Descubra como fazer uma gestão de mão de obra eficiente por meio de dicas práticas, tipos de contratação, indicadores de desempenho e o papel da tecnologia nessa etapa.

De acordo com uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV-Ibre), mais de 82% das empresas de Construção Civil enfrentam o problema de escassez de mão de obra. Para 21% das companhias entrevistadas, esse é um dos principais motivos de atrasos nas entregas das construções.

Além de comprometer prazos, esse problema também começa a pressionar a inflação. Ainda segundo a pesquisa, para evitar um possível prejuízo, 18% das construtoras já estão repassando os aumentos de custos para os preços finais.

Para contornar esse problema, uma boa gestão de mão de obra é essencial. É preciso aplicar estratégias que aumentem a retenção e a produtividade das equipes, otimizem processos e engajem os profissionais nas atividades. Mas mais que isso: é preciso proporcionar uma melhor qualidade de vida no trabalho.

Por isso, neste artigo, você vai entender como estruturar uma boa gestão de mão de obra na Construção Civil por meio de dicas práticas para você utilizar o quanto antes. Conheça agora uma gestão que acontece de forma mais estratégica, com foco em pessoas, desempenho e resultados. 

Vamos lá? 

Principais desafios da gestão de mão de obra

A gestão de mão de obra na indústria da Construção Civil tem ganhado cada vez mais destaque. A escassez de profissionais qualificados, como já mencionamos, acaba resultando em diversos problemas que poderiam ser evitados com uma equipe coesa e eficiente com o que se propõe. 

Por isso, não há dúvidas de que esse é um dos principais desafios dos gestores hoje, mas não para por aí. Vamos nos aprofundar um pouco mais sobre isso abaixo. 

Escassez da mão de obra qualificada

A dificuldade em encontrar profissionais qualificados já faz parte do dia a dia das construtoras. Em muitos casos, é preciso buscar trabalhadores em outras regiões para suprir a demanda, o que torna o processo de contratação mais complexo, lento e oneroso.

Além disso, nem sempre os profissionais disponíveis no mercado possuem a qualificação técnica necessária para executar as funções com a qualidade esperada. Isso pode gerar retrabalho, comprometer prazos e impactar a entrega final das obras.

Para amenizar esse cenário, muitas empresas têm investido em treinamentos internos e ações de capacitação, assumindo o papel de formar suas próprias equipes técnicas. Essa iniciativa, apesar de exigir esforço e planejamento, pode trazer bons resultados a médio e longo prazo.

Gestão de curto prazo das obras

Outro desafio crítico está na gestão de curto prazo das obras — o que tem relação direta com o desempenho da mão de obra no canteiro.

Um planejamento eficiente nesse horizonte mais próximo ajuda a ter um fluxo mais contínuo de trabalho. Isso significa organizar as frentes de serviço de forma que, ao concluir uma etapa, a equipe tenha todas as condições para seguir imediatamente para a próxima, evitando períodos de inatividade.

Essa lógica se alinha com os princípios da Lean Construction, metodologia que busca eliminar desperdícios e aumentar a produtividade das obras. Quando a gestão de curto prazo é bem definida — e conectada com o planejamento de médio e longo prazo —, todos os envolvidos sabem o que precisa ser feito, quando e como, o que contribui para manter a qualidade e cumprir os prazos e custos estabelecidos.

Falta de uso da tecnologia na gestão

Em muitos canteiros de obras, a gestão de mão de obra ainda é feita de forma manual, com planilhas soltas, registros em papel e processos pouco integrados. Essa falta de digitalização dificulta o acompanhamento em tempo real da obra, comprometendo a produtividade e aumentando a chance de erros operacionais.

O uso de ferramentas voltadas para a Construção Civil pode transformar esse cenário. Com elas, é possível automatizar tarefas, integrar setores, centralizar informações e aumentar a agilidade e o controle no dia a dia da obra — pontos fundamentais para lidar com a escassez de profissionais e manter a eficiência do canteiro.

