- O mercado imobiliário em Florianópolis é dinâmico e movimenta milhões de reais anualmente
- A cidade possui uma economia diversificada, com destaque para tecnologia, turismo, comércio e serviços
- É importante compreender as tendências e oportunidades do mercado local para o sucesso dos empreendimentos imobiliários.
O dinamismo do mercado imobiliário em Santa Catarina exige atenção constante de gestores e incorporadoras. Acompanhar as tendências, indicadores de vendas e novos lançamentos é crucial para a tomada de decisão estratégica e o sucesso de futuros empreendimentos.
Santa Catarina se consolida como um dos estados mais atrativos para investimentos na Construção Civil no Brasil, impulsionado por sua qualidade de vida, economia diversificada e atração de talentos e capital.
O mercado imobiliário de Florianópolis é, historicamente, um epicentro desse crescimento. A capital catarinense, com sua economia forte em tecnologia e serviços, continua a ditar o ritmo para as cidades vizinhas.
Para auxiliar no planejamento de incorporadoras, este artigo traz a atualização completa com os dados mais recentes do mercado imobiliário Santa Catarina em 2025. Analisaremos o desempenho geral do estado e cidades de destaque, segmentando por faixas de mercado (econômico, médio e alto padrão) e oferecendo uma análise regionalizada, crucial para identificar as maiores oportunidades em Florianópolis e região.
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Índice
Como está o mercado imobiliário de Santa Catarina em 2025
O mercado imobiliário Santa Catarina mantém sua trajetória de forte crescimento e consolida a liderança na Região Sul do Brasil. O setor da Construção Civil no estado demonstrou vigor, com lançamentos de imóveis crescendo 94% em cinco anos, segundo dados da CBIC.
Os números mais recentes (março/2024 a março/2025) confirmam o protagonismo do estado. De acordo com a consultoria Brain, Santa Catarina foi responsável por 65% do Valor Geral de Vendas (VGV) de lançamentos na Região Sul, totalizando R$ 55,5 bilhões, superando Paraná e Rio Grande do Sul somados. No volume de unidades lançadas, o estado concentrou 50% do total regional no período.
Esse desempenho expressivo é resultado da atração de investidores e novos moradores, impulsionado pela alta qualidade de vida, segurança e economia robusta. O destaque é o crescimento nos segmentos de alto padrão e luxo no litoral catarinense, com cidades como Porto Belo e Itapema se tornando grandes polos nacionais do setor.
Não é de hoje que esse aumento vem acontecendo. O ano de 2024 registrou um VGV de unidades comercializadas de R$ 41,9 bilhões, uma alta de 108% ante 2021, conforme levantamento do GeoBrain, evidenciando desde então essa curva de valorização contínua.
Apesar da euforia do mercado, o principal fator de atenção para 2025 são os desafios macroeconômicos. Juros em patamares elevados e a necessidade de funding acessível para projetos continuam sendo obstáculos que incorporadoras precisam gerenciar com cautela estratégica.
As cidades mais promissoras de Santa Catarina para lançar em 2025
Como você viu acima, o mercado imobiliário em Santa Catarina tem oferecio as melhores perspectivas de retorno no país. Segundo o relatório FipeZAP (Fevereiro/2025) aponta que quatro das cinco cidades brasileiras com o metro quadrado mais caro são catarinenses (Balneário Camboriú, Itapema, Itajaí e Florianópolis).
Além disso, o Ranking MySide 2025 indica que quatro das cinco melhores cidades do Brasil para investir em imóveis são de SC, com Itapema liderando a rentabilidade (22,1% a.a. em imóveis na planta). A concentração de riqueza, a segurança jurídica e o forte crescimento populacional, especialmente no litoral, são alguns dos fatores que têm impulsionado o Valor Geral de Vendas (VGV) em todas as faixas.
Dados do GeoBrain (2024) destacam a força do Litoral Catarinense, que representa 77% do total de lançamentos no estado no acumulado de três anos, com VGV lançado de R$ 37 bilhões em 2024. A cidade de Porto Belo, por exemplo, foi a grande campeã em VGV e unidades lançadas e vendidas.
O PIB da região litorânea de Santa Catarina saltou de R$ 17 bilhões em 2010 para R$ 73 bilhões em 2021, um aumento de 326%, o que reflete o forte crescimento regional e atrai cada vez mais investidores.
Alto padrão
O segmento de luxo e super luxo é o principal vetor de crescimento do VGV e da valorização, impulsionado pela qualidade de vida e pela alta liquidez no litoral. Este aquecimento é validado pela atratividade classificada como ALTA no IDI Brasil para todas as cidades.
