Deseja saber qual o INCC em 2025? Chegou ao lugar certo. Confira o valor atualizado e como utilizar este índice nos seus projetos.

O INCC de fevereiro de 2025 foi divulgado e mostrou uma desaceleração em relação à janeiro, ficando em 0,51% no mês. Esse resultado foi influenciado principalmente pelo grupo “Mão de Obra”, que teve um recuo significativo comparado a janeiro.

Calculado mensalmente pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) é um dos principais termômetros da inflação no setor da Construção Civil, acompanhando os preços de materiais, equipamentos e custos trabalhistas no mercado.

As variações deste indicador impactam diretamente o orçamento das obras e o valor final dos imóveis, especialmente aqueles comercializados na planta. Portanto, se você quer entender melhor a movimentação do INCC, quais os últimos valores registrados e tudo mais sobre o uso deste índice, continue a leitura deste artigo.

O que é o INCC?

O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) desempenha um papel fundamental no setor da Construção Civil, indo além de simplesmente medir a inflação dos custos associados à construção habitacional. 

Este índice, elaborado mensalmente pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), é uma ferramenta indispensável para o planejamento financeiro e a gestão de riscos em projetos de construção. Ao refletir as variações nos preços de materiais, equipamentos, serviços e mão de obra, o INCC permite aos profissionais do setor antecipar possíveis aumentos de custos e ajustar seus orçamentos e estratégias conforme necessário.

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Além de sua função prática no dia a dia dos negócios, o INCC também serve como um termômetro da economia no setor. As flutuações observadas podem indicar mudanças nas condições econômicas gerais, como alterações na política monetária, variações na oferta de crédito e mudanças no poder de compra da população. Essas informações são fundamentais para construtoras, investidores e policymakers, que dependem de dados concretos para tomar decisões informadas.

O INCC também influencia diretamente o mercado imobiliário, especialmente no segmento de imóveis comprados na planta. Os contratos de compra e venda desses imóveis frequentemente incluem cláusulas de reajuste baseadas no INCC, de modo que o valor do imóvel permaneça alinhado com os custos atuais da construção. Isso protege tanto o consumidor quanto o construtor contra a erosão do valor devido à inflação, assegurando uma negociação justa e transparente.

Assim, o INCC é uma peça chave para entender as tendências do setor de Construção Civil, oferecendo insights valiosos sobre a demanda por novas construções, a sustentabilidade dos preços no mercado imobiliário e a saúde geral da economia. 

Tipos de INCC

O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) é uma ferramenta essencial para aferir a variação dos custos na Construção Civil, adaptando-se às diferentes necessidades de análise através de suas variantes: INCC-DI, INCC-M e INCC-10.

Cada uma dessas versões possui características e utilidades específicas. Voltadas para a apuração da variação de custos em distintos períodos do mês, proporcionam flexibilidade e precisão para diferentes aplicações, desde o planejamento financeiro até o ajuste de contratos imobiliários

INCC-DI

O INCC-DI, ou Índice Nacional de Custo de Construção – Disponibilidade Interna, é calculado mensalmente, cobrindo a variação de custos do primeiro ao último dia do mês de referência. Este índice é particularmente significativo, pois compõe 10% do Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI). 

Devido à sua abrangência temporal completa do mês e sua relevância nos contratos de financiamento imobiliário, o INCC-DI é frequentemente referido simplesmente como INCC, sendo a versão mais utilizada e reconhecida pelo público geral.

INCC-M

O INCC-M, ou Índice Nacional de Custo de Construção – Mercado, é outro importante indicador que mede a variação dos custos entre o dia 21 do mês anterior e o dia 20 do mês de referência. Este índice é integrante do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), correspondendo também a 10% deste. 

Sua periodicidade permite um acompanhamento ajustado das tendências de custo no mercado, sendo crucial para análises econômicas e ajustes contratuais que buscam refletir as variações de custo mais recentes.