3 pontos de vista da gestão de mão de obra

Mas a verdade é que mais do que gerir pessoas no canteiro de obras, a gestão de mão de obra possui três pontos de vista diferentes: do trabalhador, da empresa e da atividade.

Essas três perspectivas podem ser trabalhadas separadamente. Contudo, pelo fato de se integrarem, se você deseja ter uma gestão eficiente, precisa compreendê-las.

gestão de mão de obra

Trabalhador

Foi-se a época em que para ser um bom gestor era preciso premiar bons colaboradores e penalizar os que não cumpriam o desempenho esperado. Os funcionários precisam estar motivados e satisfeitos para fazer um bom trabalho, o que reflete diretamente a qualidade da gestão.

É preciso compreender que, para a sua construtora ter bons resultados, seus colaboradores precisam estar felizes e focados em alcançar o mesmo objetivo que você: o sucesso do projeto.

Um bom ponto de partida é compartilhar as mudanças e decisões com todos os colaboradores e permitir que eles também expressem sua opinião ou deem sugestões. Isso irá fazer com que eles se sintam parte da equipe e importantes para o projeto.

Empresa

O objetivo da sua construtora, muito provavelmente, é ter sucesso e bons clientes, certo? Para isso, seu planejamento e sua gestão de mão de obra são peças chave fundamentais.

Muitas empresas contratam a mão de obra ainda na fase do planejamento e na maioria das vezes não se atenta à qualificação dos funcionários ou até mesmo não avalia o perfil de cada um para as tarefas que serão desempenhadas.

Por isso é muito comum ver construtoras sofrerem com problemas relacionados a acidentes de trabalho, faltas de colaboradores, serviços mal executados, entre outros.

Na estratégia de competitividade da sua empresa frente ao mercado, deve-se considerar a gestão de mão de obra eficiente. A satisfação das necessidades dos seus colaboradores deve ser uma preocupação constante, levando em consideração que tais vão além das básicas, como alimentação e moradia.

Proporcionar cursos de capacitação, benefícios que envolvam não somente os funcionários, mas também seus familiares, fará com que você alcance patamares mais elevados de satisfação, que dizem respeito ao lado social, de auto estima e auto realização.

Atividade

Em relação ao contexto da atuação das empresas, as características da mão de obra local e a variação da demanda por trabalhadores em função do tempo deve ser avaliada antes do início da obra.

Isso porque algumas atividades podem exigir um nível de capacitação mais elevado e pode ser necessário a implementação de algum curso de formação ou a adoção de novas tecnologias. Tudo isso levando em consideração a quantidade, aptidão e nível de especialização de mão de obra disponível.

Para começar a implementar uma boa gestão de mão de obra, tenha esses três pontos de vista em mente. Logo você poderá avaliar os benefícios que isso pode garantir a sua construtora. 

E lembre-se: aplicar melhorias no ambiente de trabalho e na qualidade de vida e bem estar dos colaboradores no canteiro de obras não é um custo, é um investimento que trará muitas vantagens para sua construtora e seus funcionários.

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Tipos de mão de obra no setor da Construção

Podem existir diferentes tipos de mão de obra no setor da Construção Civil, e saber quais são eles é essencial para uma gestão eficiente. A forma como os profissionais são contratados ou alocados em uma obra pode impactar diretamente o planejamento, os custos, o controle de produtividade, os riscos trabalhistas e até o clima organizacional.

Por isso, a seguir, veja as principais classificações de mão de obra e como elas influenciam na gestão.

Mão de obra direta ou indireta?

Embora ambos os tipos de mão de obra sejam fundamentais, suas métricas e formas de acompanhamento são diferentes, e a gestão precisa considerar isso na alocação de recursos e na definição de responsabilidades. Vamos ver os principais pontos de cada uma.

Mão de obra direta 

A mão de obra direta é aquela envolvida diretamente na execução das atividades da obra, como pedreiros, armadores, serventes e eletricistas. É com essa equipe que se mede a produtividade física do canteiro, e sua gestão exige atenção constante a metas, segurança, qualidade e ritmo de produção.

