Os tipos de estoque para Construção Civil

Gabriela Torres

Escrito por Gabriela Torres

10 de junho 2024| 13 min. de leitura

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Os tipos de estoque para Construção Civil

Entenda como cada um dos tipos de estoque pode contribuir para a sua obra reduzir desperdícios e evitar a falta de materiais. 

Uma boa gestão de estoque é essencial para o sucesso de qualquer projeto na Construção Civil. A complexidade e o dinamismo das obras exigem um controle rigoroso dos materiais e equipamentos para evitar atrasos, desperdícios e custos adicionais. Além disso, a falta de materiais no momento necessário pode comprometer a produtividade, a segurança e a qualidade do trabalho, enquanto o excesso também pode gerar problemas.

Por isso, conhecer os diferentes tipos de estoque que podem ser utilizados é fundamental para implementar uma gestão eficiente e estratégica. Não se trata apenas de armazenar materiais de construção, ferramentas e equipamentos. Existem diversas técnicas que podem ser adotadas para atender às necessidades específicas do projeto e da empresa, como por exemplo, o estoque inativo, estoque de antecipação, proteção, e por aí vai.  

Cada um desses tipos de estoque possui características e finalidades distintas que, quando bem administradas, podem otimizar o fluxo de trabalho, reduzir custos e aumentar a competitividade da construtora. No entanto, para tirar o máximo proveito dessas estratégias, é crucial que os gestores de obras estejam bem informados sobre as peculiaridades de cada modelo e saibam como aplicá-los de maneira eficaz.

Pensando nisso, neste artigo, vamos explorar em detalhes os principais tipos de estoque que podem ser usados na Construção Civil, proporcionando uma visão clara e prática de como podem melhorar a gestão e o desempenho das operações. 

Tipos de estoque para a Construção Civil

Na Construção Civil, a gestão eficiente de estoques vai além do simples armazenamento de materiais e ferramentas. Envolve a aplicação de diferentes estratégias para garantir que os recursos necessários estejam disponíveis no momento certo, na quantidade correta e com a qualidade adequada. 

Assim, compreender os diversos tipos de estoque é primordial para otimizar os processos e minimizar os riscos associados à falta ou ao excesso de materiais. A seguir, exploraremos os principais tipos de estoque que podem ser utilizados para estes fins. 

Estoque inativo

O estoque inativo refere-se aos materiais e produtos que, por diversas razões, têm baixa rotatividade e acabam permanecendo parados no armazém, tornando-se obsoletos. Esse fenômeno está diretamente relacionado ao giro de estoque, um indicador que mostra a frequência com que um item é utilizado ou vendido. 

Itens com alto giro são usados ou vendidos rapidamente (fast movers), enquanto itens com baixo giro (low movers) ou sem giro (no movers) permanecem mais tempo no estoque.

Na Construção Civil, o estoque inativo pode representar um problema significativo, pois materiais parados ocupam espaço e capital que poderiam ser utilizados de maneira mais eficiente. Portanto, é essencial minimizar a ocorrência de estoques inativos. Para isso, é importante monitorar constantemente o prazo de validade dos produtos e ajustar os pedidos de acordo com a demanda real do projeto.

Outra abordagem eficaz para reduzir o estoque inativo é negociar com fornecedores para trocar materiais parados por aqueles de maior demanda. Além disso, lançar promoções para “queima de estoque” pode ajudar a liberar espaço no armazém e recuperar parte do capital investido. O departamento de marketing pode ser um aliado valioso nesse processo, ajudando a divulgar as promoções e atrair compradores para os itens em excesso.

Estoque de antecipação

O estoque de antecipação, também conhecido como estoque sazonal, é uma estratégia utilizada para se preparar para aumentos previstos na demanda por certos materiais em períodos específicos. 

Este tipo de estoque é comum em ocasiões onde se espera um pico na necessidade de determinados itens, como no começo de uma grande construção, ou alguma etapa da obra que exija maior número de materiais. Essa prática é essencial para assegurar que todos os produtos necessários estejam disponíveis, evitando atrasos e maximizando a eficiência.

Além de aproveitar oportunidades sazonais, o estoque de antecipação também é útil para mitigar riscos de interrupção no fornecimento. Ao prever possíveis problemas na cadeia de suprimentos, as empresas podem adquirir materiais em maior quantidade, garantindo que não faltem insumos críticos durante a execução das obras.

Essa abordagem não só garante a continuidade das operações, mas também pode resultar em economia de custos ao comprar em maior volume. Além disso, permite à construtora responder rapidamente a picos de demanda, satisfazendo os clientes e evitando atrasos nos cronogramas dos projetos. 

Estoque de proteção

O estoque de proteção, também conhecido como estoque isolador, é uma estratégia utilizada para garantir a continuidade das operações em situações adversas. 

Esta abordagem é comum em grandes indústrias, como as de alimentos e automóveis, e tem como objetivo assegurar que a empresa consiga manter suas atividades e vendas mesmo durante períodos desafiadores, como aumentos repentinos de preços, greves de funcionários, ou outras interrupções inesperadas na cadeia de suprimentos.

Embora o estoque de proteção possa parecer similar ao estoque mínimo, os dois conceitos são distintos. O estoque mínimo refere-se à quantidade mínima de materiais que deve ser mantida em estoque para evitar a interrupção das operações sob condições normais. Já o estoque de proteção é um suprimento adicional mantido para situações atípicas e imprevisíveis.