INCC-10

Por fim, o INCC-10 foca na variação de custos no período que vai do dia 11 do mês anterior ao dia 10 do mês de referência. Assim como os outros, este representa 10% de outro índice mais amplo, o Índice Geral de Preços -10 (IGP-10). O INCC-10 é útil para quem necessita de uma análise intermediária das variações de custo, oferecendo uma alternativa para o cálculo e ajuste de custos em um período diferente dos demais INCCs.

Cada uma dessas versões do INCC atende a propósitos específicos. Isso permite que profissionais da Construção Civil, investidores e analistas econômicos escolham o índice mais adequado para suas necessidades de planejamento, análise e ajuste contratual, refletindo assim de maneira mais precisa as variações no custo de construção no Brasil.

INCC até agora em 2025

O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) tem se mostrado um indicador crucial para entender as tendências econômicas e os custos associados ao setor da Construção Civil no Brasil ao longo de 2025. Com variações significativas entre cada um dos tipos, os dados acumulados e mensais fornecem insights valiosos sobre o mercado.

O INCC-M, até o momento, registra um acumulado de 1,23% no ano, conforme os últimos dados de 25 de fevereiro, subindo a variação anual para +7,18%. Isso indica um ligeiro aumento nos custos da construção comparado a janeiro, quando registrou 6,85%, e a dezembro de 2024, quando registrou 6,34%. 

Também no acumulado de 2025, o INCC-10 soma 1,30%, com uma variação anual de 7,20%. Ou seja, também indica uma aceleração em relação a janeiro, quando estava em 6,72%, e em relação a dezembro de 2024, quando fechou em 6,35%.

O INCC-DI, com resultado divulgado em 04 de março, mostra um acumulado de 1,23% em 2025, com uma variação de 12 meses de 7,42%. O acumulado mensal de 0,40% representou uma baixa considerável se comparado ao resultado de janeiro, que foi 0,83%.

Lembrando que essas flutuações refletem as constantes mudanças nos custos de materiais, mão de obra e outros insumos no setor.

INCC fevereiro 2025

Em fevereiro de 2025, o INCC-M apresentou uma variação de 0,51%, enquanto o INCC-10 teve um aumento de 0,55%. Para o INCC-DI, a variação do mês foi de 0,40%, acumulando 7,42% nos últimos 12 meses.  

Essas variações mensais são indispensáveis para o acompanhamento do setor da Construção Civil, já que influenciam diretamente no planejamento financeiro e na tomada de decisões de investidores, construtoras e profissionais do mercado imobiliário.

INCC fevereiro 2024 

A título de comparação, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) em fevereiro de 2024 registrou um aumento de 0,20% – leve desaceleração em comparação com a taxa de 0,23% observada no mês anterior. Este dado refletiu um momento de relativa estabilidade nos custos associados à Construção Civil, indicando um período de menor pressão inflacionária sobre o setor naquele mês. 

A moderação na variação do INCC é considerada um indicador importante para o mercado, pois sinaliza um ambiente mais estável para investimentos e planejamento financeiro no setor. Este período com menor variação à época pode ter proporcionado uma janela de oportunidade para a realização de novos projetos e investimentos, considerando o menor custo de construção em relação a períodos anteriores.

INCC por grupos

Grande parte dos causadores da variação do INCC está nos grupos que compõem o índice, como Materiais, Equipamentos e Serviços e Mão de Obra. Vamos ver abaixo como esses pontos interferiram na porcentagem geral do indicador. 

Materiais, Equipamentos e Serviços avançam para 0,45% em fevereiro

O grupo Materiais, Equipamentos e Serviços registrou alta de 0,45% em fevereiro de 2025, ligeiramente acima dos 0,42% verificados no mês anterior. Dentro desse grupo, a categoria Materiais e Equipamentos manteve um crescimento de 0,43%, repetindo a taxa de janeiro, indicando uma continuidade na tendência de alta dos preços desses insumos essenciais para a Construção Civil.