Mão de obra indireta

Por outro lado, a mão de obra indireta abrange profissionais que dão suporte à operação, mas que não atuam diretamente na produção. Engenheiros, mestres de obras, encarregados e técnicos de segurança entram aqui. A gestão desse grupo envolve controle de processos, supervisão, comunicação e apoio técnico.

Mão de obra contratada, terceirizada ou temporária?

Aqui nós nos referimos basicamente ao modelo de contrato que será utilizado. Cada um deles vai ter impactos distintos sobre os custos, riscos jurídicos e nível de controle da operação e, por isso, é importante saber diferenciá-los. 

Contratada

São os colaboradores contratados diretamente pela construtora, geralmente com vínculo CLT. A vantagem está no controle direto sobre treinamento, cultura da empresa e continuidade entre os projetos. A gestão tende a ser mais estável, mas os encargos trabalhistas são mais altos.

Terceirizada

A responsabilidade formal é da empresa prestadora de serviços, mas a contratante ainda precisa acompanhar de perto os resultados. O uso de mão de obra terceirizada pode trazer mais flexibilidade, mas é preciso uma atenção especial aos contratos, fiscalização e qualidade do serviço entregue.

Temporária

Utilizada principalmente em picos de produção ou em etapas específicas da obra, a mão de obra temporária deve ser contratada dentro das regras da Lei nº 6.019/74. É uma alternativa útil para demandas pontuais, mas o gestor deve redobrar o cuidado com a integração e a adaptação desses profissionais ao ritmo da obra.

CLT, PJ ou cooperativas?

A escolha entre CLT, PJ ou cooperativa deve ser de acordo com o tipo de serviço, a duração da obra, o nível de especialização exigido e os riscos trabalhistas envolvidos. Para o gestor, isso significa adaptar controles, comunicação e processos de acordo com o tipo de vínculo presente em cada frente de trabalho.

CLT (Consolidação das Leis do Trabalho)

É o regime mais tradicional do país e oferece maior estabilidade e proteção ao trabalhador. Para a construtora, traz controle direto e facilidade de integração, porém, é importante levar em consideração os encargos e as obrigações legais.

PJ (Pessoa Jurídica)

Contrato por PJ quer dizer contratar profissionais autônomos como empresa. Esse método traz mais flexibilidade e menos encargos, mas exige uma gestão cuidadosa para não configurar vínculo empregatício. Ideal para funções especializadas e temporárias.

Cooperativas

Nessa modalidade, os profissionais são vinculados a uma cooperativa, que presta serviços à construtora. É uma alternativa que pode reduzir custos, mas que também exige um bom gerenciamento contratual, especialmente quanto à responsabilidade solidária e à regularidade da cooperativa.

Conhecer os tipos de mão de obra disponíveis e entender suas particularidades é um passo fundamental para uma gestão mais eficiente, segura e estratégica. Com uma equipe bem dimensionada e vínculos bem estruturados, a construtora consegue alinhar produtividade, custo e qualidade — elementos indispensáveis para a competitividade no setor.

Uma boa gestão da mão de obra tem muitos benefícios

Por que você deveria focar em implementar boas práticas de gestão de mão de obra na sua empresa? Na verdade, razões não faltam, muito pelo contrário. Em resumo, podemos dizer que o sucesso do gerenciamento da obra está diretamente ligado à forma como é feita a gestão de pessoas no seu negócio.

Nesse sentido, engajar os profissionais, proporcionando condições, crescimento e benefícios, ajuda, por exemplo, a reter talentos e evitar a rotatividade. Como sabemos, o famoso turnover, infelizmente, é muito comum nos canteiros de obras.

Da mesma forma, faltas e atrasos que prejudicam o andamento do trabalho são frequentes. Mas com funcionários motivados, esses índices também tendem a diminuir bastante.

Todos esses fatores e também outros efeitos da gestão de pessoas impactam positivamente o gerenciamento do canteiro de obras. Confira quais são os benefícios de adotar uma boa gestão de pessoas na sua construtora.

