A construção civil é um dos pilares da economia nacional, devido à sua capacidade na geração de empregos, movimentação da indústria, investimento em organizações, redução do nível de desemprego, além da possibilidade de ascensão da renda e da produção. Pensando em alternativas para ajudar no crescimento do setor, o Ministério da Economia lançou, em abril de 2022, o Construa Brasil.
O projeto tem o objetivo de ajudar na criação de negócios do setor da construção civil, retirando algumas barreiras que existem e incentivando a modernização das organizações. Neste artigo, você vai entender tudo sobre o projeto Construa Brasil. Boa leitura!
O que é o Projeto Construa Brasil?
O Projeto Construa Brasil foi lançado pela Secretaria Especial de Produtividade e Competitividade do Ministério da Economia (Sepec/ME) com apoio da sociedade civil e da iniciativa privada.
O grande objetivo do projeto é fazer com que o ambiente de negócios da construção civil evolua e se aperfeiçoe, por meio de uma grande desburocratização e incentivos para as empresas no uso de novas tecnologias.
Para que tudo isso aconteça, o Ministério listou 8 metas para o projeto, as quais serão detalhadas a seguir. Confira!
1. Convergência dos códigos de obras e edificações
A primeira meta do Construa Brasil é a convergência dos códigos de obras e edificações. No Brasil, cada município possui suas regras específicas para seu código de obras e especificações. Essa multiplicidade afeta as empresas que atuam em nível nacional, já que encontram códigos com regras diferentes.
Assim, o objetivo é fazer a convergência dos códigos e com isso, reduzir a burocracia do setor para gerar mais produtividade e competitividade por todo o Brasil, além de proporcionar uma maior segurança jurídica.
2. Melhoria do processo de concessão de alvará para construção
Destravar e modernizar são os principais objetivos da segunda meta do projeto.
Segundo o projeto, ainda existe muita burocracia em processos de concessão de alvarás para construção. A ideia é diminuir isso com integração e automatização das informações dos órgãos responsáveis por esses processos.
Com essas ações, espera-se uma redução considerável de custos e prazos, além de um aumento da produtividade.
3. Difundir o BIM e seus benefícios
O BIM é uma metodologia criada com o objetivo de gerenciar informações de um projeto, durante todo o seu ciclo, permitindo que vários profissionais possam trabalhar de maneira colaborativa. A meta é difundir ainda mais o BIM nos setores público e privado e, com isso, aumentar a transparência e otimizar todos os processos.
A disseminação do BIM também é um objetivo da Estratégia BIM BR, instituída por meio do Decreto nº 9.377, de 17 de maio de 2018. Uma das metas do projeto é aumentar em dez vezes a adoção do BIM e elevar em 28,9% o PIB da construção civil, até 2028.
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4. Apoiar ações de estruturação do setor público para a adoção do BIM
A utilização do BIM traz diversos benefícios, como: redução de erros de compatibilidade, maior confiabilidade, aumento de produtividade, otimização dos prazos e recursos utilizados nas obras, além de redução de custos.
Para essa meta, foi desenvolvida uma ferramenta composta por 14 abas a serem progressivamente preenchidas, de uso simples, que permite a avaliação dos pontos fortes e fracos da empresa, servindo como base diagnóstica e, também, como um instrumento para acompanhamento e monitoramento do processo de implantação dessa inovação.
5. Criar condições favoráveis para o investimento público e privado em BIM
Além de disseminar o BIM e apoiar ações de estruturação do setor público para a adoção da tecnologia, uma das metas é criar as condições necessárias para gerar investimentos em BIM, tanto do setor público, quanto do setor privado, permitindo a universalização do BIM.
6. Estimular o desenvolvimento e aplicação de novas tecnologias relacionadas ao BIM
Ainda falando de BIM, outra meta é estimular o desenvolvimento e aplicação de novas tecnologias relacionadas ao BIM.
Experimentos controlados em situações reais de canteiro de obra vem sendo realizados, integrando conceitos da Indústria 4.0 a modelos BIM, por meio da Internet das Coisas e Blockchain.
7. Identificar e adequar o regulamento técnico para incentivo à coordenação modular
A coordenação modular consiste em um sistema dimensional, disseminado internacionalmente, que organiza espaços e técnicas construtivas e a fabricação e o uso de componentes, a partir de medidas baseadas em módulos predefinidos.
O uso de coordenação modular permite uma racionalização no setor da construção civil, gerando benefícios como: aumento da produtividade, otimização de custos, redução de perdas e de mão de obra etc.
A meta de identificar e adequar o regulamento técnico para incentivo à coordenação modular tem como principal objetivo mapear as normas da ABNT relacionadas à construção civil e identificar as normas e regulamentos que precisam de ajustes e atualizações.
8. Incentivo à construção industrializada
A última meta é incentivar a construção industrializada no país. Uma realidade em vários países pelo mundo, a construção industrializada ainda é pouco disseminada no Brasil.
Trata-se um método de construção que traz agilidade, padronização e economia às obras e é um forte aliado na luta contra a escassez de habitação no país. Pré-fabricados de concreto, estruturas metálicas, madeira engenheirada, drywall, wood frame e steel frame são alguns exemplos de construções industrializadas.
Qualificação insuficiente dos profissionais, níveis baixos de planejamento e de qualidade de obras, além de um alto índice de desperdício de tempo e dinheiro é o cenário encontrado no setor que essa meta pretende transformar. O incentivo à adoção da construção industrializada vai trazer reduções nos prazos e custos das obras e aumento na eficiência e sustentabilidade dos projetos.
Entidades que incentivam a construção industrializada
Para elaborar o planejamento estratégico para alcançar a 8ª meta, foram contratadas consultorias especializadas, além de dez entidades convidadas:
- Abramat (Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção), líder do projeto;
- Abcic (Associação Brasileira da Construção Industrializada de Concreto);
- Abcem (Associação Brasileira da Construção Metálica);
- CBCA (Centro Brasileiro da Construção em Aço);
- Associação Brasileira de Drywall;
- Sobratema (Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração);
- CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção);
- Abrainc (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias);
- Sinaenco (Sindicato Nacional das Empresas de Arquitetura e Engenharia Consultiva);
- Antac (Associação Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído).
Conclusão
Para muito especialistas do mercado, o projeto vem em boa hora e vai ser importante para a modernização do setor. E isso não inclui apenas as construtoras, mas o setor como um todo, o que é benéfico para uma maior integração da cadeia.
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