Entre os destaques, o subgrupo “materiais para instalação” apresentou uma inversão em sua trajetória, passando de 0,33% para 0,75%, o que pode sinalizar uma recuperação nos preços. Por outro lado, o subgrupo “materiais para estrutura” mostrou um arrefecimento, com a variação caindo de 0,44% para 0,17%.

No segmento de Serviços, houve uma aceleração na taxa de variação, que subiu de 0,41% em janeiro para 0,68% em fevereiro. Esse aumento foi impulsionado, principalmente, pelo item “projetos”, cuja variação passou de 0,52% para 0,81%, refletindo um aumento nos custos dessa etapa fundamental para o desenvolvimento das construções.

Mão de Obra desacelera para 0,59% em fevereiro

O índice referente à Mão de Obra apresentou um crescimento de 0,59% em fevereiro de 2025, mas em um ritmo mais lento do que o observado em janeiro, quando a variação foi de 1,13%. Essa desaceleração pode indicar uma menor pressão sobre os custos trabalhistas no período.

Capitais brasileiras

O comportamento do INCC-M variou entre as capitais brasileiras no mês de fevereiro. Belo Horizonte, Recife e São Paulo registraram uma desaceleração em suas taxas de variação, refletindo um menor ritmo de aumento nos custos da Construção Civil nessas cidades.

Em contrapartida, Brasília, Rio de Janeiro e Porto Alegre apresentaram aceleração nos índices, indicando um crescimento mais expressivo nos custos de construção. Já Salvador manteve uma variação estável, sem grandes oscilações no período.

INCC: variação dos últimos meses 

Nos últimos 12 meses, a variação acumulada do INCC foi de 6,85%. Confira abaixo cada um dos valores registrados mês a mês no último ano.

Mês de referênciaEvolução mensalAcumulado 12 meses
jan/250,71%6,85%
dez/240,51%6,34%
nov/240,44%6,08%
out/240,67%5,72%
set/240,61%5,23%
ago/240,64%4,84%
jul/240,69%4,42%
jun/240,93%3,77%
mai/240,59%3,68%
abr/240,41%3,48%
mar/240,24%3,29%
fev/240,20%3,23%
jan/240,23%3,23%
Fonte: FGV-SP

Como você pode ver na tabela acima, nos últimos 12 meses o índice vem aumentando regularmente, o que sinaliza o aumento dos preços de insumos e mão de obra no setor.

O que leva ao aumento do INCC?

O aumento do INCC em fevereiro de 2025 foi impulsionado principalmente pelos grupos Materiais, Equipamentos e Serviços e Mão de Obra, que, apesar da desaceleração, ainda têm pressionado os custos do setor.

O grupo Materiais, Equipamentos e Serviços subiu 0,45%, levemente acima dos 0,42% de janeiro. O destaque foi o subgrupo materiais para instalação, que passou de 0,33% para 0,75%, sinalizando uma recuperação intensa nos preços. Já os materiais para estrutura tiveram desaceleração, com a variação caindo de 0,44% para 0,17%.

No setor de Serviços, houve uma aceleração de 0,41% para 0,68%, impulsionada pelo aumento nos custos de projetos, que passaram de 0,52% para 0,81%.

A Mão de Obra, que havia avançado 1,13% em janeiro, desacelerou para 0,59% em fevereiro. Apesar dessa redução no ritmo, os custos trabalhistas seguem impactando a Construção Civil, especialmente em regiões com maior demanda por profissionais.

Portanto, por conta do acumulado de 1,23% no ano e 7,18% em 12 meses, o índice segue em alta, exigindo atenção de construtoras e incorporadoras no planejamento financeiro e orçamentário de seus projetos.

Metodologia de cálculo do INCC

Desde 2023, a metodologia de cálculo do Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) passou por uma atualização para refletir melhor a realidade do setor. A revisão considerou três aspectos principais: a estrutura de custos das construtoras, os padrões construtivos e a representatividade das cidades pesquisadas. 