Equipe mais satisfeita

Ao promover o entusiasmo, oferecendo benefícios, capacitação e contando com líderes empáticos, a empresa, evidentemente, aumenta a satisfação dos colaboradores. Isso faz com que eles tenham uma visão mais positiva do próprio trabalho e do contratante.

Ainda, quando se sentem realmente parte da equipe, os profissionais mostram mais comprometimento com o emprego e com a execução de suas tarefas. Para que a satisfação seja mantida, é importante que o gestor demonstre reconhecimento em relação aos feitos do time e de cada um dos seus integrantes.

Ganho de produtividade do time

Delegar responsabilidades e acompanhar o desempenho do trabalhador de perto também é parte da gestão de pessoas no canteiro de obras. Todavia, não é só isso que garantirá a produtividade da equipe.

É fato que um profissional que se sente estimulado a fazer o seu trabalho bem-feito é muito mais eficiente. Logo, será muito mais fácil manter um trabalhador focado em suas metas, se ele estiver satisfeito com a gestão.

Esses fatores garantem a realização de entregas de qualidade, dentro do cronograma e dos padrões exigidos. Ainda, a assiduidade, assim como o fato de não ter que realizar novas contratações durante a construção, também corrobora para o aumento da produtividade.

Menos acidentes no canteiro de obras

O trabalho na Construção Civil envolve alguns riscos, por isso, exige a garantia da segurança dos colaboradores. Essa preocupação, com a contratação de um bom seguro de vida em grupo, define uma boa gestão de pessoas.

Além de cumprir as NRs, fixando sinalizações e impondo a utilização de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) e Coletiva (EPC), é importante conscientizar sobre os perigos. 

Para tanto, o treinamento dos profissionais ajuda a evitar acidentes que geram multas, atrasam a obra e, o pior, colocam vidas em risco.

Melhor aproveitamento de recursos

Promover cursos de capacitação é relevante por vários motivos — um deles é ensinar sobre o uso consciente e otimizado de recursos. Com treinamento adequado, os profissionais aprendem a reduzir perdas que geram custos para a construtora.

Nesse sentido, a transparência na gestão, como já citamos, também tem um papel crucial, pois é interessante que os colaboradores conheçam a realidade da empresa. Assim, conscientes de toda estrutura necessária para uma construção, eles serão mais cautelosos em evitar desperdícios de materiais e insumos.

Redução de custos

O melhor aproveitamento dos recursos, a minimização de riscos no canteiro e o aumento da satisfação e da produtividade do time resultam, invariavelmente, em redução de custos. Portanto, o investimento em gestão de pessoas traz resultados concretos para o negócio.

Em contextos de crise os gestores vão sendo desafiados a fazer mais com menos. Em um planejamento estratégico com o intuito de superar esse momento e minimizar os prejuízos, o gerenciamento de pessoas pode trazer bons resultados.

Otimização da gestão

Como você pode imaginar, o sucesso da administração de um projeto de Construção Civil está relacionado com o engajamento e o desempenho dos colaboradores.

Uma equipe fortalecida e capacitada, que trabalha com foco e harmonia, simplifica a gestão de obras e evita problemas que podem atrasar as entregas.

9 dicas essenciais para uma boa gestão de mão de obra

Depois de entender os benefícios de uma gestão de mão de obra bem estruturada, é hora de colocar em prática ações que realmente fazem a diferença no dia a dia do canteiro.

A seguir, reunimos 9 dicas que ajudam a aumentar a produtividade, reduzir falhas, engajar equipes e fazer entregas mais eficientes — sempre com foco em resultados e na valorização das pessoas envolvidas.

1. Contrate bons profissionais

Sem bons profissionais no time, não podemos fazer muita coisa. Portanto, é fundamental tomar algumas atitudes para atrair e reter bons talentos. 

Primeiro, divulgue a vaga. Ao divulgar a vaga para o público-alvo e pelo canal certo, a construtora aumenta muito as chances de ter sucesso na contratação. 