- Florianópolis: polo de tecnologia com alta qualidade de vida, possui aluguel de temporada rentável e mantém valorização consistente, mesmo com o alto custo da terra.
- Porto Belo: líder em VGV e unidades lançadas em 2024, impulsionada por novos empreendimentos e expansão da infraestrutura náutica e urbana.
- Balneário Piçarras: apresenta alto potencial de valorização, beneficiada pela proximidade com mercados de super luxo já consolidados (Itajaí e Balneário Camboriú).
Médio padrão
Este segmento é fundamental para absorver a demanda de famílias de classe média-alta e a migração de capital de outras regiões do país.
- Porto Belo: sua atratividade ALTA a coloca como o principal vetor para novas famílias e segunda moradia, devido ao seu crescimento explosivo.
- Florianópolis: com atratividade ALTA, a capital direciona lançamentos de Médio Padrão para bairros em expansão ou para a Grande Florianópolis, devido ao alto custo nas áreas mais centrais.
- Itajaí: com atratividade MÉDIA, é impulsionada pelo forte desempenho da economia portuária e pela geração de empregos, atraindo moradores e valorizando imóveis para moradia.
Padrão econômico
Este segmento está menos aquecido, principalmente nas cidades do litoral, pois o custo da Construção Civil e a valorização do metro quadrado já superam os tetos do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV). A atratividade nessas regiões é MÉDIA no índice.
- Florianópolis: a escassez de imóveis econômicos na capital tem sido suprida pela Grande Florianópolis, onde São José se destaca por ter o aluguel mais rentável do Brasil.
- Chapecó: forte demanda por habitação ligada à pujança do agronegócio e ao mercado de trabalho estável no Oeste catarinense.
- Joinville: maior polo industrial do estado, mantém uma demanda constante e sólida por unidades mais acessíveis para atender à sua vasta base de trabalhadores.
O principal fator que freia este setor é a combinação de juros elevados e funding mais caro, dificultando o crédito e a oferta de habitação econômica em um estado com alta valorização imobiliária. Para o presidente da ABRAINC, Luiz França, é crucial uma redução das taxas de juros e um olhar para novas alternativas de funding para proteger o crescimento do setor.
Acesse agora o “Funding Imobiliário: relatório do financiamento para construção” →
Como está o mercado imobiliário de Florianópolis em 2025
A capital catarinense, um polo de tecnologia e qualidade de vida, mantém-se como um dos mercados mais valorizados do Brasil na Construção Civil. O mercado imobiliário de Florianópolis apresentou um crescimento notável nas vendas, chegando a dobrar no primeiro trimestre de 2025 em relação ao mesmo período de 2024.
Segundo o índice FipeZAP, a capital é a quinta cidade com o metro quadrado mais caro para venda de imóveis residenciais no Brasil, com R$ 11.971 m². A fim de comparação, o preço médio do metro quadrado no Brasil atualmente é de R$ 9.130/m².
Desempenho por padrão de imóveis
Segundo o Índice de Demanda Imobiliária (IDI Brasil), a cidade se mostra atrativa de forma unânime entre os diferentes padrões, com ênfase para o alto padrão. Confira abaixo:
- Alto Padrão: A cidade de Florianópolis subiu para a 5ª posição no ranking nacional de Alto Padrão, com nota 0,681. O mercado é impulsionado pelo crescimento do polo tecnológico e pela demanda por exclusividade e qualidade de vida.
- Médio Padrão: Houve uma leve queda, passando da 8ª para a 9ª posição, embora mantenha uma nota alta de atratividade (0,661).
- Padrão Econômico: O segmento apresentou uma recuperação significativa, subindo três posições para o 16º lugar. No entanto, a oferta de imóveis nesta faixa é escassa na capital, devido à alta valorização e ao custo da terra, sendo a demanda muitas vezes absorvida pela Grande Florianópolis.
O cenário apresentado no IDI Brasil demonstra que o mercado imobiliário de Florianópolis está exigindo uma abordagem mais nichada. A recuperação do Padrão Econômico e a consolidação do Alto Padrão indicam que de repente as oportunidades estejam nas extremidades: em projetos de luxo com alto valor agregado ou em unidades mais acessíveis e bem localizadas, frequentemente absorvidas pela região metropolitana.
