre outras vantagens, um panorama amplo sobre a viabilidade de empreendimento.
Além disso, conforme as etapas vão sendo concluídas, o projeto vai sendo remodelado automaticamente. Ou se houver alguma modificação em qualquer etapa, a atualização das informações é feita de forma automática.
5. Avaliação constante do cronograma físico-financeiro
Durante toda a obra, o planejamento sofrerá mudanças causadas pela avanço do projeto ou por algum tipo de alteração externa, como fatores econômicos ou meteorológicos, por exemplo.
Essas mudanças sempre impactam no cronograma da obra, podendo afetar não só o prazo de entrega mas o fluxo de caixa da construtora. Cláudio Falce ressalta a importância de ser criterioso nas medições físicas, pois elas podem distorcer um resultado futuro ou análise de resultado.
Por isso, a avaliação físico-financeira constante vai mostrar quanto já foi gasto para o executado até o momento e o investimento que ainda está previsto. Falce também traz a visão de que devemos tratar a gestão financeira da obra desde o início, no pré-obra.
Ao ter informações atualizadas e precisas sobre estes pontos, há maior previsibilidade sobre as etapas futuras e melhores condições de mensurar a viabilidade da obra para a sequência das etapas: se estão de acordo com o que estava previsto ou se será necessário reajustar as atividades.
Isso quer dizer que, caso identifique um custo muito acima do que foi planejado, será necessário tomar uma decisão estratégica para não impactar na viabilidade de obra.
6. Tecnologia como aliada
A viabilidade de empreendimento não é avaliada apenas no início do projeto, antes de colocá-lo em execução. Deve ser observada durante todo o processo, desde o momento em que o projeto é aprovado até a sua finalização. Por conta disso, fala-se tanto sobre a integração entre físico e financeiro.
Giseli Barbosa, da Softplan/Sienge, elenca alguns pontos que devem ser discutidos referentes à integração entre físico e financeiro na obra:
- granularidade de informações e maturidade dos processos;
- alinhamento entre orçamento e execução;
- integração entre orçamento e planejamento;
- entendimento do fluxo de medições;
- visão do futuro, até mesmo das competências profissionais envolvidas.
Ter os pontos acima alinhados e fazer essa análise no decorrer do desenvolvimento da obra vai garantir que o empreendimento é viável para seus investidores. Nesse sentido, é preciso contar com ferramentas que façam a integração de todos os processos.
A tecnologia atual, com a disponibilidade de diferentes tipos de soluções digitais, permite que as informações sejam atualizadas e consultadas em tempo real, entregando dados relevantes para a tomada de decisão sobre o melhor cenário para o projeto.
7. Investimento para criação de valor
Estamos vivendo um momento de baixa na produção e no lançamento de projetos. O momento ideal para quem quer investir em processos mais ágeis, dinâmicos e eficientes.
Muitas empresas vão olhar para o cenário e pensar que não é a hora de investir, porque como não estão ganhando dinheiro, é melhor poupar recursos.
Então, apesar do cenário poder desestimular determinadas ações, na verdade, é hora de investir e estar aberto a mudanças. É o momento ideal para o investimento em digitalização, inovação e tecnologia para conseguir atingir processos e projetos mais eficientes, dinâmicos, com maior resultado.
A construtora precisa estar aberta e disposta a mudar, tanto os seus processos, quanto a sua cultura. Colocar as pessoas no centro do negócio e integrar a comunicação em todas as pontas é fundamental para ter sucesso.
Além disso, é fundamental também buscar informação, evoluir o conhecimento e tornar os profissionais mais técnicos e especializados. Sozinha, tecnologia nenhuma será capaz de entregar os resultados esperados.
As construtoras devem contar com profissionais capacitados e com olhar analítico para desenvolver o projeto e o planejamento. Os profissionais também devem ser estratégicos para saber conduzir as decisões mais acertadas para o negócio.
8. Geração de cenários
Embora, no passado, a geração de cenários de planejamento de obras não fosse uma prática utilizada, no presente é um fator decisivo. Com as possibilidades trazidas pelas novas tecnologias, ter acesso a simulações tornou-se um diferencial nos resultados dos projetos.
A simulação do ritmo ideal de obra, por exemplo, irá impactar diretamente no fluxo de desembolsos. Já a simulação da curva ideal de evolução, pensando no melhor resultado e menor exposição de caixa, pode ser crucial para a sustentabilidade do empreendimento.
A simulação de cenários pode acontecer antes ou até mesmo durante o projeto, contando com a evolução das vendas e outros fatores que podem impactar no resultado. Com a imprevisibilidade dos dias atuais, ter acesso a tais resultados é um grande benefício a se considerar.
Conclusão
Começar o projeto observando a viabilidade de empreendimento e acompanhar o seu desenvolvimento vai evitar que falhas que podem inviabilizar o projeto sejam notadas tardiamente. Entre os pontos que analisamos neste conteúdo, podemos destacar que:
- Investir na gestão da mudança e na cultura de integração são ações que aproximam as equipes e democratizam a comunicação;
- Metodologias ágeis de planejamento e gestão serão fundamentais para otimizar a eficiência nas obras e gerar um diferencial competitivo para as empresas;
- A adoção de novos recursos e tecnologias devem considerar, primeiramente, os objetivos estratégicos da empresa e as pessoas envolvidas no processo;
- Tecnologia e inovação devem ser considerados investimentos na busca por otimização de processos, potencializando os resultados;
- A geração de cenários de planejamento com apoio da tecnologia deve ser considerada não só para a otimização da obra, mas para obter melhores resultados e alinhamento com a viabilidade dos projetos.
Se quiser saber mais sobre planejamento e viabilidade de obra, assista ao webinar “Conectando o planejamento e a viabilidade de empreendimentos”, que promovemos no canal de YouTube da Prevision.
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