É preciso definir, de modo estratégico, a ferramenta a ser usada para divulgar as vagas e encontrar profissionais qualificados. Uma das alternativas é contar com sites especializados.

Ao divulgar as vagas, deixe claro qual será a função de cada um e qual o tipo de serviço a ser executado. A correta divulgação, com todas as especificações, facilita o processo e garante uma seleção mais exitosa. 

Muito além da competência e da formação técnica para a função, busque identificar se o candidato à vaga é idôneo, responsável e pontual. Estas são características que também influenciam e, de algum modo, podem definir seu desempenho nas atividades laborais.  

A Carteira de Trabalho não é a única fonte de informação sobre a carreira do candidato. Busque saber mais sobre ele — perfil, qualidades e o motivo da saída de obras ou empregos anteriores — se possível com as empresas nas quais ele já trabalhou. 

Outro aspecto importante deve ser avaliado: o candidato busca aprimoramento, estuda, faz cursos? O conhecimento e a atualização também impactam no seu rendimento. Mais adiante nos aprofundaremos mais sobre como contratar bons profissionais. 

2. Reconheça e nomeie líderes na gestão de obra

Para conduzir a obra, é preciso ter um time completo, qualificado e focado nas principais metas do projeto. O desempenho de cada profissional reflete na qualidade do trabalho desenvolvido e também, no ritmo de andamento da obra. 

Assim, ter um líder preparado comandando as equipes é fundamental para tornar a gestão de obra mais eficiente e eficaz. Mas para eleger um líder, antes é preciso identificá-lo.

Dentre os profissionais da equipe, engenheiros, mestres de obras e encarregados destacam-se porque intuitivamente, pelas funções que acumulam, eles tendem a assumir a responsabilidade de liderar e motivar os profissionais. 

Os responsáveis pela gestão de obra da construtora têm o desafio de observar os profissionais e buscar reconhecer neles as características e atitudes inspiradoras de liderança. 

Ao identificar um potencial líder, peça para tomar a frente dos trabalhos, ajudando na gestão de obra e motivando e engajando a equipe. O sucesso da construtora depende do trabalho de líderes maduros e profissionais dedicados e produtivos.  

3. Pense na terceirização de alguns profissionais

Como a construtora desenvolve diferentes projetos e, muitas vezes, vários simultaneamente, nem sempre é possível executar a obra somente com os profissionais que integram o time. 

Além disso, dependendo da fase e da gestão de obra, vale a pena contratar profissionais especializados por meio da terceirização.

Para as construtoras que optam pela contratação de mão de obra terceirizada, vale destacar que lhes cabe a responsabilidade subsidiária. Ou seja, em caso de descumprimento das obrigações trabalhistas por parte da terceirizada, e da impossibilidade de arcar com as dívidas resultantes, a empresa contratante pode ser acionada pelo trabalhador que recorre à justiça.

4. Ofereça benefícios para quem é assíduo 

O absenteísmo, indicador que mede a ausência dos funcionários em executar suas atividades ou funções laborais, é preocupação constante nas empresas, e na Construção Civil não é diferente. 

Para incentivar a pontualidade e a assiduidade, muitas empresas vêm concedendo bônus aos funcionários assíduos. Para quem bate o ponto todos os dias, a premiação é dada em dinheiro e pode chegar a 12% do salário mensal. 

Com a implantação do projeto de bonificação por assiduidade, as empresas registram índices bem mais altos de presença no trabalho. Faça o teste!

5. Planeje dias de folga e férias aos colaboradores, de modo justo

Além de ser direito do trabalhador, o dia de folga é uma pausa saudável. Depois do descanso, até a produtividade aumenta. Na gestão de obra, a construtora deve conceder aos profissionais, no mínimo, um dia de folga por semana. Os dias de descanso são regulamentados pela Lei n° 605, de janeiro de 1949.

Cabe à empresa especificar em qual dia da semana será o descanso, já que não é obrigatório conceder a folga aos sábados e domingos. Ainda assim, o ideal é definir um ou dois dias semanais de descanso, para que o trabalhador possa se programar. 