Acesse o Índice de Demanda Imobiliária (IDI Brasil) na íntegra para se atualizar ainda mais →
Os bairros mais valorizados de Florianópolis
O relatório FipeZAP também destacou os 10 bairros mais valorizados da capital catarinense para a venda de imóveis. São eles:
- Agronômica: R$ 14.267/m²;
- Córrego Grande: R$ 13.156/m²;
- Centro: R$ 12.973/m²;
- Itacorubi: R$ 12.049/m²;
- Trindade: R$ 12.017/m²;
- Coqueiros: R$ 11.365/m²;
- Saco dos Limões: R$ 11.100/m²;
- Estreito: R$ 10.597/m²;
- Ingleses: R$ 9.441/m²;
- Capoeiras: R$ 8.204/m².
Para incorporadoras, o investimento nestas regiões valorizadas exige foco em produtos de alto valor agregado. A estabilidade dos preços do FipeZAP nestes bairros consolidados sinaliza menor volatilidade e maior segurança para o capital investido em empreendimentos de luxo ou de médio-alto padrão.
População do Norte da Ilha cresce 61% e impulsiona mercado imobiliário
O Norte da Ilha de Santa Catarina vive uma transformação urbana e imobiliária, impulsionada por um forte aquecimento do setor. A Construção Civil na região tem acompanhado o crescimento populacional, que foi expressivo em 12 anos, saltando de 92,5 mil para 149 mil moradores.
Segundo o IBGE, esse salto de 61% representa hoje 27,7% do total de habitantes de Florianópolis.
A atratividade da região se deve à combinação entre qualidade de vida e preços ainda mais acessíveis em comparação com o Centro da capital para compra e locação. O avanço populacional trouxe reflexos diretos na infraestrutura dos sete distritos, com expansão do comércio, serviços locais e instalação de grandes empresas.
Uma pesquisa da Alphaplan, encomendada pelo Sinduscon Florianópolis, indica que a região registra 42 empreendimentos em andamento, 675 unidades em estoque e a atuação de 32 empresas do setor, movimentando centenas de milhões de reais em lançamentos.
Além disso, a presença do Sapiens Parque, da SC-401 e de grandes operações de tecnologia amplia a atratividade não só para turistas, que chamam essa região de “vale do silício brasileiro”, mas também para nômades digitais e investidores.
Bairros como Jurerê Internacional (até R$ 33 mil/m²) e Praia Brava (R$ 25,2 mil/m²) se destacam pela valorização de alto padrão. Em Valor Geral de Vendas, Cachoeira do Bom Jesus lidera com R$ 303 milhões, seguido por Cacupé (R$ 205 milhões) e Canasvieiras (R$ 175 milhões).
A diversidade de tipologias atende a diferentes perfis, sendo que mais da metade dos lançamentos (52%) é formada por apartamentos de dois dormitórios. No entanto, há nicho para studios compactos e para unidades de quatro quartos.
Conclusão: o que esperar do mercado imobiliário em Santa Catarina
Se você chegou até aqui, já deve ter claro que o cenário de 2025 para a Construção Civil em Santa Catarina é de consolidação e liderança. O estado tem dominado o mercado da região Sul com VGV expressivo e alta rentabilidade, impulsionado pela migração de capital e a já conhecida qualidade de vida tão buscada em SC.
Luiz França, presidente da ABRAINC, reforça o otimismo:
“A valorização contínua dos imóveis e o crescimento do setor da Construção Civil em Santa Catarina reforçam que o estado vem se tornando cada vez mais promissor. O desempenho positivo indica que a região deverá seguir como um destino atrativo para investidores e compradores, consolidando sua posição de destaque no cenário imobiliário nacional”.
Para as incorporadoras, o futuro exige uma estratégia dual: foco no segmento de Alto Padrão (Porto Belo, Jurerê), que fornece alta liquidez, e atenção aos nichos de unidades compactas para investidores. No entanto, lembre-se que o crescimento traz desafios estruturais.
Carlos Leite, presidente do Sinduscon da Grande Florianópolis, projeta que o mercado seguirá aquecido, mas com ressalvas:
“Nós vamos ter ainda 2025, com certeza, um mercado muito aquecido, diferentemente de outros locais do Brasil, embora nós tenhamos aí algumas preocupações em relação ao futuro, principalmente na questão do financiamento imobiliário”.
Leite critica a alta dos juros, que penaliza a moradia popular, e defende a urgência em promover a Habitação de Interesse Social e o planejamento urbano. O sucesso dependerá da capacidade do setor de aliar a alta rentabilidade do luxo à responsabilidade do desenvolvimento urbano, combatendo a “imobilidade urbana” e promovendo um crescimento sustentável.
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