Na Construção Civil, o estoque de proteção é crucial para garantir que materiais essenciais estejam sempre disponíveis, independentemente de flutuações no mercado ou problemas logísticos. Ao manter um nível extra de estoque, as construtoras podem mitigar os impactos de crises e manter o andamento dos projetos sem atrasos significativos.

Estoque de contingência

O estoque de contingência é composto por materiais e produtos mantidos como reserva para cobrir erros operacionais e imprevistos, tanto na própria empresa quanto no fornecimento de itens pelos fornecedores. Esta estratégia é essencial para assegurar que, mesmo diante de falhas ou problemas inesperados, a construtora possa continuar suas atividades sem comprometer prazos ou qualidade.

Embora o conceito seja semelhante ao do estoque de proteção, o estoque de contingência envolve a manutenção de uma quantidade adicional de materiais que pode gerar custos mais elevados, especialmente em termos de espaço de armazenamento. No entanto, esses custos são justificados pela capacidade de responder rapidamente a situações emergenciais, evitando atrasos e perdas financeiras.

Ter um estoque de contingência bem gerenciado significa estar preparado para enfrentar problemas como atrasos na entrega de fornecedores, falhas na produção ou aumentos repentinos na demanda por materiais. Esse tipo de estoque permite que a empresa mantenha sua operação fluindo suavemente, minimizando os impactos negativos de imprevistos e garantindo a satisfação do cliente.

Estoque mínimo

O estoque mínimo, também conhecido como ponto de ressuprimento, refere-se à quantidade mínima de cada material que deve ser mantida em estoque para evitar a escassez antes da próxima reposição. Essa estratégia é crucial para garantir que a empresa não enfrente interrupções em suas operações devido à falta de materiais essenciais.

Para determinar o volume adequado de estoque mínimo, é necessário analisar a demanda por cada item e considerar eventos sazonais ou comemorativos que possam influenciar a procura. Por exemplo, se uma construtora identifica que determinados materiais de construção são mais utilizados em certos períodos do ano, ela pode ajustar seu estoque mínimo para atender a essas demandas específicas.

Na prática, isso significa monitorar continuamente os níveis de estoque e fazer novos pedidos antes que os materiais cheguem ao nível mínimo estabelecido. Suponha que uma empresa de construção civil determine que precisa manter, no mínimo, 200 sacos de cimento em estoque. 

Com base em sua análise de demanda, ela pode decidir encomendar novos sacos assim que o estoque chegar a esse nível, garantindo que não haja interrupção na obra enquanto aguarda a chegada do novo lote. 

Estoque máximo

O estoque máximo é o oposto do estoque mínimo: ele representa a quantidade máxima de materiais que podem ser armazenados durante um período específico. Esta estratégia é crucial para evitar o excesso de estoque, o que pode levar à obsolescência dos itens e ao desperdício de espaço e recursos financeiros.

Na construção civil, definir o estoque máximo envolve considerar vários fatores, como a capacidade de armazenamento disponível, a disponibilidade financeira da empresa e o histórico de uso dos materiais. 

Por exemplo, se uma construtora estabelece que o estoque máximo de tijolos é de 5.000 unidades para um período de dois meses, ela deve suspender novas compras sempre que esse limite for atingido. Isso garante que os materiais não fiquem parados por longos períodos, evitando deterioração e perda de capital.

Para definir o estoque máximo de maneira eficaz, é essencial analisar o espaço disponível no armazém, as condições financeiras e as tendências de demanda baseadas em projetos anteriores. Esses dados permitem que a empresa negocie com fornecedores de maneira mais eficiente, aproveitando descontos e condições favoráveis para compras em grande volume, sem exceder a capacidade de armazenamento. 

Como escolher qual dos tipos de estoque utilizar?

Escolher o tipo de estoque adequado para sua construtora depende de diversos fatores, incluindo a natureza do projeto, o fluxo de demanda e os recursos disponíveis. Cada tipo de estoque — inativo, de antecipação, de proteção, de contingência, mínimo e máximo — tem suas vantagens e aplicações específicas.

Para determinar qual estratégia de estoque utilizar, comece avaliando o histórico de demanda e as tendências de consumo dos materiais. Projetos com picos sazonais podem se beneficiar do estoque de antecipação, enquanto períodos de incerteza no fornecimento podem exigir um estoque de proteção. Já o estoque de contingência é ideal para cobrir erros operacionais e garantir que a obra continue sem interrupções.

O espaço de armazenamento também é um fator crucial. Se o armazém tem limitações de espaço, o estoque máximo ajuda a evitar excesso de materiais que possam se tornar obsoletos. Ao mesmo tempo, o estoque mínimo garante que os itens essenciais nunca faltem, mantendo um equilíbrio entre disponibilidade e custo.

Além disso, considere a disponibilidade financeira da empresa. Manter grandes volumes de estoque de proteção ou antecipação pode imobilizar capital que poderia ser usado em outras áreas. Portanto, é importante encontrar um equilíbrio que permita ter materiais suficientes sem comprometer a saúde financeira da empresa.

Por fim, negociações com fornecedores podem oferecer vantagens adicionais, como descontos em compras de alto volume. Utilizar essas negociações de forma estratégica pode melhorar a eficiência do estoque, independentemente do tipo escolhido.

Ao compreender as necessidades específicas do seu projeto e os recursos disponíveis, você pode selecionar a estratégia de estoque que melhor otimiza a operação, garantindo eficiência, economia e a continuidade das obras.

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