Se a construtora precisar que o profissional trabalhe no domingo ou feriado, é possível, desde que seja concedido um dia de folga/semana. Outra alternativa é compensá-lo com o pagamento do adicional de 35%.

Assim como todo trabalhador, os profissionais da Construção Civil têm direito a usufruir de férias após cumprir o período aquisitivo de um ano. O número de dias de férias é escalonado, de acordo com a assiduidade do trabalhador. 

Conforme prevê o Decreto-lei n° 1.535, de abril de 1977, quem não faltou mais de cinco vezes no ano tem direito aos 30 dias, e assim por diante. Além de ser justo (e obrigatório!) conceder as férias, é importante oportunizar a escolha do período ao trabalhador. 

De todo modo, analise antes se o período escolhido não prejudica o andamento da obra e, se for o caso, negocie com o profissional. Quando o gestor mantém diálogo aberto com os envolvidos fica fácil chegar a um consenso. 

É bom ter em mente que ao usufruir de um período de férias o profissional sempre volta mais disposto e motivado.

6. Estabeleça metas semanais e acompanhe a produção

Não se pode controlar o que não é medido. Por isso, é fundamental ter clareza sobre o quanto cada equipe deve produzir em um determinado período, além de acompanhar o que realmente foi entregue.

Criar metas semanais e, ao final da semana, avaliar quanto foi cumprido ajuda a manter o time alinhado e os prazos sob controle. Para isso, o uso de indicadores como o PPC – Percentual de Pacotes Concluídos é uma boa prática de gestão — falaremos mais sobre outros indicadores a seguir. 

7. Analise a estabilidade da produção

Além de medir quanto foi produzido, também é importante entender como a produção evolui ao longo do tempo. A estabilidade da produção é um conceito essencial na filosofia Lean, e indica o quanto a equipe está conseguindo seguir o planejamento de forma constante e previsível.

Quando não há estabilidade, os indicadores costumam oscilar bastante, o que dificulta a programação da obra e gera incertezas na gestão. Acompanhar esses dados permite identificar gargalos, ajustar processos e garantir um fluxo de trabalho mais estável e eficiente.

8. Promova o engajamento da equipe

Um dos maiores desafios na gestão de mão de obra é manter o time motivado e comprometido com o andamento do projeto.

Uma forma eficaz de promover o engajamento é envolver os profissionais no planejamento. Reuniões semanais no canteiro, onde as metas são apresentadas, discutidas e ajustadas com base nas contribuições da equipe, são um ótimo caminho.

Quem está na linha de frente da execução pode oferecer feedbacks valiosos, além de se sentir mais valorizado e parte do processo.

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9. Use a tecnologia a seu favor

Muitas construtoras ainda utilizam controles manuais ou planilhas descentralizadas para gerenciar a mão de obra. Esse tipo de processo consome tempo, gera falhas e reduz a eficiência.

Com o uso de ferramentas tecnológicas voltadas para a Construção Civil, é possível acompanhar a produtividade em tempo real, integrar equipes, automatizar tarefas operacionais e tomar decisões mais estratégicas com base em dados.

Adotar tecnologia na gestão de mão de obra é uma das formas mais rápidas e eficazes de aumentar a eficiência no canteiro.

Indicadores de desempenho na gestão de mão de obra

Como mencionamos, controlar o desempenho da mão de obra é uma das etapas mais importantes para garantir produtividade, qualidade e eficiência no canteiro. Para isso, o uso de indicadores — os chamados KPIs (Key Performance Indicators) — permite acompanhar, de forma objetiva, como está a performance das equipes e quais ajustes são necessários ao longo da execução.

Vamos ver alguns deles a seguir.

Índice de retrabalho

Esse indicador mede a quantidade de serviços que precisaram ser refeitos durante a execução da obra. O retrabalho gera desperdício de tempo, aumenta os custos e impacta negativamente a qualidade da entrega. Acompanhar esse índice ajuda a identificar falhas nos processos, falta de alinhamento entre equipes ou necessidade de reforçar treinamentos técnicos.