Essas mudanças ajustaram os pesos dos itens avaliados, tornando o índice mais aderente aos reais custos encontrados na Construção Civil.

Estrutura de custos

Com base em orçamentos de empreendimentos realizados entre 2018 e 2022, a FGV revisou a composição dos custos de materiais e mão de obra. O número total de subitens analisados aumentou de 52 para 79, permitindo um monitoramento mais detalhado dos insumos. Na categoria de mão de obra, os subitens passaram de 11 para 19, refletindo melhor a diversidade dos serviços e funções presentes nos canteiros de obras.

Confira a correspondência entre os subitens do INCC antigo e do INCC atual (novo):

CódigoDescriçãoINCC (antigo)INCC (atual)Diferença
101Vergalhões e arames de aço ao carbono3,02%6,50%3,48%
102Aduela e alizar de madeira0,50%0,31%-0,19%
103Aluguel de máquinas e equipamentos1,86%1,53%-0,33%
104Areia lavada0,23%0,43%0,20%
106Placas cerâmicas para revestimento0,66%1,50%0,84%
109Carreto para retirada de entulho0,28%0,24%-0,04%
111Cimento Portland comum2,42%2,10%-0,32%
114Pias, cubas e louças sanitárias0,72%0,75%0,03%
115Eletrodutos de pvc0,30%0,80%0,50%
116Elevador3,51%3,88%0,37%
119Condutores elétricos0,92%1,32%0,40%
121Gesso0,38%0,30%-0,08%
122Impermeabilizante0,71%1,48%0,77%
123Esquadrias de alumínio1,85%2,78%0,93%
124Ladrilhos e placas para pisos0,21%0,46%0,25%
128Madeira para telhados1,11%0,37%-0,74%
129Mármore e granito trabalhados0,42%0,60%0,18%
131Materiais elétricos0,92%2,07%1,15%
132Metais para instalações hidráulicas2,02%0,71%-1,31%
133Pedra britada0,24%0,16%-0,08%
136Portas e janelas de madeira0,65%0,88%0,23%
141Projetos3,04%3,39%0,35%
151Tinta a óleo0,34%0,27%-0,07%
152Tinta à base de pva0,72%0,27%-0,45%
153Tubos e conexões de ferro e aço1,63%0,20%-1,43%
154Tubos e conexões de PVC1,80%2,36%0,56%
160Massa corrida para parede – PVA0,38%0,74%0,36%
162Argamassa1,93%0,84%-1,09%
163Massa de concreto2,27%4,45%2,18%
203Armador ou ferreiro1,65%3,04%1,39%
204Bombeiro3,14%3,07%-0,07%
205Carpinteiro (fôrma, esquadria e telhado)5,68%2,98%-2,70%
206Eletricista3,15%3,43%0,28%
207Encarregado2,62%2,50%-0,12%
208Engenheiro4,15%3,06%-1,09%
210Gesseiro1,69%0,87%-0,82%
213Pedreiro6,07%7,90%1,83%
214Pintor1,78%2,53%0,75%
215Servente9,73%2,00%-7,73%
Fonte: FGV-SP

Padrões construtivos

A atualização também levou em conta as diferenças nos processos de construção, ajustando os pesos dos materiais e equipamentos conforme o padrão construtivo. Dessa forma, o índice passou a distinguir melhor as variações de custo entre edificações populares, de padrão médio e de alto padrão, tornando a medição da inflação mais precisa para diferentes tipos de empreendimentos.

Peso dos padrões construtivos definidos para o INCC:

PadrõesPesos
Econômico (Eco)33%
Médio (Med)41%
Alto (Alt)26%
Fonte: FGV-SP

Representatividade das cidades

Embora o número de cidades analisadas tenha sido mantido em sete, os pesos de cada município no cálculo do INCC foram ajustados. Agora, a influência de cada localidade no índice final considera a relevância do setor da construção dentro de seu respectivo estado, garantindo um retrato mais fiel do comportamento dos preços no país.