Produtividade por homem/hora

A produtividade por homem/hora avalia quanto cada trabalhador (ou equipe) consegue produzir dentro de um determinado período. Esse dado permite comparar frentes de trabalho, identificar gargalos e avaliar se os recursos humanos estão sendo bem aproveitados. É um indicador útil tanto no planejamento quanto no acompanhamento da produção.

Absenteísmo

O absenteísmo corresponde à frequência de faltas dos trabalhadores, sejam elas justificadas ou não. Altos índices podem indicar desmotivação, problemas de gestão, clima organizacional ruim ou até sobrecarga. O impacto direto está na quebra do ritmo da obra e na necessidade de constantes remanejamentos de equipe.

Custo por colaborador

Esse indicador considera o custo total de cada trabalhador, incluindo salários, encargos e benefícios, em relação à sua produtividade. Ele permite avaliar o retorno que cada colaborador entrega para a obra e também comparar os diferentes modelos de contratação, como os que você viu neste artigo, em termos de custo-benefício.

Turnover de equipes

O turnover mede a rotatividade dos profissionais no canteiro. Substituições frequentes podem comprometer a continuidade da produção, gerar custos com novas contratações e dificultar a formação de equipes bem integradas. Monitorar esse dado ajuda a identificar problemas no processo seletivo, no ambiente de trabalho ou nas condições oferecidas aos colaboradores.

Esses indicadores oferecem uma visão clara do desempenho das equipes e embasam a tomada de decisões na gestão de mão de obra. Com dados em mãos, o gestor pode agir de forma preventiva, desde que saiba como analisar e o que fazer com essas informações.

Por este motivo, é fundamental ter o profissional certo para essa função. Vamos falar mais sobre isso a seguir. 

Como contratar um gestor de mão de obra

Com a crise econômica do país, a indústria da Construção Civil se deparou com a necessidade de enxugar suas equipes e trabalhar sob demanda. Por conta dessa redução de colaboradores, a gestão de mão de obra se tornou algo ainda mais importante.

Mas mais importante do que ter uma boa gestão de mão de obra, é ter um bom gestor de mão de obra. E talvez, a essa altura, você deva estar se perguntando: como eu contrato um bom gestor para a minha construtora? 

Pois a resposta pode ser mais simples do que você imagina:

gestão de mão de obra

Talvez você já tenha um colaborador qualificado para a vaga

Às vezes nós estamos em busca de algo que pode estar bem na nossa frente, não é mesmo? Isso pode acontecer na sua empresa na hora de buscar um gestor de mão de obra. E porque não dar a oportunidade para quem já está dentro da construtora?

É possível que você já possua no seu quadro de funcionários um gestor de mão de obras qualificado e com experiência. Isso torna tudo mais fácil. Pode acontecer que o colaborador não esteja tão qualificado, mas tenha o perfil perfeito para a vaga de gestão.

Descubra se ele não tem interesse no novo cargo e, caso tenha, avalie a possibilidade de oferecer essa qualificação. Algumas vantagens ao promover e qualificar um profissional são:

  • Redução de custos em uma nova contratação;
  • Conhecimento, por parte do novo gestor, da equipe, da políticas e dos objetivos da empresa;
  • O colaborador se sentirá valorizado e motivado, transferindo essa mesma sensação para os seus colegas;
  • Sua construtora terá um profissional qualificado e especializado;
  • Menos rotatividade de trabalhadores.

Oferecer essa oportunidade para os seus colaboradores antes de anunciar a vaga externamente mostra que a sua construtora se preocupa com o sucesso e o bem estar dos funcionários. E é exatamente isso que se aplica na gestão de pessoas.

Não encontrou o profissional internamente? Divulgue a vaga

Caso sua construtora não tenha nenhum profissional com perfil para a vaga, então divulgue a mesma em sites, redes sociais da empresa e em canais especializados de recrutamento. Indicações também são sempre bem-vindas na hora de contratar — no entanto, às vezes essas indicações não têm o perfil que você precisa, então divulgar a vaga é mesmo a melhor opção. 

Para começar, seja minucioso com a descrição das tarefas que serão desempenhadas no cargo de gestor de mão de obras e não deixe de colocar quais são os critérios necessários para a função. Assim você evita entrevistar candidatos que não se encaixam no perfil que você busca.

Outro ponto importante na divulgação da vaga é informar a remuneração e os benefícios. Não pense que pagando menos do que é justo você encontrará o profissional que deseja. Ofereça o que está de acordo com o mercado.

Avalie a qualificação e perfil

Nem sempre a formação acadêmica está atrelada ao perfil profissional do gestor. Ele pode ser formado em Edificações e ter uma vasta experiência profissional com gestão de projetos. Mas isso não significa que ele tem perfil para ser gestor de mão de obra.

Talvez o perfil mais indicado para essa vaga seja um profissional que tenha formação em gestão de pessoas e tenha experiências na área, inclusive gestão de mão de obra.

Sendo mais criterioso quanto a isso você evita que o tempo de adaptação do funcionário seja maior. Afinal ele já sabe como deve trabalhar, inclusive os tipos de pessoas que precisará gerir.

A tecnologia como aliada na gestão de mão de obra

A adoção de tecnologias voltadas para a Construção Civil tem se mostrado essencial para tornar a gestão de mão de obra mais eficiente, estratégica e integrada. Em vez de depender de controles manuais e planilhas descentralizadas, muitas construtoras estão investindo em sistemas especializados que permitem centralizar informações, automatizar tarefas e tomar decisões com base em dados confiáveis.

Soluções como ERPs e plataformas de planejamento de obras oferecem benefícios importantes, como:

  • Integração e padronização de processos;
  • Eliminação de redundâncias e retrabalhos;
  • Redução do tempo em operações administrativas;
  • Obtenção de informações em tempo real;
  • Controle mais apurado de contratos, equipes e produção;
  • Base única de dados para facilitar a comunicação entre os envolvidos;
  • Diminuição do uso de planilhas manuais e ganho de produtividade.

Além disso, algumas plataformas permitem cadastrar empreiteiros e equipes diretamente no cronograma, associando metas de produção ao cronograma e facilitando a visualização do fluxo de trabalho. A exportação de programações, o acompanhamento de contratos e medições, e a geração de indicadores de desempenho tornam o processo mais transparente e gerenciável.

Ferramentas como a Prevision Obra e o Sienge Plataforma são ótimos exemplos de como a tecnologia pode apoiar o planejamento e o controle da mão de obra no canteiro, integrando as equipes às metas do projeto e facilitando o acompanhamento dos resultados.

Ao investir nesse tipo de tecnologia, sua construtora passa a operar com mais previsibilidade, agilidade e controle — algo fundamental em um setor que ainda enfrenta desafios como a escassez de profissionais e a pressão por prazos e custos.

Conclusão

Ao longo deste artigo, você viu que a gestão de mão de obra é um dos pilares fundamentais para o sucesso na Construção Civil. Em um setor marcado por diversos desafios, é essencial adotar práticas que ajudem a organizar melhor as equipes, promover o engajamento dos colaboradores e trazer mais eficiência ao canteiro.

Por isso, conhecer os diferentes tipos de mão de obra, entender os modelos de contratação, acompanhar indicadores de desempenho e investir no uso de tecnologias são passos fundamentais para construir uma gestão mais estratégica, alinhada aos objetivos da construtora e às necessidades das equipes.

Além disso, o papel do gestor de mão de obra é decisivo: com liderança, organização e visão sistêmica, esse profissional contribui para melhorar o ambiente de trabalho como um todo, reduzindo desperdícios e aumentando a qualidade das entregas.

Portanto, mais do que uma obrigação operacional, a gestão de mão de obra deve ser vista como uma oportunidade de gerar valor para todos os envolvidos no processo construtivo — das equipes no canteiro aos resultados no fechamento da obra.

Agora que você já conhece os principais conceitos, desafios e boas práticas, é hora de aplicar esse conhecimento no dia a dia da sua construtora.