Peso das cidades componentes do INCC:

CidadesINCC antigoINCC atual
Recife5,243,81
Salvador9,317,84
Belo Horizonte11,1316,16
Rio de Janeiro9,4914,27
São Paulo43,2944,51
Porto Alegre11,0410,54
Brasília10,52,87
Brasil100100
Fonte: FGV-SP

Impacto do INCC no orçamento de obras

Como você já pode perceber, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) desempenha um papel crucial na economia do setor da Construção Civil, especialmente no que diz respeito ao orçamento de obras. Seu impacto se dá de várias maneiras, influenciando desde o planejamento inicial até a conclusão dos projetos. 

Abaixo, destacamos os cinco principais aspectos do impacto do INCC no orçamento de obras:

1. Reajuste de contratos

O INCC é frequentemente utilizado como base para o reajuste de contratos de obras. Isso significa que, à medida que o índice varia, os valores contratuais entre fornecedores, construtoras e clientes podem ser ajustados, visando refletir as mudanças nos custos dos materiais, mão de obra e serviços. Este mecanismo assegura uma compensação justa frente à inflação setorial.

2. Planejamento financeiro com o INCC

No planejamento de novos projetos, o INCC oferece uma base para a estimativa de custos futuros. Os profissionais da área utilizam o histórico e as tendências do índice para prever variações nos preços, permitindo uma elaboração mais precisa do orçamento. Isso é fundamental para evitar surpresas financeiras desagradáveis ao longo do desenvolvimento da obra.

3. Custos de construção

A variação do INCC reflete diretamente os custos de construção. Um aumento no índice indica que os preços dos materiais, da mão de obra e dos serviços estão crescendo, o que, por sua vez, eleva o custo total das obras. Isso pode levar a uma necessidade de revisão do orçamento e, em alguns casos, a ajustes no escopo do projeto para manter os custos sob controle.

4. Decisões de investimento

O INCC também influencia as decisões de investimento no setor. Investidores e incorporadoras analisam o índice para avaliar a viabilidade econômica de projetos futuros. Um período de alta no INCC pode sinalizar um momento menos oportuno para iniciar novas construções, devido ao aumento dos custos, enquanto uma estabilização ou queda pode indicar uma janela de oportunidade.

5. Negociações de preço

A evolução do INCC afeta as negociações de preços entre construtoras, fornecedores e clientes. Conhecendo a tendência do índice, as partes têm um parâmetro objetivo para discussões sobre ajustes de valores, seja para contratos em andamento ou novas contratações, proporcionando um terreno comum para negociações justas.

Por que o INCC afeta a inadimplência e como lidar com isso?

Se engana quem pensa que a alta de preços no setor é boa para quem vende. Na verdade, a inadimplência tende a aumentar quando os preços e os juros sobem. Afinal, os impactos desse aumento acabam afetando todos os setores, não só a Construção Civil.

Logo, os clientes também podem sofrer com problemas de renda e liquidez das suas economias. Então, de forma indireta, o aumento do INCC também pode indicar uma chance de aumento na inadimplência no setor, tanto de clientes novos quanto recorrentes.

A pergunta é: como lidar com isso? É o que vamos ver agora.

1. Ajustar os critérios de venda

Com o aumento do INCC, a tendência é que haja queda de vendas. Como medida de recuperação, muitas empresas fazem condições mais agressivas para não perder clientes. Mas aí está uma grande armadilha.

Se você fizer muitas vendas para clientes com potencial de inadimplência, a chance de ter problemas é alta. Por isso, ajuste os critérios de venda e até os torne mais restritivos, se for preciso. É melhor vender menos para clientes que pagam em dia do que bater metas artificiais com clientes inadimplentes.

E aqui não estamos falando de aumentar a burocracia. Afinal, o excesso de etapas na venda também custa dinheiro para você. O processo de vendas deve ser o mais simples possível, mas tome cuidado para não deixar os critérios tão acessíveis a ponto de vender para quem não tem como pagar.

2. Recompensar o pagamento em dia

Uma das piores coisas que você pode fazer é ameaçar um cliente inadimplente para que ele pague em dia motivado pelo medo. Aliás, há chance de isso apenas esquentar os ânimos e tornar a relação mais difícil ainda.

Em vez disso, existe uma abordagem muito melhor: recompensar e incentivar o pagamento em dia. Por exemplo, vale a pena retirar a multa ou os juros se a pessoa pagar a dívida e corrigir o problema dentro de um prazo curto. Você também pode enviar pequenos lembretes antes de vencer o prazo do pagamento, com um pequeno desconto por antecipação.

3. Facilitar o pagamento

Aumentar as opções de pagamento de acordo com o histórico do cliente é uma boa forma de garantir que ele pague em dia. Então, em vez de oferecer apenas um ou dois modelos de pagamento, você pode expandir as formas de receber.

Mas aqui vai um alerta: clientes com histórico de inadimplência não podem ter acesso amplo a crédito que coloque em risco o seu recebimento, como cheques. Por isso, só aceite modelos de pagamento que garantam que você terá o dinheiro no prazo, como cartão de crédito e débito, Pix e outros.

Em alguns casos, você pode fazer parceria com alguma instituição de pagamento para aceitar boletos parcelados. Mesmo com os juros que o cliente paga, talvez ele prefira assim, e você terá o dinheiro adiantado pela instituição financeira, sem riscos.

4. Embutir a inadimplência nos preços

O combate à inadimplência precisa ser proativo e pragmático, ou seja, desde o início no planejamento e elaboração de orçamentos você precisa pensar nisso. Além disso, não adianta pensar que vai ser possível evitar a inadimplência em 100% dos casos.

Pensando nisso, uma solução que você pode (e deve) adotar é embutir o custo da inadimplência no preço final das suas vendas ou alugueis. Sim, é essencial entender que a inadimplência tem um custo alto para a sua empresa, que muitas vezes fica escondido.

Portanto, considere incluir nesses custos coisas como:

  • Assessoria jurídica de cobrança;
  • Advogado;
  • Problemas com fluxo de caixa por falta de receita.

Muitas empresas cobram um valor entre 5% e 10% maior do que calculado nos orçamentos, justamente para cobrir possíveis prejuízos com a gestão de inadimplência. Você pode fazer o mesmo como forma de garantia antecipada.

Assim, o aumento histórico do INCC deve abrir os olhos de gestores de construtoras e incorporadoras quanto ao aumento da inadimplência no setor. Mas, se você seguir as dicas que viu aqui, vai manter a situação sob controle.

Conclusão 

O ajuste de 0,51% no INCC em fevereiro deste ano traz consigo reflexões profundas sobre a dinâmica atual e futura do setor de Construção Civil. Embora modesta, a desaceleração em relação a janeiro sinaliza uma tendência de estabilização nos custos associados a materiais, mão de obra e serviços. 

No acumulado do ano, o INCC já registra 1,23%, enquanto a variação em 12 meses alcança 7,18%. Esse cenário indica um custo ainda elevado para o setor, mas com sinais de moderação quando comparado a períodos anteriores de maior volatilidade.

Essa desaceleração pode trazer um impacto positivo para construtoras e incorporadoras, ajudando no planejamento financeiro e na definição de estratégias para novos projetos. Além disso, um menor ritmo de aumento nos custos pode contribuir para a estabilidade do mercado imobiliário, favorecendo investidores e consumidores.

Ainda assim, é essencial que profissionais e empresas do setor mantenham atenção às tendências do INCC e demais indicadores econômicos. A capacidade de adaptação às oscilações dos custos continua sendo um diferencial competitivo para garantir a viabilidade dos empreendimentos e a sustentabilidade do setor.

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